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Aula 10. Financiamento de Curto Prazo – Capital de Giro Professora Waleska Monteiro 1 Revisão Capital de Giro ou CCL O capital de giro corresponde aos recursos aplicados no ativo circulante, formado basicamente pelos estoques, contas a receber e disponibilidades. A administração do capital de giro está relacionada com os problemas de gestão dos ativos e passivos circulantes e com as inter-relações entre esses grupos patrimoniais. Outro elemento fundamental é o capital circulante líquido que corresponde à parcela dos recursos permanentes ou de longo prazo (próprios e de terceiros) aplicada no ativo circulante. 2 3 Revisão Capital de Giro ou CCL O descompasso entre os fluxos de pagamentos e de recebimentos deverá ser coberto pelo capital circulante líquido (CCL), também conhecido por capital de giro líquido. O capital circulante líquido pode ser visto tanto do lado do ativo como do passivo. Ativo Passivo Ativo Circulante PassivoCirculante CCL’ CCL” Ativo não Circulante (RLP +AP) Recursosde Longo Prazo e Permanentes (ELP + PL) 4 A administração do capital de giro (circulante) envolve basicamente as decisões de compra e vendas tomadas pela empresa, assim como suas mais diversas atividades operacionais e financeiras. Nessa abrangência, coloca-se de forma nítida que a administração do capital de giro deve garantir a uma empresa a adequada consecução de sua política de estocagem, compra de materiais, produção, venda de produtos e mercadorias e prazo de recebimento. Capital de Giro ou CCL 5 Dada a importância do Capital de Giro, há questões básicas de sua administração: Qual o volume de ativos circulantes que deve ser mantido por uma empresa? Como devem ser financiados os ativos circulantes? Qualquer que seja a definição adotada, o conceito de capital de giro (ou de capital circulante) identifica os recursos que giram (circulam) várias vezes em determinado período. Capital de Giro ou CCL 6 Capital de Giro ou CCL Por exemplo, um capital alocado no disponível pode ser aplicado inicialmente em estoque, assumindo posteriormente a venda realizada ou a forma de realizável (crédito, se a venda for realizada a prazo) ou novamente de disponível (se a venda for realizada a vista). Esse processo ininterrupto constitui-se, em essência, no ciclo operacional (produção e venda) de uma empresa. O capital de giro é formado basicamente por três importantes ativos circulantes: Disponível (caixa e aplicações financeiras), Valores a Receber e Estoques. O capital de giro representa o valor total de recursos demandados pela empresa para financiar seu ciclo operacional, o qual engloba as necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de matérias-primas até a venda e o recebimento produtos elaborados. Ciclo operacional é o período identificado desde a compra da matéria-prima (ou mercadoria) até a venda e recebimento do produto vendido. 7 Capital de Giro ou CCL 8 Capital de Giro ou CCL Recursos Aplicados no Ativo Circulante Disponível Vendas a Vista Vendas a Prazo Realizável Estoque de Materiais Estoque de produtos acabados Produção v 1 1 2 3 3 4 4 5 5 Fluxo de Capital de Giro com Ciclo Operacional de Venda 9 Capital de Giro ou CCL A finalidade da interpretação do ciclo operacional está voltado à melhor compreensão do fluxo do ativo circulante, pois, em qualquer momento posterior, a empresa poderá apresentar, simultaneamente, vários ciclos operacionais que se desenvolvem em diferentes estágios. Conclui-se que uma importante característica do capital de giro é seu grau de volatilidade, que é explicado, conforme comentado, pela curta duração de seus elementos e constante mutação dos itens circulantes com outros de natureza idêntica. Capital de giro x capital fixo: por outro lado, comparando-se o capital de giro com o ativo fixo (permanente) de uma empresa, podem ser observadas duas outras importantes características. A primeira refere-se à baixa rentabilidade produzida pelos investimentos em itens circulantes. A segunda característica refere-se à divisibilidade dos elementos circulantes, que se apresenta bem superior à dos ativos fixos. Esse aspecto permite que o aporte de recursos nos itens de curto prazo ocorra em níveis variados e relativamente baixos, podendo-se, muitas vezes, alocar recursos no momento do surgimento das necessidades financeiras. 10 Capital de Giro ou CCL 11 Capital de Giro ou CCL Sabemos que CCL’ ou (CGL) = AC – PC AC = PC + CCL’’ ou (CGL) Como o ativo circulante é financiado pelo passivo circulante: CCL’’ ou (CGL) = (ELP + PL) – (RLP + AP) ELP = Exigível a Longo Prazo: Conta do ativo que representa os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. RLP = Realizável a Longo Prazo: Obrigações da empresa que vencem no exercício seguinte. 12 Pelas equações podemos verificar que o CGL ou CCL pode ser nulo ou negativo. CGL Nulo é quando há total igualdade entre os prazos e os valores dos recursos captados e aplicados pela empresa. Capital de Giro ou CCL CGL - Nulo CGL - Negativo 13 Capital de Giro ou CCL Por essa composição justa de valores, a empresa, na realidade, não trabalha com recursos de longo prazo financiando seus ativos circulantes, ou seja, não apresenta folga financeira. As aplicações de curto prazo estão totalmente financiadas com fundos de mesma duração, e a posição de liquidez não apresenta folga alguma. CGL Negativo é quando os recursos do passivos permanentes da empresa não são suficientes para cobrir todas as suas necessidades de investimentos de longo prazo, devendo, nessa situação, serem utilizados fundos provenientes do passivo circulante (curto prazo). 13 14 Um CCL negativo, identifica a presença de dívida de curto prazo financiando aplicações com prazos de retorno maiores. Essa posição, evidentemente, determina um aperto na liquidez da empresa, principalmente ao observar -se que parte de suas dívidas vencerá em prazos inferiores aos dos retornos das aplicações desses recursos. (A dívida vence antes do retorno da aplicação). Qualquer das posições de liquidez comentadas é decidida muitas vezes (mas nem sempre) pela preferência entre risco (liquidez) e retorno (lucratividade), e a opção deve recair evidentemente sobre a estrutura que melhor satisfaça às necessidades e aos objetivos da empresa (custo de oportunidade). Capital de Giro ou CCL 15 Reduções no capital circulante líquido (CCL) produzem dois grandes benefícios à empresa: a) libera capital investido em giro. Como todo dinheiro investido na empresa tem um custo de oportunidade, menos capital investido atua no sentido de reduzir o custo de capital e gerar maior valor econômico (EVA) para a empresa; b) redução no giro "incentiva" a empresa demonstrar maior eficiência operacional em produzir e vender com menor folga financeira. Seus procedimentos de produção, estocagem e vendas devem evoluir de forma a atender a todas as demandas. Menor volume de capital investido gera menor custo de capital, e esse benefício econômico pode ser repassado aos clientes gerando maiores vendas. Capital de Giro ou CCL 16 Limite: a redução no investimento em giro apresenta um limite mínimo suportável pela empresa, o qual deve ser bem avaliado para que os benefícios financeiros sejam superados pelos custos de uma mais baixa liquidez. Exemplos de alguns custos que podem ocorrer diante de uma redução mais relevante no CCL: Perda de vendas por falta de estoques, atrasos na produção por falta de matérias-primas, perda de vendas determinada por uma política mais rígida de crédito e cobrança etc. Capital de Giro ou CCL 17 Principais Transações que Alteram o CCL Transações que elevam o CCL: novos empréstimos e financiamentos de longo prazo; aumento de capital por integralização de novas ações; geração de lucro líquido; reduções (vendas) de ativos permanentes;; recebimentos de realizável a longo prazo etc. Transações que reduzem o CCL: reduções (amortizações) nas dívidas de Iongo prazo; reduções do patrimônio líquido através, por exemplo, de ocorrência de prejuízos recompra das próprias ações da companhia, pagamentos de dividendos etc.; aumentos de ativos permanentes (aquisições) com pagamentos a vista. Capital de Giro ou CCL 18 As operações que ocorrem unicamente âmbito do curto prazo ou do longo prazo não afetam o capital circulante líquido, são por exemplo: pagamentos de dívidas de curto prazo reduzem o ativo circulante e passivo circulante no mesmo volume, não alterando o CCL; compras de estoques a vista reduzem e elevam o ativo circulante no mesmo montante; aquisição de bens fixos através de financiamento de longo prazo. Os valores não transitam pelo circulante etc. Capital de Giro ou CCL 19 Ciclos Operacionais 20 PMEMP = prazo médio de estocagem das matérias-primas PMF = prazo médio de fabricação PMEPT / PMV = prazo médio de estocagem dos produtos terminados / prazo médio de venda PMC = prazo médio de cobrança PMPF = prazo médio de pagamento a fornecedores Ciclos Operacionais 21 O ciclo operacional total, conforme descrito, é composto de todas as fases operacionais da empresa, iniciando-se no momento do recebimento dos materiais a serem utilizados no processo de produção e encerrando-se na cobrança das vendas realizadas. Ciclos Operacionais 22 o ciclo econômico engloba fundamentalmente toda a base de produção da empresa, ou seja, estocagem de matérias-primas, fabricação e venda. É o período verificado entre as entradas de matérias-primas adquiridas e a e venda do produto final. O ciclo econômico destaca basicamente os prazos de estocagem de matérias-primas, de produtos em elaboração e de produtos acabados. Ciclos Operacionais 23 A primeira fase do ciclo operacional (PMEMP) pode ser financiada, em sua totalidade ou em parte, mediante créditos de fornecedores. Assim, o ciclo financeiro (de caixa) identifica as necessidades de recursos da empresa que ocorrem desde o momento do pagamento aos fornecedores até o efetivo recebimento das vendas realizadas, ou seja: Ciclos Operacionais 24 Como Gerenciar o Ciclo Financeiro reduzir ao mínimo os investimentos em estoques (promover maior giro aos estoques), cuidando porém para que a estratégia não ocasione perdas de vendas ou atrasos na produção por faltas de produtos; manter um controle mais eficiente sobre as contas a receber, aprimorando as técnicas de análise de concessão de créditos e políticas de cobrança; negociar prazos de pagamentos mais longos com os fornecedores, tendo sempre o cuidado em não incorrer em custos financeiros acima dos ganhos. Ciclos Operacionais 25 Os investimentos em capital de giro, conforme comentado, não geram diretamente unidades físicas de produção e venda, meta final do processo empresarial de obtenção de lucros. A manutenção de determinado volume de recursos aplicado no capital de giro visa, fundamentalmente, à sustentação de atividade operacional e uma empresa. A necessidade de investimento em capital de giro é explicada pelo tempo que tarda entre a empresa adquirir e pagar suas matérias-primas e o momento do recebimento das vendas realizadas. É denominado ciclo de caixa. Investimento em Capital de Giro 26 O Retorno sobre o Investimento (ROI), é formado pelo Giro do Investimento e Margem Operacional. Uma redução do capital investido em giro pode afetar elevar o giro do investimento e, em consequência, o ROI. Menos capital investido gera menor custo de capital, promovendo um aumento da taxa de retorno da empresa. Por outro lado, deve-se ficar atento para uma possível repercussão da redução do investimento em giro sobre o resultado operacional. Investimento em Capital de Giro 27 O mais rentável para qualquer empresa seria manter em seus ativos circulantes valores que atendam adequadamente as suas necessidades operacionais. Baixos níveis de ativo circulante determinam, juntamente com o aumento na rentabilidade, uma elevação nos riscos da empresa. É o conhecido dilema risco-retorno da administração do capital de giro. Evidentemente, valores mais baixos de capital de giro podem levar a empresa a um aperto em sua liquidez, no caso de eventuais atrasos nos recebimentos, ou a sacrificar seu processo normal de produção e venda, na eventualidade de falta de estoques. Investimento em Capital de Giro 28 Investimento em Capital de Giro Dilema Risco-Retorno Esse dilema risco-retorno é ilustrado em três posturas que uma empresa pode assumir com relação a seus investimentos em ativo circulante: conservadora, média e agressiva. A política conservadora levaria a empresa a diminuir seu risco mediante aplicações mais elevadas em capital de giro. Assim, seriam elevados os recursos aplicados , em Caixa para fazer frente a desembolsos não previstos; em Valores a receber, permitiria, com uma política de cobrança mais frouxa, elevar as vendas; e, em Estoques, diminuiria o risco de eventuais atrasos no processo produtivo ou a perda de vendas inesperadas e de maior volume, por falta de itens estocados. 29 Investimento em Capital de Giro As demais políticas que poderiam ser adotadas (média e agressiva) preveem progressivas reduções nesses investimentos circulantes, o que determina elevação do risco da empresa e também paralelo incremento em sua rentabilidade por adotar menor participação relativa de itens menos rentáveis. Dilema risco-retorno na composição do financiamento A política de financiamento do capital de giro trata da composição do endividamento, identificada na definição da participação de recursos de curto prazo e de longo prazo. 30 Financiamento do Capital de Giro Ao utilizar mais de crédito de longo prazo, há uma redução do risco; no entanto, por serem os juros de longo prazo geralmente superiores aos de curto prazo, este tipo de financiamento diminui, ao mesmo tempo, a taxa de retorno da empresa. Ao contrário, a preferência por endividamento de curto prazo reduz a folga financeira e eleva o risco; diante de um menor custo financeiro da dívida, ocorre uma elevação da taxa de retorno da empresa. Este é o dilema risco-retorno no financiamento do capital de giro. 31 Financiamento do Capital de Giro Os juros dos empréstimos de longo prazo são geralmente maiores que os de curto prazo. Isto indica que o custo da empresa se eleva ao preferir financiar seu giro com financiamentos de longo prazo. Razões: risco de flutuação das taxas de juros: as taxas de juros podem variar no tempo, afetando o retorno do investidor. Quanto maior o prazo, maiores as chances de flutuação dos juros; quanto maior o prazo, menor se apresenta a capacidade de previsão de reembolso do investidor. 32 Exercícios - 5 Qual a forma básica de administração do capital de giro (circulante)? O que a administração de capital de giro deve garantir? Como é formado o capital de giro? Qual é a fórmula de cálculo do capital de giro? Quais as principais características de uma empresa quando comparado o Capital de giro x capital fixo? Explique as principais características do CGL nulo (CCL) e o negativo. Reduções no capital CCL produzem dois grandes benefícios à empresa, explique-os! Quais as transações que alteram o CCL? Cite as operações que não afetam o CCL. O que é Ciclo Operacional? 33 Exercícios - 5 9) Explique o Ciclo Operacional Total, o Econômico e o de caixa! 10) Como gerenciar o ciclo financeiro? 11) O que é dilema Risco Retorno? 12) Explique as três posturas que uma empresa pode assumir com relação a seus investimentos em ativo circulante! 13) O que é dilema risco-retorno no financiamento do capital de giro? 14) Explique as razões que o custo da empresa se eleva ao preferir financiar seu giro com financiamentos ! Fazer em dupla Data da entrega: 23/05
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