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FIBROMIALGIA: Queixa de dor musculoesquelética crônica (por mais de 3 meses), generalizada e geralmente acompanhada por alterações neuropsicológicas, como fadiga, distúrbios do sono, cefaleia, parestesias, síndrome do cólon irritável e alterações do humor (depressão ou ansiedade). -É a causa mais comum de dor muscular crônica na reumatologia. EPIDEMIOLOGIA: -2 a 3% da população tem Fibromialgia. -É 9x mais comum em mulheres. -Pico de incidência: 35-55 anos. FISIOPATOLOGIA: A Fibromialgia é considerada como um distúrbio de neurotransmissores, ou seja, o problema está no SNC, não sendo mais considerada uma doença muscular. Ocorre depleção de Serotonina e aumento de substância P, levando a um estado de hipersensibilidade a dor – alteração no processamento da dor. Fatores ambientais e genéticos interagem, promovendo um estado de dor aumentada no SNC e de hiperirritabilidade no SNP. QUADRO CLÍNICO: -Dor crônica difusa em tecidos moles, concentrada no esqueleto axial -Rigidez matinal -Fadiga excessiva (acorda muito cansado, com o corpo parecendo que foi atropelado) -Intolerância ao frio -Olhos e boca seca -Cefaleia (enxaqueca, tensional ou mista) -SII (alteração do ritmo intestinal e cólica) -Parestesias nas extremidades -Sintomas de Síndrome de Raynaud -Distúrbios do sono (insônia ou má qualidade do sono) -Sensação de mão inchada A dor piora com: exercício físico muito intenso, sedentarismo, estresse e tempo úmido. EXAME FÍSICO: -2 Objetivos: Afastar outras doenças reumáticas (diagnósticos diferenciais) e Revelar a presença dos tender points. -Dor a palpação em toda musculatura, mais intensa nos tender points Na Fibromialgia, não tem sinais de sinovite, tenossinovite ou tendinite no exame. A força muscular está normal e não há alteração de reflexos tendíneos. A única alteração do exame é a presença dos tender points. DIAGNÓSTICO: -Exame físico + Exame laboratorial excludente de outras patologias. -Solicitar exames laboratoriais e exames de imagem durante a investigação, para identificar eventuais comorbidades associadas (a Fibromialgia em si não apresenta alterações nesses exames). Não existe exame complementar para o diagnóstico de fibromialgia. DOENÇAS ASSOCIADAS: -Depressão -SII -Enxaqueca -Distúrbios do sono (sono não reparador e superficial – dificilmente atingem sono REM) -Síndrome da fadiga crônica (diagnóstico diferencial) -Dor miofascial (diagnóstico diferencial) 1. Síndrome da fadiga crônica: O diagnóstico é feito na presença do sintoma major, associado a 4 ou mais sintomas minor. -Sintoma major: Fadiga por mais de 6 meses que não melhora com o repouso. Descartar causas orgânicas ou psiquiátricas. -Sintomas minor: Dor de garganta, mialgias, adenopatia dolorosa cervical ou axilar, poliartralgia sem artrite, dor muscular, sono não reparador, perda de concentração e fadiga pós-exercício por mais de 24h. 2. Dor miofascial: É uma forma localizada de Fibromialgia. Dor muscular localizada desencadeada por digitopressão. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: O exame das articulações e solicitação de exames laboratoriais são essenciais para afastar esses diagnósticos. As doenças mais confundidas clinicamente com a Fibromialgia são: -Artrite reumatoide – FR positivo e alteração em RX de mão. -LES – alterações cutâneas e sistêmicas . -Polimialgia reumática – Dor e rigidez de cintura escapular e pélvica, VHS aumentado, Anemia. -Hipotireoidismo – TSH alto e T4 livre baixo. Outros diagnósticos diferenciais: Miosites (mialgia e fraqueza proximal), Síndrome de Sjogren, Neuropatia periférica, Radiculopatia, Miastenia gravis. Se houver aumento de marcadores inflamatórios ou sinais de inflamação clínica, isso sugere outra doença reumática, que não é Fibromialgia. -Alteração em FR (Fator reumatoide) e alteração radiológica nas mãos indica Artrite Reumatóide -Alterações cutâneas ou sistêmicas sugerem LES. -Polimialgia reumática: Indivíduos idosos. Dor e rigidez nas cinturas escapular e pélvica, associado a aumento de VHS e anemia, além de pronta resposta a Prednisona. -Hipotireoidismo: Dosagem de TSH (alto) e T4 livre (baixo). O hipotireoidismo pode se manifestar com mialgia difusa, por isso que a dosagem de TSH e T4 faz parte da investigação. TRATAMENTO: -Atividade física aeróbica diária (sem excesso de carga) e alongamento – Sedentarismo piora a dor, mas treinos com cargas elevadas e de alto impacto também. -Terapia farmacológica Droga mais usada: Amitriptilina em baixa dose (diminui a dor, é relaxante muscular e induz o sono). Vai aumentando a dose caso o paciente não responda. Se ele não responder mesmo com a dose máxima, associa-se uma segunda droga, como Duloxetina ou Pregabalina. *Em paciente com alteração do humor, já pode começar com Duloxetina. Caso já tenha 2 drogas associadas e mesmo assim o paciente continua com dor, adicionar 3ª droga e terapias alternativas, como biofeedback, acupuntura, massoterapia, RPG, psiquiatria, psicólogo e fisioterapeuta.
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