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Avaliação Institucional na Educação Básica e Superior

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- -1
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Identificar os princípios básicos e a dimensão política do modelo de avaliação institucional concebido e
desenvolvido pelo MEC na Educação Básica;
2- Reconhecer a avaliação formativa reguladora como um modelo que possibilita o aperfeiçoamento do trabalho
pedagógico realizado na escola de educação básica.
1 A concepção e a dimensão da prática avaliativa
Nas aulas anteriores, apresentamos e discutimos o sistema nacional de avaliação desenvolvido pelo governo
federal com a cooperação dos estados e municípios. Vamos iniciar as nossas reflexões nesta aula, voltando nosso
olhar para a escola de educação básica.
Como entender os resultados obtidos pelas escolas nos exames nacionais e o que fazer com os dados
socioeconômicos revelados nos questionários preenchidos pelos alunos?
Como realizar uma avaliação democrática na escola?
Apresentaremos as razões e os motivos que nos fazem desejar a avaliação como um bem, porque nos permite
aperfeiçoar o trabalho educativo realizado.
Você deve partir da premissa que na rede pública, principalmente, a escola significa o espaço institucional que
garante a realização dos sonhos e anseios de muitas crianças e jovens das camadas sociais mais carentes. Então
devemos nos fazer algumas perguntas:
Como uma criança de uma escola de ensino fundamental, seja pública ou particular, entende um
resultado que classifica a sua escola como sendo uma das piores instituições de ensino da cidade ou
estado?
Como minorar os efeitos da divulgação na mídia dos resultados obtidos?
Mesmo que sejam os resultados do ensino médio no ENEM, o fato em si mobiliza a comunidade no sentido de
estabelecer um juízo de valor se a escola realiza um bom trabalho, ou não.
O governo federal não divulga nos meios de comunicação o desempenho dos alunos no SAEB, na Prova Brasil e
na Provinha Brasil. Envia para as escolas e para os sistemas de ensino o relatório contendo os resultados obtidos
por cada escola. A escola deve decidir como vai trabalhar para melhorar o desempenho de seus alunos.
- -3
Parece-nos que a política desenvolvida atribui aos professores e aos alunos a responsabilidade pelos resultados
obtidos. Existe um clima de pressão, tanto na escola privada ou pública, para que ambos sejam culpados,
desconsiderando a influência dos fatores internos de precariedade das escolas públicas (em termos materiais) e
os fatores externos das condições desfavoráveis (pobreza extrema) em que vivem os alunos de certas regiões do
país.
2 Quais são os benefícios de uma avaliação pautada nos 
exames nacionais?
Entendemos que ela pode trazer em si um efeito positivo se os resultados forem trabalhados na perspectiva de
se criar na escola uma cultura de avaliação permitindo, não só aos professores realizar uma reflexão, como a
toda a equipe que atua naquele espaço.
A avaliação para possibilitar a criação de uma sociedade mais democrática tem que se pautar em princípios,
também democráticos, de participação e decisão coletiva.
A criança brasileira não conta normalmente com uma escola pública de qualidade. Não se pode contestar esse
fato, mas não se pode generalizar, pois temos escolas públicas que realizam um excelente trabalho e, mesmo
dentro de uma escola com baixo desempenho, podemos encontrar um professor bastante qualificado.
3 Os princípios de uma avaliação democrática
Quais seriam os princípios de uma avaliação democrática para embasar um sistema de avaliação ou um projeto a
ser desenvolvido em uma escola?
Fique ligado
Dos argumentos expostos você deve ter concluído que a avaliação é necessária e valiosa para
conhecermos a realidade que nos envolve. Precisamos é refletir intensamente sobre as
estratégias para melhorar qualitativamente o trabalho realizado nas escolas brasileiras.
- -4
Acho que uma proposta de avaliação deve ser coerente com princípios, critérios, pressupostos e premissas que
lhe servem de fundamentação conceituai e política e também de justificação para a operacionalização dos
processos.
Então, vamos relacionar a seguir os princípios que foram incluídos no Relatório da Comissão Especial de
Avaliação – CEA - como necessários ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Depois vamos
comparar com o texto do Ristoff porque ele identifica os princípios do Programa de Avaliação Institucional da
Universidade Brasileira - PAIUB - que foi uma experiência exitosa de um modelo de avaliação interna realizado
nas universidades públicas. Esses princípios embasaram a avaliação da educação superior, mas podemos
perceber que foram considerados e respeitados também na educação básica.
Vamos analisar cada um desses 8 princípios:
• A educação é um direito social e dever do Estado:
Este princípio é o fundamento da responsabilidade social das instituições educativas. Uma instituição
deve prestar contas à sociedade, mediada pelo Estado, do cumprimento de suas responsabilidades,
especialmente no que se refere à formação acadêmico-científica, profissional, ética e política dos
cidadãos, à produção do conhecimento e à promoção do avanço da ciência e da cultura.
• Respeito à identidade e à diversidade institucional em umsistema diversificado:
Cada instituição tem a sua história e constrói concretamente suas formas e conteúdos próprios que
devem ser respeitados. A avaliação institucional deve servir para aumentar a consciência coletiva. A
identidade institucional não é um já-dado; é uma construção que tem a ver com a história, as condições
de produção, os valores e os objetivos da comunidade, as demandas concretas, as relações interpessoais,
o clima organizacional. Esse princípio foi respeitado no PAIUB e é essencial para o desenvolvimento de
um projeto de avaliação democrático.
• Valores sociais historicamente determinados:
As instituições de educação superior devem solidariamente produzir os meios para o desenvolvimento
sustentado do país e a formação dos cidadãos de uma determinada sociedade, de acordo com as pautas
valorativas hegemônicas nas relações de forças sociais e políticas de um determinado momento
histórico.
• Globalidade:
•
•
•
•
- -5
Os processos avaliativos precisam construir a globalidade e a integração relativamente aos sujeitos e ao
objeto. A redução do fenômeno complexo e multidimensional da avaliação a um só ou a poucos de seus
aspectos, sem articulação, traz o risco de passar a ideia de que a avaliação se reduz a cada um desses
instrumentos, em geral dedicados a medir, a quantificar e a comparar.
Todas as atividades e as dimensões da instituição devem ser avaliadas (administrativa, pedagógica e
política). Esse princípio, de acordo com Ristoff (2005, p. 41), garante a amplitude da análise e ele ressalta
que: “Cada instituição precisa seriamente considerar as forças em ação no seu complexo específico e
decidir, preocupando-se sempre com o princípio da globalidade, ou seja, com o caráter institucional da
avaliação”.
• Regulação e controle:
O Estado supervisiona e regula a educação superior para efeitos de planejamento e garantia de qualidade
do sistema. Seu papel não se limita à regulação no sentido do controle burocrático e de ordenamento:
compete-lhe também avaliar a educação de modo a fornecer elementos para a reflexão e propiciar
melhores condições de desenvolvimento do projeto pedagógico.
• Legitimidade:
A avaliação não é só uma questão técnica. É também um forte instrumento de poder. A avaliação precisa
ter uma legitimidade técnica, assegurada pela teoria, pelos procedimentos metodológicos adequados,
pela elaboração correta dos instrumentos e por tudo que é recomendado em uma atividade científica.
A legitimidade ética e política têm a ver com a autonomia efetivamente assumida na perspectiva da
responsabilidade pública e passa pela construção dos processos de avaliação como espaços sociais de
reflexão coletiva dos integrantes de uma instituição educacional.
Ristoff (2005,p. 50) acrescenta que a legitimidade técnica vai além da metodologia utilizada para colher
os dados. Ela pressupõe a construção de informações fidedignas, em espaço de tempo capaz de ser
absorvido pela comunidade avaliada.
• Prática social com objetivos educativos;
Concebida a educação na perspectiva do direito social e dever do Estado, portanto plenamente orientada
por valores públicos, a avaliação educativa deve ser consequentemente um processo democrático e
participativo e deve ser assumida como parte importante de uma política de educação.
• Continuidade:
•
•
•
•
- -6
Os processos de avaliação devem ser contínuos e permanentes, não episódicos, pontuais e fragmentados.
Processos contínuos criam a cultura da avaliação educativa internalizada no cotidiano da escola e
possibilitam uma análise constante dos pontos fortes e das fragilidades da instituição enquanto
responsável pelo processo educativo.
4 A prática avaliativa: considerações
De acordo com Ludke e Sordi (2009) em artigo publicado na Avalição - Revista da Avaliação da Educação
Superior, quando discute a importância de se incluir na formação do professor além do conhecimento de
avaliação da aprendizagem do aluno, um conhecimento do valor que se deve dar aos aspectos que circunscrevem
a realidade onde o ensino acontece.
“Avaliar a escola e construir juízo de valor sobre a função social que possui implica um zelo bastante
acentuado, dadas as mudanças que assolam nossa sociedade. Cabe atualizar esta função de modo que
acompanhe os novos desafios impostos pela realidade, porém sem perder o compromisso com as
crianças e jovens, em especial aqueles menos favorecidos, para quem a permanência na escola pode
e precisa fazer diferença”. (Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336). Ludke e Sordi
Podemos concordar com as autoras quando dizem que um projeto de avaliação deva ser precedido de uma
reflexão sobre o cenário educacional, visto que as mudanças atualmente acontecem de forma tão rápida e difusa
que a escola não consegue acompanhar e se não se der conta dessa defasagem pode estar realizando um trabalho
honesto, mas em descompasso no tempo e no espaço.
Não há como negar que a tecnologia nos permite a comunicação imediata e que a imagem pode colaborar com a
aprendizagem do aluno, então esses recursos acrescentam experiência aos alunos e não podemos mais ignorá-
los. Quando o aluno não possui naturalmente esses recursos cabe ao poder público disponibilizá-los.
As mesmas autoras prosseguem afirmando que:
Fique ligado
Devemos refletir sobre a função da escola na comunidade e sobre o que ela significa para o
aluno.
- -7
“Desta forma, o direito à educação não pode ser confundido com o direito ao acesso à escola,
traduzido pelo aumento das estatísticas dos alunos matriculados apenas. Este acesso precisa vir
acompanhado do compromisso com a aprendizagem dos estudantes e com seu direito de acesso ao
conhecimento acumulado”. (Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336)
5 A prática avaliativa: considerações
Entendemos que um processo de avaliação deve ser deslanchado sempre para beneficiar o aluno e garantir o seu
direito a uma educação de qualidade. O acesso ao conhecimento atualizado e contextualizado dentro de uma
perspectiva presente e não como um acúmulo de informações mecanicamente adquiridas, por vezes obsoletas e
sem valor prático. As metas quantitativas são importantes, o acesso de todos à educação fundamental é meta
relevante, mas não se pode desejar apenas que a criança, o adolescente ou o jovem estejam frequentando a
escola.
Outras preocupações devem ser motivo de análise e pesquisa tais como: o currículo, uma pedagogia
diferenciada, o respeito às diferenças e diversidades culturais e várias outras possibilidades poderiam ser
acrescentados a essa relação.
Dialogando ainda com as mesmas autoras, Ludke e Sordi, temos que concordar com elas quando dizem que:
“A aprendizagem do manejo de processos de avaliação institucional ensina a desenvolver outro nível
de análise para interpretar números oferecidos pelo sistema para discutir a eficácia da escola. Auxilia
a que se desvele e problematize como um determinado conjunto de alunos, por meio de suas
condições objetivas e subjetivas de vida, tem mais chance de êxito enquanto outros caminham na
direção do fracasso escolar/social”. (Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336)
Partindo das ideias expressas nesse trecho, podemos concluir que quando a equipe escolar possui um saber
sobre a relevância da avaliação, pode realizar uma leitura mais adequada dos números que revelam o ponto
onde se encontram e a distância que existe para a escola ser considerada de qualidade.
Essa análise mais detalhada das condições existentes na escola e as do próprio aluno permite o entendimento
das razões do seu sucesso ou insucesso. Para ver algumas perguntas que podem nortear a nossa avaliação clique
aqui.
Por que nossos alunos fracassam?
- -8
Como poderíamos melhorar a sua aprendizagem?
Como equacionar as condições adversas em que vive?
No mesmo artigo encontramos resposta para nossas dúvidas:
“Os profissionais da educação precisam se fortalecer, teórica e eticamente, para discutir com lucidez
as relações macro e micro sociais que afetam a escola gerando regras de um jogo, nem sempre
límpidas, mas nem por isso inexoráveis
Assumir posição de não indiferença frente às crianças e seu legítimo direito de aprender pode ser
considerado sinal de um bom trabalho docente em tempos nos quais nunca se demandou tanto pela
qualidade da escola ainda que a contrapartida tenha sido precarizar as condições de funcionamento
deste estabelecimento e do trabalho docente”. (Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336)
Não podemos esquecer, em um processo de avaliação institucional de um sistema, projeto ou escola que a meta
final é a melhoria qualitativa da educação oferecida à população. A principal diferença entre eles diz respeito à
amplitude de abrangência, à quantidade e diversidade do objeto da análise.
A questão é ter um aporte teórico que permita realizar a avaliação com base em um referencial e um
conhecimento da realidade do aluno para entender o que se passa.
Podemos finalizar essa reflexão sobre a concepção de um processo de avaliação democrática participativa
apontando que a participação do coletivo escolar garante a efetividade da avaliação realizada e que é
indispensável concretizar um esforço de resgate do sentimento de pertencer, de assumir os objetivos da escola
para que valha a pena estar presente, naquele momento e naquele lugar, para um aluno concreto.
“Sendo a avaliação institucional participativa um exercício de releitura da realidade escolar a partir
de seus atores locais, apoiado em distintas evidências, parece-nos que a parada obrigatória e
sistemática inerente ao processo de avaliação, possibilita que estes atores voltem a se reconhecer
Fique ligado
Os professores estão preocupados com a aprendizagem do aluno?
Não possuem as condições materiais para efetivar um bom trabalho?
Os baixos salários pagos o obrigam a buscar novas formas de ganhar o seu sustento?
- -9
como coletivo; e como coletivo se interroguem sobre o projeto que pretendem construir; e como
coletivo se desafiem e se amparem para o trabalho árduo que os aguarda se de fato possibilita que
estes atores voltem a se reconhecer como coletivo; e como coletivo se interroguem sobre o projeto
que pretendem construir; e como coletivo se desafiem e se amparem para o trabalho árduo que os
aguarda, se de fato se colocarem a serviço da aprendizagem das crianças.”
6 A concepção e a dimensão da prática avaliativa
Como vimos no item anterior é necessária uma formação dos profissionais da educação para que possam atuar
participativamente em um processo de avaliação da realidade educacional.
Como falamos nas aulas 1 e 2, a concepção de educação, a visão de mundo dos agentes sociais, sejam os
professores ou os técnicos que fazem a gestão do sistema educacional, condicionam as escolhas de modeloda
avaliação, servindo de filtro ao olhar do avaliador. O que vai perceber está diretamente ligado a esses
pressupostos.
6.1 Observações sobre a concepção e a dimensão da prática avaliativa
Quando o MEC, ao elaborar e institucionalizar o sistema de avaliação nacional da educação básica, o faz sob a
afirmação de estar realizando uma avaliação formativa e reguladora nos leva a refletir sobre as práticas e os
instrumentos utilizados e que caracterizam essa concepção.
Afinal, a educação básica não é prioritariamente tarefa da União e sim dos estados e municípios.
Porém, nós vimos na aula 2 que o art. 9º, inc. VI da Lei 9.394/96, estabelece que a União deve assegurar processo
nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os
sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino.
Art. 9º, da Lei 9394/96, estabelece que: A União Incumbir-se-á de: VI. assegurar processo nacional de avaliação
do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino,
objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino.
Saiba mais
Da leitura do inciso VI entendemos que o regime de colaboração com os estados e os
municípios permite à União realizar os exames nacionais para a definição de prioridades e
melhoria da qualidade do ensino. Como já vimos na aula anterior, os exames são elaborados
pelo MEC/Inep e desenvolvidos em parceria com empresas especializadas em avaliação e
constituem um processo externo às instituições avaliadas.
- -10
7 Da multidisciplinariedade de projetos pedagógicos 
existentes
A multiplicidade de projetos pedagógicos existentes nas inúmeras escolas que participam dos exames nos leva a
indagar:
Qual é a concepção de cada uma delas?
O MEC/Inep consegue identificar nas escolas quais os valores coordenam os seus projetos pedagógicos ou não
existe por parte dos avaliadores essa preocupação?
Como entender que o SAEB é um sistema de avaliação que tem como proposta regular a oferta e garantir a
qualidade da educação oferecida?
Os resultados dos alunos dão a dimensão da prática pedagógica desenvolvida nas diferentes regiões do país?
Não temos resposta para essas indagações, mas a partir dos resultados obtidos pelas escolas podemos
aprofundar a análise da prática pedagógica e escolher as opções disponíveis para melhorar as condições
existentes em cada parte do país.
Os resultados obtidos através dos exames e dos questionários respondidos apontam aos governantes e aos
gestores dos sistemas educacionais, as prioridades e os caminhos que devem ser escolhidos e trilhados para
alcançar melhores resultados.
Não basta receber os relatórios dos órgãos avaliadores, eles devem ser esmiuçados e corporificados em medidas
e estratégias para o equacionamento dos problemas de aprendizagem dos alunos.
Não se pode ficar indiferente e achar que o culpado é o professor, ou o aluno. Na ação conjunta e solidária se
podem viabilizar as soluções para os diferentes problemas, sejam de alfabetização ou letramento, de cálculo
matemático, de falta de conhecimento da geografia ou da história do país.
8 A concepção da avaliação formativa reguladora
Podemos discutir a partir do texto de Silva (2004) algumas ideias que podem ajudar no entendimento do que
seja necessário considerar para se realizar, em uma escola, um processo de avaliação democrática e formativa.
Silva (2004) afirma que primeiro devemos resgatar o “encantamento da educação escolar” porque é a partir dela
que o homem se torna completo em sua humanidade.
- -11
Na escola aprende a viver com o outro, significando o seu “nascimento social”.
Essa afirmação do autor nos faz refletir que a escola se transformou com o correr do tempo, em uma instituição
tradicional e conservadora e nada atraente para as crianças e jovens. O cinema, a televisão, o teatro, as viagens, a
internet são oportunidades de entrar em contato com um mundo distante geograficamente, mas que acrescenta
vivências e conhecimento que outrora só eram possíveis estando presente fisicamente naquele contexto social.
De acordo com ele a escola, mesmo assim, é a instituição escolhida como o local onde a criança ou o jovem
aprende a respeitar o outro e constrói a sua identidade. Transformam-se em cidadãos capazes de interagir com o
meio natural.
Podemos concluir a partir dele que a Pedagogia do Encantamento se caracteriza como sendo uma prática da
esperança preconizada por Paulo Freire que resultaria em um Brasil melhor e mais igual, recoberto dos valores
como bondade, solidariedade, justiça que continuam sendo a finalidade de um sistema educacional
comprometido com o futuro de uma nação.
Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial,[1] tendo
influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. A sua prática didática fundamentava-se na crença de que
o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em
contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria
educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de
chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. (conteúdo extraído do Wikipédia)
- -12
9 Pressupostos Pedagógicos ao processo de avaliação 
formativa reguladora
Silva (2004), com apoio nas ideias de Paulo Freire, Perrenoud, e outros, aponta como pressupostos pedagógicos
a um processo de avaliação formativa reguladora:
Aeducabilidade
Por educabilidade entende que todos são capazes de aprender. O homem é um ser
incompleto, inacabado. Necessita conviver com o outro para construir a sua
identidade.
Ele ressalta que devemos compreender que esse processo de “educabilidade” pode
variar de uma pessoa para outra, de acordo com o seu ritmo, experiências,
oportunidades culturais, ambiente familiar, porém todos podem aprender com a
mediação de um professor preocupado e interessado na aprendizagem de seu
aluno.
Considerando uma concepção de educação baseada nos ideais democráticos e
partindo da premissa que o ser humano é um ser incompleto e necessita da escola e
do processo educacional para desenvolver suas potencialidades e talentos,
podemos valorizar a escola como a instituição que garante o desenvolvimento
pleno da criança e do jovem, como preceitua a Lei 93934/96.
Apedagogia
diferenciada
A Pedagogia Diferenciada, segundo ele, possui 2 características fundamentais: a da
antecipação e da mediação. Ele estabelece uma relação com o processo avaliativo
quando diz que a antecipação é possível porque através dela recebemos
informações sobre as dificuldades comuns e as específicas dos alunos em sua
aprendizagem e podemos prever as atividades adequadas para atender às
necessidades apresentadas.
A mediação nos permite atuar para regulação dessas situações através de uma
intervenção didática eficiente e eficaz.
A pesquisa como princípio do trabalho pedagógico é destacada por ele ao
considerar que:
- -13
Apesquisa como
princípio do
t raba lho
pedagógico
“É fundamental pesquisar a natureza epistemológica e a função social dos
conteúdos curriculares e as teorias pedagógicas para adequá-los à dinâmica do
trabalho docente, como também é imprescindível averiguar as problemáticas
temáticas dos contextos socioeducacionais para articulá-las aos saberes
curriculares e às singularidades de aprendizagens dos alunos.” (Silva, 2004, p.35)
A identificação da pesquisa como importante para o aperfeiçoamento do trabalho
pedagógico é mais comum na educação superior do que na educação básica. Os
professores da educação básica nem sempre valorizam a realização da pesquisa
como essencial para a adequação dos conteúdos existentes no livro didático usado
pelo aluno.
Esse fato não só empobrece a dinâmica da sala de aula como compromete o
trabalho do professor quepode estar usando conteúdos ultrapassados e
anacrônicos. O professor precisa focar o seu trabalho nos conteúdos que são
importantes e que vão permitir ao aluno estabelecer uma relação com outros
componentes curriculares. Não adianta encher a cabeça do aluno com datas e fatos
sem explicar as condições em que ocorreram e suas influências futuras.
Aescola como
l ó c u s d e
aprendizagem,
de multiplicidade
cultural, de
tensão eaberta a
mudanças
Dos pressupostos apontados gostaríamos de destacar “a escola como lócus de
aprendizagens, de multiplicidade cultural, de tensão e aberta a mudanças” como o
foco principal de nossa reflexão. Porque a partir do entendimento da escola:
• que reflete sobre a sua própria prática,
• que reconhece a riqueza cultural expressa nas manifestações diferenciadas de
seus alunos,
• que está aberta às mudanças ocorridas na sociedade e ao mesmo tempo se vê
como provocadora de mudanças nos seus alunos e na comunidade onde se
encontra inserida,
• que respeita a opinião de seus integrantes,
• que parte para o diálogo e não para o confronto,
• que se preocupa em realizar um projeto educativo centrado no aluno e não no
lucro obtido com as mensalidades ou com os recursos recebidos do governo, essa é
uma escola que educa e constrói um futuro democrático para o país, pois tem o
“compromisso social” de formar para a cidadania, para o convívio harmônico.
- -14
Ocompromisso
social com um
projeto de
sociedade
democrática
Uma escola que se preocupa em realizar um projeto educativo centrado no aluno e
não no lucro obtido com as mensalidades ou com os recursos recebidos do governo,
essa é uma escola que educa e constrói um futuro democrático para o país, pois tem
o “compromisso social” de formar para a cidadania, para o convívio harmônico.
Acentralidade
n a s
aprendizagens
significativas
A centralidade nas aprendizagens significativas garante que haja uma
aprendizagem recoberta de qualidade social. Significando que o aluno vai
construindo o seu saber na medida em que aceita os desafios da escola e vai
incorporando novos componentes ao saber anterior, de forma crescente e
contextualizada. Estabelecendo um processo de leitura conjunta entre o professor e
o aluno, pois o primeiro tem que identificar o que o seu aluno já aprendeu para
propor novos desafios e nesse processo os dois aprendem em parceria.
Ocurrículo
f lexível e
contextualizado
O pressuposto do currículo flexível e contextualizado nos leva a pensar nos
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN - que são considerados no ensino
fundamental e nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio que definem e fixam
os componentes curriculares e os conteúdos que devem ser trabalhados ao longo
da escolarização do aluno.
Reflita um pouco na complexidade desse pressuposto.
Estaria garantida a “flexibilidade” do currículo porque depende dos sistemas de
ensino a elaboração dos conteúdos mínimos a serem desenvolvidos nas escolas
públicas?
Até que ponto depende da escola as escolhas que fará no momento da elaboração
da sua proposta pedagógica e do seu projeto político pedagógico?
Oprojeto político
pedagógico como
elemento
articulador e
orientador da
práticapedagógica
O projeto político pedagógico, quando elaborado por todos os integrantes da
comunidade, com a finalidade de traçar os rumos da instituição e de descrever os
objetivos pedagógicos da escola possibilita uma ação mais centrada na
aprendizagem do aluno. No entanto sabemos que poucas são as escolas que
constroem com a participação de todos o seu projeto ou disponibilizam aos
professores uma cópia para consulta ao elaborar o seu plano de trabalho.
- -15
Um processo de avaliação que contemple essas dimensões certamente revelará a dinâmica do trabalho
pedagógico realizado e fornecerá as informações indispensáveis para a correção de todos os pontos que
impedem uma ação pedagógica de qualidade consciente, por parte da equipe de gestão e de todos que atuam na
escola.
Silva (2004) diz ainda que a avaliação possibilita o aperfeiçoamento da escola porque a análise de tudo que nela
ocorre permite deslanchar uma ação no sentido do aperfeiçoamento de todos os integrantes da realidade
escolar: dos que ensinam e dos que aprendem. Ele diz que:
“A discussão sobre a avaliação não pode se restringir somente ao que ocorre na sala de aula. É
fundamental avaliar a gestão, a coordenação, a cantina, todas as funções que dinamizam a escola
visando a sua melhoria para uma melhor inserção dos sujeitos em seus espaços educativos e nas
dinâmicas extraescolares”. (Silva, 2004, p. 40)
Nota-se a preocupação do autor com a melhoria da escola e com a inserção do sujeito na sociedade
demonstrando o valor que confere ao pressuposto que ela tem o compromisso social de formar as novas
gerações, apartadas do consumismo e da lógica do mercado que sustenta o liberalismo econômico na busca da
construção de uma sociedade mais humana e mais justa.
Ele percebe o professor como o profissional que não pode ficar neutro frente aos problemas enfrentados por
todos os excluídos do sistema capitalista por falta de oportunidades educacionais e culturais.
Você entendeu o que seja um processo de avaliação formativo e democrático?
Você se acha capaz de participar de um processo de avaliação formativa reguladora?
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre:
• Diferentes abordagens de Avaliação Institucional;
• Avaliação Tradicional e Progressista: percepção contraditória dos professores;
• Avaliação Interna e Externa na educação básica.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Reconheceu que um modelo de avaliação com objetivos educacionais e pedagógicos deve estar 
assentado sobre pilares que garantam a qualidade na formação oferecida;
• Identificou e analisou os princípios que devem ser respeitados para que a avaliação aconteça dentro de 
•
•
•
•
•
- -16
• Identificou e analisou os princípios que devem ser respeitados para que a avaliação aconteça dentro de 
um clima democrático e participativo e não para atender demandas externas do mercado de trabalho;
• Estabeleceu um referencial para entender a lógica que comanda o sistema educacional e os efeitos 
perversos de uma política de governo que não prioriza a Educação.
•
•
	Olá!
	1 A concepção e a dimensão da prática avaliativa
	2 Quais são os benefícios de uma avaliação pautada nos exames nacionais?
	3 Os princípios de uma avaliação democrática
	A educação é um direito social e dever do Estado:
	Respeito à identidade e à diversidade institucional em umsistema diversificado:
	Valores sociais historicamente determinados:
	Globalidade:
	Regulação e controle:
	Legitimidade:
	Prática social com objetivos educativos;
	Continuidade:
	4 A prática avaliativa: considerações
	5 A prática avaliativa: considerações
	6 A concepção e a dimensão da prática avaliativa
	6.1 Observações sobre a concepção e a dimensão da prática avaliativa
	7 Da multidisciplinariedade de projetos pedagógicos existentes
	8 A concepção da avaliação formativa reguladora
	9 Pressupostos Pedagógicos ao processo de avaliação formativa reguladora
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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