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Inflamação Aguda e Crônica: Hanseníase


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INFLAMAÇÃO AGUDA VS CRÔNICA
1. Tempo de duração
a. Aguda: tem curta duração, podendo
chegar a alguns dias.
b. Crônica: pode ser longa.
2. Características morfológicas
a. Aguda
i. Exsudação de líquidos e
proteínas (edema);
ii. Vasodilatação;
iii. Emigração de leucócitos com
predomínio de neutrófilos.
b. Crônica
i. Predomínio de fenômenos
destrutivos e reparadores;
1. Angiogênese
2. Fibrose
ii. Presença de leucócitos
mononucleares (macrófagos e
linfócitos).
3. Agente
a. Aguda: geralmente, o agente é
rapidamente reconhecido;
b. Crônica: agente mais dificilmente
reconhecidos, como as micobactérias.
HANSENÍASE
É uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta,
polimorfa, causada pelo Mycobacterium leprae, que
acomete principalmente os nervos periféricos e a pele.
EPIDEMIOLOGIA
● Considerada doença tropical negligenciada;
o Persiste endêmica em população pobre
a despeito do tratamento eficaz e
gratuito há mais de 3 décadas.
● Brasil é o 2º em número absoluto de casos;
● Em 2013, foram detectados 31 mil casos novos
no Brasil, sem alterações desde 2004;
● Predomínio nas regiões norte, centro-oeste e
nordeste.
ETIOPATOGENIA
É causada pelo Mycobacterium leprae, bacilo
álcool-ácido resistente (BAAR) visualizado na
baciloscopia de esfregaço intradérmico ou amostra de
tecido.
Infecta, em especial, macrófagos e células de Schwann e
requer temperaturas entre 27 e 30ºC, que é
clinicamente notável pelo predomínio de lesões nas
áreas mais frias do corpo.
● Sua cápsula apresenta o glicolipídio fenólico
(PGL-1), envolvido na interação do leprae com a
laminina das células de Schwann.
TRANSMISSÃO: por via respiratória, pelo contato direto
e prolongado de indivíduo bacilífero com indivíduo
suscetível. Possui alta infectividade e baixa
patogenicidade.
CLASSIFICAÇÕES
1. Madri
a. Dois grupos instáveis
b. Indeterminado
c. Dimorfo (borderline)
d. Dois grupos estáveis
i. Virchowiano
ii. Tuberculoide
2. Ridley e Jopling: conceito de doença espectral,
baseando-se nas características clínica,
baciloscópica, imunológica e histopatológica da
hanseníase.
a. Tuberculoide (TT) e Virchowiana (VV)
nos polos;
b. Dimorfa-tuberculoide (DT) e
dimorfa-virchowiana (DV)
c. Dimorfa-dimorfa (DD)
3. Operacional da OMS: utilizada para simplificar o
início do tto.
a. Paucibacilar: 1 a 5 lesões cutâneas;
b. Multibacilar: acima de 5 lesões
cutâneas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
● Predomínio de manifestações neurocutâneas;
● Em formas multibacilares avançadas, pode
haver manifestações sistêmicas.
● Queixas
o Pele seca
o Queda de cabelo
o Áreas com ardor
o Prurido
o Dor
o Todas essas podem estar expressando
alterações de sensibilidade na pele e/ou
mucosa.
● Obstrução nasal;
● Dificuldade para apreensão de objetos;
● Queimaduras indolores;
● Lesões traumáticas indolores.
O indivíduo suscetível infectado, após período de
incubação de 3 a 5 anos, pode permanecer sem doença,
ter cura espontânea ou evoluir para hanseníase
indeterminada.
HANSENÍASE INDETERMINADA
Forma inicial da doença.
1. Máculas hipocrômicas ou eritematosas;
a. Mal delimitadas
b. Discreta diminuição da sensibilidade
c. Redução da sudorese e/ou crescimento
de pelos.
2. Exame anatomopatológico: inespecífico, com
leve infiltrado inflamatório ao redor dos nervos
e vasos.
3. Baciloscopia negativa.
4. Fase não transmissível e não incapacitante.
A maioria das pessoas com HI evolui para cura
espontânea ou, após 5 anos, pode evoluir para outras
formas de hanseníase.
HANSENÍASE TUBERCULOIDE
1. Poucas pápulas ou placas
a. Bem delimitadas;
b. Tamanho e forma variada;
c. Bordas infiltradas nítidas;
d. Coloração eritematoacastanhada;
e. Centro hipocrômico;
f. Anestesia, anidrose, alopecia.
2. Resposta com predomínio Th1;
a. IL-2, IL-12, IFN-g e TNF-alfa.
3. Anatomopatológico
a. Granuloma bem definido
b. Células gigantes multinucleadas do tipo
Langhans.
4. Baciloscopia negativa
HANSENÍASE VIRCHOWIANA
1. Lesões difusas
a. Pardacentas
b. Limites imprecisos
c. Discreta alteração de sensibilidade
d. Alopecia, levando à perda de cílios e
sobrancelhas (madarose)
e. Xerose (ressecamento)
f. Obstrução nasal (invasão das mucosas)
g. Prurido ocular (infiltrado nos olhos)
h. Nas formas avançadas, infiltração difusa
da face (fácies leonina)
i. Espessamento dos lóbulos das orelhas;
2. Bacteremias assintomáticas intermitentes levam
à disseminação, com predomínio do
acometimento nos órgãos do sistema
reticuloendotelial (fraqueza, anemia e perda de
peso).
3. Paciente apresenta resposta imune celular
ineficiente específica ao M. leprae.
a. Predomínio Th2;
b. Produção de IL-4, IL-5 e IL-10.
4. Anatomopatológico
a. Epiderme separada do infiltrado
inflamatório por faixa de fibras
colágenas (faixa de Unna)
5. Baciloscopia com numerosos bacilos.
HANSENÍASE DIMORFA
Compreende a maior parte dos casos de hanseníase no
nosso meio; são grupos instáveis.
1. Lesões de diferentes aspectos;
a. Polo Tuberculoide ou Virchowiano
HANSENÍASE
DIMORFA-TUBERCULOIDE
1. Semelhante à forma Tuberculoide
a. Lesões com bordas menos nítidas e
mais numerosas
b. Alteração de sensibilidade
c. Incapacidades
2. Anatomopatológico
a. Infiltrado granulomatoso
b. Numerosos linfócitos
3. Baciloscopia com raros bacilos
HANSENÍASE DIMORFA-DIMORFA
1. Lesões de aspecto ovalados
a. Disposição foveolar
b. Bordas eritematosas de limites externos
imprecisos e bordas internas bem
delimitadas.
c. Alterações de sensibilidade às vezes.
2. Anatomopatológico
a. Esboços granulomatosos
b. Infiltrado linfo-histiocitário
3. Baciloscopia positiva
HANSENÍASE
DIMORFA-VIRCHOWIANA
1. Múltiplas lesões
a. Limites imprecisos
b. Máculas eritematosas, pápulas, placas
ou nódulos
c. Discreta alteração da sensibilidade
2. Anatomopatológico
a. Infiltrado linfo-histiocitário
3. Baciloscopia francamente positiva
HANSENÍASE REACIONAL
Os surtos reacionais são definidos como episódios
inflamatórios que se intercalam no curso da doença.
● Muitas vezes podem chamar mais atenção do
que as próprias lesões primárias da hanseníase,
pela riqueza de sinais e sintomas.
o E pela sua evolução aguda.
Os tipos de reação mais importantes são a reação
reversa ou tipo 1 e a reação do tipo 2 ou Eritema
Nodoso da hanseníase (ENH).
1. REAÇÃO REVERSA
a. Característica da hanseníase dimorfa.
b. É considerada reação mediada pela
imunidade celular.
c. Exacerbação das lesões preexistentes,
que se tornam edemaciadas, brilhantes,
semelhantes à erisipela.
d. Sintomas sistêmicos
i. Febre baixa
ii. Novas lesões
iii. Neurites
2. ERITEMA NODOSO HANSÊNICO
a. Observada nas formas multibacilares
(virchowianas), em geral, após seis
meses de tto.
b. É uma Paniculite (inflamação da
hipoderme) lobular, acompanhado de
vasculite.
c. É uma síndrome desencadeada por
depósito de imunocomplexos nos
tecidos e vasos, mas a imunidade
celular possui importância em etapas
iniciais do processo.
d. Manifestações clínicas:
i. Febre e linfadenopatia;
ii. Neurite
iii. Uveíte
iv. Orquite
v. Glomerulonefrite
vi. Edema de MMII
vii. Leucocitose desviada, VHS e
PCR /\.
e. A lesão típica é eritematosa, dolorosa,
de tamanhos e formas variadxs.
i. Evoluem para ulceração
(eritema nodoso necrotizante) –
FIGURA 15B.
3. FENÔMENO DE LUCIO
a. Ocorre antes do tto em poucos
virchowianos.
b. Lesões maculares equimóticas
(necróticas).
c. Mais comumente em extremidades.
d. Aparência de um grande queimado.
e. Histopatologia demonstra necrose
isquêmica da epiderme e derme
superficial.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
1. Indeterminada
a. Pitiríase alba
b. P. versicolor
c. Vitiligo
d. Nevo anêmico
e. Hipocromia pós-inflamatória
2. Tuberculoide
a. Sarcoidose
b. Granuloma anular
c. TB
d. LES
3. Virchowianas
a. Esclerodermia
b. Dermatomiosite
c. LES
d. Micose
e. Xantoma
EXAMES LABORATORIAIS
1. Teste da sensibilidade
a. Térmica é a mais precoce
2. Prova da histamina: coloca-se histamina e
analisa-se a resposta (ineficiente),revelando
lesão de ramo neural periférico em gerar
eritema reflexo.
3. Prova da pilocarpina: área pincelado com
tintura de iodo, injeta-se pilocarpina, polvilha-se
amido sobre o local. Se os ramos estiverem
íntegros, haverá sudorese, levando ao
surgimento de pontos azul-escuros resultantes
do contato da umidade com iodo e amido.
4. Exame anatomopatológico: realizado a partir da
biopsia coletada de lesão cutânea ou nervo.
Busca-se alterações e bacilos.
5. Baciloscopia: positivo é dn.
6. Reação de Mitsuda: avalia capacidade do
indivíduo de elaborar resposta imunológica
granulomatosa a antígenos do leprae.
a. – na virchowiana e + na Tuberculoide.
7. Sorológico: detecta anticorpo glicolipídio
fenólica 1 (PGL-1); reflete carga bacilar.
TRATAMENTO
A poliquimioterapia é indicada por prevenir a
resistência, diminuir rapidamente a carga bacilar, ter
poucos efeitos colaterais e baixa taxa de recidiva.
1. Rifampicina
2. Dapsona
3. Clofazimina
4. Reação tipo 1
a. Prednisona
5. Reação tipo 2
a. AINE
b. Talidomida
CMUSP ‘16
HARRISON ‘17
GUIA PRÁTICO SOBRE HANSENÍASE DA MS ‘17
ROBBINS ‘17
MEDCURSO ‘17
MEDCEL ‘17