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Acadêmica Maria Beatriz @biawtiful {Sintomas} Tem início quase imperceptível sensação de cansaço ou mal estar no fim do dia, caligrafia menos legível com tamanho diminuído, lapsos de memoria dificuldade de concentração e irritabilidade, dores musculares, diminuição dos movimentos e permanência de mais tempo na mesma posição, tremor apresenta-se de forma rítmica (4-6 ciclos por seg que desaparece durante o sono), rigidez muscular ao longo de toda a gama de amplitude de movimento e bradicinesia (dificuldade em levantar-se de uma cadeira baixa, sair de automóveis e virar-se na cama). 20% dos pacientes desenvolvem tardiamente demência. {Fisiopatologia} Produção de movimentos -> circuito motor complexo entre os gânglios da base e o córtex cerebral. Dopamina é o principal neurotransmissor desse circuito. Na doença de Parkinson a produção de dopamina está reduzida. Dopamina é o principal neurotransmissor desse circuito, com a perda de 80% da dopamina no tecido estriado, os sintomas tornam-se aparentes. Desequilíbrio entre os níveis de dopamina e acetilcolina. Via nigroestriatal – muito importante para movimentação (cheia de neurônios dopaminérgicos), na doença de parkinkson ocorre a perda dessa vida dopaminérgica nigroestriada. Produção da dopamina Acontece dentro do neurônio, ela é produzida a partir da tirosina ou fenilalanina (que pode se transformar em tirosina) -> captada por via metabólica por hidroxilação - > transformada em dopa -> enzima dopadexcarbosilase - > então transforma dopa em dopamina -> a dopamina é armazenada na vesícula pelo transportador VMAT2 -> com o influxo de cálcio -> migração da vesícula dopaminérgica p/ superfície -> se funde -> libera dopamina na sinapse nervosa. Acadêmica Maria Beatriz @biawtiful A dopamina liberada na sinapse ela pode ser recaptada para dentro do neurônio usando o transportador DAT ou também o transportador NET. A medida que é receptada é armazenada dentro da vesícula novamente (ou pode ser metabolizada) o metabolismo envolve a MAO e a COMT. Isso no que diz respeito ao neurônio pré sináptico. No neurônio pós sináptico (ideal) a dopamina liga-se ao receptor pós sináptico ocorrendo um efeito respectivo na célula. Existem também captações pós sinápticas onde a dopamina passa para dentro do neurônio sem auxilio de receptor (OCT1, OCT2, ENT e OCT3). A metabolização ocorre pela COMT ou MAO -> sendo destruída. Em um paciente que tem pouca dopamina, cada molécula que for destruída é uma molécula a menos. Ou seja a ideia a bloquear essa destruição. Mas em um paciente com Parkinson, a ideia é concentrar mais a dopamina na fenda sináptica e que ela consiga fazer a sua ação. {Etiologia} ❃ Parkinsonismo primário: toxinas (MPTP-opioide), agrotóxicos, herbicidas, estresse oxidativo proveniente do metabolismo dadopamina, fatores genéticos. ❃ Parkinsonismo secundário: medicamentos causados por antagonistas dopaminérgicos (são reversíveis), fenotiazinas, haloperidol, olanzapina, risperidona, metoclopramida, ariosclerótico (lesões vasculares e oclusão de pequenos vasos cerebrais profundos que irrigam os núcleos da base e pós encefalite viral. Estresse oxidativo – estresse crônico, problemas inflamatórios relacionados a flora intestinal, a própria produção e degradação da dopamina leva a uma progressiva perda neuronal (é esperada ao envelhecimento) a cada década de vida perde-se 13% dos neurônios dopaminérgicos. O extresse oxidativo pode acontecer por 2 vias, a química (A) e uma enzimática (B). A - dopamina quando é produzida depois é metabolizada, esse metabolismo pode ser químico – através de vias oxidativas transformar em semiquinonas -> as semiquinona se converte em quinona -> tudo a partir de radicais livres de oxigênio (ROS) -> quanto mais rápida a adegração da dopamina mais rápido o ROS -> formação de neuro melanina. B – na via enzimática, usando a MAO -> FAD + agua -> liberação de FSD reduzido e amônia o produto da reação é amônia *liberação de amônia no cérebro -> liberação também de peroxido de hidrogênio *cada dopamina produzida produz peroxido de hidrogênio* -> catalse é uma enzima para reduzir o peróxido, mas em um processo oxidativo há uma falta de catalase. {Tratamento} Não farmacológico: apoio de grupo, exercícios diários, nutrição adequada. Farmacológico: precursor da dopamina, agonistas dopaminérgicos, inibidores da MAO-B, inibidores da COMT, anticolinesterásicos. Cirurgia. O tratamento farmacológico para Parkinson consiste no controle sintomático via restituição de dopamina principalmente atraves da administração de seu precursos L-DOPA, do uso de inibidores da MAO ou COMT. Acadêmica Maria Beatriz @biawtiful Dentro do SNC é possível inibir a degradação da dopamina que é formada através da inibição da MAO-B e da COMT, ainda usando agonistas para receptores D1 e D2. A maior parte dos receptores responsáveis pela coordenação motora, são receptores D2. Problema: não temos fármacos seletivos D2. ❃ Terapia dopaminérgica: aumento da síntese de dopamina cerebral, estimulo da liberação de dopamina nas sinapses, agonistas dopaminérgicos, diminuição da recaptação de dopamina, diminuição do catabolismo. {AUMENTO DA SINTESE DE DOPAMINA CEREBRAL} Dopamina não atravessa a barreira hemato encefálica > precisa de precursor (tirosina ou levodopa). Dopa-descarboxilase: fígado, coração, pulmões e rins, então no cérebro. Com isso a levodopa é preferencialmente convertida a dopamina perifericamente. A levodopa no cérebro sofre descarboxilação > convertida em dopamina (necessário neurônio dopaminérgico suficiente para conversão) > é comum que a levodopa perca a sua eficácia devido a insuficiência de neurônios, não há conversão de levodopa e dopamina só no cérebro, tem também no sistema periférico, o problema é na administração da levodopa que é convertida em dopamina fora do cérebro. A conversão precisa ser central. A dopamina perifericamente ativa o sistema simpático levando a: Efeitos adversos: indisposição gástrica, taquicardia, arritmia, queda da PA, cefaleia, midríase, euforia, insônia, sensação de pressão no peito, tosse, rouquidão, coriza, etc. {INIBIDORES DA DOPA DESCARBOXILASE PERIFÉRICA} *falsos substratos da enzima Quando a levodopa é administrada, cerca de 99% são convertidos em dopamina perifericamente, causando náuseas e hipotensão. Funcionam como falsos substratos da enzima, na sua porção periférica permitindo maior entrada de L-dopa no SNC. Permitem diminuir até 75% da dose de L-dopa necessária.. Levodopa entra na BHE pelo transportador, encontra a dopa descarboxilase central e é convertida em dopamina.. Enquanto isso, a carbidopa é servida de isca para dopa descarboxilase periférica -> não tendo a conversão de dopamina periférica. O problema é que para converter levodopa em dopamina é necessário neurônios dopaminérgicos, chega um momento da doença em que a quantidade de neurônios é baixa -> conversão menos eficiente. É comum com a a evolução da doença perder essa eficácia. Acadêmica Maria Beatriz @biawtiful ❃ RENAME 2013: levodopa + bensezarida e levodopa + carbidopa. {INIBIDORES DA CATECOL O- METILTRANSFERASE (COMT) PERIFÉRICA} Duas enzimas metabolizam levodopa e dopamia -> MAO e COMT. Quando a levodopa é administrada, cerca de 99% são convertidos em dopamina perifericamente. O uso dos inibidores da DCAA mínima o problema da conversão, porém existe a atividade da COMT. O objetivo é inibir a enzima para aumentar a ração de levodopa que chega ao cérebro. A inibição da COMT periférica impede o desvio de L-dopa para outros metabólicos. A inibição da COMT central impede a destruição da dopamina já formada (semelhante a inibição da MAO). A COMT gera a enzima catechol-O-methyl-transferase e é eliminada. Quando um catecol entra na enzima, ele é reconhecido peo magnésioe é alinhado para que a metila seja transferida. Descobriu-se que o grupo 3,5-DNC é um grupo inibidor dessas enzimas. Os inibidores da COMT precisam ter esse grupo funcional (3,5-DNC). {Fármacos} Essas estruturas são reconhecidas nas enzimas, pela presença de catecol e estruturas parecidas com a dopamina. ❃ Entacapona: meia vida curta, administrado junto com levodopa. É um fármaco periférico, é associada para impedir a destruição da levodopa perifericamente. ❃ Tolcapona: meia vida linga (2/3x dia). Inibição central e periférica. Impede a destruição da dopamina no cérebro. Uso mais restrito a pacientes que toleram mais os sinais psiquiátricos e é preciso fazer um monitoramento hepático. EAS: náuseas, hipotensão, sonhos vívidos, confusão e alucinações. RENAME: entacapona 200mg cp e tolcapona 100mg cp. {AGONISTAS DOS RECEPTORES DA DOPAMINA} São agonistas dos receptores dopaminérgicos. A dopamina diferencia os receptores entre si pela rotação das cadeias laterais. ❃ Agonistas tipo-aporfina (derivado opioide): agonista D1 e D2. Sua estrutura possui a estrutura da dopamina junto. Acadêmica Maria Beatriz @biawtiful ❃ Agonista tipo-ergot (derivados indólicos): bromocriptina, agonista parcial D2 e D3. Usado também como inibidor da prolactina, doses de 10 a 20mg; cabergolina, agonista total D2 e parcial D3 e D4. Pramipexol (estrutura sintética): inibidor de prolactina, aumento da dopamina inibe a produção de prolactina. Limitação: falta de seletividade! Podem ser uteis no tratamento avançado com L-dopa; fármacos atualmente disponíveis não são seletivos; tem meia vida maior que a levodopa, porem mais EAS psiquiátricos e náuseas, uteis em população jovem que melhor tolera os EAS, usualmente administrado em co- terapia com baixas doses de levodopa. ❃ Amantadina: antiviral usado para influenza, parece alterar a liberação de dopamina no estriadp; tem propriedades anticolinérgicas e bloqueia os receptores do glutamato (NMDA); efeitos modestos e tratamento realizado no inicio da doença como co-adjuvante. {INIBIDORES DA MAO-B} Impedir a destruição da dopamina já formada. A MAO-B é uma enzima contendo cofator flavina-adenosina- dinucleotídeo (FAD) localizada na membrana mitocondrial externa. Substratos principais: dopamina, serotonina, norepinefrina, tiramina e triptamina. O FAD é composto por uma cisteina, riboflavida (vitamina) e ADP. A parte da flavina é importante para que a enzima funcione, ativando o grupo amina para que ele possa ser atacado pela água. O nitrogênio reage com o núcleo tricíclico do FAD e fica temporariamente ligado, essa ligação é desfeita e o N sai na forma de imino (carbono dupla N), essa forma é muito mais reativa em relação ao NH2, então quando o grupo nitrogenado deixa o FAD é nesse momento que a água ataca o C do grupo imino > formando um dipolo. O que era nitrogenado passou a ser carbonilado. {MAO-A & MAO-B} A MAO-A e MAO-B são semelhantes, porém o poro de entrada da MAO-B é um pouco maior e comporta mais substratos. Basicamente a estrutura da MAO-B comporta um pouco mais de substratos do que a MAO-A. MAO-A: relacionada com depressão e ansiedade; MAO-B: relacionada com Parkinson e Alzheimer. ❃ Clorgilina: seletiva a MAO-A, ação irreversível, atividade antidepressiva, aumenta níveis de noradrenalina e serotonina, efeito colateral – hipertensão. ❃ Moclobemida: seletiva a MAO-A, ação reversível, atividade antidepressiva, não causa hipertensão, efeitos antissintomaticos suaves em DP. ❃ Selegilina: seletiva a MAO-B, ação irreversível, utilizada na terapia de PD, inibição de MAO-A e atividade Acadêmica Maria Beatriz @biawtiful antidepressiva em altas doses, não causa hipotensão, neuroproteção frente ao MPTP, efeitos simpatomiméticos relacionados a metabólitos de metanfetamina. ❃ Resagilina: seletiva a MAO-B, ação irreversível, utilizada na terapia de DP, IMAO-B mais potente que selegilina, não apresenta efeitos simpatomiméticos. {INIBIDORES IRREVERSIVEIS DA MAO-B} IMAO irreversíveis podem apresentar uma serie de efeitos colaterais indesejáveis no sistema nervoso central como: insônia, irritabilidade, agitação, hipomania, supressão do sono. Tabem disfunções cardiovasculares (hipotensão ortostática) ou distúrbios sexuais. Os fármacos são: selegilina, pargilina, ladostigil e rasagilina. A ligação tripla impede que o nitrogênio ao reagir com o FAD desligue a estrutura posteriormente da sua estrutura. {TERAPIA ANTICOLINÉRGICA} Presença de 5 subtipos de receptores muscarínicos no estriado. Atividade não esclarecida totalmente. Possuem atividade modesta na DP, usados em inicio de tratamento ou como co-adjuvantes na terapia dopaminérgica. Antagonistas muscarínicos
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