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Esplenomegalia: Causas e Manifestações

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Bruna Argolo 
ESPLENOMEGALIA: 
O baço é o principal órgão onde ocorrem as respostas imunológicas a antígenos veiculados pela circulação, 
funciona também como filtro pela ação dos macrófagos da polpa vermelha, que retiram de circulação as hemácias 
senescentes e partículas estranhas como as bactérias. Os linfonodos respondem a antígenos transportados pela linfa. 
O baço aumentado pode ser identificado na palpação pela sua forma característica (meia-lua), e pela sua 
mobilidade respiratória, por ser um órgão intra-peritoneal subdiafragmático. Lembrando que a mobilidade respiratória 
deixa de ser evidente em esplenomegalias muito volumosas, como as que tomam todo o hemi-abdome esquerdo. 
LABORATÓRIO: 
As principais manifestações laboratoriais das esplenomegalias são as citopenias periféricas, isoladas ou 
combinadas. A mais comum é a trombocitopenia, seguida de anemia e mais raramente de granulocitopenia. Essas 
manifestações devem-se à retenção de células no baço (e sua eventual destruição), fenômeno acompanhado de 
hiperplasia dos precursores na medula óssea. 
CAUSAS: 
Ao analisar as causas de esplenomegalia, convém considerar a estrutura do baço: sua circulação peculiar, o 
grande volume de células linfoides e de macrófagos e a propensão ao reaparecimento de tecido hematopoético ativo em 
condições compensatórias ou de doenças proliferativas (metaplasia mieloide). 
INFILTRAÇÃO ESPLÊNICA: O baço pode aumentar pela presença de células neoplásicas ou material proteico 
– neste último caso, é comum a associação com as doenças de depósito, como a amiloidose. 
CONGESTIVA: Resultam de processos em que há dificuldade para saída de sangue pela veia esplênica, incluindo 
hipertensão portal de variadas origens: insuficiência cardíaca congestiva, obstrução das veias hepáticas na síndrome de 
Budd-Chiari, cirrose hepática, fibrose hepática da esquistossomose, cisto pancreático com compressão da veia esplênica. 
INFECCIOSA: Em alguns casos, o aumento do baço é ligeiro e fugaz, como ocorre com algumas viroses; outras 
vezes, é mais persistente, mas ainda de volume moderado, como nas endocardites bacterianas, enquanto no outro 
extremo encontram-se as esplenomegalias gigantescas produzidas pelo calazar, pela esquistossomose e pelas formas 
crônicas de malária. Embora a manifestação mais proeminente da mononucleose infecciosa seja linfadenomegalia cervical 
moderadamente dolorosa, acompanhada de febre, mal-estar e faringite, cerca de 50% dos pacientes têm esplenomegalia. 
INFLAMATÓRIA NÃO INFECCIOSA: Esplenomegalia ocorre em cerca de 20 a 30% dos pacientes com lúpus 
eritematoso sistêmico, acompanhando as manifestações clínicas e laboratoriais características. A síndrome de Felty 
corresponde a casos de artrite reumatoide crônica associada a esplenomegalia, linfadenopatia, trombocitopenia, anemia 
e neutropenia. 
ANEMIA HEMOLÍTICA: Esplenomegalia e eventualmente hepatomegalia fazem parte do quadro clínico das 
anemias hemolíticas. Em geral trata-se de esplenomegalia moderada, cujo volume depende do grau e da rapidez de 
instalação da hemólise. Grandes esplenomegalias, tomando todo o hemiabdome esquerdo e chegando à fossa ilíaca podem 
ser observadas na talassemia maior não tratada ou tratada inadequadamente. 
NEOPLASIA: As neoplasias, especialmente do sistema linfo-hematopoético, constituem uma causa comum de 
esplenomegalia. O aumento do órgão pode ser muito variável, desde esplenomegalias apenas detectáveis com 
ultrassonografia até esplenomegalias gigantescas, em geral não dolorosas, mas que podem tornar-se dolorosas quando 
se superpõem infartos. 
A esplenomegalia pode ocorrer nas leucemias agudas, tanto mieloides como linfoides. Em geral, trata-se 
de aumento discreto do baço, raramente ultrapassando 5 cm da borda costal. Grandes esplenomegalias são uma 
característica comum das síndromes mieloproliferativas crônicas, e não raramente o baço atinge proporções 
gigantescas nessas doenças, ocupando todo o hemiabdome esquerdo, chegando à fossa ilíaca. 
OBS: Com exceção do mieloma múltiplo, todas as demais neoplasias do sistema linfo-hematopoético podem 
estar associadas à esplenomegalia, e em algumas delas a esplenomegalia pode ser muito volumosa. 
 
 
 
 
Bruna Argolo 
 
 
 
 
 
O QUE É ESPLENOMEGALIA DE GRANDE MONTA? 
Dizemos que ocorre esplenomegalia de grande monta quando o 
baço está muito grande – estendendo-se além de 8 cm da margem costal 
esquerda e/ou pesando mais de 1 kg. 
Algumas referências chamam de esplenomegalia de grande monta 
apenas o baço que atravessa a linha média ou chega à fossa ilíaca. 
As doenças associadas à esplenomegalia de grande monta, 
segundo o Harrison, são: 
 
 
 
 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
Se a confirmação de esplenomegalia for necessária porque o exame é equívoco, a ultrassonografia é a opção 
de teste em razão de sua precisão e baixo custo. TC e RM podem dar mais detalhes sobre a consistência do órgão. A 
RM é especialmente útil para detectar tromboses da veia esplênica ou porta. 
Confirmar as causas específicas sugeridas pela anamnese e pelo exame físico por meio dos exames 
complementares indicados. Se a causa não for conhecida, a maior prioridade é a exclusão de infecção oculta, porque 
o tratamento precoce afeta o resultado da infecção mais do que na maioria das outras causas de esplenomegalia. A 
análise laboratorial deve ser total nas áreas de alta prevalência geográfica de infecção ou se o paciente parecer 
enfermo. Hemograma, culturas sanguíneas e exame da medula óssea devem ser considerados. Se o paciente não estiver 
doente, não apresentar sintomas além dos decorrentes da esplenomegalia e não tiver fatores de risco de infecção, a 
extensão dos exames é controversa, mas provavelmente contém um hemograma completo com exame direto, provas 
da função hepática e TC abdominal. A citometria de fluxo e os ensaios imunoquímicos como as dosagens da cadeia leve 
no sangue periférico e/ou os cortes da medula óssea em caso de suspeita de linfoma. 
Bruna Argolo 
Resultados específicos do sangue periférico podem sugerir doenças: 
• Basófilos, eosinófilos ou eritrócitos em gota excessivos sugerem distúrbios mieloproliferativos. 
• Citopenias sugerem hiperesplenismo (aumento do baço que se relaciona com citopenias). 
• Esferocitose sugere hiperesplenismo ou esferocitose hereditária. 
• Os resultados das provas de função hepática encontram-se difusamente alterados na esplenomegalia 
congestiva com cirrose; o aumento isolado da fosfatase alcalina sugere infiltração hepática como nos 
distúrbios mieloproliferativos e linfoproliferativos, tuberculose miliar e doenças fúngicas crônicas. 
 
Alguns outros testes podem ser úteis, mesmo em pacientes assintomáticos: 
• A eletroforese de proteínas séricas que identifica a gamopatia monoclonal ou a diminuição da imunoglobulina 
sugere doenças linfoproliferativas ou amiloidose (acúmulo de proteína amiloide no coração, nos rins, no fígado 
ou em outros órgãos - amiloide é uma proteína anormal geralmente produzida na medula óssea e que pode ser 
depositada em qualquer tecido ou órgão); 
• A hipergamaglobulinemia difusa sugere infecção crônica (p. ex., malária, tuberculose) ou cirrose com 
esplenomegalia congestiva, sarcoidose ou doenças do tecido conjuntivo; 
• A elevação do ácido úrico sugere distúrbio mieloproliferativo ou linfoproliferativo; 
• O aumento da fosfatase alcalina dos leucócitos sugere distúrbio mieloproliferativo, enquanto os níveis 
diminuídos sugerem leucemia mielocítica crônica. 
TRATAMENTO: 
O tratamento é direcionado à doença subjacente. O baço aumentado não exige tratamento nos pacientes 
assintomáticos, a menos que haja hiperesplenismo grave. 
OBS: Os pacientes com baços palpáveis ou muito grandes devem evitar os esportes de contato e demais 
situações de risco, para diminuir o risco de ruptura esplênica. 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/dist%C3%BArbios-do-ba%C3%A7o/hiperesplenismohttps://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/esferocitose-heredit%C3%A1ria-e-eliptocitose-heredit%C3%A1ria
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/micobact%C3%A9rias/tuberculose-extrapulmonar-tb#v11555525_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/amiloidose/amiloidose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/mal%C3%A1ria
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/micobact%C3%A9rias/tuberculose-tb
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/sarcoidose/sarcoidose
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/dist%C3%BArbios-do-ba%C3%A7o/hiperesplenismo

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