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AULA 5 PPR - 7º período - 2020/2 Manuella Soussa Braga CONECTORES MAIORES E MENORES E SELAS METÁLICAS E ACRÍLICAS O conector é a parte da PPR na qual estão ligados todos os outros componentes. Une os elementos localizados de um lado do arco com a porção localizada no lado oposto. CONECTOR MAIOR Requisitos Fundamentais do Conector Maior Para que a biomecânica da PPR funcione adequadamente, o conector maior precisa ser rígido, permitindo a distribuição de forças que chegam nos dentes artificiais para os dentes remanescentes. Tipos de Conectores ou Barras A ideia é que o conector funcione e seja escolhido de acordo com a quantidade de dentes remanescentes e a distribuição deles no arco. Os conectores complementam a estabilidade da peça e participam da distribuição de forças, principalmente no arco superior (encostados no palato). Quanto mais dentes tiver, mais fino/simples poderá ser o conector. Quanto menos dentes, maior será o conector. Conectores Maiores Superiores A barra palatina dupla (anterior-posterior) é usada na maioria dos casos, sendo o conector que gera maior estabilidade. Critérios para Seleção - suporte dental remanescente - estabilizar dentes periodontalmente debilitados - num. e loc. dos dentes que serão reabilitados - imperativos anatômicos peculiares à maxila - atitude mental do paciente Suporte A quantidade de suporte será diretamente proporcional à quantidade de área coberta. Ainda, o objetivo é reduzir para um mínimo as forças que são transmitidas aos dentes remanescentes. Barra Palatina Dupla (anterior-posterior) A grande vantagem da barra palatina dupla é que, ao formar um polígono em sua estrutura, oferece melhor estabilidade à peça e, consequentemente, uma resposta biomecânica melhor quanto se tem pouco suporte de dente (quando a distribuição de dentes ou a colocação de grampos e apoios não formam o desenho de um polígono). As indicações predominantes são em casos em que se tem grandes ausências dentárias e extremos livres, como classe I e II de Kennedy. Características: - indicada para todas as classes de kennedy - contra-indicada para torus palatino Esses conectores necessitam de uma estrutura mínima para não se tornarem maleáveis ou quebrarem/entortarem: 7-9 mm (importante medir na régua). Se quebra e está fino, o problema é do dentista. Se quebra e está espesso, o técnico deve repetir. O limite da barra tem que ficar no mínimo 3 mm de distância do periodonto de suporte ou gengiva marginal, para não comprimir as papilas. Afasta-se em torno de 5-6 mm. Outro detalhe é que os conectores que passam de um lado para o outro do palato devem passar perpendicular à rafe palatina. Arco Superior Arco Inferior Barra Palatina Única Barra Lingual Barra Palatina Dupla (anterior-posterior) Barra em forma de U Placa Lingual Chapeado Palatino AULA 5 PPR - 7º período - 2020/2 Manuella Soussa Braga Barra Palatina Única (simples) É mais simples que a barra palatina dupla. Indicada para próteses menores intercaladas (classe III) com espaços pequenos (pré-molares e molares). Gera mais conforto ao paciente, pois é uma estrutura simples e mais fina. Barra Palatina em forma de U Tem indicação parecida com a barra palatina única. Utilizada em casos menores, sem extremos livres (classe III e IV), em casos de ausência dentária anterior sem extremo livre. Utiliza-se eventualmente para classe I e II quando há presença de torus inoperável. É confortável. Um detalhe desse tipo de conector é que ele deve ser mais grosso do que os outros tipos, justamente para não deformar (maior que 1 cm). Chapeado Palatino É o menos usado. É desconfortável, pois cobre o palato inteiro. Indicada em casos de extremos livres com pouquíssimos dentes. Tem péssimo prognóstico, devido a ineficácia desse tipo de prótese (o grampo cede). Faz-se uma moldagem igual a uma para prótese total. Na maioria das vezes, para melhorar o funcionamento desta prótese, é necessário usar corega (fixador de dentadura). Existem duas formas de se fazer o chapeado palatino: fazendo uma grade e misturando acrílico com metal ou fazendo tudo metálico. O todo metálico nem sempre é ruim e talvez gerasse mais conforto ao paciente no sentido de sentir quente/frio etc. Conectores Maiores Inferiores Não usa mais a placa lingual. Barra Lingual Indicada para todos os casos. O único detalhe é que, quando se usa um conector maior inferior em casos de extremo livre, só vai até o último dente remanescente - até o último apoio (por conta da báscula existente na arcada inferior; se deixasse o conector maior até o final da sela, ia ficar como se fosse lâmina metálica batendo na gengiva), diferentemente da maxila em que o conector maior vai até o final da sela. limites desejados: - espessura: 5-7 mm - distância até a margem gengival: 4-5 mm - distância soalho até margem gengival: 9-10 mm Nem sempre há um espaço de 9-10 mm de distância do soalho até a margem gengival para confecção da barra lingual (p. ex. desdentados, pacientes que tiveram doença periodontal e já estão tratados). Recorre-se à placa lingual em casos de perda óssea elevada. AULA 5 PPR - 7º período - 2020/2 Manuella Soussa Braga Alívio nas Próteses de Extremidade Livre Na arcada inferior, o conector maior nunca fica encostado na mucosa (diferente da maxila), por conta da anatomia da região, evitando dano ao tecido. Na presença de alterações ósseas, como o tórus mandibular, é possível contorná-las caso seja uma prótese dentossuportada, jáque na presença de dentes a prótese não báscula e, por isso, não vai de encontro com a alteração óssea. Em contrapartida, em casos de extremos livres, é necessário realizar a cirurgia pré-protética para remoção de tórus, já que a prótese vai bascular e, por isso, vai de encontro a alteração óssea. Placa Lingual É indicada quando tem pouca inserção óssea (casos raros), em casos em que o espaço entre a margem gengival/fundo de sulco é menor do que 9-10 mm. A placa lingual é longa e encosta só nos apoios (não encosta na mucosa). Além disso, a comida ainda fica presa nesse conector. CONECTOR MENOR É o que liga o conector maior ao apoio. Sempre tem que entrar perpendicular em direção ao apoio. A ideia básica desse componente é fazer a união do conector maior ao apoio, participando da distribuição de forças aos dentes pilares. É possível desenhá-lo de duas maneiras: se não tiver dente do lado, pode-se desenhá-lo descendo/subindo direto da sela metálica e, se tiver dente do lado, desce/sobe da gengiva marginal. No primeiro caso, o conector menor atua como plano guia (guia inserção e remoção da prótese), melhorando a estabilidade da PPR. SELAS São divididas em selas metálica e acrílica. Dependendo da situação, elas têm duas características diferentes: Próteses Dentossuportadas Nesses casos, as selas apresentam a função básica de preenchimento de espaço, sem participar do sistema de suporte da PPR. Próteses Dentomucossuportadas Nesses casos, além da função de preenchimento, as selas participam do suporte transmitindo a força mastigatória ao rebordo residual (a sela cede e pressiona a mucosa). Deve-se tomar muito cuidado nesses casos de extremo livre, pois se a sela não ficar bem ajustada, vai bascular sobre a mucosa. Extensão da Sela Metálica Deve ir até o último dente artificial da PPR. Essa extensão ideal é recomendada, pois é onde há carga mastigatória. Pode estender a mais, porém não pode deixar a menos. Extensão da Sela Acrílica Quanto maior for a sela acrílica, melhor (melhor distribuição de forças). Estende-se ao máximo a sela acrílica chegando até a área chapeável de uma prótese total. Na maxila, a extensão da sela acrílica é contornar toda a tuberosidade até 1 mm aquém do fundo do vestíbulo. Na mandíbula, a sela acrílica contorna linha oblíqua externa, papila retromolar e soalho bucal. A base da sela acrílica deve ir até as áreas de osso basal, pois estas não reabsorvem como o rebordo reabsorve.
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