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Apostila de Ginecologia - Saúde da Mulher

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Prévia do material em texto

I. SITUAÇÃO PROBLEMA 1 ............................................................................... 3 
II. QUESTIONÁRIO DE APRENDIZAGEM: SITUAÇÃO 1 ............................... 4 
III. RESOLUÇÕES DAS QUESTÕES DE SITUAÇÃO PROBLEMA 1 ................ 5 
IV. QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: SITUAÇÃO 2 ........................................ 62 
V. RESOLUÇÕES DAS QUESTÕES DA SITUAÇÃO PROBLEMA2 2 ............ 73 
VI. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 83 
VII. GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 84 
VIII. ANEXOS ........................................................................................................... 85 
 
 
DIA DE TRABALHO 
 
Vitória, enfermeira de uma ESF de Coruripe, recém-formada pela UFAL, inicia seu 
novo emprego e pretende organizar o serviço de coleta de material colpocitologia oncótica em 
sua unidade (visto que ainda não existe esse tipo de atendimento), bem como a consulta de 
enfermagem em ginecologia. Refletindo sobre tudo que irá precisar organizar (materiais, 
equipamentos, formulários), além das etapas da consulta, ela foi questionada se iria ter tempo 
para atender toda a demanda, bem como se legalmente sua profissão tem respaldo para realizar 
esta consulta. 
Ao chegar na unidade no primeiro dia de atendimento, as 20 “pacientes” do dia já 
estavam sua espera e com a ficha preenchida. Chamou sua atenção uma usuária de cabelos 
longos e óculos escuro, a qual disfarçava um hematoma em sua face com seus longos cabelos 
por cima. Em virtude de ser o bairro que Vitória trabalha conhecido por freqüentes agressões 
físicas e sexuais entre conjugues, a mesma sentiu a necessidade de conversar com esta usuária 
sobre a Lei Maria da Penha durante a consulta. 
Seguiu atendendo Zélia Tocafundo Pinto, 25 anos, dois filhos, “ juntada” há 03 anos 
com Vitor Hugo Tocagaita, 26anos. Na inspeção estática das mamas visualiza pregueamento 
na pele no quadrante superior esquerdo, medindo cerca de 2cm, na mama direita. Fazendo a 
inspeção dinâmica ela confirma seu achado, mas Vitória também pensa nas alterações 
funcionais benignas da mama, para não ocorrer confusão na suspeita dos diagnósticos. 
Ao olhar a JEC, identifica uma ectopia com características de metaplasia, além de um 
pólipo endocervical. Fica preocupada por se tratar de uma jovem de apenas 25anos. 
Diagnosticada a cliente de acordo co a SAE/CIPE versão 3, prescreve, encaminha e agenda 
retorno. 
Vitória atende de uma só vez e a pedido, as duas irmãs: Defuntina e Finadina. A mais 
nova (Finadina) queixa-se de dor e frigidez nas relações sexuais. A irmã mais velha 
(Defuntina) pediu a Vitória para informa-lhe sobre uma tal vacina contra o HPV, que ficou 
sabendo que é bom “tomar” antes de começar a ter relações sexuais, pois ainda é virgem. E 
finaliza seus atendimentos com Dona Mariquinha, 65anos, a qual já entrou em seu consultório 
referindo sentir medo do exame, pois é viúva há 10anos e percebe sua vagina ressecada. 
 
 
 
 
 
1. Como se organiza o serviço de coleta de material da 
colpocitologia oncótica? 
 
2. Qual a dinâmica da consulta de enfermagem em ginecologia? 
 
 
3. O que é cada exame e como é realizada a sua técnica? Cite os 
fundamentos de rastreamento para cada um deles. 
a) Citologia/Colpocitologia oncótica; 
b) Colposcopia; 
c) O que é a JEC? Qual a sua relação no momento da coleta? O que é e quais são 
as consequências da ectopia, caso haja. 
 
4. No que consiste a Lei Maria da Penha? Quais os tipos de violências? Como seriam a 
assistência de enfermagem e os encaminhamentos realizados, nesse contexto? 
 
5. Descreva o exame físico da mama, explique quando ele deve ser realizado, suas 
indicações e contraindicações, se houver. Em seguida, responda: 
a) Quais as características das alterações benignas e malignas da mama? 
b) Quais exames podem ser realizados nas mamas? Cite os fundamentos de 
rastreamento para cada um deles. 
 
6. Quais as alterações benignas e malignas do sistema reprodutor feminino? Como 
acontece a assistência de enfermagem nesse contexto? 
 
7. Como se dá o ciclo da resposta sexual? 
 
 
8. Sobre o HPV, responda: como se dá a infecção, qual a sua clínica, formas de 
tratamento e imunização. 
 
9. O que é climatério e menopausa? 
 
1. Como se organiza o serviço de coleta do material da colpocitologia oncótica? 
 
 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
Segundo a Resolução do COFEN n° 381/2011, resolve no Artigo 1° que no âmbito da 
equipe de enfermagem, que compreende técnicos em enfermagem, auxiliares de enfermagem e 
enfermeiros, a coleta do exame de citocolposcopia oncótica é uma atividade privativa do 
enfermeiro que seja dotado de habilidades e competência teórico-técnica para desempenhá-lo. 
Conforme Resolução do Conselho Federal de Biomedicina, capítulo II, artigo 2°, § 5º, o 
profissional biomédico está habilitado para a realização do Exame de Papanicolau, bem como 
o profissional médico conforme o Parecer 59336 de 1997. 
O câncer de colo do útero ou câncer cervical é a segunda neoplasia mais comum em 
mulheres no mundo. Se desenvolve como consequência da infecção persistente por alguns tipos 
oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV). A detecção precoce dessa infecção e possíveis 
alterações epiteliais do útero que possam favorecer o aparecimento de células neoplásicas é 
realizado através do exame da colpocitologia oncótica ou Exame de Papanicolau (INCA, 2019). 
O sistema está repleto de dificuldades pois, apesar de ser da atenção primária a 
atividade de acolhimento, promoção de informativos e chamamento quanto ao exame de 
colpocitologia oncótica/Papanicolau, é necessário o cumprimento de preceitos referentes 
aestrutura da sala de coleta bem como, a estruturação de laboratórios de referência para análise 
do material coletado. (AMORIM, L. T. L. et al, 2018) 
Para funcionar como o previsto legalmente, o consultório ginecológico deve possuir 
uma mesa ginecológica, escada, mesa auxiliar, foco de luz com cabo flexível, biombo ou local 
reservado para troca de roupas. Já para a realização do exame em questão é preciso a solicitação 
médica, e a requisição da colpocitologia oncótica (ANEXO I), se faz necessário de espéculos 
de diferentes tamanhos e preferencialmente descartáveis, instrumental metálico esterilizado, 
lâminas de extremidade foscas, espátulas de Ayre, escova endocervical, luvas de procedimento, 
Pinça de Cherron, solução fixadora, álcool a 96% ou spray polietilenoglicol, recipientes para 
armazenamento das lâminas, fita de identificação do frasco que contenha o material, lápis 
grafite/preto n°2, camisola/avental, lençóis, sendo os dois últimos itens, preferencialmente, 
descartáveis. Caso contrário, encaminhar para serviço de lavanderia para um próximo uso, 
como descreve o Caderno de Atenção Básica n°13 (BRASIL, 2013). 
MEU ESPAÇO: 
 
 
 
Espátula de Ayre/Escova endocervical. Estrutura da sala ginecológica. 
 
 
Exame de Papanicolau/Colpocitologia oncótica. 
REFERÊNCIAS: 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Controle dos cânceres do colo do útero e da mama – 2° ed – Brasília: Editora do Ministério da 
Saúde, 2013. 124 p.; II Caderno de Atenção Básica, n° 13. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Papanicolau (exame preventivo de colo de útero), INCA, 2011. 
Acessado em 19/10/2019. Disponível em: http://bvs.saude.gov.br/dicas-em-saude/2069- 
papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-utero. 
 
COFEN. Resolução n°381, de 2011. DOU, n° 140, pág. 229 – seção 1. Acessado em: 
19/10/2019. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3812011_7447.html. 
 
AMORIM, L. T. L.; MONTEIRO, N. J.; NOGUEIRA, L. M. V.; RODRIGUES, I. L. A.; 
ANDRE, S. R. Exame de Colpocitologia Oncótica: Revisão integrativa. Rev Enferm Health 
Care [Online]. Ed. 7, vol. 1, pág.209-224, Jan/Jul 2018. 
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/2436/pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://bvs.saude.gov.br/dicas-em-saude/2069-papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-utero
http://bvs.saude.gov.br/dicas-em-saude/2069-papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-utero
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3812011_7447.html
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/2436/pdf
2. Qual a dinâmica da consulta de enfermagem em ginecologia? 
 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
 
Desde 1986 a consulta de enfermagem está respaldada legalmente e consiste em ações 
deliberadas e sistematizadas atualmente pela Sistematização da Assistência de Enfermagem – 
SAE, para preparar a mulher no tocante a medidas preventivas das infecções sexualmente 
transmissíveis, incentivar a realização de exames preventivos, colaborar com o seu 
autocuidado, atuar no planejamento gestacional ou até mesmo na escolha de métodos para 
esterilização voluntária além de realizar exames ginecológicos a fim de manter sua qualidade 
de vida e melhor assisti-la (CATAFESTA, G., et al, 2015). 
A ambiência, o espaço físico e os componentes envolvidos na recepção da mulher na 
consulta de enfermagem são fundamentais para que a primeira impressão da usuária seja 
favorável e que o ambiente lhe transmita a segurança, a privacidade e o conforto suficientes 
para que o vínculo seja bem formado e não haja temor em questionar e contar sobre sua vida 
intima para o profissional que executa a consulta e, posteriormente, exame físico e exames 
ginecológicos que constam no protocolo da Atenção Básica - AB (SOUZA, A. J., 2016). 
Preparado o ambiente, inicia-se a anamnese, com orientação também na estrutura da 
folha de consulta de enfermagem ginecológica (ANEXO II); primeiramente identificando a 
usuária quanto ao nome, data de nascimento e idade, estado civil, ocupação, escolaridade e até 
mesmo religião. É questionada sobre hábitos etilistas e tabagistas, ingesta hídrica. queixas e 
sintomas, histórico de doenças na família, histórico de doenças da mulher e o contexto psico- 
socio-econômico ao qual a mulher pertence . A partir daí, a anamnese foca no conteúdo 
ginecológico. É indagada a DUM, idade de menarca, ciclo menstrual, antecedentes 
ginecológicos e obstétricos, antecedentes médicos e cirúrgicos, uso de medicações, se possui 
vida sexual ativa e outros questionamentos íntimos sobre a atividade sexual (SOUZA, A. J., 
2016). 
Após a percepção de uma condição de vínculo pré-estabelecida, o profissional deve 
abordá-la quanto ao histórico de agressão e violência dos diversos tipos. Por se tratar de um 
assunto delicado e por muitas vezes tido com naturalidade em uma cultura machista, é 
importante citar exemplos que favoreçam a compreensão da mulher (BRASIL, 2016). Agora, 
acontecerá o exame físico direcionado, começando pelo exame das mamas. Nesse momento 
serão realizadas: inspeção, palpação e expressão que serão discutidas detalhadamente mais 
adiante. 
No exame físico direcionado para o abdome, é feita a inspeção em busca de cicatrizes, 
regiões de protuberância ou abaulamentos, observa-se a cicatriz umbilical, tipo de abdome e a 
presença de anormalidades. Procura-se por dilatações venosas, observa-se a dinâmica 
respiratória além da pulsação. No exame ginecológico/da genitália, o enfermeiro avalia a 
presença de pelos pubianos, ectoparasitas, possíveis lesões na vulva, lábios e meato uretral além 
de secreções e varizes vulvares. É solicitado ao paciente que tussa para que através da manobra 
de valsava se identifique eventuais prolapsos genitais e incontinência urinária. Deve- se palpar 
a região das glândulas de Bartholin e palpar o períneo, para avaliação da integridade perineal. 
Na região anal, presença de hemorroidas e outras lesões (CARMAGNANI, M. I, S. et al, 2017). 
Por fim serão realizados os exames prescritos pelo profissional médico e que são de 
responsabilidade do enfermeiro executar e os procedimentos são realizados. Esse extenso e 
minucioso exame permite ao enfermeiro a avaliação singular da genitália, considerando estado 
da mucosa vaginal, forma e aspecto do colo, aspectos das secreções vaginais ou até mesmo a 
presença de leucorréia, o estado da secreção cervical e a identificação e observação de possíveis 
lesões. (CARVALHO, A. L. S. de, 2008). 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama – 2° ed – Brasília: Editora do 
Ministério da Saúde, 2013. 124 p.; II Caderno de Atenção Básica, n° 13. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolo de 
Atenção Básica: saúde das mulheres – 1° ed – 230 p., 2016. 
 
CATAFESTA, G.; KLEIN, D. P.; SILVA, E. F. da; CANEVER, D. P.; LAZZARI, D. 
D. Consulta de enfermagem ginecológica na estratégia saúde da 
Família. Arq. Ciênc. Saúde, 2015 jan-mar; 22(1) 85-90. Acessado em: 19/10/2019. 
Disponível em:http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/32/26 
 
CARVALHO, A. L. S.; NOBRE, R. N.S.; LEITAO, N. M. A.; VASCONCELOS, C. T. M.; 
PINHEIRO, A. K. B. Avaliação dos registros das consultas de enfermagem em ginecologia. 
Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2008;10(2):472-83. Acessado em: 19/10/2019. Disponível 
em: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n2/v10n2a18.htm 
 
SOUZA, A. J. de. Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Enfermagem da 
Universidade de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul, 2016. Acessado em: 19/10/2019. 
Disponível em: 
https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/1370/1/Ant%C3%B4nio%20Jardel%20de% 
20Souza.pdf 
 
MEU ESPAÇO: 
http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/32/26
http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n2/v10n2a18.htm
https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/1370/1/Ant%C3%B4nio%20Jardel%20de%20Souza.pdf
https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/1370/1/Ant%C3%B4nio%20Jardel%20de%20Souza.pdf
 
 
3. O que é cada exame e como é realizada a sua técnica? Cite os fundamentos de 
rastreamento para cada um deles. 
a) Citologia; 
 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
O exame de citologia é uma alternativa para o exame de Papanicolau onde as células 
coletadas do colo do útero não são colocadas em lâmina para posterior análise, mas sim transferidas 
para um frasco que contem um fixador líquido, com a própria escova usada na coleta. O produto disso 
é um esfregaço em uma só camada de células organizadas uniformemente. A citologia tem ainda a 
possibilidade de fazer a testagem específica para o DNA do HPV, o que contribui para o exame 
histológico. Com o avanço tecnológico, outras estratégias foram desenvolvidas para o melhoramento 
da técnica como a automação que é a leitura automatizada das lâminas ao identificar campos anormais 
com o uso da avaliação da densidade dos núcleos celulares, tamanho e forma das células além do 
forte desempenho com o rastreamento de células da membrana basal uterina anormais e nos seus 
processos de diferenciação, a citologia também é usada para a identificação de agentes 
microbiológicos cérvico-vaginais (BRASIL, 2013). 
Já a citologia convencional tem maior eficácia e precisão quanto o estudo da cultura das 
secreções, comum nas infecções cérvico-vaginais além de avaliar a intensidade da reação 
inflamatória, avaliar a eficiência do tratamento e a evolução ou involução da infecção. Apesar de 
a citologia convencional e a citologia em meio líquido possuírem suas propriedades de definição 
da avaliação, ambas são concordantes em seus resultados. Usando as duas metodologias, as 
infecções mais comuns são por Gardnerella vaginalis/Mobiluncus spp apesar que para a 
Trichomonas vaginalis, infecção também recorrente nas avaliações, a técnica convencional possui 
melhor desempenho (AMORIM, L. T. L., 2018). 
Para a coleta do exame citopatológico se faz necessário espéculosde tamanhos variados onde 
a sua escolha irá depender do histórico da mulher (parto natural, virgindade...), lâmina de vidro com 
extremidade fosca (para ser identificada), espátula de Ayre, escova endocervical, luvas descartáveis, 
pinça de Cherron, solução fixadora e recipiente para acondicionar a lâmina. Ademais, solicitação 
do exame, fitas de identificação para os frascos, EPIs, lençóis, camisola/aventais 
preferencialmente descartáveis. Antes da coleta, realizar as orientações do exame ginecológico, 
explicar o propósito do exame e as etapas do mesmo. Preencher os formulários, identificar as lâminas e 
recipientes (iniciais do nome, data de nascimento), solicitar que a paciente esvazie a bexiga e troque de 
roupas (BRASIL, 2012). 
O profissional deve realizar a higiene básica das mãos, solicitar que a mulher fique em 
posição ginecológica de maneira confortável, cobri-la com lençol para que ela se sinta menos 
desnuda e mantendo a sua privacidade. Após calçar as luvas e fazer primeiro a inspeção da 
genitália, avisar que vai introduzir o espéculo e colocar de forma suave em posição vertical, 
mas ligeiramente inclinado para que o colo do útero seja visualizado. Nesse momento faz a 
inspeção da vagina e colo do útero, e com a espátula de Ayre iniciar a coleta da ectocérvice. 
Para isso, encaixe a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo e apoie de forma 
firme para fazer o movimento único em 360° em torno do orifício e fazer esfregaço único no 
sentido transversal, segundo o Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e 
Obstetrícia de Brasília (2017). 
Ainda conforme o mesmo manual, para realizar a coleta na região da endocérvice 
utiliza-se a escova endocervical, ao introduzir ela, deve ser feito mais um movimento giratório 
único em 360° e colocar o material coletado na metade inferior da lâmina no sentido 
longitudinal. Esse material deve ser fixado imediatamente e distendido na lâmina evitando seu 
dessecamento. Até então, vou realizada a coleta de forma convencional. Para a coleta da 
citologia em meio líquido, o procedimento padrão é o mesmo, a única especificidade é que ao 
invés de o material ser espalhado em lâmina, a ponta da escova é quebrada dentro do frasco e 
embebida em fixador. Dessa forma o material será igualmente enviado para análise laboratorial. 
Após o procedimento o espéculo deve ser retirado delicadamente e a paciente ser informada do 
término do exame. É importante ressaltar que o registro do procedimento é essencial e 
indispensável e que o profissional deve realizar a higienização das mãos após a coleta. 
 
REFERÊNCIAS: 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama – 2° ed – Brasília: Editora do 
Ministério da Saúde, 2013. 124 p.; II Caderno de Atenção Básica, n° 13. 
 
AMORIM, L. T. L., MONTEIRO, N. J., NOGUEIRA, L. M. V., RODRIGUES, I. L. A., 
ANDRE, S. R. Exame de colpocitologia oncótica: revisão integrativa. Rev Enferm Health 
Care [Online]. Jan/Jul 2018; 7(1):209-224. Acessado em: 19/10/2019. Disponível em: 
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/2436 
BRASIL. Secretaria da Saúde. Manual técnico: saúde da mulher nas Unidades Básicas de 
Saúde / Secretaria da Saúde, Coordenação da Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família. – 
2. ed. - São Paulo: SMS, 2012. 
67 p. – (Série Enfermagem). Acessado em: 19/10/2019. Disponível em: 
file:///C:/Users/FABRICIO%20HONORIO/Downloads/SaudedaMulher23092015%20(1).pdf 
Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. Brasília: 
Editora Luan Comunicação, 2017. ISBN – 978-85-93940-00-2. Disponível em: 
http://www.sgob.org.br/wp-content/uploads/2017/10/ManualSGOBdigital11102017.pdf 
 
 
MEU ESPAÇO: 
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/2436
http://www.sgob.org.br/wp-content/uploads/2017/10/ManualSGOBdigital11102017.pdf
 
 
 
 
Espátula de Ayre. Pinça de Cherron. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escova endocervical. 
 
 
 
 
 
 
Espéculo. 
Adenocarcinomas: 
 
 
 
 
 
 Carcinomas de células eycamosas : 
qdsptado a qan I da releré inc ia s. 
 
Represenlam 15—25°. de lodos os canceres do 
cola uterino' 
54a mais agressivos’ 
R eprescn!am a ma ioria dos c ânccrcs em 
mulheres lovens° 
NPVs 16. 1B e 45 responsâveis par > 90°/ dos 
adenocarci ngmas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) 
Colposcopia; 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
O Decreto Federal Nº 94.406, de 8 de junho de 1987 que regulamenta a Lei nº 7.498, de 
25 de junho de 1986, dispõem que não contempla a atividade de enfermagem a realização do 
exame de colposcopia visto que sua finalidade é de diagnóstico e deve ser feita apenas pelo 
profissional médico, assim como também reafirma a Resolução CFM nº 1.627/2001. O exame 
de colposcopia avalia o epitélio do trato genital e pode ser comtemplado com a biopsia para 
uma melhor definição da sua condição (BRASIL, 2016). 
É uma ferramenta de extrema importância para a avaliação do colo do útero por sua 
capacidade de identificar lesões benignas, lesões neoplásicas e pré neoplásicas de baixo e alto 
risco, sendo geralmente, a última, comum por infecção pelo HPV. Atualmente, devido a sua 
grande sensibilidade na detecção do HPV, a colposcopia já é considerado um método de 
rastreamento de patologia cervical e apesar da sua alta sensibilidade, não possui alta 
especificidade (LIMA, T. M, et al; 2012). 
Para realização do exame, o consultório genicológico deve possuir uma cadeira de altura 
regulável, aparelho colposcópio, material para biópsia, dilatação de canal cervical, anestésicos, 
bisturi elétrico de alta frequência (CAF) e aspirador de fumaça, pinças e soluções à mão e 
material para coleta de material para colpocitologia. Os materiais específicos para a coleta do 
exame são o SF 0,9%, ácido acético a 3% e 5%, solução de Schiller, hipossulfito de sódio, 
solução para assepsia, ácido tricloroacético entre 70% a 100%, cotonetes; - seringa, agulha e 
anestésico tópico; - pinça de exploração de canal cervical de Menckel, pinça de biópsia Allis, 
saca-bocado Gaylor-Medina, punch dermatológico, pinça de Pozzi e material de sutura simples 
além de tampão (FEBRASGO, 2010). 
Quanto a indicação do exame, pode ser realizado em mulheres gestantes sendo 
ressaltado que a partir do 7° mês gestacional o procedimento é pouco mais desconfortável e 
aumenta o risco de sangramentos, sendo menos realizado pela maior parte dos profissionais, a 
menos que haja real indicação. É importante lembrar que a paciente não pode estar no período 
menstrual para a realização do exame. O espéculo é inserido, limpa-se o excesso de secreção 
vaginal já se atentando a sua cor e espessura além do odor com gaze e SF 0,9%. Em seguida, o 
médico aplica a solução de ácido acético (3-5%) e observa de forma detalhada os fundos de 
saco e paredes vaginais com o algodão embebido pelo ácido, reaplicando-o sempre que preciso, 
dando atenção especial para identificação da junção escamo-colunar (JEC), a zona de 
transformação (ZT) e epitélios escamoso e colunar. (FEBRASGO, 2010). 
Em seguida, coloca-se a solução de Schiller no colo uterino e na vagina à procura de 
áreas de iodo negativas. Por se tratar de iodo, a paciente deve ser indagada antes da colocação 
da solução se já apresentou alergia a iodo em algum momento da vida. A solução pode causar 
certo desconforto, portanto é ideal retirar o seu excesso (FEBRASGO, 2010). Esse teste é 
fundamentado na fixação do iodo pelo glicogênio existente no epitélio pavimentoso 
estratificado do colo do útero e em condições normais colore em cor marrom-escura. (BRASIL, 
2016) 
Por fim é feita a aavalição de vulva, períneo e ânus com o ácido acético a 5%. Em área 
iodo-negativas/acetoesbranquiçadas considera-se uma região atípica e necessita de biopsia. 
Também é comumna realização do exame o procedimento de retirada de pólipos preparados 
para realização da exploração de canal cervical, de biópsias, retiradas de pólipos. Já o 
hipossulfito de sódio, também citado como material conveniente para a realização da 
colposcopia possibilita a descoloração das áreas iodo positivas em uma segunda testagem no 
mesmo exame (FREBASGO, 2010). 
REFERÊNCIAS: 
LIMA, T. M., Lessa, P. R. A., FREITAS, L. V., TELES, L. M. R., AQUINO, P. S., 
DAMASCENO, A. K. C., PINHEIRO, A. K. B. Acta Paul Enferm. Análise da capacidade 
diagnóstica dos exames preventivos do câncer de colo uterino*. São Paulo, 2012;25(5):673-8. 
Acessado em: 27/10/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n5/05.pdf 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional Câncer. Diretrizes para o rastreamento do 
câncer do colo do útero. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: 
http://www.citologiaclinica.org.br/site/pdf/documentos/diretrizes-para-o-rastreamento-do-cancer- 
do-colo-do-utero_2016.pdf 
 
FEBRASGO: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de 
Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia: colposcopia normal e alterada. São 
Paulo, 2010. 
 
 
utero 
 
 
 
 
.|Jt 
http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n5/05.pdf
http://www.citologiaclinica.org.br/site/pdf/documentos/diretrizes-para-o-rastreamento-do-cancer-do-colo-do-utero_2016.pdf
http://www.citologiaclinica.org.br/site/pdf/documentos/diretrizes-para-o-rastreamento-do-cancer-do-colo-do-utero_2016.pdf
ACIDO ACETICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilormal Ceryix Early stage IB 
Garvical cancer 
LUGOL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Late stage IB Stage llB 
Cervical cancer The cancer is aatsi8e cervix 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Anexo 3, posteriormente, podem ser vistas algumas alterações da colposcopia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) O que é a JEC? Qual a sua relação no momento da coleta? O que é e quais são 
as consequências da ectopia, caso haja. 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
A junção escamo colunar original (JEC) está localizada próximo ao orifício cervical 
externo. Com o crescimento da mulher, menarca, puberdade e início da atividade sexual, o colo 
uterino tem sem volume aumentado e o epitélio endocervical se alonga levando ao processo de 
eversão do epitélio colunar da parte inferior da endocérvice, para próximo a ectocérvice. 
Chamamos essa condição de ectopia, com ectocérvice de característica bastante avermelhada. 
O epitélio interage como o pH vaginal e essas exposições cuminam na formação de um novo 
epitélio, o metaplásico. Este, grande produtor de glicogênio (PIERRE, PL et al, 2015). 
 
Como se sabe, o epitélio do colo é dividido em dois tipos: a ectocérvice que é a região 
mais externa onde há o tecido escamoso e a região da endocervice que é mais interna e revestida 
por tecido glandular. Esses tecidos são conectados por uma linha que pode estar na endo ou na 
ectocérvice à depender da situação hormonal da mulher. Na infância e no período pós 
menopausa a JEC se encontra dentro do canal cervical enquanto que no período da menacme 
que é o período reprodutivo da mulher, ela está no orifício externo ou ainda para fora dele, 
caracterizando uma ectopia/eversão (FEBRASGO, 2010). 
Por conta do ph ácido ao qual o epitélio escamoso está submetido, ele se adapta e dá 
origem a ZT que é a zona de transformação que por meio do mecanismo de metaplasias se 
tornando uma área do colo mais propensa a alterações celulares de cunho maligno. É na zona 
de transformação que podemos identificar os Cistos de Naboth, que são cistos sem significado 
patológico que estão na ZT, uma espécie de tecido de cicatrização. Atualmente, ao identificar 
presentes as células metaplásicas ou células endocervicais na JEC, é um verdadeiro indicador 
quanto a eficiência da coleta, pois, como se sabe, a JEC é um ideal representativo do local onde 
se situa a quase totalidade dos cânceres do colo do útero, o que não significa que ao visualizar 
o colo do útero (FEBRASGO, 2010). A formação do cisto de Naboth consiste na obstrução da 
região pelo muco da própria vagina no tecido glândular, é uma espécie de cicatriz. Com o 
acumulo da secreção, é comum a formação do cisto e são consideradas alterações benignas e 
podem indicar infecções já tratadas, por exemplo (BRASIL, 2006). 
REFERÊNCIAS: 
Martin-Hirsch Pierre PL, Jarvis Gerry G, Kitchener Henry C, Lilford Richard. Collection 
devices for obtaining cervical cytology samples. Cochrane Database of Systematic Reviews. 
In: The Cochrane Library, Issue 11, Art. Disponível em: 
<http://cochrane.bvsalud.org/doc.php?db=reviews&id=CD001036&lib=COC> Acesso 
em 20/janeiro/2015. 
FEBRASGO: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de 
Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia: colposcopia normal e alterada. São 
Paulo, 2010. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. 
Coordenação de Prevenção e Vigilância. Nomenclatura brasileira para laudos cervicais e 
condutas preconizadas: recomendações para profissionais de saúde. 2a ed. Rio de 
Janeiro: 
INCA; 2006. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Nomenclaturas_2_1705.pdf. Acesso em: 
02/11/2019. 
 
 
MEU ESPAÇO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Localização da JEC: 
http://cochrane.bvsalud.org/doc.php?db=reviews&id=CD001036&lib=COC
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Nomenclaturas_2_1705.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cistos de Naboth: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. No que consiste a Lei Maria da Penha? Quais os tipos de violências? Como seriam a 
assistência de enfermagem e os encaminhamentos realizados, nesse contexto? 
 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
 
De fato, apesar do histórico de desenvolvimento da Lei Maria da Penha no Brasil, se trata 
de uma medida protetiva às mulheres, mas também para idosos, crianças e qualquer indivíduo que 
esteja em condição de opressão e vulnerabilidade e agressão aos direitos humanos por qualquer 
tipo de violência existente, segundo a Lei de número 11.340/2006. A iniciativa busca coibir a 
agressão através de punição legal aos denunciados e a garantia da segurança à toda e qualquer 
vítima. Um entrave encontrado nesse sistema é que as delegacias nem sempre são tão bem 
preparadas para atender a esse tipo de demanda. 
Esse é um fato amplamente discutido, pois, a aplicação da lei está diretamente ligada a 
compreensão da mesma pelos servidores e nesse tipo de procedimento não pode haver falhas. O 
artigo 10 dessa lei deixa claro que as autoridades precisam atender imediatamente esse tipo de 
demanda e garantir seu depoimento em modo sigiloso e a segurança do individuo além de tomar 
as providencias cabíveis já conhecidas nessa lei no decorrer do inciso 11. Atualmente, no ano de 
2019, foram discutidas mudanças nessa lei para torna-la ainda mais compreensível e severa para 
os agressores (TRINDADE, V. E. B., 2016). 
As principais mudanças consistem na criação de um juizado de violência doméstica e 
familiar com a finalidade de tornas célere as devolutivas cíveis e criminais dos casos; agrega 
medidas protetivas de urgência para as vítimas de violência doméstica podendo inclusive emitir 
ordem de distância mínima entre agressor e vítima imediatamente à denuncia; trás a 
obrigatoriedade de que lesão corporal seja apurada e processada mesmo sem o desejo da vítima – 
o que já tem sido bastante questionável pois algumas correntes defendem a ideia de que obrigar o 
acontecimento do inquérito seria uma nova forma de violência contra essa vítima-; é assegurada a 
vítima o direito a assistência multidisciplinar em saúde, bem como, assistência social e jurídica 
(MENDES, J. L. R. et al, 2017). 
A lesão corporal, por exemplo, se divide em váriossubtipos e para cada um deles há uma 
pena. Em caso de lesão corporal simples, que gere vermelhidão, desmaio ou dor, preconiza- se de 
3 meses a 1 ano de prisão podendo ser revertida em multas ou trabalhos comunitários. Já a lesão 
corporal grave que é aquela onde a vítima se torna incapaz de realizar suas atividades por mais de 
30 dias ou são potencias riscos à vida, cause debilidade permanente de membros ou sentidos do 
corpo, a prisão varia de 1 a 5 anos de reclusão. 
Quando se trata de lesão corporal gravíssima e lesão seguida de morte, esses crimes geram 
detenções ainda maiores pois podem causar incapacidade ou deformação permanente ou até 
mesmo levar ao óbito. Para a lesão corporal gravíssima, está preconizada a detenção de 2 a 3 anos. 
Já para lesão seguida de óbito pune o agressor em 4 a 12 anos de prisão (SOUZA, M. C.; 
BARACHO, L. F., 2015). 
Infelizmente ainda não chegamos a visualizar a completa efetividade dessa lei. É 
ascendente a curva de crescimento no setor de violência e mesmo com o grande desejo de reverter 
esse quadro, ainda é de longe que se vislumbra tal realidade, pois, se faz necessária uma 
desconstrução do perfil ideológico cultural machista enraizado em nossa população. Ainda existe 
a necessidade do reconhecimento feminino, principalmente, como algo semelhante ao masculino 
e não como um fator de fragilidade e o ideal de serventia. 
De forma geral, segundo o Manual de Atendimento às Vítimas de Violência (2009), a 
violência física é a mais discutidas e conhecida, porém, existem muitos outros tipos de violência. 
São elas: 
 
 
 
TIPO DE VIOLÊNCIA DEFINIÇÃO 
Contra a criança e o adolescente; Conduta – ação ou omissão, agressão ou 
coerção que cause dano, constrangimento, 
limitação, sofrimento físico, sexual, moral, 
psicológico ou social. 
Contra a mulher; Conduta – ação ou omissão – de 
discriminação, agressão ou coerção que 
cause dano, morte, constrangimento, 
limitação, sofrimento físico, sexual, moral, 
psicológico, social, político ou econômico ou 
perda patrimonial e pode acontecer tanto em 
espaços públicos como privados. 
 
Contra o idoso; Ato único ou repetido ou, ainda, a omissão 
que cause dano ou aflição ao idoso, tal como: 
discriminação; agressão ou coerção; morte; 
constrangimento; limitação; sofrimento 
físico, sexual, moral, psicológico, social ou 
perda patrimonial. 
De gênero; Sofrida pelo fato de ser 
mulher/homem/transexual, sem distinção de 
raça, classe social, religião, idade ou qualquer 
outra condição. 
Intrafamiliar; Por membros da família, por afinidade ou 
afetividade, expressa por: abuso físico, 
sexual, psicológico ou como negligência ou 
abandono. 
Física; Machuque ou agrida intencionalmente uma 
pessoa, por meio da força física, arma ou 
objeto, provocando ou não danos e lesões 
internas ou externas no corpo. 
Violência institucional; Instituições públicas e privadas; apresenta-se 
na relação de servidores com o 
paciente/usuário, podendo se dar de diversas 
formas: ineficácia e negligência no 
atendimento, discriminação (de gênero, 
étnico-racial, econômica etc.), intolerância e 
falta de escuta, desqualificação do saber do 
paciente, uso de poder, massificação do 
atendimento e outros. 
Moral; Destinada a caluniar, difamar ou injuriar a 
honra ou a reputação da mulher ou do 
homem. 
Patrimonial; Implica dano, perda, subtração, destruição ou 
retenção de objetos, documentos pessoais, 
bens , valores e similares. 
Psicológica; Ação ou omissão destinada a degradar ou 
controlar as ações, comportamentos, crenças 
e decisões de outra pessoa, por meio de 
intimidação, manipulação, ameaça direta ou 
indireta, humilhação, isolamento ou qualquer 
outra conduta que implique prejuízo à saúde 
psicológica, à autodeterminação ou ao 
desenvolvimento pessoal. 
Sexual; Relação sexual em que a pessoa é obrigada a 
se submeter, contra a sua vontade, por meio 
de força física, coerção, sedução, ameaça ou 
influência psicológica. Essa violência é 
considerada crime, mesmo quando praticada 
por um familiar, seja ele pai, marido, 
namorado ou companheiro. Considera-se 
também, como violência sexual o fato de o 
agressor obrigar a vítima a realizar alguns 
desses atos com terceiros. Consta, ainda, no 
 
 Código Penal Brasileiro que a violência sexual 
pode ser caracterizada de forma física, 
psicológica ou com ameaça, compreendendo 
o estupro, a tentativa de estupro. 
 
 
Durante a consulta de enfermagem, na anamnese, é papel fundamental da 
enfermagem identificar traços de violência no discurso do usuário através do seu 
comportamento, fala e possíveis bloqueios representados na linguagem não verbal. Está contida 
nesse sentido a importância da ambiência e da construção do vínculo além do preparo para a 
abordagem à essa usuária ou usuário e o entendimento sobre o processo de notificação 
compulsória (FREITAS, R. J. M., 2018). 
Identificar e notificar em caso de constatação de algum tipo de violência domiciliar não 
é algo simples e nota-se que não existem treinamentos específicos que capacitem os profissionais, 
sendo essa uma ação muito definida pelo perfil do mesmo, o que é um problema, pois, a falta de 
preparo pode corroborar para a subnotificação ou até mesmo o receio do profissional em se 
envolver no caso. Essa situação contribui ainda para a invisibilidade dos atos de violência além de 
contribuir para a confusão entre notificação, denuncia e criminalização. Os mesmos confundem o 
ato de notificar com denúncia e criminalização (FREITAS, R. J. M., 2018). 
Segundo o Ministério da Saúde, no texo: “Caso suspeito ou confirmado de violência 
doméstica/intrafamiliar, sexual, autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho 
infantil, tortura, intervenção legal e violências homofóbicas contra mulheres e homens em 
todas as idades. No caso de violência extrafamiliar/comunitária, somente serão objetos de 
notificação as violências contra crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, pessoa com 
deficiência, indígenas e população LGBT.” 
(Ficha de Notificação Individual de Violência interpessoal/autoprovocada disponível 
em: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/Ficha_Viol_5_1_Final_15_06_15.pdf) 
A notificação compulsória é necessária e difere de uma denuncia, é um instrumento 
para garantia dos direitos do usuário enquanto ser social. 
Crianças e adultos têm suas notificações feitas pelo SINAN além da obrigatoriedade 
de notificação ao Conselho Tutelar, segundo o artigo 13 da lei 8069/1990. Conforme o Estatuto 
da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741 de 01/10/2003) serão referenciados por meio de notificação 
compulsória a autoridade sanitária, bem como a autoridade policial; Ministério Público e/ou 
Conselho da Pessoa Idosa (artigo 19). Quanto às pessoas com deficiência, a Lei nº 13.146 de 
06/07/2015 determina que a Autoridade Policial seja acionada, conforme determina o artigo 
26. 
Para os casos de violência sexual, a notificação imediata visa agilizar o atendimento 
à pessoa que foi vítima e seu acesso à contracepção de emergência e às medidas profiláticas 
de doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais em até 72 horas da agressão, o mais 
precocemente possível, de acordo com o preconizado na Norma técnica “Prevenção e 
Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes” e 
na “Linha de cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias 
em Situação de Violências”; no caso de violência contra mulher, deve-se orientar a mulher a 
procurar os serviços da rede de atendimento à mulher em situação de violência, tais como 
Delegacia de Atendimento à Mulher e Centro de Referência da Mulher (BRASIL, 2010). 
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/Ficha_Viol_5_1_Final_15_06_15.pdf
A notificação imediata é fundamental para organização dos serviços a fim de que 
seja garantido o acesso às medidas de prevenção dos agravos resultantes da violência sexual 
em tempooportuno. A notificação se dará a partir do fluxo definido pela vigilância local, no 
qual o serviço de saúde notifica via ficha de notificação, telefone, fax ou outro meio específico 
à vigilância municipal e encaminha a pessoa que sofreu a violência para os serviços de 
referência para violência sexual no setor saúde e rede de proteção. É importante a agilidade 
deste fluxo para garantir que a vigilância tenha conhecimento destes casos, e que eles sejam 
encaminhados ao seguimento adequado. Portanto, é necessário articular a notificação do caso à 
vigilância epidemiológica do município, imediatamente após o seu conhecimento com o 
encaminhamento imediato da pessoa para a rede de atenção à saúde (BRASIL, 2009). 
 
REFERÊNCIAS: 
Brasil. Ministério da Saúde. Violência Intrafamiliar: orientações para a prática em serviço. 
Caderno da Atenção Básica n° 8. Brasilia – DF, 2002. Acessado em: 03/11/2019. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/violencia_intrafamiliar_cab8.pdf 
Brasil. Ministério da Saúde. Linha de cuidado para a Atenção Integral de Cuidado à Saúde de 
Crianças, Adolescentes e suas Famílias em situação de violência. Brasília –DF, 2010. 
Acessado em: 4/11/2019. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_criancas_familias_violencias.pdf 
Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Manual para atendimento as vítimas de 
violência na Rede de Saúde Pública do DF. Brasília – DF, 2009. Acessado em: 03/11/2019. 
Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atendimento_vitimas_violencia_saude_pu 
blica_DF.pdf 
MENDES, J. L. R.; BITU, R. V. L.; NÓBREGA, M. P. A (in)efetividade da Lei Maria da 
Penha no município de Souza na Paraíba. INTESA – Informativo Técnico do Semiárido 
(Pombal-PB), v 11, n 2, p 18 - 22, jul - dez , 2017. Acessado em: 04/11/2019. Disponível em: 
file:///C:/Users/FABRICIO%20HONORIO/Downloads/4799-22943-1-PB.pdf 
TRINDADE, V. E. B. Lei Maria da Penha: violência doméstica e familiar contra à mulher no 
âmbito da polícia judiciária. II Mostra Nacional de trabalhos científicos do XII Seminário 
Nacional de Demandas Sociais e Políticas Públicas na sociedade contemporânea. Rio Grande 
do Sul, 2016. Acessado em: 4/11/2019. Disponível em: 
file:///C:/Users/FABRICIO%20HONORIO/Downloads/14576-11326-1-PB.pdf 
SOUZA, M. C. de; BARACHO, L. F. A Lei Maria da Penha: Égide, evolução e 
jurisprudência no Brasil. Revista Eletrônica do Curso de Direito - PUC Minas Serro – n. 11 
– Jan./Agost. 2015. Acessado em: 4/11/2019. Disponível em: 
file:///C:/Users/FABRICIO%20HONORIO/Downloads/8695-Texto%20do%20artigo-37769- 
1-10-20150902%20(1).pdf 
Freitas, R. J. M. de, Sousa, V. B. de, Costa, T. da S. C. e, Feitosa, R. M. M., Monteiro, A. R. 
M., & Moura, N. A. de. (2018). Atuação dos enfermeiros na identificação e notificação dos 
casos de violência contra a mulher. HU Revista, 43(2), 91 - 97. Acessado em: 4/11/2019. 
Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2585 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/violencia_intrafamiliar_cab8.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_criancas_familias_violencias.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atendimento_vitimas_violencia_saude_publica_DF.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atendimento_vitimas_violencia_saude_publica_DF.pdf
https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2585
MEU ESPAÇO: 
 
 
 
 
5. Descreva o exame físico da mama, explique quando ele deve ser realizado, suas 
indicações e contraindicações, se houver. Em seguida, responda: 
a) Quais as características das alterações benignas e malignas da mama? 
b) Quais exames podem ser realizados nas mamas? Cite os fundamentos de rastreamento 
para cada um deles. 
 
Segundo o Consenso da sociedade brasileira de mastologia (2017), o exame físico da 
mama inicia antes mesmo do primeiro toque à paciente. O momento da anamnese é onde se 
investiga possíveis queixas de secreções, dores, desconfortos, discurso de posições ou 
atividades que provocam alguma alteração ou incomodo além do momento de saber se a mulher 
já amamentou em algum momento da sua vida e por quanto tempo isso aconteceu além de 
possíveis intercorrências relacionadas à mama. A inspeção inicia com a usuária ainda de roupa, 
no momento da coleta de dados onde se pode observar a simetria e volume da mama. 
Ainda fundamentado no consenso, solicitar que troque de roupa e deite na mesa 
ginecológica em decúbito dorsal com as mãos apoiadas sob a cabeça o profissional começa a 
avaliar minunciosamente cada mama através da inspeção. Observa-se tamanho e forma do seio, 
simetria, cor e forma das aréolas, como se apresenta o mamilo, qual a coloração da mama, se 
existem vasos aumentados, corrimentos ativos, presença de lesões externas, protuberâncias ou 
possíveis sinais de violência, pois esse também é um momento para abordar a mulher e orientá-
la quanto à violência domestica. 
Concluída a inspeção, pedir licença e iniciar a palpação da mama no seguinte sentido: 
linha axilar posterior, linha axilar médica, linha axilar anterior, região infraclavicular e, por fim, 
toda região mamária fazendo leves punções digitais em movimento circular à procura de cistos, 
nódulos, massas, algia ou qualquer possível alteração. Após esse momento, é indicada a 
expressão sutil do mamilo para que se observe a possibilidade de saída de qualquer tipo de 
secreção mediante o estimulo. É importante que durante esse processo o profissional vá 
orientando a mulher sobre o que está fazendo para educa-la a realizar seu próprio autoexame 
periodicamente, o que não dispensa, obviamente, o exame físico direcionado por parte de um 
profissional habilitado. 
Além do autoexame que deve ser realizado rotineiramente no dia a dia da mulher seja 
no banho ou durante a hidratação do corpo ou como ela se sentir confortável para tal, o exame 
físico direcionado realizado pelo enfermeiro na consulta de enfermagem ou até mesmo pelo 
médico na consulta médica, também existem exames complementares e com finalidade 
diagnóstica além do rastreamento e prevenção do câncer de mama, são eles: ultrassonografia e 
a mamografia (BARRETO, A. P. S V. et al, 2016). 
A ultrassonografia é um exame de imagem que permite a visualização de órgãos através 
de ondas ultrassons. É realizada apenas pelo profissional médico, segundo a Lei 12842 de 10 
de Julho de 2013 (Lei do Ato Médico). O exame de ultrassonografia das mamas não possui 
contraindicações nem mesmo para gestantes e deve ser feito anualmente mesmo em mulheres 
que já possuam critérios para realização de mamografia. É uma ferramenta de extrema 
importância para o acompanhamento de possíveis alterações benignas ou até mesmo malignas. 
Já o exame da mamografia é realizado anualmente e consiste na aplicação do raio-x 
tradicional com feixes de luz projetados para corresponder a anatomia da mama, por isso é um 
exame especializado que segundo o Artigo 5° da Lei 6684/1979 desde que seja capacitado para 
tal e esteja supervisionado por um médico, assim como na Lei 7394/1985 dista que o técnico 
de radiologia em presença de supervisão de um supervisor médico radiologista poderá executar 
o exame, bem como a classe médica mediante especialização, está legalmente pronta para 
realiza-lo. Esse exame, antigamente, era indicado apenas para mulheres a partir dos 40 anos, 
porém, segundo o Ministério da Saúde, havendo qualquer critério de inclusão em um grupo de 
risco voltado a temática, a mulher já está passiva a realização do exame de mamografia 
(BORGES, Z. da S. et al, 2016). 
O câncer de mama (neoplasia da mama) é um dos cânceres que mais acomete à 
mulheres, segundo o INCA. É uma alteração maligna na mama tratável por radioterapia, 
quimioterapia combinados ou não com o procedimento cirúrgico de mastectomia parcial ou 
ainda mastecomia total. Alguns sinais amplamente reconhecidos paraessa patologia são feridas 
na mama, nódulos aparentes, dor na mama ou região da aixila por onde há a rede de linfonodos, 
alterações nos mamilos, secreção escura saindo do mamilo (geralmente unilateral), pele 
enrugada com aspecto de casca de laranja, eritemas e edemas, aparecimento de covas ou pregas 
na pele, assimetria entre as mamas, alterações no formato convencional do mamilo e até mesmo 
a visualização de veias evidentes na pele da mama. É comum o aparecimento dessas alterações 
de maneira unilateral (BORGES, Z. da S. et al, 2016). 
O estilo de vida adotado corrobora com fatores de risco para o aparecimento do câncer, 
assim como: idade (mulheres acima de 50 anos são mais suscetíveis), fumar, consumir álcool, 
estar em sobrepeso ou em obesidade, ter histórico familiar de câncer de mama e/ou ovário em 
parentes de primeiro grau, uso de terapia de reposição hormonal pós menopausa. Como já foi 
citado anteriormente, não é raro encontrar alguma alteração a nível de mama nas mulheres 
brasileiras, reflexo de uma cultura que incita o medo dos exames preventivos e o déficit de 
autocuidado no tocante a negligencia à realização dos exames ginecológicos de rotina, são elas 
(GINECOB, 2017): 
 
ALTERAÇÕES BENIGNAS ALTERAÇÕES MALIGNAS 
➢ MASTALGIA: dor mamária quase 
sempre relacionada ao ciclo 
menstrual. É orientado o uso de 
sutiãs confortáveis, analgésicos de 
via oral ou até mesmo distúrbios 
➢ CÂNCER DE MAMA: formato do 
seio irregular, bordas e massas mal 
definidas, tumores geralmente 
indolores e fixos. 
 
hormonais. 
➢ FIBROADENOMA: formato 
nodular originário nos lóbulos 
mamários, geralmente é sólido, 
móvel, liso e indolor além de ser 
único quase sempre. 
➢ NÓDULOS NA MAMA: 
tumoração da glândula mamária; 
➢ CISTOS: nódulos intramamários 
cin líquido interior, Geralmente são 
múltiplos e bilaterais, não apresenta 
sintoma e pode ser identificado em 
qualquer um dos exames para 
mama já citados anteriormente. São 
classificados como simples (não 
palpáveis que aumentam o risco de 
câncer de mama no futuro); ou 
ainda complexos com septos ou 
lesões vegetantes internas podendo 
ser palpável e por alguns 
apresentarem lesões de
provável 
desenvolvimento neoplásico sendo 
indicada biopsia e cirurgia. 
➢ CALCIFICAÇÃO MALIGNA DA 
MAMA: depósitos de cálcio na 
mama que acontecem devido a 
processos degenerativos nas células 
mamárias. 
➢ FLUXO PAPILAR: é o derrame ou 
a saída de líquidos não relacionados 
à amamentação. Possui significado 
se esse líquido sair 
espontaneamente sem a expressão 
manual. Quando mais relacionado a 
lesões pre cancerosas, unilaterais, 
sem expressão manual é importante 
agendar consulta médica. 
➢ Carcinoma ductal in situ: células de 
características malignas não 
invadem a membrana basal sub 
epitelial , não atingindo veias e 
vasos linfáticos. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Parâmetros técnicos para o 
rastreamento do câncer de mama. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parametros_rastreamento_cancer_mama.pdf 
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usuárias em uma unidade básica de saúde. Temas em Saúde, vol. 16, número 4, João Pessoa, 
2016. Acessado em: 11/11/2019. Disponível em: http://temasemsaude.com/wp- 
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BORGES, Z. da S.; WEHRMEISTER, F. C.; GOMES. A. P.; GONÇALVES, H. Exame 
clínico das mamas e mamografia: desigualdades nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. Rev. 
bras. epidemiol. 19 (01) Jan-Mar 2016. Acessado em 11/11/2019. Disponível em: 
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MIGOWSKI, A.; DIAS, M. B. K.; DIZ, M. B. P. E.; SANT’ANA, D. R.; NADAMOVSKY, 
D. Diretrizes para detecção precoce do câncer de mama no Brasil. II – Novas recomendações 
nacionais, principais evidências e controvérsias. Cad. Saúde Pública 2018; 34(6). Acessado 
em 11/11/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v34n6/1678-4464-csp-34-06- 
e00074817.pdf 
Consenso da Sociedade Brasileira de Mastologia. Editora da Universidade Federal do 
Piauí - EDUFPPiauí – 2017. Acessado em: 12/11/2019. Disponível em: 
http://www.sbmastologia.com.br/medicos/wp-content/uploads/2018/03/C%C3%A2ncer-de- 
Mama-Consenso-da-SBM-Regional-Piau%C3%AD-2017.pdf 
VIANNA, Alberto Domingues; MARCHIORI, Edson. Calcificações malignas da mama: 
correlação mamografia-anatomia patológica. Radiol Bras, São Paulo , v. 35, n. 3, p. 131- 
137, June 2002 . Acessado em: 12/11/2019. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 
39842002000300003&lng=en&nrm=iso> 
MEU ESPAÇO: 
 
 
http://www.scielo.br/pdf/csp/v34n6/1678-4464-csp-34-06-e00074817.pdf
http://www.scielo.br/pdf/csp/v34n6/1678-4464-csp-34-06-e00074817.pdf
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842002000300003&lng=en&nrm=iso
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Quais as alterações benignas e malignas do sistema reprodutor feminino? Como 
acontece a assistência de enfermagem nesse contexto? 
 
 
Assim como na mama, as alterações benignas não necessariamente trazem dano à saúde 
da mulher, a menos que por motivos de aumento de massa ou sensibilidade a usuária sinta dor, 
sendo necessária intervenção médica. A fim de facilitar a compreensão, o quadro abaixo define 
algumas das principais alterações benignas e malignas relacionadas ao sistema reprodutor 
feminino: 
 
 
 
ALTERAÇÕES BENIGNAS ALTERAÇÕES MALIGNAS 
i. PÓLIPO ENDOMETRIAL; I. CÂNCER DE OVÁRIO; 
ii. PÓLIPO CERVICAL; II. CÂNCER DO COLO DO 
ÚTERO; 
iii. MIOMAS UTERINOS; III. NEOPLASIA MALIGNA DA 
VULVA; 
iv. PAPILOMAS CERVICAIS; IV. CÂNCER DE VAGINA; 
 
 
➢ ALTERAÇÕES BENIGNAS: 
 
i. Pólipos endometriais: 
 
Correspondem a lesões protuberantes no endométrio com distribuição irregular das 
glândulas podendo ser assintomático ou sintomático onde a queixa mais comum é de 
sangramento entre as menstruações ou ainda, sangramento irregular e de grande volume durante 
a menstruação sangramento vaginal na pós-menopausa, sangramento no ato sexual 
(sinusorragia) e ainda sangramentos irregulares em usuárias que fazem reposição hormonal no 
período de menopausa. Fatores como o aumento de estrogênio circulante e a diminuição da 
progesterona, o comum durante a menopausa, também está relacionado ao aparecimento de 
pólipos endometriais (GINECOB, 2017). 
A depender da sua localização, pode ser classificado como pólipo endometrial séssil ou 
pediculado. Apesar de se tratar de uma alteração benigna do sistema reprodutor os pólipos 
endometriais podem ser malignos. A American Association of Gynecologic Laparoscopists, em 
2012, reportou que a malignidade ocorre em 0% a 12,9% dos pólipos endometriais. Atualmente, 
estudos estão investigando a relação entre a infertilidade em mulheres que possuem o 
diagnóstico de pólipo endometrial. 
 
ii. Pólipos cervicais: 
Trata-se de uma hiperplasia focal na mucosa endocervical de base séssil ou pediculada 
e que pode ou não se exteriorizar pelo orifício externo do colodo útero. A mulher apresenta 
sangramentos intermenstruais ou após o coito, podem ocorrer fluxos menstruais aumentados 
além de sangramentos no período pós menopausa e corrimentos vaginais. Esse tipo de alteração 
está associado a lesões endometriais com alta incidência em malignidade (GINECOB, 2017). 
 
iii. Miomas uterinos: 
São tumores sólidos formados pelo músculo liso sendo a causa mais comum para o 
aumento do volume uterino e uma das principais causas da indicação do procedimento cirúrgico 
de histerectomia. A elevada produção de estrógeno é um fator de estimulo ao desenvolvimento 
do mioma assim como a sua diminuição também está relacionada, pois a baixa de estrógeno é 
compensada pela produção de andrógenos ovarianos e adrenais que são convertidos em 
estrógeno nas células dos miomas, o que favorece o seu crescimento. Por esse motivo, mulheres 
em período pós-menopausa dificilmente apresentam tal diagnóstico (GINECOB, 2017). 
Pesquisas indicam que alguns dos fatores de risco como alta susceptibilidade em 
mulheres nulíparas, alto risco para o desenvolvimento de leiomioma em mulheres, ou travestis 
e transexuais que usam terapia hormonal exógena. A depender da localização e tamanho do 
mioma não é rara a ausência de sinais e sintomas clínicos. Quando a usuária apresenta sintomas, 
são eles: sangramento profuso e em coágulos, dor pélvica com aumento abdominal, urgência 
urinária devido a compressão da bexiga pela massa do mioma e até mesmo anemia dentre outros 
(GINECOB, 2017). 
Algumas das modalidades de tratamento foram comparadas conforme a sintomatologia 
da patologia em questão: 
Quadro: Opções de tratamento recomendadas para mulheres com miomatose – página 
211 (GINECOB, 2017). 
 
Pode-se observar também no seguinte quadro intitulado como: Comparação dos 
Tratamentos da Miomatose, contido na página 22 (GINECOB, 2017): 
 
 
 
 
iv. Papilomas cervicais: 
São tumores benignos, geralmente múltiplos, com atividade de proliferação no tecido 
do canal cervical de característica com elevações de superfícies irregulares com aspecto 
verrugoso localizada na entrada do colo do útero. 
➢ ALTERAÇÕES MALIGNAS: 
I. Câncer de ovário: 
Segundo o INCA (2019), é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, proveniente 
das células epiteliais dos ovários, células germinativas que formam os óvulos e células 
estromais que produzem hormônios femininos, o que justifica o fato de que o crescimento de 
tumores desse tipo são proporcionais a produção hormonal da mulher. Inicialmente é 
assintomático e com o crescimento do tumor é iniciado o desconforto e dor pela compressão de 
órgãos no abdome, pelve, costas e até mesmo as pernas. Pode provocar náuseas, má digestão, 
constipação ou diarreia e a sensação de fadiga ou cansaço constante. Pode ser tratado com 
hormonioterapia, quimioterapia e cirugia, combinados ou isoladamente com exceção da 
hormonioterapia. 
II. Câncer de Colo do Útero: 
O câncer cervical tem como principal fator de desenvolvimento a infecção viral por 
HPV. As estimativas de incidência e de mortalidade segundo o Instituto nacional do Câncer 
(INCA) são de 16370 novos casos em 2018 e 6385 mortes em 2017. Existem três classificações 
patológicas: tumor exofítico ou vegetante que é a forma clínica mais frequente e apresenta-se 
sangrante e com odor fétido; seu crescimento pode ocorrer para o canal cervical, ocasionando 
o aumento do volume do colo. Pode ser um tumor ulcerativo, associado com infecção e 
apresentando secreção purulenta ou ainda um tumor infiltrativo que determina aumento do 
volume cervical, com pequena ou nenhuma área de tumor visível. O colo do útero se apresenta 
endurecido, chamado stone-hard cervix. Na evolução pode apresentar sangramento e fluxo 
purulento. O tumor de colo uterino pode infiltrar em direção à vagina, nos casos avançados, 
chegando até o seu terço inferior, em direção à cavidade uterina, para os paramétrios anteriores, 
laterais ou posteriores, para a bexiga e reto. 
III. Câncer de Vulva: 
Segundo o INCA (2019), rara neoplasia maligna que acontece geralmente nos pequenos 
e grandes lábios. Seus fatores de risco são: forte associação com infecção por HPV tipo 
oncogênico e atrofia vulvar decorrente de hipoestrogenismo, que é a redução do estrogênio 
como ocorre na menopausa. Seu tratamento é cirúrgico e consiste na ressecção da área 
neoplásica, seguido de tratamento com radioterapia ou quimioterapia. 
IV. Câncer de vagina: 
É o tumor que origina na vagina e não acomete a vulva nem o colo do útero. Cerca de 70 
a 80% das pacientes com essa doença têm mais de 60 anos de idade. A exceção são os tumores 
associados ao uso de dieteilestilbestrol (DES) por mulher gestante, que expõe o feto feminino 
intraútero, e esse feto, quando adolescente ou mulher adulta jovem, entre os 17 e 21 anos de 
idade pode desenvolver o adenocarcinoma de células claras da vagina. O carcinoma de células 
escamosas representa 85% dos casos. Na disseminação, a invasão inicial é na parede da vagina 
e posteriormente atinge os tecidos paravaginais e paramétrios 
Quanto à assistência de enfermagem, a anamnese completa e a direcionada são 
fundamentais para uma boa realização do exame físico ginecológico a fim de identificar tais 
alterações benignas ou malignas relacionadas ao sistema reprodutor feminino. Após a 
realização do exame físico direcionado, observados achados, é papel do enfermeiro fazer uso 
do protocolo do Ministério da Saúde voltado para a Atenção Básica quando necessária a 
transcrição e a prescrição de urgência de alguma medicação além de realizar o encaminhamento 
para o profissional médico ginecologista sugerindo por meio das informações obtidas através 
do exame feito anteriormente, exames complementares e uma investigação minuciosa à cerca 
disso. 
REFERÊNCIAS: 
Manual de Ginecologia da Sociedade brasileira de ginecologia e obstetrícia de Brasília - 2° 
Edição. Brasília, 2017. 
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva – 
INCA. Parâmetros técnicos para o rastreamento de câncer do colo do útero. Rio de Janeiro, 
2019. Acessado em 13/11/2019. Disponível em: 
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/04/988200/parametros-tecnicos-colo-do-utero_2019.pdf 
 
COSCIA, E. B.; SARAIVA, M. F. de A.; SILVA, R. F. da; Carcinoma Espinocelular de vagina. Relato de caso 
e revisão da literatura. Rev. Da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, vol 18, 33° Congresso da 
SUMEP, out -2016. Acessado em: 13/11/2019. Disponível em: 
https://revistas.pucsp.br/RFCMS/article/view/29705 
 
CORLETA, H. V.; CHAVES, E. B. M.; KRALISE, M. S.; CAPP, E. Tratamento atual dos miomas. Rev Bras 
Ginecol Obstet., 2007; 29(6):324-8. Acessado em: 13/11/2019. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v29n6/a08v29n6.pdf. 
MEU ESPAÇO: 
 
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/04/988200/parametros-tecnicos-colo-do-utero_2019.pdf
https://revistas.pucsp.br/RFCMS/article/view/29705
http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v29n6/a08v29n6.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trompas 
 
 
 
 
Cis& de 
Utero 
 
 
 
 
 
— Vagina 
 
7. Como se dá o ciclo da resposta sexual? 
 
Masters e Johson são os pioneiros no estudo do ciclo da resposta sexual e novos estudos 
já evidenciam que apesar de existirem fases definidas para esse momento é importante 
compreender que as pessoas respondem de forma diferente nessa mesma temática além disso, 
alguns fatores são influenciadores de como a atividade sexual se dá, como por exemplo, tempo 
de relacionamento entre os parceiros, local onde o ato é realizado, o gênero dos envolvidos e 
até mesmo o tipo de penetração a ser realizada e o que precede ao ato sexual. Dessa forma, são 
compreendidas 5 fases para essa resposta sexual. (SENA, T., 2010). 
A primeira fase é a da excitação sexual, é nela que iniciam asmudanças fisiológicas 
diante da estimulação sexual, ela prepara o corpo para o ato em si. Nas mulheres, múltiplasmudanças podem ser observadas como aumento da lubrificação vaginal devido ao sistema 
nervoso parassimpático, dilatação do canal vaginal que favorecerá, posteriormente, a 
penetração. Além disso, nota-se o aumento do clitóris e dos mamilos por consequência da 
congestão vascular. Já no homem, também podemos visualizar alterações fisiológicas também 
devido ao sistema nervoso parassimpático e a congestão vascular causando a ereção do pênis, 
tensão no escroto e a elevação dos testículos além de contrações regulares no reto. De forma 
geral, homens e mulheres apresentam elevação da pressão arterial e frequência cardíaca e o 
rubor sexual (MENDONÇA, C. R D., et al, 2012). 
Na fase de excitação, que é a segunda nesse processo, é uma manutenção do estado de 
excitação e pode ser considerada como a fase mais extensa e é nela que há um aumento na 
tensão sexual, contração muscular genital aumentada e a vasoconstricção até a chegada do 
orgasmo/clímax. Nas mulheres, observa-se uma grande contração da parede vaginal, o clitóris 
retrai, pequenos lábios vaginais escurecem e o útero se aumenta. Esse momento é estendido até 
uma terceira fase, a de platô que nada mais é que um prolongamento desses sintomas já 
apresentados, uma espécie de clímax (SENA, T., 2010). 
O quarto momento é composto pela fase orgásmica, que se subdivide em dois 
momentos: a emissão e a jatada propriamente dita. A sensação do orgasmo é a de prazer máximo 
seguida de um relaxamento profundo. Estudos afirmam que os homens precisam de alguns 
minutos ou até mesmo horas para se recuperar desse ciclo e iniciar todo o processo novamente 
para uma segunda ejaculação, esse intervalo é chamado de “período resistente paradoxal”. Por 
fim, a quinta e ultima fase, o estágio de resolução. Nela acontece a detumescência, que é o 
fenômeno onde os órgãos reprodutores realizam uma involução (SENA, T., 2010). 
Paralelo a isso, sabe-se que muitas pessoas apresentam diferentes tipos de disfunções 
sexuais e que a maioria delas existe tanto em formatação para o sexo masculino como para o 
feminino (ABDO, C. L. N., 2010). Para enumerá-las, segue o quadro de criação própria: 
 
DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA DISFUNÇÃO SEXUAL MASCULINA 
Desejo sexual hipoativo: diminuição ou 
ausência total no interesse em atividade 
sexual. 
Disfunção erétil: muito relacionado a 
idade, é a incapacidade persistente ou 
recorrente de manter ou ter uma ereção 
durante seu ciclo da resposta sexual. 
Dispareunia: dor persistente durante o 
ato sexual em região pélvica ou genital, 
Disfunções ejaculatórias: na ejaculação 
prematura ou precoce, dificuldade de 
controlar ejaculação no momento ou antes 
da penetração; já a anejaculação, ausência 
de ejaculação no ato. 
Vaginismo: dificuldade em tolerar a 
penetração por contração involuntária, 
recorrente ou contínua do períneo. 
Dispaneuria: dor na região genital antes, 
durante ou depois da relação sexual por 
motivo de infecção genital, prostatite ou 
até mesmo fimose. 
 
REFERÊNCIAS: 
BRITTO, D. F., ARAÚJO, J. S. A., COELHO, R. A. Protocolo clínico: avaliação sexual. 
Hospitais Universitários Federais. Maternidade Escola Assis Chateau Briand. Fortaleza – 
Ceara, 2018. Acessado em: 14/11/2019. Disponível em: 
http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1106177/PRO.MED-GIN.040+- 
+ABORDAGEM+SEXUALIDADE.pdf/0b77f3cf-9b4a-4b05-859c-3a0e5e661db0 
MENDONÇA, C. R. de; SILVA, T. M.; ARRUDA, J. T.; GARCIA-ZAPATA, M. T. A.; 
AMARAL, W. N. do. Função sexual feminina: aspectos normais e patológicos, prevalência 
no Brasil, diagnósticos e tratamentos. FEMINA, vol. 40, número 4, julho/agosto, 2012. 
Acessado em: 14/11/2019. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100- 
7254/2012/v40n4/a3364.pdf 
 
SENA. T. Os relatórios Masters e Jhonson: gêneros e as práticas psicoterapêuticas sexuais a 
partir da década de 70. Rev. Estud. Fem. vol.18 no.1 Florianópolis Jan./Apr. 2010. Acessado 
em: 14/11/2019. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2010000100014 
 
ABDO, C. H. N. Considerações a respeito do ciclo de resposta sexual da mulher: uma nova 
proposta de entendimento. Diagn Tratamento. 2010;15(2):88-90. Acessado em: 14/11/2019. 
Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2010/v15n2/a88-90.pdf 
http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1106177/PRO.MED-GIN.040%2B-%2BABORDAGEM%2BSEXUALIDADE.pdf/0b77f3cf-9b4a-4b05-859c-3a0e5e661db0
http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1106177/PRO.MED-GIN.040%2B-%2BABORDAGEM%2BSEXUALIDADE.pdf/0b77f3cf-9b4a-4b05-859c-3a0e5e661db0
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2012/v40n4/a3364.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2012/v40n4/a3364.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2010000100014
http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2010/v15n2/a88-90.pdf
MEU ESPAÇO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
fig. I 
Curva dv e / Ejacu âa Pres 
PNR Pond dv Nâo Retomo 
 
 
 
 
 
 
Plat6 
 
6XCltdl3O 
sexual/ 
Tensâo 
 
xcita5âo 
 
Resolu5ao 
 
Tempo 
Gnifico das fases de resposta sexual feminine segundo Masters e Johnson. Adaptado de 
Rosemary Basspn (2totl): The Female Sexual Response: A Different Model, Journal of Sex & 
Marital Therapy, 26:1, 51-65 
 
8. Sobre o HPV, responda: como se dá a infecção, qual a sua clínica, formas de 
tratamento e imunização. 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
Capaz de infectar mucosas, existem mais de 150 tipos de vírus do Papiloma vírus 
humano dos quais aproximadamente 40 deles são responsáveis por infecções genitais. A 
transmissão ocorre por contato com a pele, mucosa e ato sexual incluindo contato oral-genital 
e manual- genital o que torna a infecção possível ainda que não haja penetração; também 
podendo haver infecção através do parto. A maioria dos casos é de caráter transitório, é curado 
espontaneamente e geralmente são assintomáticas (SILVA, P. M. C. et al, 2018). 
As lesões mais comuns no HPV são as verrugas e lesões microscópicas. O vírus pode 
estar latente no organismo, portanto ainda que não existam lesões, a infecção existirá. Quando 
a mulher possui a infecção e doença de forma sintomática pode apresentar condilomas 
acuminados que são conhecidos como “crista de galo, figueira ou ainda cavalo de crista” com 
aspecto de couve flor e tamanhos variados. Em mulheres, aparecem no colo do útero, vagina, 
região pubiana, períneo, região perianal e ânus. Em homens, geralmente surge na glande do 
pênis, bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Também é comum o aparecimento de 
lesões na mucosa de boca e garganta de ambos os sexos conforme prática sexual (BRASIL, 
2019). 
A infecção latente é aquela onde não há sinais e sintomas, é o que chama-se de fase 
subclínica e o diagnóstico só pode ser realizado por exame biológico/patológico, isso é, por 
biologia molecular, identificando o DNA do vírus. Essas lesões também podem ser 
diagnosticadas por meio de histopatológico, colpocitologia oncótica, colposcopia com biopsia, 
penioscopia e anuscopia. Infelizmente o HPV ainda não possui cura mas pode ser facilmente 
diagnosticado e a qualidade de vida da usuária dependerá de sua alimentação, imunidade e 
comprometimento com a própria vida e periodicidade dos exames preventivos até porque se 
trata de um fator de risco de alta relevância relacionado ao desenvolvimento de lesões 
neoplásicas (BRASIL, 2019). 
A atenção básica é sem dúvidas a maior responsável por esses rastreios porém, isso 
depende das três esferas de liderança da saúde. Atualmente, segundo o INCA (2018), 
aproximadamente 281 milhões de mulheres são portadoras de HPV tipos 16, 18 ou até mesmo 
ambos. Compreende-se que apesar de a infecção por HPV ser um fator de alto risco para o 
desenvolvimento de câncer no colo do útero, ele não é o único fator que contribui para isso. A 
imunidade, comportamento sexual e até mesmo a genética também influenciam nesse processo. 
O HPV pode ser identificado através da colpocitologia oncóticaque é o exame de 
Papanicolau, através da biopsia que procede à colposcopia e ainda por meio do painel de 
captura híbrida para HPV, que é o exame específico para busca do DNA do vírus por biologia 
molecular. Mediante diagnóstico médico e tratamento de cauterização geralmente realizado em 
3 ou 4 sessões, seguido do uso por 20-30 dias de creme vaginal a base de corticoide e 
posteriormente mais 7-15 dias com creme vaginal a base de colagenase, o exame de citologia 
e colposcopia deve ser repetido imediatamente ao fim do tratamento e estando tudo normal, 
semestralmente. Após resultado positivo para ausência de lesões no período de avaliação 
semestral, os exames passam a ser realizados anualmente (INCA, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
Em 2018 o governo federal em parceria ao Ministério da Saúde realizou o levante 
dochamamento para a imunização como medida profilática para o HPV em crianças e adolescentes de 
ambos os sexos, meninas na faixa etária de 9 -14 anos e meninos de 11 – 14 anos respeitando o intervalo 
de 6 meses entre as duas doses como intuito de ampliar a oferta da vacinação quadrivalente. É 
importante ressaltar que mantém-se a necessidade de apresentação, no ato da vacinação, de prescrição 
médica para indivíduos vivendo com HIV/Aids e estende-se a mesma orientação para os indivíduos 
submetidos a transplantes de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos. A vacina em 
modalidade pública está restrita para essas populações nessas faixas etárias. O usuário que deseje 
vacinar-se precisará usufruir do sistema privado, que é de valor bastante oneroso, aproximadamente 
R$ 450,00 por dose (BRASIL, 2018). 
REFERÊNCIAS: 
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Diretrizes 
brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2. ed. rev. ampl. atual. 
Rio de Janeiro: INCA, 2016. Acessado em: 15/11/2019. 
Brasil. Ministério da Saúde. Informe técnico da ampliação das vacinas papiloma vírus humano – 
6,11, 16, 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente e meningocócica C (conjugada). Brasília, 
março de 2018. Acessado em: 15/11/2019. Disponível em: 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/14/Informe-T--cnico-HPV- 
MENINGITE.pdf 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA). 
Parâmetros técnicos para rastreamento de câncer do colo do útero. Rio de Janeiro, 2019. Acessado 
em: 15/11/2013. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/04/988200/parametros- 
tecnicos-colo-do-utero_2019.pdf 
 
SILVA, P. M. C. da; SILVA, I. M. B.; SOUZA, I. N. da C.; LINHARESm F. M. P.; SERRANO, S. Q.; PONTES, C. 
M. Conhecimento e atitudes sobre o papiloma vírus humano e a vacinação. Escola Anna Nery, 22(2), 
Pernambuco, 2018. Acessado em: 15/11/2019. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/ean/v22n2/pt_1414-8145-ean-22-02-e20170390.pdf 
 
MEU ESPAÇO: 
 
 
 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/14/Informe-T--cnico-HPV-MENINGITE.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/14/Informe-T--cnico-HPV-MENINGITE.pdf
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/04/988200/parametros-tecnicos-colo-do-utero_2019.pdf
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/04/988200/parametros-tecnicos-colo-do-utero_2019.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ean/v22n2/pt_1414-8145-ean-22-02-e20170390.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ean/v22n2/pt_1414-8145-ean-22-02-e20170390.pdf
 
 
 
Alto Risco 16, 18, 45 e 48 
Risco Intermediârio 31, 33, 35, 39, 51 e 52 
Baixo Risco 6, 11, 41, 42, 43 e 44 
 
 
 
 
 
 
Vfrus clo HPV DNA indica 
present a do HPV 
E6/E7 mRNA E6/E7 
indica atividade de oncoproteinas induzem 
oncogenes de HPV a transforma§ao 
dacélula 
 
 
 
Focus no fat or de risco principal! 
HPV oncogenes ativos 
1, 2 e 4. 
6 e 11. 
 
 
 
l6, 18, 31, 33 e S1. 
5, 8, 9, 12, 14, 15, 17, 19, 20, 21, 25, 36, 38 e 46. 
TIPOS SUBTIPOS 
Desenvolvimento do HPV 
HPV NO COLO DO UTERO 
IMAGEM DE COLPOSCOPIA 
 
 
Tem\nologia 
da displasia 
 
 
 
 
Atipia 
 
 
Displas\ a leve. ou 
diicariose leve 
Displasia rnoderada 
ou cllscariose rr+oderada 
Displasia grave 
ou discar iose grave 
7er'minoIogia 
griginal da NIC 
 
 
 
 
Alipacoiloitica, 
condilomaplano.’sem 
alteracéesepleHais 
NIC 1 
 
NEC 2 
HIC Z 
Terms nologia 
modlFIcé”da da NIJ 
 
 
 
 
NIC ”de baixo gra u 
 
 
NIC de baJxo grau 
NC deakoyrau 
NICdeakoBrau 
Terminologki do sktema 
Bethmda (SL) (J 991) 
 
DentradeWrMtesdenormaWdade 
lteacee*c{uaxbenignx’ 
lVec;âoou eea âol 
éW US.* AGUS 
LSIL 
 
 
LSIL 
 
 
Cartinomain&i{« 
Carc*nornainvasvo 
N|C 3 I1C de alto grau 
Carcinoma Jrrvasivo Carcinoma invasivo 
HSIL 
Marc inoma J nvas*vo 
NtC: neoQaiiailxa-epiteGalcevicat LStL- teiâoinra-epitéial amoso dedaioq cau: HStL:lesâqiotra epitetiat escamobace 
akogau;ASCtf/ ceum eic*mozazati razde GgnJicado i « ,»inado; U&' cé4Uas @andutarm aHpcasde dgciflca8o 
 
 
 
PAPILOMA VIRUS HUMANO - HPV 
 
 
 
 
ASPECTO D”O COLO UTERINO 
 
 
 
9. O que é climatério e menopausa? 
 
 
REFERÊNCIAL TEÓRICO: 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, climatério é uma fase biológica e não um 
processo patológico. Compreende a transição entre o período reprodutivo da mulher que é a 
menacme e o não reprodutivo. Esse processo pode ser fragmentado em três períodos: a pré- 
menopausa que tem inicio, geralmente, após os 40 anos. A perimenopausa que também pode 
ser chamada de transição menopausal e se inicia 2 anos antes à ultima menstruação e pode se 
estender até 1 ano após ela; por fim, a pós menopausa que se inicia 1 ano após ultima 
menstruação, pode ser classificada em precoce quando em até 5 anos da ultima menstruação ou 
tardia quando em mais que 5 anos. Essas mudanças fisiológicas começam a acontecer em torno 
dos 48 a 50 anos podendo ser antecipada em casos de histerectomia, por exemplo (BRASIL, 
2016). 
Um dos sinais mais impactantes e que é responsável pela maioria dos sintomas do 
climatério é a queda abrupta da concentração do hormônio estrogênio acompanhado por outros 
hormônios andrógenos. Um dos mais recorrentes sintomas do climatério são os fogacjos. Essa 
instabilidade vasomotora é caracterizada pela elevação da temperatura da pele, vasodilatação 
periférica, aumento transitório dos batimentos cardíacos e mudanças na impedância da pele. As 
ondas de calor parecem ser produzidas por variação no sistema termorregulatório hipotalâmico, 
que leva a instabilidade vasomotora periférica característica (dilatação capilar, perspiração) e 
também a alterações comportamentais concomitantes à dissipação do calor, apesar da 
temperatura corporal manter-se estável (FILHO, J. F. L. ET AL, 2018). 
Outra queixa comum a esse período é a do ressecamento da pele, olhos, pernas e 
principalmente vagina. Isso faz com que aumente o índice de disfunção sexual pela diminuição 
da lubrificação da vagina somado ainda a atrofia da mucosa endocervical causando quadro de 
dispineuria. Esse quadro está ligado à incontinência urinária e à dificuldade em esvaziar a 
bexiga A incontinência tem forte relação com repercussões emocionais, induzindo a mulher a 
procurar um especialista, já que o desconforto apresentado pelo odor da urina é por demais 
deprimente. Mais um fator alertante é Fisiologicamente, o corpo passa por um processo 
contínuo de REMODELAGEM ÓSSEA = osso é continuamente depositado por osteoblastos 
e reabsorvido nos locais onde os osteoclastos estão ativos EQUILÍBRIO entre a 
deposição e reabsorção óssea. Na osteoporose, esse equilíbrio não é atingido e há uma 
desproporção entre a ação dos osteoblastos e osteoclastos, com predomínio da última (ALVES, 
E. R. P. et al, 2015). 
O esqueleto acumula osso até os 30 anos, sendo a massa óssea maior no homem do 
que na mulher. Vejamos agora alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento desse prcesso 
fisiológico sem que haja qualidade e vida anterior a ele: 
 
 
 
 
As rugas faciais são

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