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Introdução à Terapia Nutricional Prof.ª Dr.ª Juliana Chioda Ribeiro Dias A via comumente utilizada para a alimentação humana é a oral. Isso se justifica pois: É a via de alimentação mais fisiológica; Tem baixo custo de manutenção em relação às demais vias de alimentação; Permite sensações associadas: sabor, aroma...; A alimentação vai além da nutrição. A via oral deve ser preservada sempre que possível. Conceitos importantes... Conceitos importantes... Porém, há casos em que os pacientes são incapazes/impossibilitados de consumir a demanda energética e de nutrientes somente pelos meios “normais” de ingestão de alimentos... Aumentar o seu tempo de permanência no hospital, os custos de sua internação e o estresse a que fica submetido; Dificultar a cicatrização e coagulação; Reduzir a tolerância às terapias clínicas. Causar depressão imunológica; Reduzir a síntese de enzimas; Modificar o metabolismo de drogas; Conceitos importantes... Conceitos importantes... Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de Nutrição Enteral ou Parenteral. Sempre que a via oral “normal” estiver contra-indicada ou não for suficiente, está indicada a Terapia Nutricional. Terapia Nutricional Parenteral (TNP): administração da dieta via corrente sanguínea de forma periférica ou central. Terapia Nutricional Terapia Nutricional Enteral (TNE): administração da dieta via sonda ou ostomia localizadas no trato gastrintestinal. Importância da terapia nutricional Reduz o tempo de internação hospitalar; Reduz as taxas de morbidade e mortalidade; Melhora a cicatrização de feridas; Diminui as complicações infecciosas; Melhora o prognóstico do paciente. O paciente em terapia pode estar em cuidados em sua casa terapia nutricional domiciliar. Terapia Nutricional Conceitos importantes para prescrição da TN Fórmula: alimento para fins especiais industrializado apto para uso enteral e, opcionalmente, por via oral, consumido somente sob orientação médica ou de nutricionista, elaborado para ser utilizado de forma exclusiva ou complementar na alimentação de pacientes com capacidade limitada de ingerir, digerir, absorver ou metabolizar alimentos convencionais ou de pacientes que possuem necessidades nutricionais específicas determinadas por sua condição clínica. Terapia Nutricional Fórmula padrão para nutrição enteral: fórmula para nutrição enteral que atende aos requisitos de composição para macro e micronutrientes estabelecidos com base nas recomendações para população saudável. Terapia Nutricional Anvisa, 2015 Terapia Nutricional Fórmula modificada para nutrição enteral: fórmula que sofreu alteração em relação aos requisitos de composição estabelecidos para fórmula padrão, como ausência, redução ou aumento dos nutrientes. Terapia Nutricional Fórmula pediátrica para nutrição enteral: fórmula modificada para nutrição enteral indicada para crianças menores de 10 (dez) anos de idade. Anvisa, 2015 Módulos: fórmula composta por somente um dos principais grupos de nutrientes: carboidratos, lipídios, proteínas, fibras alimentares ou micronutrientes (vitaminas e minerais). Terapia Nutricional Anvisa, 2015 Fórmula Polimérica: nutrientes intactos, ou seja, sem sofrer processo de digestão. Classificação das fórmulas quanto à complexidade dos nutrientes: Leitura de rótulos!!!! Pacientes com TGI funcionando completamente!!! Terapia Nutricional Anvisa, 2015 Exemplo: Nutrientes íntegros!!! Dieta polimérica Terapia Nutricional Classificação das fórmulas quanto à complexidade dos nutrientes: Terapia Nutricional Fórmula oligomérica ou semi elementar: fórmula com hidrólise enzimática de nutrientes. Proteínas hidrolisadas na forma de peptídeos. Não pode conter proteínas na forma intacta Leitura de rótulos!!!! Anvisa, 2015 Ingredientes: Proteína hidrolisada de soro de leite, amido, maltodextrina, triglicerídeos de cadeia média, sacarose, óleo de soja, lecitina de soja, cloreto de magnésio, fosfato de cálcio, vitaminas, fosfato de sódio, bitartarato de colina, minerais, citrato de magnésio, carbonato de cálcio, citrato de cálcio, L-carnitina,fosfato de potássio e aromatizante. NÃO CONTÉM GLÚTEN. Nutriente parcialmente hidrolisado!!! Exemplo: Terapia Nutricional Classificação das fórmulas quanto à complexidade dos nutrientes: Terapia Nutricional Fórmula monomérica ou elementar: fórmula com hidrólise enzimática de nutrientes. Somente com aminoácidos livres. Leitura de rótulos!!!! Anvisa, 2015 Nutriente completamente hidrolisado!!! Exemplo: Terapia Nutricional Densidade Calórica: quantidade de calorias x volume total da dieta. Exemplo: Dieta com 1000 Kcal em 1000 ml. Densidade Calórica = 1000/100 = 1,0 kcal/ml; Terapia Nutricional Fórmula com densidade energética baixa (hipocalórica): < 0,9 kcal/ml Classificação das dietas quanto à densidade calórica: Anvisa, 2015 Terapia Nutricional Fórmula com densidade energética normal (normocalórica): entre 1,0 e 1,2 kcal/ml Fórmula com densidade energética alta (hipercalórica): > 1,2 kcal/ml Fórmula normoproteica: quantidade de proteínas maior ou igual a 10% e menor que 20% do valor energético total. Classificação das dietas quanto à quantidade proteica: Anvisa, 2015 Terapia Nutricional Fórmula hiperproteica: quantidade de proteínas igual ou superior a 20% do valor energético total. Fórmula hipoproteica: quantidade de proteínas inferior a 10% do valor energético total. Osmolaridade/Osmolalidade: número de miliosmoles por litro e por quilo de água, respectivamente. Ambas as definições se referem à quantidade de partículas osmoticamente ativas na fórmula em questão. Quanto maior a hidrólise dos nutrientes de uma fórmula mais alta a sua osmolaridade/osmolalidade. Terapia Nutricional Posicionamento da sonda Classificação das dietas quanto à osmolaridade: Hipotônica: 280 - 300mOsm/l Isotônica: 300 - 350mOsm/l Levemente hipertônica: 350 - 550mOsm/l Hipertônica: 550 - 750mOsm/l Acentuadamente hipertônica: > 750mOsm/l Waitzberg, 2002 Terapia Nutricional Relação Kcal não proteicas/g de N (Nitrogênio): a quantidade de nitrogênio (ou seja, de proteínas) retidas deve ser proporcional à quantidade de energia fornecida em relação às calorias não-proteicas. Este parâmetro reflete a proporção entre calorias e proteínas a fim de que estas sejam somente utilizadas para fins de síntese, sem seu “desperdício” para a produção de energia. Terapia Nutricional Nível de Estresse Kcal ñ PTN/g N Normal 120 a 180 Moderado 100 a 120 Intenso 80 a 100 ** Onde gramas de nitrogênio = g de ptn/6,25 Quanto menor a relação entre Kcal não proteicas e gramas de nitrogênio, maior o grau de estresse metabólico do paciente que deverá receber a dieta. Terapia Nutricional Classificação das fórmulas quanto à relação Kcal não proteicas/g de N Suponhamos que a dieta enteral ao lado tem a distribuição de macronutrientes: Ptn: 40 g/litro Cho: 123 g/litro Lip: 39 g/litro Qual a relação Kcal não proteicas/g de N? Exemplo: Terapia Nutricional 123 g de cho --> 492 kcal 39 g de lip --> 351 kcal Kcal não proteicas (total): 843 kcal 40 g de ptn/ 6,25 = 6,4 g de N 843 kcal ñ proteicas / 6,4 g de N = 132/1 A dieta é adequada para um paciente com nível de estresse normal Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) Conforme Resolução nº 63 de 6 de junho de 2000 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, atualmente em vigor no Brasil, torna-se obrigatória a instituição da EMTN, a qual de ser constituída de, pelo menos, um profissional de cada categoria, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico. EMTN Nutricionista: avaliação e diagnóstico do estado nutricional; elaborar a prescrição dietética; acompanhar a evolução nutricional do pacientee adequar à terapia; registrar as informações relacionadas à evolução nutricional do paciente; supervisionar o preparo, conservação e transporte; realizar avaliação final e orientação para alta hospitalar. Fim...
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