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HISTÓRIA DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO Prof.Ms. Leonardo Cheffer Sou um coração batendo no mundo. Você que me lê que me ajude a nascer. Espere: está ficando escuro. Mais. Mais escuro. O instante é de um escuro total (Clarice Lispector- Água Viva) As origens do Aconselhamento Psicológico ■ O verbo “aconselhar” abriga tanto os sentidos de mostrar, indicar, sugerir, recomendar, orientar quanto o de uma troca de idéias e opiniões, numa situação em que indivíduos se reúnem para ponderar e decidir com prudência sobre algum assunto de seu interesse O que é Aconselhar? ■ Auxílio ou orientação que um profissional presta a um paciente nas decisões que este deve tomar quanto à escolha de profissão, curso, entre outras, ou quanto à solução de pequenos desajustamentos de conduta (HOUAISS, 2001) ACONSELHAR, PARALELAMENTE, REFERE-SE: AO PROCESSO DE INDICAR OU PRESCREVER CAMINHOS, DIREÇÕES E PROCEDIMENTOS OU DE CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE A PESSOA FAÇA, ELA PRÓPRIA, O JULGAMENTO DAS ALTERNATIVAS E FORMULE SUAS OPÇÕES. WILLIAMSON (1939), ACONSELHAMENTO REFERE-SE A PROCESSOS INDIVIDUALIZADOS E PERSONALIZADOS, DESTINADOS A AJUDAR O INDIVÍDUO A APRENDER MATÉRIAS ESCOLARES, TRAÇOS DE CIDADANIA, VALORES E HÁBITOS PESSOAIS E SOCIAIS E TODOS OS OUTROS HÁBITOS, HABILIDADES, ATITUDES E CRENÇAS QUE IRÃO CONSTITUIR UM SER HUMANO NORMAL E AJUSTADO ROGER (1942, 1951) ACONSELHAMENTO É UM MÉTODO DE ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA DESTINADO A RESTAURAR NO INDIVÍDUO SUAS CONDIÇÕES DE CRESCIMENTO E DE ATUALIZAÇÃO, HABILITANDO-O A PERCEBER, SEM DISTORÇÕES, A REALIDADE QUE O CERCA E A AGIR, NESSA REALIDADE, DE FORMA A ALCANÇAR AMPLA SATISFAÇÃO PESSOAL E SOCIAL • O Aconselhamento psicológico é visto muitas vezes enquanto uma prática que tem como obrigação oferecer uma “solução” a pequenos ou grandes desajustamentos de conduta ou mesmo o de dar direções claras para as decisões a serem tomadas por um paciente • Essas ideias estão em íntima relação com práticas iniciais em Aconselhamento Psicológico, mas não acompanham os desdobramentos ocorridos no campo. Aconselhamento Psicológico Linha tempo do Aconselhamento Estática Psicométrica Humanista Área Psi A história do campo do Aconselhamento Psicológico ■ O aconselhamento originou-se nos Estados Unidos e nas universidades deste país encontrou espaço para o seu pleno desenvolvimento ■ Por volta de 1910 foram fundados nos EUA centros de Orientação infantil e juvenil, incitando o desenvolvimento do campo do Aconselhamento Psicológico A história do campo do Aconselhamento Psicológico ■ Em Boston (EUA), também no mesmo período fundou-se o Serviço de Orientação Profissional, limitado apenas à orientações de caráter profissional ■ As universidades norte-americanas possuem Centros ou Serviços de Aconselhamento Psicológico; ■ Da década de 20 até a década de 60 as técnicas de psicodiagnóstico dominavam o campo A história do Aconselhamento Psicológico no Brasil ■ No Brasil, o campo do Aconselhamento Psicológico começou a se desenvolver por volta da década de 70 ■ Houve uma forte tendência no Brasil de associar, no âmbito acadêmico, o Aconselhamento Psicológico à psicoterapia, principalmente à de orientação rogeriana Teoria do traço e fator ■ Dentro desta perspectiva, o conselheiro assume o lugar de modelo, veiculando normas de conduta, valores sociais e hábitos de cidadania, atuando de forma diretiva e ativa na avaliação e no julgamento do aconselhando; Teoria do traço e fator ■ O aconselhamento aqui é concebido como um processo de aprendizagem com objetivos de bem adaptar o sujeito ■ Articula a vertente experimental e um conjunto de práticas de atendimento a prática comum do aconselhar, definindo uma região para o campo psi; A importância de Carl Rogers para o campo do aconselhamento Psicológico ■ Rogers transforma o campo do aconselhamento introduzindo a teoria centrada no cliente: a prioridade conferida a abordagem psicométrica do problema passa a ser substituída pela focalização da pessoa do cliente PAZ (1987): AS DUAS NOTAS, DEPENDÊNCIA E QUEDA (...) OU PARTICIPAÇÃO E SEPARAÇÃO, ESTÃO PRESENTES AO LONGO DE NOSSA VIDA. NASCEM E MORREM CONOSCO. UMA VIVE EM FUNÇÃO DA OUTRA, EM PERMANENTE DISCÓRDIA E EM PERPÉTUA BUSCA DE RECONCILIAÇÃO. CADA VIDA HUMANA É UM CONTÍNUO TECER, DESTECER E VOLTAR A TECER LAÇOS DO COMEÇO. A EXPERIÊNCIA ORIGINAL, SEPARAÇÃO E PARTICIPAÇÃO , APARECE EM TODOS OS NOSSOS ATOS ATRAVÉS DE VARIAÇÕES INUMERÁVEIS. O SER e o PERTENCER ■ “ Pertencer a uma realidade coletiva é anterior ao nome ou à ideia de si mesmo. Antes de conhecermos nosso nome, participamos já de uma realidade coletiva, de uma família, para só mais tarde chegarmos a ter ideia de quem somos e o que significa família.” (MORATO, 1999 p. 27) “EXISTIR É CONDIÇÃO PARA PERTENCER A UMA FAMÍLIA; MAS A CONDIÇÃO DE PERTENCER É O QUE OFERECE A POSSIBILIDADE DE SER EU MESMO, DE PERCEBER-ME COMO CONSCIÊNCIA DE MIM MESMO.” ( MORATTO, 1999 P.28) As definições - Humanismo ■Rogers: “ Uma série de contatos diretos com indivíduo com objetivo de fornecer assistência na modificação de suas atitudes e comportamentos.” As definições -outras MAC KINNEY "trata-se de uma relação interpessoal na qual o conselheiro assiste o indivíduo na sua totalidade psíquica a se ajustar mais efetivamente a si próprio e ao seu ambiente". Definições -Tolberg ■ Se refere a aconselhamento como uma relação pessoal entre duas pessoas, na qual o conselheiro. mediante a relação estabelecida e a sua competência especial. proporciona uma situação de aprendizagem, na qual o sujeito, uma pessoa normal. é ajudada a se conhecer a si próprio, e as suas possibilidades e prospecções futuras, a fim de fazer uso adequado de suas potencialidades e características, de uma forma satisfatória para si próprio e benéfica para a sociedade, e mais remotamente, possa aprender como resolver seus futuros problemas e atender às suas. necessidades. (Scheeffer, 1981 pg. 15) Definições- Robinson ■ Descreve o aconselhamento como uma ajuda às pessoas normais a obter um nível mais elevado de ajustamento que se manifesta através de maturidade crescente, independência, integração pessoal e responsabilidade. (Scheeffer, 1981 pg. 15) ERICKSON 1. É uma relação entre duas pessoas. 2. Um dos participantes (o entrevistador) assumiu ou foi levado a assumir a responsabilidade de ajudar o outro participante. 3. O entrevistando tem possíveis necessidades. problemas. bloqueios ou frustrações que deseja tentar satisfazer ou modificar. 4. O bem-estar do entrevistando constitui o interesse central da situação. 5. Ambos os participantes desejam e estão interessados em tentar encontrar soluções para as dificuldades apresentadas pelo entrevistando. “...o aconselhamento como uma relação face a face de duas pessoas. na qual uma delas é ajudada a resolver dificuldades de ordem educacional. profissional. vital e a utilizar melhor os seus recursos pessoais.” (Scheeffer, 1981 pg. 15) Ressalta a necessidade de encarar sempre o indivíduo na sua totalidade no processo de aconselhamento. Como história da cultura, a história da psicologia revela, desde seu alvorecer, um universo psicológico pluralístico em expansão. Com essa imagem, a história da psicologia adquire uma perspectiva antropológica. A epistemologia e história da psicologia são epistemologia e história de culturas psicológicas e, nesse sentido, a investigação do projeto científico da psicologia adquire uma perspectiva antropológica ( Abib , 2009 p.205) TINHA QUE EXISTIR UMA PINTURA TOTALMENTE LIVRE DA DEPENDÊNCIA DA FIGURA - O OBJETO - QUE, COMO A MÚSICA, NÃO ILUSTRA COISA ALGUMA, NÃO CONTA UMA HISTÓRIA E NÃO LANÇA UM MITO. TAL PINTURA CONTENTA-SE EM EVOCAR OS REINOS INCOMUNICÁVEIS DO ESPÍRITO, ONDE O SONHO SE TORNA PENSAMENTO, ONDE O TRAÇO SE TORNAEXISTÊNCIA. MICHEL SEUPHOR Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-SA http://thenewvitruvianman.com/design/vitruvian-man https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ PSICOLOGIAS ACONSELHAMENTO E ENTREVISTA Uma conversação com objetivos Entrevista nem sempre visa a atingir os objetivos do aconselhamento como nos casos das entrevistas: • de inquérito • de pesquisa • de opinião pública • de seleção etc Entrevistas (SILVARES e Gongora, 1998) Clínicas Pesquisa Seleção Entrevistas Clínicas Sempre é obtenção de Dados Busca de uma relação Facilitadora Inicial Essa facilitação em assume diversas formas durante a Psicoterapia , oq eu vai se chamar de RELAÇÃO TERAPÊUTICA. ACONSELHAMENTO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL Similaridades • Ajudar o orientando Divergências • abrange um campo mais amplo e tem recursos mais variados. Aconselhamento vai Além... a) remover as causas de fricção entre aluno e professor b) promover atividades extracurriculares c) classificar e distribuir os alunos nas classes e promover currículo adequado às suas necessidades e possibilidades d) ajudar os alunos a utilizar melhor seus recursos individuais e) promover serviço de diagnóstico e aconselhamento psicológico f) encaminhar os alunos profissionalmente e até proporcionar-lhes oportunidades recolocação. ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA CARL ROGERS, que faz a seguinte declaração: "Há um grande número de profissionais que se dedica à entrevistas. que têm como finalidade trazer modificações construtivas na atitude de seus clientes. através desses contatos cara-a-cara . Quer sejam chamados psicólogos, orientadores educacionais , assistentes sociais, chefes de pessoal, psiquiatras etc... Se a sua tarefa se relaciona com indivíduos desajustados. fracassados nos estudos ou delinquentes. que deixam as entrevistas de uma maneira melhor ajustadas às dificuldades e enfrentando na realidade da vida de maneira mais construtiva então métodos usados são de interesse para nós” AMBOS REPRESENTAM UMA SÉRIE DE CONTATOS COM ALGUÉM QUE VISA A OFERECER ASSISTÊNCIA, OBTENÇÃO DE UMA MODIFICAÇÃO DE ATITUDES OU DE COMPORTAMENTO. ■Aponta que há uma tendência para se usar o termo aconselhamento em entrevistas mais superficiais. ■Enquanto que a psicoterapia se refere a um contato mais duradouro e intensivo. objeti vando uma reorganização mais profunda da personalidade. ■É difícil diferenciá-los visto que um processo emerge: no outro como uma escala continua, de acordo com o conteúdo emocional, profundidade e extensão das transformações positivas na personalidade do orientando. Aconselhamento Educacional e Profissional Aconselhamento Vital Psicoterapia Tratamento Psiquiátrico Psicanálise => Análise WILLIAMSON e TYLER Psicoterapia nível mais profundo e tem como finalidade ajudar o indivíduo desajustado neurótico a reestruturar sua personalidade. Aconselhamento visa a ajudar na tomada de uma decisão envolve, muitas vezes, informações objetivas permitem o orientando utilizar melhor seus recursos pessoais. American Psychological Association(APA) ■Aconselhamento e psicoterapia constituem uma gradação, sendo o primeiro de natureza profilática. ■ “Do mesmo modo, permitir que essas áreas se aproximem, como proposto por Rogers ao longo de sua obra, pode evidenciar não a necessidade de delimitar campos de ajuda, mas de compreender a natureza e a qualidade desse cuidado, o que deve atravessar toda modalidade de ajuda psicológica. Ao deslocar a atenção das características de cada campo e assinalar as atitudes do profissional e o cuidado na relação com o cliente, recupera-se a necessidade de uma prática voltada ao humano, à experiência e à possibilidade de ‘ser’ e de ‘estar’ com o outro.” ■ SCORSOLINI-COMIN (2014) Resumo dos Passos do Aconselhador Análise Síntese dos Dados Obtidos Diagnóstico Prognóstico Aconselhamento THE PLISSIT MODEL UM ESQUEMA CONCEITUAL PROPOSTO PARA O TRATAMENTO COMPORTAMENTAL DE PROBLEMAS SEXUAIS The PLISSIT Model: A Proposed Conceptual Scheme for the Behavioral Treatment of Sexual Problems Jack S. Annon O tratamento psicológico dos problemas sexuais é conhecido por ser caro e demorado, e, no passado, o prognóstico para a mudança não era muito encorajador. O uso do esquema conceitual na prática clínica forneceu evidências adicionais de que a abordagem foi altamente eficaz no desenvolvimento e ordenação de intervenções relevantes, resultando em resultados positivos, particularmente com aqueles problemas sexuais de longa duração. MODELO PLISSIT Este esquema conceitual é referido como o modelo PLISSIT ou mais precisamente: P-LI-SS-IT. O modelo prevê quatro níveis de abordagem, e cada letra ou par de letras designa um método sugerido para lidar com a apresentação de preocupações sexuais. YOU PUNISHED ME FOR TELLING YOU MY FANTASIES I'M BREAKING ALL THE RULES I DIDN'T MAKE (Madonna -Human Nature) A figura 1 representa as diferentes preocupações sexuais que um determinado clínico encontra ao longo do tempo. Dependendo de sua configuração, profissão e especialidade, esses problemas podem representar o que ele encontra em um dia, um mês, um ano ou até mesmo uma vida profissional. Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ Às vezes, tudo o que as pessoas querem saber é que elas são normais, que estão bem, que não são "pervertidas", "desviadas" ou "anormais" e que não há nada de errado com elas. Principalmente, eles gostariam de descobrir isso de alguém com uma formação profissional ou de alguém que está em uma posição de autoridade para saber POOR IS THE MAN WHOSE PLEASURES DEPEND ON THE PERMISSION OF ANOTHER (Madonna –Justify my Love) Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ A PERMISSÃO também pode ser vista como uma medida preventiva, bem como uma técnica de tratamento. A doação de permissões certamente não resolverá todos os problemas sexuais, ou mesmo muitos desses problemas, mas resolverá alguns Frequentemente, os clientes querem apenas um profissional interessado para atuar como uma caixa de ressonância para verificar suas preocupações. Em outros casos, o clínico pode informá-los que não estão sozinhos ou incomuns em suas preocupações e que muitas pessoas os compartilham. A garantia de que eles são normais e a permissão para continuar fazendo exatamente o que eles estão fazendo é suficiente em alguns casos para resolver o que pode eventualmente se tornar um grande problema Primeiro Nível : PERMISSÃO Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ pode ser usado para cobrir uma série de áreas de preocupação, como pensamentos, fantasias, sonhos e sentimentos, bem como comportamentos manifestos. Pensamentos, fantasias e sonhos. Preocupações com pensamentos e fantasias sexuais são muito comuns Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ Por exemplo, não é incomum que um homem ou uma mulher tenha pensamentos ou fantasias sexuais sobre pessoas que não sejam seus parceiros, ou sobre pessoas do mesmo sexo, ou mesmo sobre seus próprios pais, ou irmãos e irmãs, ou filhos e filhas. Pensamentos ocasionais como esses são bastante comuns, e deixar que o cliente saiba que isso pode aliviar alguns sentimentos de ansiedade ou culpa sobre ser "anormal". É somente quando tais pensamentos ou fantasias se tornam persistentes ou começam a interferir diretamente de alguma maneira com outras áreas de funcionamento que podem criar um problema. Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ Sentimentos: Não é incomum as pessoas responderem com ansiedade quando experimentam excitação sexual com o que consideram uma estimulação inadequada. Muitas dessas preocupações surgem da falta de discriminação entre excitação resultante de pensamentos e fantasias sexuais e excitação da estimulação tátil direta. Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ Por exemplo: ■ É bastante normal que uma mãe que está amamentando seu bebê ocasionalmenteexperimente algum grau de excitação sexual devido à estimulação tátil direta de seus seios, em vez de a qualquer desejo incestuoso latente. ■ O pai que experimenta uma ereção ao brincar com seu garotinho no colo. Isto não é devido a tendências homossexuais latentes, mas devido à estimulação física direta de seu pênis TRANQUILIZAR O CLIENTE DE QUE ESTAS SÃO RESPOSTAS INVOLUNTÁRIAS NORMAIS À ESTIMULAÇÃO TÁTIL E QUE SÃO BASTANTE COMUNS, PODE REDUZIR A ANSIEDADE DESNECESSÁRIA E IMPEDIR QUE UM ACONTECIMENTO MENOR SE TORNE UMA GRANDE PREOCUPAÇÃO Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ Permissão semelhante para tais sentimentos também pode se aplicar a equitação a cavalo e a motocicleta, escalada em árvores e cordas, uso de tampões, duchas e enemas, ou qualquer outro comportamento que envolva estimulação tátil das áreas mamária, genital ou anal. Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ O grau em que um clínico se sente confortável em dar permissão a um cliente para se engajar em certos comportamentos será determinado por vários fatores que serão discutidos em breve. Teoricamente, essa permissão pode ser aplicada a uma ampla gama de comportamentos sexuais que o clínico reconhece como comum e normal, mas que o cliente não. Exemplo ■ Veja o caso do casal que leu em sua revista favorita que a frequência média de relações sexuais para pessoas da sua idade e educação é de aproximadamente duas vezes e meia por semana. Sua frequência pessoal pode ser oito vezes por semana ou oito vezes por ano, mas agora eles começam a se preocupar se são "normais", "excessivamente sexualmente" ou "não sexados". Uma resposta do clínico que, em essência, lhes dá permissão para continuar com sua própria frequência preferida, pode ser tudo o que é necessário para aliviar sua ansiedade. Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ Deve-se ainda ressaltar que muitas preocupações sexuais também podem ser tratadas dando ao cliente a permissão de não se envolver em certos comportamentos sexuais, a menos que ele ou ela escolha fazê-lo Exemplo ■ A jovem que está recebendo pressão de seu parceiro para experimentar "orgasmos múltiplos" ou que leu ou ouviu que é direito de toda mulher "esperar e exigir", mas ela está muito satisfeita com o único orgasmo que ela experiências com seu parceiro e realmente não se importa se ela é multi-orgásmica ou não Primeiro Nível : PERMISSÃO ■ Em um sentido muito geral, isso pode estar correto, no entanto, existem algumas limitações definidas para tal suposição. Embora, em última análise, seja da responsabilidade do cliente escolher o comportamento com o qual ele deseja se envolver, a permissão "abrangente" do médico pode não ser apropriada se o cliente não estiver fazendo uma escolha informada. É a crença definitiva do autor de que é responsabilidade do clínico informar o cliente inconsciente das possíveis consequências adversas que podem resultar do envolvimento em certos pensamentos, fantasias ou comportamentos. ■ Por exemplo, vários livros populares "deram permissão" exaltando as alegrias e a diversão inofensiva que se pode ter pelo uso indiscriminado de qualquer fantasia sexual que uma pessoa possa desejar enquanto se envolve em masturbação ou comportamento sexual com um parceiro. ■ Quanto mais conhecimentos os clínicos tiverem sobre o comportamento sexual em sua cultura e em outras culturas, mais confortáveis eles se sentirão ao aplicar esse nível de tratamento. A orientação teórica ou profissional específica do clínico também pode impor limites à forma como a concessão de permissão pode ser apropriada para um determinado pensamento, fantasia, sonho, sentimento ou comportamento ■ Se a concessão de permissão não for suficiente para resolver a preocupação do cliente, e o clínico não estiver na configuração apropriada, ou não tiver tempo suficiente ou conhecimentos e habilidades relevantes, então este é o momento de encaminhar o cliente para outro lugar O SEGUNDO NÍVEL DE TRATAMENTO: INFORMAÇÕES LIMITADAS O Segundo Nível : Informações Limitadas ■ Cada nível descendente de tratamento geralmente requer mais tempo, conhecimento, experiência e habilidade por parte do clínico para uma aplicação mais eficaz, cada nível é apresentado e discutido separadamente. O Segundo Nível : Informações Limitadas ■ Fornecer informações limitadas, é importante que o clínico faça exatamente isso, forneça informações "limitadas" diretamente relevantes para a preocupação do cliente. O Segundo Nível : Informações Limitadas ■ Apresentar informações limitadas diretamente relacionadas ao problema do cliente pode afetar mudanças significativas em atitudes e comportamentos relevantes. O Segundo Nível : Informações Limitadas ■ Fornecer informações limitadas também é um excelente método para dissipar os mitos sexuais, sejam eles específicos, como os relativos ao tamanho genital, ou mais gerais, como: em média, homens e mulheres diferem acentuadamente em sua capacidade de querer e desfrutar relações sexuais e na sua capacidade fundamental de resposta à estimulação sexual. O Segundo Nível : Informações Limitadas ■ As culturas que são livres e encorajam as mulheres a serem livres na expressão sexual, produzem mulheres sexualmente receptivas que são tão desinibidas e responsivas quanto os homens. ■ Culturas que encorajam e esperam que as mulheres experimentem o orgasmo, produzem mulheres que experimentam o orgasmo e vice-versa. O Segundo Nível : Informações Limitadas A obtenção de tal conhecimento depende dos clínicos individuais e de quanto interesse, tempo e esforço eles estão dispostos a dedicar a tais leituras que estão disponíveis em outros lugares ■ Limitações : O grau em que os clínicos estão dispostos a usar a abordagem da informação limitada no tratamento de preocupações sexuais dependerá, obviamente, da amplitude de conhecimento na área sexual. ■ A maneira como os clínicos oferecem tais informações aos seus clientes dependerá do estilo individual com o qual se sintam mais confortáveis e, com sorte, da maneira de apresentação que eles sentem O Segundo Nível : Informações Limitadas Por exemplo ■ Com um par conservador, um casal de meia-idade que hesita em perguntar se o contato anal é "normal" ou "pervertido", pode-se responder: "Essa atividade não é considerada incomum ou anormal. De fato, uma pesquisa nacional recente de homens casados e as mulheres com menos de 35 anos indicaram que metade deles experimentou masturbação e preliminares, e mais de 25 por cento experimentaram preliminares orais e anal. ■ Por outro lado, com um jovem casal que casualmente pergunta se é possível transferir germes através do contato oral-genital, pode-se responder, "Sim, é possível. A boca tem uma contagem muito alta de bactérias. " O TERCEIRO NÍVEL DE TRATAMENTO: SUGESTÕES ESPECÍFICAS ■ A questão aqui é que não seria terapeuticamente adequado ou útil para os clientes oferecer sugestões específicas sem primeiro obter informações sobre eles e seu conjunto exclusivo de circunstâncias. Se os clínicos iniciarem imediatamente uma série de sugestões depois de ouvirem a descrição inicial do problema pelo cliente (não o "rótulo" do problema) ■ sugerir procedimentos inadequados e possíveis de tratamento inúteis com base em dados insuficientes, eles podem ignorar outros tratamentos mais necessários e apropriados, como avaliação médica e terapia. ■ A história do problema sexual. O que o clínico precisa é de um histórico de problemas sexuais. Isso não deve ser confundido com uma história sexual. ■ Se começarem a ter uma história sexual, então eles estão entrando em terapia intensiva, não terapia breve. ■ É uma suposição do modelo proposto aqui que uma história sexual abrangente não é relevante ou necessária neste nível ■ Sugestão específica pode resolver uma série de problemas que afetaram osdois primeiros níveis de tratamento; mas é desnecessário dizer que não se espera que ele consiga lidar com todos esses problema História do Problema Sexual 1. Descrição do problema atual. 2. Início e curso do problema. • Início. (Idade, gradual ou repentina, precipitando eventos, contingências) • b. Curso. (Alterações ao longo do tempo: aumentam, diminuem ou flutuam em gravidade, frequência ou intensidade; relações funcionais com outras variáveis) 3. Conceito do cliente de causa e manutenção do problema. 4. Tratamento e resultado anteriores: • a. Avaliação Médica: Especialidade, data, forma de tratamento, resultados, atualmente em qualquer medicação por qualquer motivo) • b. Ajuda profissional. (Especialidade, data, forma de tratamento, resultados) • c. Auto-tratamento. (Tipo e resultados) 5. Expectativas atuais e metas de tratamento. (Concreto ou ideal) ■ O histórico de problemas proposto é facilmente adaptado a cinco minutos ou cinco horas. ■ Pode-se usá-lo como um guia geral durante a entrevista ou podem escrever as respostas do cliente diretamente no formulário para referência futura. Qualquer dos métodos pode ajudá-los a se sentirem confortáveis e experientes com as diretrizes até que não os encontrem mais necessários como ajuda para a memória. ■ Sugestões específicas são tentativas diretas de ajudar os clientes a mudar seu comportamento para alcançar suas metas declaradas. Isso é feito a partir de uma breve estrutura terapêutica, o que significa que a abordagem é limitada pelo tempo e pelo problema. ■ No entanto, este nível de abordagem destina-se principalmente ao uso dentro da estrutura de terapia breve proposta, e se as sugestões não forem consideradas úteis dentro de um período de tempo relativamente curto, sugere-se que a terapia intensiva ■ Uma que seja especialmente benéfica para esses clientes, com as preocupações sobre uma característica particular do seu corpo é É o que você faz com o que você tem, ao invés do que você tem. O uso desse ditado em conjunto com sugestões específicas sobre "o que eles fazem com o que têm“ pode ser muito eficaz na promoção de mudanças de atitude e comportamento na área de preocupação de um determinado cliente. ■Há sempre outra ocasião Terceiro Nível : Sugestões Específicas ■ preocupados com excitação, ereção, ejaculação, orgasmo ou relações sexuais dolorosas. ■ As sugestões específicas dadas (por exemplo, redirecionamento de atenção; respostas sexuais graduadas; técnicas de foco sensorial; sessões de encontros, sessões alternadas; estimulação interrompida; técnica de compressão; treinamento muscular vaginal, etc.) dependerão, é claro, das informações obtidas no história do problema sexual. Limitações ■ O uso eficiente desse nível de tratamento dependerá, em grande parte, da amplitude de conhecimento dos clínicos na área comportamental e sexual de sua habilidade e experiência e de sua percepção de sugestões terapêuticas relevantes. As limitações discutidas anteriormente aplicam-se aqui igualmente também O QUARTO NÍVEL DE TRATAMENTO: TERAPIA INTENSIVA TAYLOR & DAVIS (2007) ■ Se a necessidade de Terapia Intensiva for identificada, é possível encaminhar o indivíduo sem passar primeiro pelos outros estágios. A terapia intensiva envolve encaminhamento para intervenção especializada. Isto não se refere apenas a terapias como terapia psicossexual ou aconselhamento de relacionamento, mas também pode incluir urologia, medicina genito- urinária, ginecologia ou psicoterapia ■Há dois elementos para refletir e revisar. O foco do primeiro é o paciente, e o foco do segundo é o praticante ■ Uma vez que o tópico tenha sido discutido com o paciente, os profissionais não devem presumir que a sexualidade foi totalmente abordada, pois a sexualidade é um conceito dinâmico e os problemas mudarão em resposta a mudanças nas circunstâncias físicas, sociais e psicológicas ■Para uma revisão eficaz, os profissionais precisam buscar a perspectiva do paciente. Revisão de Intervenções O que o seu parceiro pode sentir sobre isso? Há outras coisas em que você pensou? O que não abordamos totalmente? Esse reflexo pode ocorrer isoladamente com os colegas, informalmente ou por meio de supervisão clínica Exige que os profissionais reflitam sobre suas próprias atitudes e o impacto que elas possam ter na consulta. ■ leocheffer@gmail.com ■ IG @leochefffer ■ Facebook : Leonardo Cheffer – Psicólogo ■ http://www.leonardocheffer.com.br/ Obrigado mailto:leocheffer@gmail.com História do Aconselhamento Psicológico Número do slide 2 As origens do Aconselhamento Psicológico O que é Aconselhar? Aconselhar, paralelamente, refere-se: ao processo de indicar ou prescrever caminhos, direções e procedimentos ou de criar condições para que a pessoa faça, ela própria, o julgamento das alternativas e formule suas opções. Williamson (1939), Aconselhamento refere-se a processos individualizados e personalizados, destinados a ajudar o indivíduo a aprender matérias escolares, traços de cidadania, valores e hábitos pessoais e sociais e todos os outros hábitos, habilidades, atitudes e crenças que irão constituir um ser humano normal e ajustado�� Roger (1942, 1951) aconselhamento é um método de assistência psicológica destinado a restaurar no indivíduo suas condições de crescimento e de atualização, habilitando-o a perceber, sem distorções, a realidade que o cerca e a agir, nessa realidade, de forma a alcançar ampla satisfação pessoal e social Número do slide 8 Linha tempo do Aconselhamento A história do campo do Aconselhamento Psicológico A história do campo do Aconselhamento Psicológico A história do Aconselhamento Psicológico no Brasil Teoria do traço e fator Teoria do traço e fator A importância de Carl Rogers para o campo do aconselhamento Psicológico Paz (1987): As duas notas, dependência e queda (...) ou participação e separação, estão presentes ao longo de nossa vida. Nascem e morrem conosco. Uma vive em função da outra, em permanente discórdia e em perpétua busca de reconciliação. Cada vida humana é um contínuo tecer, destecer e voltar a tecer laços do começo. A experiência original, separação e participação , aparece em todos os nossos atos através de variações inumeráveis. O SER e o PERTENCER “Existir é condição para pertencer a uma família; mas a condição de pertencer é o que oferece a possibilidade de ser eu mesmo, de perceber-me como consciência de mim mesmo.” ( MORATTO, 1999 p.28) As definições - Humanismo As definições -outras Definições -Tolberg Definições- Robinson ERICKSON Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Tinha que existir uma pintura totalmente �livre da dependência da figura - o objeto - que, �como a música, não ilustra coisa �alguma, não conta uma história e não lança �um mito. Tal pintura contenta-se em evocar �os reinos incomunicáveis do espírito, �onde o sonho se torna pensamento, onde o �traço se torna existência. �Michel Seuphor PSICOLOGIAS� ACONSELHAMENTO E ENTREVISTA� Entrevistas (SILVARES e Gongora, 1998) Entrevistas Clínicas ACONSELHAMENTO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL Aconselhamento vai Além... ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA Número do slide 35 Ambos representam uma série de contatos com alguém que visa a oferecer assistência, obtenção de uma modificação de atitudes ou de comportamento. Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 WILLIAMSON e TYLER American Psychological Association(APA) Número do slide 42 Resumo dos Passos do Aconselhador The PLISSIT Model� um esquema conceitual proposto para o tratamento comportamental de problemas sexuais �� Número do slide 45 Número do slide 46 MODELO PLISSIT You punished me for telling you my fantasies�I'm breaking all the rules� I didn't make Número do slide 49 Número do slide 50 Número do slide 51 Primeiro Nível : PERMISSÃO Poor is the man�Whose pleasures depend�On the permission ofanotheR Primeiro Nível : PERMISSÃO Número do slide 55 Primeiro Nível : PERMISSÃO� Primeiro Nível : PERMISSÃO� Primeiro Nível : PERMISSÃO� Primeiro Nível : PERMISSÃO Tranquilizar o cliente de que estas são respostas involuntárias normais à estimulação tátil e que são bastante comuns, pode reduzir a ansiedade desnecessária e impedir que um acontecimento menor se torne uma grande preocupação Primeiro Nível : PERMISSÃO Primeiro Nível : PERMISSÃO Exemplo Primeiro Nível : PERMISSÃO Exemplo Primeiro Nível : PERMISSÃO Número do slide 67 Número do slide 68 Número do slide 69 �O segundo nível de tratamento: informações limitadas �O Segundo Nível : Informações Limitadas �O Segundo Nível : Informações Limitadas O Segundo Nível : Informações Limitadas O Segundo Nível : Informações Limitadas O Segundo Nível : Informações Limitadas O Segundo Nível : Informações Limitadas Número do slide 77 Por exemplo O Terceiro Nível De Tratamento: Sugestões Específicas Número do slide 80 Número do slide 81 Número do slide 82 Número do slide 83 História do Problema Sexual� Número do slide 85 Número do slide 86 Número do slide 87 Número do slide 88 Número do slide 89 Terceiro Nível : Sugestões Específicas Limitações O quarto nível de tratamento: terapia intensiva Taylor & Davis (2007) Número do slide 94 Número do slide 95 Número do slide 96 Revisão de Intervenções Número do slide 98 Número do slide 99
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