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Cirurgia- 23/09/20 1 Lisandra Batista – 4° Semestre CIRURGIA SEGURA Na imagem temos uma sala de cirurgia. O centro cirúrgico é o local onde nós realizamos todos os procedimentos mais delicados e invasivos a serem feitos no paciente, sob supervisão do anestesista (seja anestesia geral, bloqueio). Mas os procedimentos, sejam eles terapêuticos como a cirurgia, ou procedimentos endoscópicos, ou procedimentos diagnósticos mais complexos, de modo geral, são realizados dentro do centro cirúrgico com o paciente anestesiado. O centro cirúrgico, para funcionar bem, tem uma série de regras e detalhes de funcionamento. Falaremos sobre isso nessas aulas introdutória teórico-práticas. Já falamos como funciona a equipe cirúrgica, a questão da antissepsia, paramentação, preparação do paciente. E hoje nós vamos falar dessa questão importante que é a cirurgia segura. Quando as regras de segurança não são observadas, ou quando são negligenciadas ou esquecidas, começa a haver margem para problemas, acidentes, intercorrências, complicações para nosso paciente cirúrgico que são absolutamente indesejáveis e que podem ter consequências muito danosas para o paciente e para todo o ambiente e equipe cirúrgica. DE ACORDO COM A OMS: Ocorrem 234 milhões de cirurgias por ano em todo o mundo; Cerca de 63 milhões dessas cirurgias são decorrentes de pessoas que sofrem traumas; Até 25% dos pacientes cirúrgicos sofrem complicações pós operatórias. A maior parte das complicações pós operatórias são complicações relativamente simples e tranquilas de serem resolvidas. Mas existem complicações graves que, às vezes, levam á incapacidade prolongada do paciente, as vezes à incapacidade permanente e até mesmo ao óbito do paciente; Metade dos prejuízos decorrentes de cirurgias poderiam ser evitados. BASES HISTÓRICAS: No passado não havia protocolos muito rígidos de segurança para com o paciente cirúrgico. Então a segurança desse paciente muitas vezes dependia da experiência do cirurgião que estava cuidando daquele paciente, ou da equipe de enfermagem. Então era tudo muito calcado, era tudo muito baseado no cuidado individual de cada cirurgião, nos cuidados individuais que ele aprendeu durante sua fase de treinamento (internato, residência médica) ou o cuidado que cada serviço de cirurgia utilizava de segurança. Mas isso é muito falho, porque dá margem a uma série de inconsistências que podem levar à piora da assistência e à diminuição da segurança e do cuidado do paciente cirúrgico Falhas de segurança: trocas de plantão, excesso de pacientes (profissional sobrecarregado), jornadas prolongadas (dobras de plantão), transferência do paciente para outros setores etc. As principais falhas de segurança acontecem nas transições que paciente pode encontrar ou sofrer. O que seria essa transição? O período de troca de plantão, por exemplo. Imagine uma situação que tenha uma equipe de enfermagem que está saindo do plantão por volta das 19:30 quase oito horas da noite, e a equipe já está bem cansada. Agora imagine que uma enfermeira fala para outra “Olha, o paciente do leito 3 precisa tomar a dose da dipirona, do analgésico dele de horário, que ele ainda não tomou. Eu não pude aplicar porque o paciente tinha saído para fazer exame, agora que ele já retornou, aplica, por favor, a dose da dipirona no paciente do leito 3.” Imagine que isso aconteceu passado apenas verbalmente, não foi feita de forma adequada e enquanto essa enfermeira que estava chegando no seu plantão estava ouvindo essa informação ela teve um desvio de atenção por conta do barulho ou por conta do seu celular que tocou, por exemplo, e ela entendeu que era para fazer a aplicação no paciente do leito 2. E aí ela, sem fazer nenhuma checagem, sem verificar a prescrição, aplica o medicamento no paciente errado e esse paciente, por exemplo, é alérgico à dipirona e desenvolve uma anafilaxia, uma reação gravíssima que pode ser fatal. Então isso tudo poderia ser evitado se houvesse um protocolo melhor de passagem de plantão, se fosse feito de maneira cuidadosa com algum documento escrito etc. Cirurgia- 23/09/20 2 Lisandra Batista – 4° Semestre Outro momento que pode também ser bastante perigoso para o paciente (seja ele clínico, seja ele cirúrgico) é o momento de transferência do paciente para outro setor. Imagine que o paciente está na enfermaria ou no apartamento aguardando a sua transferência para o centro cirúrgico, e que esse paciente tem uma informação importante que precisava ser transmitida ao chegar no outro setor, que já foi transmitida para a equipe de enfermagem do setor que ele está. Mas essa informação, por um acaso, não é transferida para o setor que ele vai. Se essa transferência não acontece de forma protocolar, as informações importantes podem se perder. Então, por isso, é importante estarmos atentos a esses pontos, para evitá-los. E como já sabemos onde essas falhas mais acontecem devemos ter mais atenção para evitar que elas aconteçam. Em 2009 a OMS gerou um protocolo que é um Manual para Cirurgia Segura. Esse manual é bastante objetivo, bastante simples de ser seguido e o objetivo é que ele possa ser amplamente aplicado, que qualquer hospital, do mais simples ao mais sofisticado, seguindo as diretrizes bastante objetivas desse manual, diminuiria bastante o índice de falhas, de erros e de acidentes no tratamento do paciente cirúrgico. Ele fornece evidências e orientações a respeito dos componentes essenciais da assistência cirúrgica segura, que compõem a LISTA DE VERIFICAÇÃO (CHECKLIST). Então esse manual se baseia na formação de listas de verificação (que vamos aplicar para vocês). Essa lista de verificação é uma ferramenta prática que pode ser usada em qualquer hospital do mundo, que se for seguida de maneira rigorosa, diminui muito o número de falhas na assistência ao paciente, assegurando que as etapas pré, trans e pós-operatórias sejam cumpridas. Antes da cirurgia, os profissionais se certificarão se o local, procedimento e o paciente estão corretos e se todos os equipamentos necessários funcionam adequadamente. Então, por exemplo, o médico cirurgia vai realizar um procedimento cirúrgico em um paciente do leito 22. Aí ele vai fazer um contato com a enfermeira que coordena o centro cirúrgico e pede para ela chamar esse paciente do leito 22. O primeiro passo que ela faz é acionar a equipe de enfermagem do socorro dela, ou seja, os circulantes. Então a técnica de enfermagem circulante deve ir até a sala de cirurgia verificar se está tudo ok (se o ar condicionado, a iluminação, os focos cirúrgicos funcionam; se o bisturi elétrico está lá posicionado, se o carrinho de vídeo está posicionado e ligado (quando for utilizado); testar se o monitor e insuflador estão funcionando, verificar se há a necessidade de materiais descartáveis e se eles já estão dentro do centro cirúrgico ou se já estão disponíveis para serem levados para a sala de cirurgia, verificar se há necessidade de algum equipamento especial e se ele está disponível e estéril etc.). São coisas que parecem simples e básicas, mas que são muito importantes que sejam feitas de maneira rigorosa e protocolar, para que não haja nenhum problema, e que sempre seja feito dessa forma. Se algum desses pontos é negligenciado ou não é feito, vai gerar um atraso na cirurgia ou até mesmo uma falha na assistência ao paciente cirúrgico. SEGUNDO AS DIRETRIZES: Antes de buscar o paciente cirúrgico: - O centro cirúrgico (CC) liga para a unidade em que o paciente se encontra; - Checagem da identificação do paciente, de sua pulseira (todo paciente deve estar com sua pulseirinha que consta seu nome completo, sua data de nascimento, e em alguns hospitais ainda há o nome da mãe), seu prontuário (alguns hospitais usam o prontuário eletrônico enão o físico; mas é necessário que alguns papeis andem junto com os pacientes para aumentar sua segurança) e de seus exames pré- operatórios (se estão ok e se estão prontos para transporte); Muitos hospitais também utilizam pulseiras coloridas, em que cada cor representa um risco que o paciente está mais sujeito de sofrer; - Checagem de termo de consentimento livre e esclarecido(TCLE- esse documento explica qual cirurgia o paciente vai fazer, as principais indicações, opções de tratamento, dificuldade do pós-operatório, tempo de recuperação e, principalmente, as complicações mais frequentes desse tipo de cirurgia) (cirurgia e anestesia), de avaliação pré-anestésica e demarcação de LATERALIDADE (de qual lado será o membro ou órgão operado) (essa demarcação pode ser feita com um X pela enfermeira, e na sala cirúrgica o cirurgião vai circular esse X, comprovando o lado, e só com a dupla marcação essa cirurgia será iniciada; É muito importante a demarcação da lateralidade!!! O professor usou um exemplo de um residentes que “anteciparam” a preparação do paciente de uma nefrectomia. Onde foi retirado um rim saudável, por conta do descuido da lateralidade. - Quando tudo está ok, a enfermeira faz o preenchimento de ficha de movimentação, ou seja, ela faz o checklist dizendo que conferiu tudo isso acima; - E quando está tudo ok, faz a solicitação de transporte do paciente. Cirurgia- 23/09/20 3 Lisandra Batista – 4° Semestre NA CHEGADA DO PACIENTE AO CENTRO CIRÚRGICO: - Equipe de enfermagem se identifica para o paciente e checa sua pulseira de identificação contendo nome (completo) e data de nascimento junto ao prontuário; A questão do nome completo é muito importante, principalmente no serviço publico que pode ter vários pacientes com nomes e sobrenomes iguais. Então o que vai diferenciar esse pacientes que tem nomes iguais, vai ser a data de nascimento, ou nome da mãe (quando é identificada). Outro ponto importante é perguntar para o paciente o seu nome, para confirmar se foi o mesmo identificado na pulseira (por exemplo). OBS: ter o máximo de cuidado ao transferir um paciente para o centro cirúrgico, para não transferir o paciente errado. Sempre olhar o nome e o sobrenome completo. - Checagem a demarcação de LATERALIDADE e faz a monitorização do paciente. Checklist: Esse protocolo do Manual de Cirurgia Segura descreve exatamente o que é uma checklist. SIGN IN: antes da indução anestésica A circulante de sala recebe o paciente na sala de cirurgia e a enfermeira entra na sala de cirurgia e identifica o paciente. Ela começa checando o nome do paciente, o local da cirurgia, o paciente tem que dizer o nome do procedimento que ele vai fazer e esse paciente vai checar o consentimento informado também. A enfermeira vai checar o nome do cirurgião e de todos os cirurgiões que vão participar, checar quem será o anestesista, o enfermeiro e circulante. Além disso essa enfermeira vai confirmar a lateralidade da cirurgia, e o cirurgião circula a demarcação de lateralidade que já tinha sido feita. Na sequência, ela vai confirmar com o anestesista as questões referentes ao carro de anestesia e os materiais que são utilizados, vai perguntar para o cirurgião se precisa de algum equipamento específico, vai checar o oxímetro de pulso, perguntar novamente ao paciente se ele tem alguma alergia (isso é muito importante, porque já vai ter sido registrado pela enfermeira do andar e será novamente registrado pela enfermeira cirúrgica), vai checar com o anestesista de existe dificuldade de via aérea, se existe risco de perda sanguínea maior que 500 mL, se ele conseguiu pegar um bom acesso venoso (calibroso). Resumindo, vai verificar tudo de acordo com a foto acima. Após o SIGN IN temos o TIME OUT, que é feito pela técnica de enfermagem imediatamente antes da incisão. Então ela vai confirmar novamente o nome do paciente com o cirurgião (geralmente nesse momento o paciente já está anestesiado), vai confirmar também a cirurgia proposta o antibiótico (ATB) profilático que foi feito e a sua dose e após isso, ela vai entregar à instrumentador cirúrgica a lâmina de bisturi a caneta de bisturi elétrico, ou seja, os instrumentos de corte para que se dê início a cirurgia. Cirurgia- 23/09/20 4 Lisandra Batista – 4° Semestre SIGN OUT: antes do paciente sair da sala de cirurgia Ao final do procedimento cirúrgico a circulante de sala e a enfermeira responsável pela liberação do paciente vão tomar nota e registrar no prontuário o procedimento que foi feito (as vezes a cirurgia proposta não é a mesma que é feita, porque as vezes durante a cirurgia tem que mudar a conduta cirúrgica), vai procurar saber se houve coleta de peças anatômicas, se foi feito alguma ressecção biopsia e descrever quais e quantas peças foram removidas e fazer a etiquetagem delas (identificado com o nome do paciente). E a verificação de todos os outros itens da imagem abaixo: Um dos pontos importantes da tabela é sobre a contagem das compressas, antes e após a cirurgia. Durante a cirurgia as compressas utilizadas são jogadas em uma cesta diferente e antes de fechar o paciente é feita a contagem para confirmar que não ficou nenhuma dentro do paciente. NOTA: a compressa é branca, mas quando ela é usada e se enche de sangue, fica parecendo um coágulo e pode ser facilmente esquecida dentro do paciente. Por isso a importância da contagem antes e após a cirurgia. Além da contagem das compressas, também há a contagem dos instrumentos (pinças, tesouras, agulhas, lâminas etc.), porque qualquer um deles pode ser esquecido dentro do paciente também. Existe método em que a instrumentadora coloca uma pinça no seu avental cirúrgico para indicar que o médico deixou uma compressa dentro do paciente (propositalmente, para fazer algum procedimento necessário), e a partir daí ela fica chamando a atenção do médico a todo momento mostrando que a compressa ainda está lá dentro e ela só deixa o médico fechar o paciente após a retirada dessa compressa. PREVENÇAO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E EMBOLIA PULMONAR Uma das complicações facilmente evitáveis num paciente é a Trombose Venosa Profunda (TVP) que pode evoluir para uma Embolia Pulmonar (EP). EP e TVP são responsáveis por cerca de 5 a 10% de todas as mortes hospitalares nos EUA. EP pode ter uma taxa de mortalidade altíssima (30%) se não for diagnosticada precocemente e tratada de modo adequado. E sua taxa de mortalidade pode cair para 8% (o que ainda é muito alta) se for tratada corretamente. Mas a chave para evitar perder pacientes para essas complicações é com a prevenção. Cirurgia- 23/09/20 5 Lisandra Batista – 4° Semestre Analisar os fatores de risco de acordo com a tabela acima. Os fatores de risco dados tromboembolia venosa são principalmente: idade avançada, hospitalização (seja domiciliar ou hospitalar), cateterismo venoso de longa permanência (na ponta do cateter pode formar um coágulo), doença neurológica (paraplégico, tetraplégico, paciente que tem paresia que fica muito tempo parado na mesma posição), paciente com alguma cardiomiopatia (infarto, insuficiência cardíaca). E existem outras patologias intrínsecas no paciente que podem fazer com que ele tenha riscos aumentados (olhar a tabela acima), pacientes com venha varicosas, principalmente varizes profundas, pacientes com DPOC, tabagistas, com algum câncer etc. A estase sanguínea é um dos principais fatores que levam à coagulação. Existe uma escala chamada de modelo de risco de Caprini, que é empregada no mundo todo e classifica o paciente de risco muito baixo a alto de desenvolver TVP e, consequentemente, a EP. Então quandoestiver de frente do seu paciente você vai verificar quantos pontos são marcados na tabelinha para ver qual o tipo de prevenção/profilaxia deverá ser feito para evitar a trombose venosa. Por exemplo, se o paciente tem até 60 anos ele marca 1 ponto, mas se ele tiver mais de 75 anos ele vai marcar 3 pontos e assim por diante, vai depender também se a cirurgia é de menor porte ou de maior porte, presença de veias varicosas, se é uma paciente que está grávida/puerpério, uso de anticoncepcionais, IMC, etc. Então de acordo com a presença dessas alterações eles vão marcando pontos e de acordo com a pontuação vai ser indicada uma medida profilática para ser exercida naquele paciente. Então, por exemplo, um paciente com muito baixo risco em cirurgias ambulatoriais não se faz praticamente nada. Paciente com baixo risco geralmente a gente indica medidas não farmacológicas (PNF). Medidas não farmacológicas: deambulação precoce, meias elásticas, compressão pneumática intermitente (aparelho com umas botinhas infláveis que criam uma espécie de pulsos/onda de fluxo venoso que evita a estase do sangue nos membros inferiores), exercícios ativos/passivos no leito (fisioterapia). Então, nos pacientes de baixo risco as medidas não farmacológicas podem ser suficientes, mas nos pacientes com risco moderado ou alto risco são necessárias as heparinas não fracionada (HNF) ou, melhor ainda, as heparinas de baixo peso molecular (HBPM). As dosagens e a duração vão seguir o protocolo, e às vezes é preciso manter o tratamento mesmo depois de o paciente voltar para casa. PREVENÇÃO DE HIPOGLICEMIA E CUIDADO PERIOPERATÓRIOS EM PACIENTE DIABÉTICOS O paciente diabético é especial, ele tem um risco aumentado de complicações, tem uma taxa de mortalidade aumentada em comparação ao não diabético e, por isso, temos que ter um cuidado especial com ele. O diabetes mellitus (DM) é uma alteração no metabolismo de carboidratos, que pode levar à hiperglicemia e morbimortalidade perioperatória bastante aumentadas. O paciente com DM descompesado tem risco aumentado de infecções, piora na cicatrização cirúrgica, internamento hospitalar mais longo e custos mais altos. Pergunta: O que é mais perigoso para um paciente cirúrgico/ diabético, hiperglicemia ou hipoglicemia? Resposta: A hipoglicemia. Porque os neurônios precisam da glicose como fonte de energia, e quando falta glicose eles começam a usar os ácido cetônicos e isso pode desenvolver uma acidose metabólica e descompensar o paciente. Cirurgia- 23/09/20 6 Lisandra Batista – 4° Semestre OBS: quando for prescrever insulina, coloquem como último item da prescrição de insulina, se a glicemia estiver abaixo de 60, fazer 2 ou 3 ampolas de soro glicosado a 25% venoso imediatamente, e esse paciente tem que ser monitorado o tempo todo por uma enfermeira até ela perceber que o paciente conseguiu reverter. Porque se o paciente desenvolver uma hipoglicemia ele corre risco de morte. Então mesmo o paciente tendo diabetes vamos injetar glicose, porque é melhor ele descompensar e correr risco de infecções e má cicatrização do que evoluir para um coma ou até mesmo à morte. É importante lembrar que a hiperglicemia também pode causar problemas no pós-operatório por conta das infecções, da má cicatrização. Mas a hipoglicemia é grave em qualquer momento do pós ou do pré-operatório e precisa ser tratada imediatamente. Avaliação pré-operatória: altos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) indicam um forte valor preditivo para complicações decorrentes do DM. Antes de o paciente entrar na cirurgia, ele tem que ser tratado e entrar o mais compensado possível. Metas: - redução do tempo de jejum -DM1: suplementar insulina em jejum para evitar cetoacidose - DM2: evitar o estado hiperosmolar hiperglicêmico; monitorar esse paciente de perto, suspender as medicaçoes hiperglicemiantes, fazer HGT de tempos em tempos e colocar insulina regular conforme a glicemia capilar desse paciente (todo hospital tem o esqueminha que mostra isso, quantas doses de insulina para cada valor de hemoglicoteste que a enfermeira encontra). PLANEJAMENTO CIRÚRGICO EM PACIENTES DIABÉTICOS - diminuiçao do tempo de jejum - HGT entre 108 e 180 mg/dL, quanto mais baixo (perto de 100/108, melhor) - manter a rotina do paciente, evitando ao máximo que ele passe um tempo em jejum - cirurgia no 1º horário, para diminuir o tempo de jejum do paciente - HGT: feito logo na enfermaria, na admissão do centro cirúrgico, antes da indução anestésica e cada hora durante o procedimento o anestesista deve fazer um nome hemoglicoteste/glicemia capilar. - Metforminae GLP(Glucagon LikePeptide) previnem níveis altos de glicose: não precisam ser suspensos -Suspender Metforminano dia da cirurgia em portadores de disfunção renal (porque eles podem aumentar o risco de lesão renal); reiniciar após 24-48h. - Sulfoniluréias induzem secreção de insulina: suspender a dose do dia da cirurgia ou até mesmo na véspera. - Sempre solicitar avaliação e orientação (por escrito) do Endócrino sobre o manejo dos hipoglicemiantes orais e da insulina