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II Índice Índice de Figuras .............................................................................................................................V Índice de tabelas ............................................................................................................................ VI Índice de gráficos ......................................................................................................................... VII Lista de apêndices .......................................................................................................................VIII Lista de abreviaturas ..................................................................................................................... IX Declaração de Honra .......................................................................................................................X Dedicatória .................................................................................................................................... XI Agradecimento ............................................................................................................................. XII Resumo .......................................................................................................................................XIII Abstract ...................................................................................................................................... XIV CAPÍTULO I .................................................................................................................................. 1 1. Introdução ................................................................................................................................... 1 1.1 Justificativa............................................................................................................................ 3 1.2. Problematização ................................................................................................................... 3 1.3. Hipóteses .............................................................................................................................. 4 1.4. Objectivos............................................................................................................................. 4 1.4.1. Objectivo geral .............................................................................................................. 4 1.4.2. Objectivos específicos ................................................................................................... 4 1.5. Delimitação do tema............................................................................................................. 5 1.6. Enquadramento do tema ....................................................................................................... 5 1.7. Metodologias de pesquisa .................................................................................................... 5 1.7.1. Pesquisa qualitativa. ...................................................................................................... 5 1.7.2. Método bibliográfico ..................................................................................................... 5 1.7.3. Técnicas ......................................................................................................................... 6 1.8. Relevância do tema .............................................................................................................. 6 1.9. Amostragem ......................................................................................................................... 7 1.9.1. População/universo e amostra da pesquisa .................................................................... 7 1.9.2. Critério de inclusão e de exclusão ................................................................................. 7 1.10. Considerações Éticas .......................................................................................................... 7 1.11. Indicadores e Variáveis do estudo ...................................................................................... 7 III CAPÍTULO II ................................................................................................................................. 9 2.Fundamentação Teórica ............................................................................................................... 9 2.1. Distúrbios músculo-esqueléticos .......................................................................................... 9 2.2. Conceitos básicos ............................................................................................................... 10 2.2.1. Entorses, Contusões e Distensões ................................................................................ 10 2.2.2. Fisiopatologia .............................................................................................................. 11 2.2.3. Sinais e Sintomas ......................................................................................................... 11 2.2.4. Diagnóstico e Tratamento ............................................................................................ 12 2.3. Luxações............................................................................................................................. 12 2.3.1. Fisiopatologia .............................................................................................................. 12 2.3.2. Diagnóstico .................................................................................................................. 13 2.3.3. Fracturas ...................................................................................................................... 13 2.4. Tracção ............................................................................................................................... 13 2.5. Discrição da situação dos distúrbios músculo-esqueléticos ............................................... 14 2.5.1. Factores de risco relacionados com o trabalho ............................................................ 16 2.5.2. Aspectos físicos do trabalho ........................................................................................ 16 2.5.3. Factores psicossociais relacionados com o trabalho.................................................... 17 2.5.4. Factores relacionados com a organização do trabalho. ............................................... 17 2.6. Consequências dos DME ................................................................................................... 18 2.7. Deveres do empregador ...................................................................................................... 18 2.8. Associação comercial e industrial de Sofala (www.acisofala.com 25).............................. 19 CAPÍTULO III .............................................................................................................................. 20 3.1. Contextualização da área do estudo ................................................................................... 20 3.1.Visão.................................................................................................................................... 21 3.2.Missão ................................................................................................................................. 21 3.3.Valores ................................................................................................................................ 21 CAPITULO IV.............................................................................................................................. 22 4.1. Análise e Discussão dos resultados .................................................................................... 22 4.1.1. Resultados das entrevistas e inquérito......................................................................... 22 4.1.2. Resultados das observações no exercício laboral ........................................................ 24 4.1.3. Discussão dos resultados ............................................................................................. 24 IV CAPITULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................... 26 5.1. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 26 5.2. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................ 26 5.3. Limitações do trabalho ....................................................................................................... 27 6. Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 28 Apêndices ..................................................................................................................................... XV Anexos .................................................................................................................................... XXIV V Índice de Figuras Figura 1: Entorse no tornozelo..................................................................................................... 11 Figura 2: Luxações de Joelho ...................................................................................................... 12 Figura 3: Fracturas ....................................................................................................................... 13 VI Índice de tabelas Tabela 1: Indicadores e Variáveis do estudo ................................................................................. 8 Tabela 2: DME mais comuns na empresa .................................................................................... 22 Tabela 3 :resultados percentual de dores ligados a DME ............................................................ 23 VII Índice de gráficos Gráfico 1:Análise do crescimento de dores ligados a DME ........................................................ 23 VIII Lista de apêndices Apêndice 1 : Orçamento ........................................................................................................... XVI Apêndice 2: Cronograma da Pesquisa ..................................................................................... XVII Apêndice 3: Guião de Observação ......................................................................................... XVIII Apêndice 4: Entrevista á direcção da empresa de construção civil CETA .............................. XIX Apêndice 5: Inquérito para os trabalhadores .............................................................................. XX Apêndice 6: Inquérito para os Supervisores de Obras ............................................................. XXI Apêndice 7: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................................... XXII file:///C:/Users/Tecnico/Desktop/Declaração%20de%20Honra.docx%23_Toc482185235 file:///C:/Users/Tecnico/Desktop/Declaração%20de%20Honra.docx%23_Toc482185236 file:///C:/Users/Tecnico/Desktop/Declaração%20de%20Honra.docx%23_Toc482185237 file:///C:/Users/Tecnico/Desktop/Declaração%20de%20Honra.docx%23_Toc482185238 file:///C:/Users/Tecnico/Desktop/Declaração%20de%20Honra.docx%23_Toc482185239 IX Lista de abreviaturas DME - Distúrbios Músculo-esqueléticos DPS – Direcção Provincial de Saúde SUS - Sistema Único de Saúde LER - Lesão por Esforço Repetitivo LMERT – Lesões Músculo-esquelética relacionados ao trabalho DIPS - Direcção da Inspecção Provincial de Sofala DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho SNE - Sistema Nacional de Educação GADEC - Gestão Ambiental do Desenvolvimento Comunitária GPS - Governo da Província da Sofala RCC - Ramo de Construção Civil X Declaração de Honra Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. Beira, ao 10 de Maio de 2017 ________________________________________________________ XI Dedicatória Dedico este trabalho, a minha esposa, aos meus filhos André, Cairo, Delvía, Teodoro, Natércia e Plínio, a minha mãe Lucialina Macucule, aos meus sogros Lopes Sendela e Maria Samo Chambela, e não me esquecendo do meu único irmão Tenito Romão, pelo esforço empreendido a chegar a esta etapa importante da minha vida. XII Agradecimento Agradeço primeiramente a Deus, que sempre guiou meus passos e confortou-me nos momentos em que precisei. Obrigado Senhor! A minha supervisora, dra. Elsa Cossa, pela confiança quando aceitou me orientar, e que com paciência e competência, dedicação, carinho, amizade e profissionalismo, conduziu este estudo durante toda a sua realização. Á minha Esposa Tânia Yolanda Chambela, minha grande companheira, pelo carinho e amor que me dedica desde que entrou em minha vida, e pelo apoio na elaboração desse trabalho. Aos meus colegas, amigos que alegraram o dia-a-dia de uma longa jornada académica, e que agora, com certeza, deixarão saudades, aos meus professores, pelo conhecimento compartilhado, e a todas as pessoas que, embora não citadas aqui, contribuíram para que eu pudesse chegar a mais uma etapa importante da minha vida. XIII Resumo As Lesões Músculo-Esqueléticas Ligadas ao Trabalho resultam da acção de factores de risco profissionais como a repetição de tarefas, a sobrecarga e/ou a postura adoptada durante o trabalho e de factores de risco individuais e organizacionais/psicossociais. Facto que resulta em deficiências parciais e ou permanentes ou em acidentes mortais em trabalhadores da área da construção civil. O presente trabalho tem por objectivo conhecer a existência de distúrbios músculo-esqueléticos aos trabalhadores da construção civil sendo o foco do estudo a empresa CETA cita na cidade da Beira. A mostra foi de 30 trabalhadores constituídos por membros da direcção, engenheiros, mestres, condutores de máquinas e serventes da empresa sobre a existência de DME, através da aplicação de questionário aos trabalhadores com mais de cinco anos de serviço. A partir dos resultados obtidos pode-se afirmar que os trabalhadores da CETA não apresentam DME, apesar de se manifestar dores nas diferentes zonas corporais, devido à realização de tarefas repetitivas, levantamento e transporte de cargas, a exposição a temperaturas extremas. Pode-se afirmar ainda embora o trabalhadores citam alguns problemas de saúde relacionados com DME mas desconhecem a sua origem o que torna necessário um trabalho de sensibilização sobre algumas doenças profissionais ou resultantes de acidentes de trabalho. Palavras-chave: Distúrbios, Músculo-Esqueléticas, Lesões, Osteomuscular, Trabalho. XIV Abstract Work-relatedmusculoskeletal injuries result from professional risk factors such as the repetition of tasks, work overload, and/or bad posture adopted at work, as well as other individual and organizational/psychosocial risks. The objective of the present study is to discover the existence of musculoskeletal disorders in civil construction workers, focusing on CETA, a construction company based in the city of Beira. The study sample consisted of 30 workers, drawn from members of the management team, engineers, instructors, machine operators, and company janitors, and was restricted to workers with more than 5 years experience at CETA. The sample was assessed for the existence of musculoskeletal disorders (DME) through a questionnaire-based application, and, from the obtained results, one can state that the company’s workers do not exhibit symptoms of DME, despite expressing pain in other body regions, resulting from carrying out repetitive tasks, lifting and transporting cargo, and being exposed to extreme temperatures. Nonetheless, one can state that workers suffering from health problems related to DME deny the origins thereof, this rendering it necessary to cultivate awareness in the workplace of work-related illnesses and of the adverse health effects of work-related accidents. Key words: disorder, musculoskeletal, injuries, osteomuscular, work 1 CAPÍTULO I 1. Introdução Construção civil é o termo que engloba a construções de obras como casas, edifícios, pontes, barragens, fundações de máquinas, estradas, aeroportos e outras infra-estruturas, onde participam engenheiros civis e arquitectos em colaboração com técnicos de outras áreas. Fazem parte do funcionários mestres pedreiros, electricistas, serralheiros, pintores, motoristas de diversas maquinas, ajudantes e ou serventes, para além de simples funcionários. Na engenharia e na arquitectura, a construção é a execução de projecto previamente elaborados, seja de uma edificação ou de uma obra de arte, que são obras de maior porte destinadas a infra- estrutura como pontes, viadutos ou túneis. É a execução de todas as etapas do projecto da fundação ao acabamento, consistindo em construir obras, respeitando as técnicas construtivas e as normas técnicas vigentes. Os distúrbios músculo-esqueléticos são um conjunto de patologias de características inflamatórias, que atingem os tecidos moles (músculo, ligamentos, cápsulas articulares e aponeuroses), tais como lombalgias, cervicalgias, fibromialgias, mialgias em geral, sinovites, tendinites tenossivonites, epicondilites entre outras (MAENOET al. 2001). Actualmente, Moçambique tem sofrido enormes problemas relacionados com os distúrbios músculo-esqueléticos (DME) em trabalhadores das empresas de construção civis e ocasionam prejuízos no gerenciamento dos sistemas de saúde, principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS), tendo em vista os afastamentos e absenteísmos, gerando deficiências no cuidado com as populações. Os distúrbios músculo-esqueléticos são responsáveis por elevados índices de absenteísmo e incapacidade temporária ou permanente, com reflexos negativos também para a qualidade dos serviços de saúde prestados e deixando muitas famílias desempregadas e resultando a atribuição da reforma incompleta pelo Instituto de Segurança Social quando o trabalhador não tenha completado o tempo necessário de 35 anos de serviço para homens e 30 para mulheres. Sendo a Cidade da Beira uma das cidades que possui grandes empresas de construção civis, sector que a nível mundial representa maior índice de distúrbios músculo-esquelético, o presente trabalho poderá ajudar na mudança de comportamento tanto dos empregadores assim como dos trabalhadores de construção civil, optando por boas práticas de construção, observando todas as regras necessárias o que reduzirá o índice distúrbios músculo-esqueléticos e também, esta pesquisa 2 poderá servir como contributo para pesquisas semelhantes na Província de Sofala, em particular cidade da Beira. O trabalho é composto por quatro capítulos, sendo o primeiro referente à introdução e aos seus respectivos conteúdos científicos. O segundo fundamentação teórica, o terceiro à descrição da área de estudo, o quarto analise e discussão dos resultados, o quinto conclusões e recomendações mas para o fim, a bibliografia usada para a realização do trabalho, os apêndices e anexos. 3 1.1 Justificativa As tendências actuais das políticas para o Sistema SUS, apresentam relatórios, no sentido de construir indicadores para gestão dos DME, que contribuam no diagnóstico e planeamento do trabalho de avaliação contínua dos problemas da prática profissional. Essas tendências da política governamental mostram a necessidade de realizar projectos multidisciplinares de pesquisa, sobre práticas de integralidade em saúde, com a ênfase na construção civil. As evidências científicas acerca dos factores de risco dos distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho são muitas, devido a não observância das regras seguras para a construção civil em Moçambique. A lesão no sistema músculo-esquelético ocorre quando o limite de carga é excedido por meio do processo somatório de cargas, considerando, assim, que não é o esforço que é demasiado, mas sim a repetição. A escolha do tema baseia-se na constatação feita pelo autor na análise dos dados fornecidos pela Inspecção Provincial de trabalho referente aos anos 2014 a 2016, que mostra uma tendência de aumento de acidentes incluindo a área de a construção Civil. Contudo, aumento do número de empresas nesta cidade faz com que também cresça o índice dos distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, acidentes esses que colocam o risco do trabalhador. 1.2. Problematização A empresa da Construção Civil é uma das que apresenta maiores índices de acidentes a nível mundial. Nos países da União Europeia, do número total de acidentes de trabalho em todas as actividades económicas, o sector da construção representa cerca de 18% (cerca de 850 000 acidentes de trabalho com mais de três dias de trabalho perdidos em cada ano) e no que diz respeito aos acidentes de trabalho mortais, representa cerca de 24% (cerca de 1300 acidentes de trabalho mortais em cada ano) (DIAS, 2004). Em Moçambique, os dados estatísticos disponíveis dos Acidentes de Trabalho divulgados em 2013 pelo Ministério de Trabalho e Função pública que indicam, em comparação com os dos anos anteriores, significativo aumento no número de acidentes trabalhistas registados. São grandes os impactos financeiros dos acidentes do trabalho no orçamento estatal que perde-se com pagamento de pensões e em consequência disso tem frustradas suas políticas sociais, (ARONE, 2015). No contexto Moçambicano a construção civil é um dos sectores mais problemático e, ao mesmo tempo, um dos que apresenta maiores desafios para a saúde pública, especificamente para a saúde 4 do trabalhador. O sector é conhecido por sua capacidade de absorver grandes contingentes de trabalhadores, inclusive os de baixa qualificação. Quanto ao nível de escolaridade do trabalhador da construção civil a grande maioria tem até o nível elementar, alguns sem escolarização mas existe também um número razoável de trabalhadores que possuem alguma instrução. Segundos dados registados anualmente da DIPS do GPS referente aos anos 2014 a 2016 mostram um aumento de acidentes de trabalho, na ordem de 2014 (79), 2015 (171 destes 37 são de Construção Civil), 2016 até o mês de Outubro foram verificados 82 acidentes. Segundo a DIPS esta situação tem resultado em deficiência parcial ou permanente dos funcionários. Face a esta situação, coloca-se a seguinte questão: - Será que existem distúrbios músculo-esqueléticos nos trabalhadores da empresa CETA daCidade da Beira? 1.3. Hipóteses É provável que, existam distúrbios músculo-esqueléticos na empresa CETA por não existirem equipamentos de protecção; É provável que existam na empresa CETA distúrbios músculo-esqueléticos porque os trabalhadores não usam equipamentos de protecção; É provável que não existam distúrbios músculo-esqueléticos porque a empresa possui equipamentos de protecção e segurança no trabalho. 1.4. Objectivos 1.4.1. Objectivo geral Verificar a existência de distúrbios músculo-esqueléticos nos trabalhadores da empresa CETA da Cidade da Beira. 1.4.2. Objectivos específicos Identificar o tipo de distúrbios músculo-esqueléticos existentes nos trabalhadores da empresa CETA; Verificar a postura dos trabalhadores da empresa CETA no período laboral; Verificar a existência de equipamentos de segurança na empresa CETA. 5 1.5. Delimitação do tema O presente trabalho intitulado Distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho nos trabalhadores da empresa CETA do Ramo de Construção Civil, realizou-se na Província de Sofala, no Município da Beira - Cidade da Beira, concretamente no Bairro da Manga. Apesar da complexidade do tema, o trabalho limitou-se apenas em pesquisar a existência de distúrbios músculo-esqueléticos aos trabalhadores da empresa CETA, desde Junho a Dezembro de 2016. 1.6. Enquadramento do tema O tema do presente trabalho de pesquisa enquadra-se: a) Na universidade Pedagógica Nas cadeiras Anatomia, Fisiologia animal e humana; Nas instituições de ensino em Saúde. b) No sistema nacional do Ensino (SNE) No Ensino Primário, na disciplina de Ciências Naturais na 4ª classe (primeira unidade); 5ª classe (oitava unidade), no Ensino Secundário, na disciplina de Biologia 8ª classe (oitava unidade). 1.7. Metodologias de pesquisa 1.7.1. Pesquisa qualitativa. O método qualitativo foi empregue, na sua generalidade, nos procedimentos interpretativos, não experimentais, na colecta de dados por meio de entrevistas, observação, investigação participativa, de modo a buscar a compreensão dos fenómenos, a partir da perspectiva dos participantes, e na utilização do enfoque indutivo na análise dos dados, ou seja, realização de generalizações de observações limitadas e específicas. Este método permitiu identificar e explorar os significados dos fenómenos em estudo e as interacções que estabelecem de forma flexível. 1.7.2. Método bibliográfico Este constitui o suporte científico que guiou esta pesquisa. Consistiu na leitura da bibliografia publicada em relação ao tema em estudo, o que permitiu a aquisição de pressupostos teóricos sobre os problemas de saúde relacionados com o trabalho. 6 1.7.3. Técnicas 1.7.3.1. Técnica de Observação Com este método fez-se a observação das reais condições do trabalho na empresa, a duração do tempo de trabalho, a posturas no trabalho, a repetividade das tarefas executada, a força exercida pelos trabalhadores, a temperatura exposta ao trabalho, entre outros aspectos. Com esta técnica, o autor obteve informações sobre o tema, ajudando muito na colecta e registo de fenómenos que aparecem na realidade, sendo um recurso importante para a realização da pesquisa (vide apêndice 3). 1.7.3.2. Técnica de Entrevista A técnica, consistiu na entrevista da Direcção da empresa de construção civil CETA sobre as doenças mais frequentes na empresa e sua relação com a tarefa que os trabalhadores realizam. Sendo assim foram entrevistados o (2) engenheiros (1 supervisores das obras) e 1 de recursos humanos pertencentes a empresa (vide apêndice 4). 1.7.4.3. Técnica de Inquérito O autor inquiriu um total de 27 trabalhadores pertencentes a mesma empresa. O inquérito estava estruturado por questões fechadas do tipo múltipla escolha e uma com comentário da escolha da opção. (vide apêndice 6). 1.8. Relevância do tema A pesquisa é de estrema relevância científica e social pois consiste em estudar, isto é, identificar problemas de saúde ocupacional numa empresa de construção civil, DME de forma multi-factorial, por meio de vários instrumentos com indicadores, capaz de minimizar ou prevenir patologias ocupacionais, fornecendo, assim, subsídios para que os envolvidos, procurarem métodos de trabalho que visem a saúde dos trabalhadores e que possam enriquecer seus conhecimentos para proporem melhorias no sentido de que se evitem acidentes, afastamentos e inactividade, com o intuito de melhorar a efectividade no trabalho e a redução dos custos de maneira geral. 7 1.9. Amostragem Dentro do presente trabalho de pesquisa usou-se a amostragem aleatório, a escolha da amostragem deve-se o facto de existirem muitas empresas da construção civis a nível da cidade da Beira. Deste modo o autor trabalhou com uma empresa privada como forma de tornar a mostra mais representativa. A escolha dos trabalhadores foi aleatória visto que a empresa apresenta muitos trabalhadores. 1.9.1. População/universo e amostra da pesquisa Dos 62 trabalhadores da empresa que constituem o universo retirou-se 30 trabalhadores como amostra da pesquisa. 1.9.2. Critério de inclusão e de exclusão Foram seleccionados para o estudo 30 trabalhadores ligados á área de construção civil com mais de cinco anos em actividade no sector, considerando que este tempo é o suficiente para o aparecimento de sintomas músculo-esqueléticos associados às actividades laborais e foram excluídos todos reformados e funcionários de outras áreas. 1.10. Considerações Éticas O autor garantiu assegurar o respeito total dos direitos dos participantes da pesquisa e a confidencialidade da informação revelada ou detectada durante as entrevistas e observação. Todos os participantes para o estudo são voluntários. Dai que foram garantidas todas as considerações éticas e a sua reputação ou emprego não serão afectadas durante as sessões. A pesquisa foi realizada na empresa que autorizou o estudo, mediante ao termo de autorização. Sendo que os trabalhadores que foram submetidos à pesquisa, a participação foi espontânea e de carácter voluntário. As informações obtidas de carácter confidencial, sendo resguardada à privacidade dos entrevistados no momento da análise e apresentação dos dados. 1.11. Indicadores e Variáveis do estudo Foi usado para o presente trabalho a pesquisa qualitativa, sendo as variáveis nominais, de modo a encontrar as relações entre o trabalho e os distúrbios músculo-esqueléticos, o histórico patológico, boas relações de trabalho como as descritas no quadro abaixo. 8 Tabela 1: Indicadores e Variáveis do estudo Indicadores Variáveis Dados epidemiológicos; Aposentadoria por incapacidade física Lesões músculo-esqueléticas Histórico patológico; Fadiga ou Força; Alterações laboratoriais. Baixa produtividade e o abandono do local de trabalho; Sintomas de distúrbios músculo-esqueléticos; Péssimas condições de trabalho; Duração de tempo do movimento e esforço Físico. Conflitos pessoais e interpessoais; Irritações e cansaço; Despersonalização; Baixa estima. Isolamento; Ausência de equipe e baixa produtividade; Abandono profissional; Status negativo; Falta de ética e de relacionamento; Competitividade Fonte: O autor 9 CAPÍTULO II 2.Fundamentação Teórica 2.1. Distúrbios músculo-esqueléticos O sistema músculo-esquelético é constituído por estruturas que o corpo utiliza para a sustentação e o movimento. Ele também protege órgãos internos do corpo. Distúrbios que afectam o sistema músculo-esquelético afectam a capacidade do indivíduo de realizar as actividades quotidianas e de permanecer activo, móvel e condicionado fisicamente. Os distúrbios osteomusculares ou músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho (DORT), continuam crescendo entre a população de trabalhadores,e o problema contínua sendo uma preocupação dentro do tema sobre promoção à saúde no trabalho. As DORTs incluem uma variedade de condições inflamatórias e degenerativas afectando os músculos, tendões, ligamentos, articulações, nervos periféricos, etc; incluindo: inflamações em tendões (tendinites), tenossinuvites, bursites, compressões nervosas (como síndrome do túnel do carpo, dor ciática), bem como outras condições como mialgias, lombalgias, etc. (PUNNET; WEGMAN, 2004). O trabalho é uma categoria fundamental para se compreender as formas concretas de existência dos seres humanos, a maneira pela qual historicamente vêm se constituindo as sociedades e desenvolvendo os modos de produção material, as relações sociais e os valores do humano (BORGES, 1999). Estudos trazem como factores de risco para o surgimento de DORTs: utilização de força muscular, repetição de movimentos, posturas estáticas prolongadas, sendo esses factores associados às variáveis intensidade e exposição temporal, entre outros (KUMAR, 2001; MARRAS, 2000) A saúde do trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que tem como objecto de estudo e intervenção as relações entre trabalho e saúde. Tem como objectivos a promoção e a protecção da saúde do trabalhador, por meio de desenvolvimento de acções de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada ao SUS. Há outras denominações para esse conjunto de patologias, como da tradução do inglês CumulativeTraum, Disorders (desordem por acumulação de trauma), ou Lesão por Esforço Repetitivo (LER), adoptada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social em 1993, posteriormente substituído pela sigla DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho da tradução de 10 Work-RelatedMusculoskeletalDisorders). Esta última apresenta duas partes, nos primeiros os critérios de diagnósticos onde se apresentam como sinónimos LER e DORT e na segunda a definição para os critérios de incapacidade e de concessão de benefícios providenciarias, definida pela Instrução Normativa do INSS/DC 98 de 10/12/2003 como: “um síndroma crónico, acompanhada ou não de alterações objectivas, que manifesta-se principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afectar tendões, músculos ou nervos periféricos” (Ministério da Saúde, Ordem de Serviço/INSS no. 606/1998). Um dos maiores problemas que afecta a saúde do trabalhador são os distúrbios músculo- esqueléticas ligadas ao trabalho, que são patologias que se manifestam por alterações a nível muscular, tendões, nervos, ligamentos e cartilagens. Seu diagnóstico, portanto, deve levar em consideração as condições de trabalho, a intensidade, a frequência e as posturas adoptadas durante o mesmo (Oliveira, 1997). O manuseio manual de materiais, tarefas como levantar, baixar, empurrar, puxar e carregar diversos objectos para a construção de grandes obras podem resultar em distúrbios músculo- esqueléticos como lesões nos músculos, tendões, nervos, discos da coluna entre, outros. A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas. 2.2. Conceitos básicos 2.2.1. Entorses, Contusões e Distensões Lesão por Esforço Repetitivo (LER) - designa um conjunto de lesões detectadas em outros sistemas além do músculo-esquelético, diferentemente do termo Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT). Entorse - é a lesão de um músculo quando é distendido ou tracionado além de sua capacidade. Contusão - é a lesão dos tecidos moles resultante de um golpe ou de um trauma fechado. Distensões – são lesões dos ligamentos que circundam uma articulação. 11 Figura 1: Entorse no tornozelo Fonte: http://www.criasaude.com.br/N2988/doencas/entorse.html 10/09 2016-09-10 pela 19:14 2.2.2. Fisiopatologia Entorse – ocorre em consequência de estresse excessivo, de uso excessivo ou hiperdistensão. Pequenos vasos sanguíneos do músculo se rompem e as fibras musculares sofrem minúsculas lacerações. O paciente apresenta inflamação, sensibilidade local e espasmos musculares. Contusão– a lesão é confinada aos tecidos moles e não afecta a estrutura músculo-esquelética. Muitos vasos sanguíneos pequenos rompem, produzindo equimoses ou um hematoma. A aplicação de compressas frias ajuda a aliviar a dor local, o edema e as equimoses. A resolução de uma contusão, geralmente ocorre em duas semanas. Distensões – resultam de um movimento anormal súbito ou do estiramento de uma articulação, comum nas quedas ou em outras lesões acidentais. A força gira a articulação em uma direcção para a qual ela não foi projectada, ou a desloca além de sua amplitude normal de movimentos, lacerando ou rompendo parcialmente a fixação dos ligamentos. Contudo, nas distensões traumáticas graves, um fragmento do osso ao qual o ligamento está fixado pode descolar fractura por avulsão. Pode se formar um hematoma posteriormente, contribuindo para o aumento da dor. 2.2.3. Sinais e Sintomas A área lesada torna-se imediatamente dolorosa, e em geral com a formação de edema. Tipicamente o paciente evita sustentar o peso total do corpo ou utilizar a articulação ou membro lesado – posição antológica. Podem surgir (mais tarde) equimoses. http://www.criasaude.com.br/N2988/doencas/entorse.html%2010/09%202016-09-10%20pela%2019:14 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sprained_foot.jpg 12 2.2.4. Diagnóstico e Tratamento As radiografias podem revelar alterações do sistema músculo-esquelético, podendo também descartar ou confirmar fracturas. A aplicação de bolsa de gelo ou bolsa térmica sobre a área nas primeiras 24 a 48 horas, elevação do membro e compressão com atadura elástica podem ser recomendadas, após dois dias (quando o edema provavelmente não aumente mais), é indicado aplicação do calor (redução da dor, diminuição do edema, aumento de circulação local), uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINE). 2.3. Luxações O correm quando as superfícies articulares de uma articulação perdem o contacto. O ombro, o quadril e o joelho são comummente afectados. Uma luxação parcial é denominada subluxação. Figura 2: Luxações de Joelho Fonte: https//www.scribd,com/books/top 2.3.1. Fisiopatologia As luxações em pessoas adultas, normalmente são ocasionadas por traumas. Ocasionalmente, doenças articulares acarretam luxações quando os ligamentos que dão sustentação a articulação são lacerados, distendidos ou relaxados. A separação de ossos adjacentes da articulação interfere no seu uso normal e produz alteração da aparência. A lesão pode comprometer o suprimento sanguíneo, local para estruturas (por ex. Cartilagem articular) provocando degeneração, dor crônica e restrição dos movimentos. 13 2.3.2. Diagnóstico As luxações são em consequência de trauma – dor e espasmos musculares, amplitude de movimentos limitada, e dema, aumento da temperatura local, insensibilidade, formigamento e palidez do tecido distal. 2.3.3. Fracturas É a perda da continuidade óssea por trauma. As fracturas também podem afectar tecidos ou órgãos próximos dos ossos fracturados. As fracturas são classificadas de acordo com o tipo e a extensão: Figura 3: Fracturas Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/saude-bem-estar/fraturas.html 2.4. Tracção É um método de tracionamento de estruturas do sistema músculo-esquelético. Para que a tracção atinja seu objectivo, ela requer a contratação, uma força oposta à tracção mecânica, que em geral é proporcionada pelo próprio peso do paciente. A tracçãoé utilizada para reduzir o espasmo muscular, alinhar o osso e manter a imobilização. A tracção é classificada em: a) Tracção cutânea é obtida através da aplicação de dispositivos sobre a pele que indirectamente afectam os músculos ou os ossos. b) Tracção esquelética – é aplicada directamente num osso com o uso de um fio (de Kirschner) e um pino (Steinmann). Uma anestesia (geral ou local) pode ser utilizada para a introdução desses dispositivos. A tracção é obtida conectando-se a fixação do paciente a um sistema de cordas, polias e pesos. 14 2.5. Discrição da situação dos distúrbios músculo-esqueléticos Os distúrbios músculo-esqueléticos, destacando-se as lombalgias, são os danos que mais acometem os trabalhadores do ramo de construção civil. A lombalgia ocupacional provoca aumento da incapacidade no trabalho e gera prejuízos económicos e sociais. A proposição é um modelo pré-factual, ou seja, efectivamente preventivo, onde ter-se-á um modelo de gestão de trabalhadores da construção civil, onde haveria uma acção harmónica e controlada antecipada à instalação das doenças dos trabalhadores. Um estudo feito no Brasil demonstra que o sector de construção civil é conhecido por sua capacidade de absorver grandes contingentes de trabalhadores, inclusive os de baixa qualificação. Quanto ao nível de escolaridade do trabalhador da construção civil a grande maioria (77,17%) tem até o nível fundamental cursado; aproximadamente 21% dos operários chegaram a concluir o antigo primário (4ª série) do ensino fundamental e ao redor de 18% deles pôde concluir o ensino fundamental (CBIC, 2002). Goldsheyderet al, (2004) observaram que 84% dos trabalhadores com concreto apresentavam baixa escolaridade, enquanto apenas 8% possuíam alguma instrução. No entanto, o nível de escolaridade do trabalhador brasileiro na construção civil vem elevando-se ao longo dos anos. A remuneração do trabalhador da indústria da construção civil também é baixa. A média nacional chega a três salários mínimos mensais para 67% do total de trabalhadores. A região Sudeste é a que apresenta remuneração mais alta dentre todas no país, visto que 60,55% dos trabalhadores ganham até 3 salários mínimos por mês, enquanto, no Nordeste, a percentagem de trabalhadores nessa situação é de 81%. Os estudos efectuados na Europa sugerem que entre 60% e 90% das pessoas irão sofrer de problemas lombares em determinada altura da sua vida e que neste momento entre 15% e 42% da população já sofre de problemas lombares (dependendo da população estudada e da definição de lesão lombar utilizada). Os dados do inquérito europeu sobre as condições de trabalho revelam que 30% dos trabalhadores europeus sofre de dores lombares e que esta queixa se situa no topo de todas as queixas de problemas de saúde relacionados com o trabalho. Num outro relatório recentemente elaborado pela Agência, alguns Estados-Membros da União Europeia indicaram um aumento das lesões relacionadas com a movimentação manual de cargas e de lesões lombares. Apesar de, na maioria dos casos os pacientes apresentarem uma recuperação total após a ocorrência de dores sacrolombares (60%-70% recuperam no espaço de 6 semanas, 70%-90% recuperam no 15 espaço de 12 semanas), esta situação continua a representar uma das principais causas de absentismo ao trabalho. Além disso, a taxa de reincidência de distúrbios sacrolombares é bastante elevada. Num ano a taxa de reincidência situa-se entre os 20% e os 44% e existem dados que apontam para uma taxa de reincidência de 85% ao longo de toda a vida. É importante lembrar que após sofrer a sua primeira lesão, as costas tornam-se mais sensíveis e aumentam as probabilidades de novas lesões se os factores de risco existentes no local de trabalho não forem corrigidos. Embora sejam bastante comuns em todos os tipos de indústrias e trabalhos, diversos estudos demonstram que as taxas de distúrbios sacrolombares são particularmente comuns em certos tipos de indústrias e em determinadas profissões. Encontram-se taxas de prevalência elevadas por exemplo entre os trabalhadores agrícolas, os trabalhadores da construção civil, carpinteiros, motoristas, incluindo motoristas de camião e motoristas de tractores, enfermeiras e auxiliares de enfermagem, empregados de limpeza, militares e empregadas domésticas. É ainda sugerido que a prevalência de distúrbios sacrolombares na União Europeia se distribui de modo equitativo entre homens e mulheres. As estimativas dos Estados-Membros sobre os custos económicos de todas as doenças relacionadas com o trabalho variam entre os 2,6% e os 3,8% do produto nacional bruto, se embora não existam valores exactos. No entanto, estes valores podem vir a revelar-se ainda mais elevados, uma vez que se torna difícil calcular os verdadeiros custos sociais. Um estudo elaborado pelos Países Baixos apresenta uma estimativa do custo total em termos sociais das dores lombares na ordem de 1,7% do produto nacional bruto para o ano de 1991. Outro estudo realizado numa empresa de construção civil revela que o distúrbio músculo- esquelético predominante é a dor lombar (43%), seguido de dores nos joelhos (19,7%), na coluna dorsal (18,6%), no pescoço (17,4%), nos quadris/coxas (15%) e nos tornozelos/pés (8%), respectivamente. É de ressaltar ainda que existe uma maior incidência de dores nos quadris/coxas, joelhos e pés/tornozelos em trabalhadores com mais de 16 anos no sector de serviço. Quando os sintomas aparecem, as alterações já estão instaladas e em muitas vezes, não é possível a intervenção para a cura do distúrbio, ficando o tratamento restrito a cirurgias correctivas e ao abrandamento dos sintomas, através de medicamentos analgésicos, o que pode levar a cronificação dos sintomas (SMELTZER & BARE, 2002). Sendo assim, é de extrema importância a prevenção dos factores de risco desencadeadores desses distúrbios. Essa prevenção deve ser realizada tanto pelos funcionários, com a adopção de posturas ideais, quanto pelas empresas, com a utilização de 16 equipamentos que minimizam a carga sobre os funcionários, aparelhos que possibilitem uma manipulação sem prejuízos a postura e realização de conscientização dos funcionários através de actividades educativas efectivas. As evidências científicas acerca dos factores de risco causadores dos distúrbios músculo- esqueléticos relacionados ao trabalho permitem deduzir quatro teorias derivadas: a Teoria da Interacção Multivariada, a Teoria da Carga Cumulativa, a Teoria da Fadiga Diferenciada e a Teoria do Esforço Excessivo. O ponto comum entre todas elas é a aceitação que todos os distúrbios de natureza músculo-esqueléticos ocupacionais são de origem biomecânica (KUMAR, 1999). Pode-se chegar a uma avaliação quantitativa do risco de lesão utilizando um modelo matemático (KUMAR, 1999), gerando um sistema de sistemas, como um sistema adaptativo complexo (AXELROD; COHEN, 2000). Por outro lado, a complexidade é composta por vários sistemas e agentes interagindo, e difíceis de serem previstos, eles transformam-se em oportunidade para compreensão na estrutura das organizações de saúde e permitir melhorias mediante as intervenções reflectidas. 2.5.1. Factores de risco relacionados com o trabalho Muitos artigos de análise têm sido publicados apresentando investigações sobre os factores de risco dos distúrbios, incluindo um grande número de factores de risco de ordem física, psicossocial e/ou pessoal. O número de estudos epidemiológicos sobre os factores de risco de ordem psicológica relacionados com o trabalho é em número significativamente inferior aos estudos sobre as cargas físicas. Além disso, a ênfase da associação é geralmente superior para factores biomecânicos. No entanto, estão a aumentar os indícios que associam os factores psicossociais aos distúrbios. A incidência dos distúrbios tem sido também muito associada a um trabalhopouco especializado e a uma fraca organização de trabalho. 2.5.2. Aspectos físicos do trabalho Trabalho físico pesado, elevação e movimentação de cargas, posturas incorrectas (por exemplo: dobrar-se, torcer-se, posturas estáticas), vibração de todo o corpo (por exemplo: condução de camiões) 17 2.5.3. Factores psicossociais relacionados com o trabalho Pouco apoio social, pouca satisfação com o trabalho. 2.5.4. Factores relacionados com a organização do trabalho. Existem estudos que demonstram que formação só por si não é susceptível de revelar ser eficaz se os actores ergonómicos existentes continuarem a ser fracos e a formação básica, por exemplo, necessitar de incluir questões sobre como identificar potenciais riscos e o que fazer quando os encontram, bem como técnicas para a movimentação física de cargas segura. As entidades patronais europeias já dispõem de informações importantes sobre como proteger os trabalhadores de lesões lombares provocadas por trabalhos que implicam a movimentação manual de cargas na «Directiva sobre Movimentação Manual de Cargas» (Directiva do Conselho 90/269/CEE). Esta directiva foi elaborada com o objectivo específico de prevenir os riscos de lesões lombares provocadas pela movimentação manual de cargas. Elaborada com base nos conhecimentos actuais disponíveis, inclui os requisitos mínimos em termos de saúde e segurança que se seguem a uma abordagem ergonómica, juntamente com uma lista dos factores de risco compilados para a directiva. Estes factores incluem: características das cargas (por exemplo: se são pesadas ou difíceis de manusear), esforço físico exigido (por exemplo: penoso, de torção, corpo numa instável) característico do ambiente de trabalho (por exemplo: espaço insuficiente ou outras restrições à postura dos trabalhadores, como por exemplo trabalharem em locais muito elevados ou muito baixos, em piso irregular ou escorregadio) exigências da actividade (por exemplo: esforço ou actividade prolongada; períodos de descanso insuficientes, necessidade de deslocar cargas durante distâncias excessivas; ritmo de trabalho imposto), factores individuais (por exemplo: vestuário, etc., movimentos restritivos, conhecimentos ou formação inadequada). Considera-se como sendo algo artificial separar os distúrbios sacrolombares de outros problemas da coluna relacionados com o ambiente de trabalho uma vez que não existe uma separação nítida entre os problemas da coluna e outros distúrbios músculo-esqueléticos. 18 2.6. Consequências dos DME Baixa produtividade, aumento de custos de forma geral, insatisfação generalizada, perda da massa crítica profissional. Formação de uma mentalidade utilitária, aumento na cultura curativa contra a preventiva. 2.7. Deveres do empregador Segundo o artigo 59 alínea b) o empregador tem, em especial, os seguintes deveres: Garantir a observância das normas de higiene e segurança no trabalho, bem como investigar as causas dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, adoptando medidas adequadas à sua prevenção; O empregador deve adoptar todas as precauções adequadas para garantir que todos os postos de trabalho assim como os seus acessos e saídas sejam seguros e estejam isentos de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. Código do Trabalho exige também aos empregadores a fornecem equipamentos de protecção e vestuário de trabalho adequado para os trabalhadores, a fim de prevenir o risco de acidentes ou efeitos prejudiciais sobre a saúde dos trabalhadores. (Art. 216). Os empregadores são obrigados a fornecer aos seus empregados boas condições de trabalho, ambiental e moral, informá-los sobre os riscos de seu trabalho, e instruí-los sobre o cumprimento adequado das normas de higiene e segurança no trabalho. Sempre que necessário, o empregador deve fornecer equipamentos de protecção e roupas de trabalho apropriados com vista a prevenir os riscos de acidentes ou efeitos prejudiciais à saúde dos trabalhadores. Código do Trabalho prevê o sistema de Inspecção do Trabalho (art. 259-268), no entanto o sistema actual não está em consonância com os requisitos da Convenção civil, (art. 59 e 216 da Lei do Trabalho, 2007. As comissões de segurança no trabalho devem integrar representantes dos trabalhadores e do empregador, e têm por objectivo vigiar o cumprimento das normas de higiene e segurança no trabalho, investigar as causas dos acidentes e, em colaboração com os serviços técnicos da empresa, organizar os métodos de prevenção e assegurar a higiene no local de trabalho, (Art. 217:2, 2007). Quanto a prevenção dos acidentes de trabalho coube: O empregador é obrigado a adoptar medidas eficazes de prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais e a investigar as respectivas 19 causas e formas de as superar, em estreita colaboração com as comissões de segurança no trabalho constituídas na empresa (Art. 226:1 lei de trabalho). A lei Moçambicana estabelece como deveres do empregador, os seguintes deveres: a) Respeitar os direitos e garantias do trabalhador cumprindo, integralmente, todas as obrigações decorrentes do contrato de trabalho e das normas que o regem; b) Garantir a observância das normas de higiene e segurança no trabalho, bem como investigar as causas dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, adoptando medidas adequadas à sua prevenção; c) Respeitar e tratar com correcção e urbanidade o trabalhador; d) Proporcionar ao trabalhador boas condições físicas e morais no local de trabalho; e) Pagar ao trabalhador uma remuneração justa em função da quantidade e qualidade do trabalho prestado; f) Atribuir ao trabalhador uma categoria profissional correspondente às funções ou actividades que desempenha; g) Manter a categoria profissional atribuída ao trabalhador não a baixando, excepto nos casos expressamente previstos na lei ou nos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho; h) Manter inalterado o local e o horário de trabalho do trabalhador, salvo nos casos previstos na lei, no contrato individual de trabalho ou nos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho. 2.8. Associação comercial e industrial de Sofala (www.acisofala.com 25) Permitir ao trabalhador o exercício de actividade sindical não o prejudicando pelo exercício de cargos sindicais; Não obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a utilizar serviços fornecidos pelo empregador ou por pessoa por ele indicada; Não explorar, com fins lucrativos, refeitórios, cantinas, creches ou quaisquer outros estabelecimentos relacionados com o trabalho, fornecimento de bens ou prestação de serviços aos trabalhadores. 20 CAPÍTULO III 3.1. Contextualização da área do estudo A CETA pertence ao grupo INSITEC. A INSITEC é um grupo de investimento Moçambicano que aposta em diferentes sectores estruturais da economia nacional. As áreas de negócio em que o grupo opera são: construção, banca, energia, infra-estruturas e mobiliária O Grupo INSITEC desde a sua criação tem sido um exemplo da importância que o sector privado pode ter no desenvolvimento do país. Hoje é uma realidade incontornável na economia nacional: Maior investidor moçambicano no sector bancário; Reestruturação do Corredor de Nacala; Implementação de Mphanda Nkuwa; Criação de valor no sector do gás, com projecto estruturante; Estruturação da reversão de Cahora Bassa. A CETA, Engenharia e Construção, é uma empresa de construção civil e obras públicas, dedicando-se a edificações (Construção e Reabilitação), infra-estruturas rodoviárias (Estradas e Pontes), obras de hidráulica (Abastecimento Água, Saneamento e Drenagens) e produção de materiais (Pedra, Blocos e Travessas para a Indústria Ferroviária), operando em toda a extensão do território da Republica de Moçambique. Com mais de 30 anos ao serviço em Moçambique a CETA é umaempresa de Direitos Moçambicano, sedeada em Maputo, e possui cinco estaleiros principais, em Maputo, Beira, Tete, Nampula e Mocuba na Zambézia, assim como, duas pedreiras próprias para produção de inertes, a Pedreira de Tete e a Pedreira de Cura na Beira. A empresa conta com 3146 colaboradores, dos quais, mais de centena e meia são Engenheiros, Arquitectos, Quadros Superiores, Técnicos Médios e Especialistas seniores fundamentais no apoio às operações. A maior parte do pessoal trabalha em média em equipa há mais de 15 anos na empresa. Esta experiência constitui um “know-how” importante e uma memória institucional valiosa nas condições particularmente difíceis de operação. A empresa conta com diversos programas de Responsabilidade Social de envolvimento familiar, de cursos de formação periódicos, além de políticas de prevenção do HIV. Assim como desenvolve também programas de segurança e protecção de vidas humanas e bens contra acidentes, bem como de protecção do ambiente. A CETA foi adquirida em Maio de 2011 pelo Grupo INSITEC. Em 2012 a CETA abriu o seu capital amais investidores nacionais através de uma operação de bolsa. 21 3.1.Visão Liderar e ser marca de excelência no sector de construção. 3.2.Missão Criar infra-estruturas e ambientes de qualidade e conforto, aliados às mais recentes tecnologias, contribuindo para o desenvolvimento de Moçambique. 3.3.Valores Satisfação do cliente, integridade, rigor excelência e género. Os termos construção civil e engenharia civil são originados de uma época em que só existiam apenas duas classificações para a engenharia sendo elas civil e militar, cujo conhecimento, por exemplo de engenharia militar, era destinada apenas aos militares e a engenharia civil destinados aos demais cidadãos. Com o tempo, a engenharia civil, que englobava todos as áreas, foi se dividindo e hoje conhecemos várias divisões, como por exemplo a engenharia eléctrica, mecânica, química, naval, etc. Exemplos como engenharia naval, dão origem à construção naval, mas ambas eram agrupadas apenas na grande área da civil. Em termos práticos a Engenharia Civil divide-se em dois grandes ramos principais: - Obras de construção civil - que engloba basicamente as edificações de moradia, comerciais e de serviços públicos. - Obras de construção pesadas que engloba as obras de construção de portos, pontes, aeroportos, estradas, hidroeléctricas, túneis, etc, obras que em geral só são contratadas por empresas e órgãos públicos. 22 CAPITULO IV 4.1. Análise e Discussão dos resultados 4.1.1. Resultados das entrevistas e inquérito Dos 62 trabalhadores efectivos deste foram seleccionados para o estudo 30 trabalhadores, distribuídos em: 2 engenheiros (um Director da Obra), 1 dos recursos humanos, 4 mestres, 3 condutores de máquinas 20 são serventes. Segundo o Director da Obra nunca tiveram na empresa casos de distúrbios músculo-esquelético, porém tem havido alguns acidentes de trabalho mas com menor frequência como é o caso de despiste, escorregamento de carga, e entre outros. A realização de trabalhos é de forma eficaz onde os trabalhadores apresentam uma postura com menos esforço. Não há repetividade das actividades de levantar sendo um factor muito importante para a prevenção dos Distúrbios músculo-esqueléticos. 2 Mestres 1 condutor responderam que já tiveram dores lombares, e 1 mestre, 1 condutor e 3 serventes responderam que já tiveram dores nas costelas, 1 mestre e 3 serventes responderam que já tiveram dores nas articulações, 3 serventes responderam que já tiveram dores nos músculos e 8 serventes responderam que já tiveram fadiga. 1 Condutor e 3 serventes responderam que nunca tiveram dores lombares nem dores nas costelas. Tabela 2: DME mais comuns na empresa Distúrbios músculo-esqueléticos Resposta Sim Não Dores lombares 3 2 Dores nas costelas 5 2 Dores nas articulações 4 Dores nos músculos 3 Fadiga 8 Fonte: o autor Sobre a relação da actividade realizada com a fadiga, dores nos músculos e articulações 19 responderam que existe e 8 responderam que não tem conhecimento. 23 Gráfico 1:Análise do crescimento de dores ligados a DME Fonte: O autor Com os dados do gráfico acima pode-se dizer que há crescimento de doenças ligadas ao DME porque do total da amostra de 30 destes 27 trabalhadores foram entrevistados: 23 responderam que já tiveram dores (lombares, nas costelas, nas articulações e nos músculos) e 4 responderam que nunca tiveram dores. Tabela 3 :resultados percentual de dores ligados a DME Distúrbios músculo-esqueléticos Sim Percentagem Não Percentagem Dores lombares 3 10% 2 6.6% Dores nas costelas 5 16.6% 2 6.6% Dores nas articulações 4 13.3% Dores nos músculos 3 10% Fadiga 8 26.6% Fonte: O autor 3 5 4 3 8 2 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Dores lombares Dores nas costelas Dores nas articulações Dores nos músculos Fadiga Resposta Sim Resposta Não 24 O quadro percentual faz uma perspectiva de dores relacionado com o DME nos trabalhadores da empresa analisada a partir do universo amostra de 30 funcionários, deste só foram submetidos aos inquéritos 27 trabalhadores constituídos por mestres, condutores e serventes. 4.1.2. Resultados das observações no exercício laboral Apesar dos avanços na tecnologia de medição, a aplicação de métodos observacionais continua a ser a mais comummente utilizada para o registo sistemático das posturas (TAKALA et al., 2010), principalmente quando existe a necessidade de avaliação do risco em tarefas de elevada repetividade (SERRANHEIRA &UVA, 2006). As condições do trabalho são adequadas onde os trabalhadores realizam suas actividades em extrema coordenação, havendo um bom relacionamento entre os trabalhadores e os seus supervisores. A duração da actividade laboral é de 8 horas de tempo tal como o previsto pela lei com intervalo para o almoço. Os trabalhadores da empresa CETA exercem menor esforço nas suas actividades. A empresa possui equipamentos de protecção ao trabalhador em bom estado de conservação, bom manuseio de todos os materiais pesados, bem como o bom uso de materiais de protecção do trabalhador. 4.1.3. Discussão dos resultados Conforme DIAS de PAULA (2003) nenhuma postura é suficientemente adequada para ser mantida confortavelmente por longos períodos. Qualquer postura prolongada pode ocasionar a sobrecarga estática sobre os músculos e outros tecidos e, consequentemente, causar dor e desconforto. Na empresa CETA os trabalhadores exercem menor esforço durante as suas actividades pelo facto de as actividades exercidas anteriormente pelo homem foram substituídas por máquinas que comportam sistemas eléctricos com boa manutenção e bom estado de conservação, não exigindo maior esforço ao condutor. A postura de trabalho não apresenta períodos muito longos, sendo a natureza do trabalho muito importante para a não existência do DME nos trabalhadores da empresa CETA. Não se observando dessa feita o que foi defendidos pelos outros autores De acordo com UVA et al. (2008), a postura depende de vários aspectos, como, por exemplo: (1) o alinhamento biomecânico; (2) a orientação espacial das várias zonas corporais; (3) a posição relativa dos vários segmentos anatómicos e (4) a atitude corporal assumida durante a actividade 25 de trabalho. Além disso, a postura é igualmente influenciada pela tarefa a realizar, pelo posto de trabalho e suas características, pelas ferramentas e utensílios e pelas capacidades e limitações dos trabalhadores, incluindo as características antropométricas. Porém, alguns autores sugerem o elevada prevalência de DME nos trabalhadores do ramo de construção civil resultante repetição, maior esforço, entre outros, todavia o que não foi observado pelo autor na empresa CETA onde o ambiente de trabalho é bom com utilizaçãode novas técnicas e bons equipamentos de trabalhos (maquinas). A partir dos resulatdos obtdos durante a pequisa na empresa CETA pode-se afirmar que não existem distúrbios músculos-esqueleticos. A temperatura é característico do próprio trabalho, sendo área de construção civil feita ao ar livre onde os trabalhadores encontram se expostos ao sol por outro lado são móveis, em um pequeno espaço de tempo são movidos para outras áreas. A busca intensa por melhores resultados e maior produtividade de obras na maioria das vezes não leva em consideração a Ergonomia, o conforto e a prevenção das DORT´s. As adequações dos postos de trabalho podem contribuir para a minimização dos acometimentos osteomusculares gerados pelo trabalho pouco estruturado da construção civil, para além de ser um factor importante a existência de um bom ambiente de trabalho. 26 CAPITULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1. CONCLUSÕES Foram conclusões encontradas não existências de DME aos trabalhadores da empresa; Foram verificados dores lombares, nas costelas, nas articulações, nos músculos e fadiga uma vez que as actividades da área de construções civil realizam-se de baixo do sol intenso e de chuvas; Os trabalhadores da empresa CETA apresentam materiais de protecção e segurança no trabalho, os quais são usados em todos os momentos de trabalho; A existência de maior número de maquinas que substituem o homem reduzindo desse modo os DME; A existência de equipamento de protecção e segurança é um factor bastante importante para a protecção do trabalhador. 5.2. RECOMENDAÇÕES a) Universidade Pedagógica Criar parceiras com outros sectores da função pública e empresas de modo a facilitar a realização de trabalho de campo pelos estudantes; Explicar as empresas abrangidas que os estudos realizados não têm como objectivo prejudicar as empresas mais para ajudar a melhorar as condições de trabalho. b) Á Empresa CETA A realização de capacitações permanentes aos seus trabalhadores sobre as regras de higiene e segurança no trabalho. c) Aos trabalhadores da CETA Para que tomem todas as precauções necessárias sobre a sua saúde no trabalho; Para que comunicam imediatamente as autoridades competentes aquando do surgimento do acidente no local de trabalho. 27 5.3. Limitações do trabalho Dificuldades de fornecimento de dados referente aos acidentes de trabalhos pela Direcção Provincial de saúde e Hospital central da Beira, evocando a falta de um memorando entre os sectores com a Universidade Pedagógica; Dificuldades de recepção pela empresa na realização de trabalhos de campo estudantis podem ser formas de realização de supervisões que resultarão com visitas de inspecção ou de auditorias. A empresa CETA encontrar-se apenas a fazer trabalhos de construção civil na área de estradas e reabilitação da ponte onde as actividades de levantar e ou de carregar são feitas por maquinas durante o período da pesquisa; Existência de maior número de trabalhadores eventuais durante o período da pesquisa dificultando dessa feita o estudo dos factores associados aos distúrbios músculo- esqueléticos. 28 6. Referências Bibliográficas ARONE, Ana João Artur, Responsabilidade Civil do Empregador em Caso de Acidente de Trabalho, Curso de Licenciatura em Direito - Faculdade de Engenharias, UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE, Chimoio, 2015 AXELROD, Robert & COHEN, Michael D. Harnessing Complexity. New York: The Free Press, 2000. BORGES, L. H. Sociabilidade, sofrimento psíquico e lesões por esforços repetitivos entre caixas bancários. 1999. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Instituto de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 1999. CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção 2002 DIAS DE PAULA, M. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, Brasil, janeiro de 2000 a junho de 2003, Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva), Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, 2005. DIAS DE PAULA, M. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho como motivo de afastamento das funções laborais no município de Concórdia, SC, Brasil, janeiro de 2000 a junho de 2003. 2005, 58 f. 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XV Apêndices XVI Apêndice 1 : Orçamento ACTIVIDADE QUANTIDADE CUSTO UNITARIO CUSTO TOTAL Bloco de notas 2 40,00 80,00 Lápis de Carvão 2 10,00 20,00 Afiador grande 1 500,00 500,00 Esferográfica 2 14,00 28,00 Fotocopias 1000 1,50 1.500,00 Encadernação 50 25,00 1.250,00 Computador 1 25.000,00 25.000,00 Papel gigante 1 300,00 300,00 Marcadores 20 60,00 1.200,00 Imprevistos - - 600,00 Pastas 2 100,00 200,00 Sub Total 36.078,00 Fonte: o autorXVII Apêndice 2: Cronograma da Pesquisa 2016 Actividades Mês Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Desenho do estudo Pré avaliação do estudo Desenho Teórico Execução Recolha de dados Interpretação e avaliação do dados Análise e discussão dos resultados Divulgação de resultados Fonte: O autor XVIII Na empresa de construção civil CETA o pesquisador irá observar: As condições de trabalho; A duração do tempo de trabalho; Posturas no trabalho; Repetividade das tarefas executadas; A força exercida pelos trabalhadores; A temperatura exposta ao trabalho; As condições em que se encontra o equipamento usado; A forma de manuseio de matérias pesados; A existência de vestuário e materiais de protecção dos trabalhadores numa obra. As formas de uso de materiais de protecção pelos trabalhadores Apêndice 3: Guião de Observação XIX Com esta entrevista o pesquisador pretende obter informações sobre a construção civil. 1. Dados pessoais do entrevistado a) Nome........................................................................................................................... b) Idade......... anos c) Sexo F ( ) M ( )d) Cargo que ocupa.................................... 2. Nível de escolaridade a) Nunca estudou ( ) d) Nível básico ( ) b) Nível primário do primeiro grau ( ) e) Nível médio ( ) c) Nível primário do segundo grau ( ) f) Nível Superior ( ) 3. A quantos anos trabalha na direcção da empresa?..................................................... 4. Quantos trabalhadores tem a empresa?...................................................................... 5. Que equipamento de protecção pessoal a empresa?.................................................. 6. Quais são os materiais de segurança/protecção para os trabalhadores da empresa?............................................................................................................... 7. Quais são os problemas de saúde mais comuns aos trabalhadores da empresa?..................................................................................................................... 8. Qual seria o origem desses problemas de saúde?....................................................... 9. A Quantos anos começaram a surgir esses problemas de saúde?.............................. 10. Porque esses problemas de saúde são mais frequentes nos últimos anos?................. 11. Que medidas a empresa toma para prevenir esses problemas de saúde..................... Apêndice 4: Entrevista á direcção da empresa de construção civil CETA XX Com este inquérito o pesquisador pretende saber sobre a ocupação actual dos trabalhadores e os períodos em que trabalhou desde que começou até agora. 1. Nível de escolaridade a) Nunca estudou ( ) d) Nível básico ( ) b) Nível primário do primeiro grau ( ) e) Nível médio ( ) c) Nível primário do segundo grau ( ) f) Nível Superior ( ) 2. A quantos anos trabalha nesta empresa do ramo de construção civil? a) 1 ano ( ) b) 2 anos ( ) c)3 anos ( ) d) 4 anos ( ) e) 5 anos ( ) f)Mais de 5 anos ( ) 3. Qual é a sua ocupação actual nessa empresa? a) Mestre de obras ( ) b) Agente auxiliar ( ) c) Outra ocupações ( ) 4. Em que condições vocês trabalham? a) Boas ( ) b) Normais ( ) c) Suficientes ( ) d)Más ( ) e) Péssimas ( ) 5. Quais são os problemas de saúde que mais vos apoquentam? a) Dores lombares ( ) b) Dores nas costelas ( ) c)Fadigas ( ) d) dores nas costelas ( ) e) Dores nos músculos ( ) f) Dores nas articulações ( ) 6. Existe a relação desses problemas de saúde com as actividades que executam? a) Não existe ( ) b) existe ( ) c) Não tenho conhecimento ( ) 7. Tem havido capacitações regulares para os trabalhadores da construção civil? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Nem sempre ( ) 8. Tem conhecimento sobre seus direitos de se recusar trabalhar em condições inseguras? a) Sim ( ) b) Não ( ) Se sim, comenta......................................................................................................... Apêndice 5: Inquérito para os trabalhadores XXI Este inquérito tem como objectivo levantar dados sobre o papel do supervisor. 1. Nível de escolaridade a) Nunca estudou ( ) d) Nível básico ( ) b) Nível primário do primeiro grau ( ) e) Nível médio ( ) c) Nível primário do segundo grau ( ) f) Nível Superior ( ) 2. Há quantos anos trabalha como supervisor de obras? a) 01 ano ( ) b) 02 a 05 anos ( ) c) 06 a 10 anos ( ) d) Mais de 10 anos ( ) 3. Tem havido treinamento aos auxiliares das obras para trabalhar neste serviço? a) Sim ( ) b)Não ( ) c) Ás vezes ( ) 4. Se a resposta for sim, que tipo de treinamento?………………………………….. a) Qual a sua periodicidade? A) Mensal ( ) b) Semestral ( ) c)Anual ( ) d) Outros ( ) 5. Por quantas horas o funcionário trabalha por dia nesta actividade de construção? a) 8 horas ( ) b) 10 horas ( ) c) 12horas e) mais de 12 horas ( ) 6. O trabalhador tem direito a pausas durante a jornada de trabalho? a) Sim ( ) b) Não ( ) Quantas pausas ocorrem durante a jornada de trabalho? a) 1 Pausa ( ) b) 2 Pausas ( ) c)Mais de 2 Pausas ( ) 7. Quantos minutos duram cada pausa? a) 5 Minutos ( ) b) 10 minutos ( ) c) 30 minutos ( ) d) mais de 30 minutos ( ) 8. Referindo-se aos problemas de dor, desconforto, falta de força (distúrbio músculo- esquelético), os trabalhadores apresentam esses sintomas? a) Sim ( ) b) Não ( ) Apêndice 6: Inquérito para os Supervisores de Obras XXII Distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho nos trabalhadores da empresa CETA do Ramo de Construção Civil Consentimento infomado Convido você a participar em uma pesquisa que será realizada no seu local de trabalho, sobre os distúrbios músculo-esquelético. A Universidade Pedagógica da Beira, Departamento de Ciências Naturais e Matemática é a instituição responsável pela pesquisa. O pesquisador contactou a empresa para ter o acesso à instituição, mas ela não tem nenhuma participação na realização da pesquisa. O objectivo da pesquisa é verificar a existência de distúrbios músculo-esqueléticos nos trabalhadores da empresa, através do inquérito com aqueles que forem seleccionados. As suas respostas e dos demais trabalhadores ajudarão a compreender melhor alguns factores ocupacionais e não ocupacionais de risco à saúde, e assim contribuir para sua prevenção. Se você aceitar participar da pesquisa, depois de ter lido ou ouvido este texto, por favor, assine este documento. O pesquisador também o fará. Isto porque, o pesquisador, deve garantir que você participou da pesquisa por sua livre vontade. Você e o pesquisador ficarão uma cópia deste termo de consentimento. Depois, você responderá as perguntas, sem identificação do seu nome. O pesquisador lhe fará perguntas sobre sua idade, cidade de origem, ocupações passadas, seus hábitos, sobre as actividades
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