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TUTELA COLETIVA

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TUTELA COLETIVA 
 
Produzido por: Giovanna Calvano 
Fonte: Sinopse de Processo Coletivo - José Roberto Mello Porto - Editora Juspodivm, 1ª Edição 
 
TUTELA JURISDICIONAL - produto da atividade Estatal de decidir um conflito com fim de proteger 
certos bens jurídicos 
 
Tutela coletiva - é tutela voltada para a proteção de determinados bens materiais e será coletiva 
quando o direito tutelado for: 
 
a) Coletivo por essência (ou metaindividuais - difusos e coletivos em sentido estrito) 
b) Coletivo por opção legislativa (direitos individuais homogêneos) 
 
➔ Tutela como elemento relacionado ao direito material, em contraposição ao processo 
(processo coletivo). 
➔ Tutela como gênero para resolver conflitos coletivos (instrumentos). 
 
 
 
MEIOS DE SOLUÇÃO COLETIVA DE CONFLITOS (Aluisio Mendes e Larissa Pochmann): 
 
a) AÇÕES COLETIVA (processos coletivos) - Ação coletiva é o exercício do direito que dá 
origem à demanda veiculada como coletiva. 
 
● Processo Coletivo: existem divergências doutrinárias. 
 
1ͣ corrente (Aluisio Mendes e Antônio Gidi) - conceito de processo a partir de 3 elementos 
fundamentais, os quais o diferem do processo individual. 
 
1. A legitimidade, como regra, é extraordinária, vez que, quanto aos direitos transindividuais, 
a legitimidade ordinária funciona como impeditivo para o acesso à justiça. Pontualmente, 
aponta-se a ação coletiva movida por comunidade indígena como excepcionalíssimo caso de 
legitimidade ordinária, na qual o MP funciona como assistente; 
 
2. O objeto do processo coletivo, o seu pedido mediato, deve ser um direito coletivo ou 
coletivamente considerado; 
 
3. A coisa julgada alcançada no processo coletivo - a imutabilidade alcança toda a coletividade 
(erga omnes) ou um grupo, categoria ou classe especial (ultra partes), ultrapassando a mera 
eficácia subjetiva inter partes. 
 
⇾ Alguns autores acrescentam o critério finalístico, afastando a legitimidade da definição, bastando 
que haja proteção de objeto coletivo e a peculiar coisa julgada. 
 
2ͣ corrente (Fredie Didier e Hermes Zaneti) - foco no objeto do processo; entende-se que para que 
exista um processo coletivo, é suficiente que haja uma relação jurídica material litigiosa coletiva, a qual 
depende que: 
 
1. O sujeito ativo/passivo seja um grupo, admitindo-se, inclusive, ação coletiva passiva; 
2. O objeto seja uma situação jurídica coletiva (direito, dever ou estado de sujeição de tal 
grupo) 
 
b) INSTRUMENTOS DE RESOLUÇÃO DE MÚLTIPLAS DEMANDAS EM 
REDUZIDA ATIVIDADE JURISDICIONAL, que podem ser: 
 
I. Processos (causas) modelo, quando o incidente dispensa o julgamento de um caso 
concreto, como em um IRDR em que o recorrente do processo principal - art. 976, 
§1º. 
II. Processos (causas) piloto, quando existe um julgamento de um caso concreto, com 
extensão de ratio decidendi (fundamentos da decisão) para os demais casos 
similares. 
 
c) MEIOS EXTRAJUDICIAIS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS COLETIVOS. 
 
 
 
ZONA CINZENTA (Situações Mistas ou Híbridas) - situações limítrofes entre o processo individual e 
coletivo. 
 
a) AÇÕES PSEUDOCOLETIVAS: prepondera o interesse individual dos sujeitos de 
direito, tornando-se improdutivo o manejo da ação coletiva. Após o processo judicial 
coletivo, a sentença genérica teria que passar por uma execução individual tão ou quase tão 
complexa quanto o procedimento de conhecimento. 
 
⇾ Ex.: danos causados por um mesmo agente a diversas pessoas mas atingindo cada uma delas de 
de forma muito peculiar, exigindo perícia complexa na fase de liquidação individual. 
 
b) AÇÕES INDIVIDUAIS DE ALCANCE COLETIVO: o direito pleiteado pelo autor 
individual, se reconhecido pelo poder judiciário, gerará inevitáveis reflexos em terceiros e 
na coletividade. 
 
⇾ Ex.: Pedido de não fechamento da rua na qual o autor reside; cadeirante que ajuíza ação de 
obrigação de fazer para construção de rampas. 
 
c) AÇÕES PSEUDOINDIVIDUAIS: a relação de direito material, globalmente considerada, 
recomenda a solução coletiva e não pulverizada em ações individuais. 
 
⇾ Ex.: uma tarifa abusiva inserida em contrato de adesão. 
 
● SOLUÇÃO - conversão da ação individual em coletiva (art. 333 do CPC, mas foi vetado) 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÕES DA TUTELA COLETIVA: 
 
1. Processo coletivo comum e especial: percebeu-se que as ações de controle concentrado 
de constitucionalidade também são espécie de processo coletivo. 
 
a. COMUM (ações coletivas em geral) - o conflito objeto da relação jurídica 
processual é concreto, envolvendo direitos materiais. 
b. ESPECIAL - o conflito é abstrato, teórico, em tese, consistindo em análise de 
compatibilidade entre o ato normativo e o texto constitucional - presença de 
interesse coletivo em um sistema constitucional coeso 
 
2. Tutela coletiva pela via principal e pela via incidental: 
 
a. VIA PRINCIPAL: diz respeito às ações autônomas, por meio de processos 
judiciais que possuam como objeto principal a resolução de conflitos coletivos em 
concreto (materiais) ou em abstrato (normativo). 
 
⇾ Ex.: O pedido é a resolução da demanda coletiva. 
 
b. VIA INCIDENTAL: consiste na existência de ações prévias, individuais e 
coletivas, que compõem incidentes, e a partir delas os Tribunais podem, de ofício 
ou mediante provocação, iniciar procedimento voltado à resolução de uma questão 
jurídica, pacificando um tema teórico, firmando tese jurídica a ser adotada pelos 
órgãos julgadores subordinados. 
 
3. Tutela metaindividual e tutela pluri-individual: (Bruno Dantas e Marcelo Abelha) 
 
a. METAINDIVIDUAL ou TRANSINDIVIDUAL: processos coletivos 
b. PLURI-INDIVIDUAL: incidentes de tratamento de questões repetitivas; 
● Técnicas Individuais de Repercussão Coletiva: 
● Técnicas Coletivas de Repercussão Individual (ações coletivas que tutelam 
direitos individuais homogêneos): 
 
TCRI TIRC 
Situações coletivas; 
Coisa julgada secundum eventum litis in utilibus; 
Sem suspensão das demandas individuais (de 
acordo com a lei); 
Requer legitimidade adequada (rol legal de 
legitimados) 
Situações repetitivas; 
Vinculação à conclusão do julgamento, salvo 
distinguishing; 
Suspensão das demandas em curso; 
Qualquer parte no processo pode suscitar. 
 
4. Técnica de coletivização parcial e técnica de coletivização total (Gustavo Osna): 
 
a. TÉCNICA DE COLETIVIZAÇÃO PARCIAL: voltada inicialmente apenas à 
possibilidade de realização de instrução conjunta, otimizando a produção de provas 
unificadas para diversos processos - o ganho à isonomia, ao acesso à justiça e à 
administração judiciária é relativo. 
 
b. TÉCNICA DE COLETIVIZAÇÃO TOTAL: class actions, processos coletivos 
estadunidenses. 
 
5. Tutela de direitos coletivos e coletiva de direitos: 
 
a. TUTELA DE DIREITOS COLETIVOS: o objeto são direitos difusos ou 
coletivos em sentido estrito. 
b. TUTELA COLETIVA DE DIREITOS (individuais): o objeto da demanda são os 
direitos individuais homogêneos. 
 
 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
● Na família romano-germânica (civil law), o antecedente mais remoto das ações coletivas é 
a AÇÃO POPULAR do direito romano, que consistia na tutela pelo cidadão, da coisa 
pública, vista como direito seu, embora o resultado vinculasse todos os membros da 
sociedade - proteção de um DIREITO DIFUSO. 
 
● Na tradição anglo-saxã (common law), encontram-se os mais antigos ascendentes das 
ações coletivas na Inglaterra Medieval (sec. XII), na qual os direitos coletivos de certos 
grupos passaram a ser representados processualmente por seus líderes. 
 
● Bill of Peace (Inglaterra, sec. XVII) - nos autos de uma ação individual era requerida 
autorização para que fosse processada coletivamente, de forma a evitar a multiplicação de 
processos e afastar a incidência a regra de compulsory joinder rule/necessary parties rule, 
não sendo exigível a presença de todos os interessados. 
 
Eventos mais recentes: 
 
● Estudo das GERAÇÕES (ou dimensões) do dos direitos fundamentais - 3ªdimensão: 
direitos transindividuais;● Projeto Florença de Acesso à Justiça - Mauro Capelletti e Bryant Garth, 1950: ondas de 
acesso à justiça - afastar os custos e permitir o acesso ao hipossuficiente (1), direitos 
transindividuais (2), melhoria do próprio processo - meios extrajudiciasis de resolução de 
conflitos (3). 
 
● Massificação das relações sociais e jurídicas - proliferação de demandas judiciais 
REPETITIVAS. 
 
⇾ DANOS AGREGADOS - são aqueles que se mostram aparentemente desinteressantes do ponto 
de vista individual mas super relevantes de maneira GLOBAL. 
 
 
 
MARCOS LEGISLATIVOS NO BRASIL (Daniel Assumpção Neves): 
 
⇾ Temática de direitos coletivos em ordenamentos anteriores a 1965: 
1. Ação Popular prevista nas Ordenações Filipinas e nas Constituições Federais (exceto 
1937) 
2. Representação coletiva de associações de certas classes de funcionários - Leis 1.134/50; 
2.480/55 - e advogados, pela OAB. 
 
a) Lei da AÇÃO POPULAR (Lei 4.717/65) - 
I. Previsão do OBJETO - originariamente tutela o patrimônio público, assim 
entendido como os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético ou 
histórico. Posteriormente a lei 6.513/77 incluiu os bens de valor turístico. 
 
Com a Constituição Federal de 1988, a ação popular passou a ter como objetos também a moralidade 
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural. 
 
Art. 1º, § 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos de valor 
econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. 
 
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência; 
 
II. Legitimidade ativa extraordinária do CIDADÃO - art. 1º1 e §3º2; 
III. Legitimidade BIFRONTE da Pessoa Jurídica de Direito Público - (art. 6º, §3º)3 
autoriza que a PJ migre de pólo se concordar com o pleito do autor, mantenha-se 
no polo passivo ou fique inerte. 
IV. Coisa Julgada material secundum eventum probationis - (art. 18)4 Nova ação com 
o mesmo objeto, pode ser ajuizada, se a presente for extinta por falta de provas, 
caso traga-se aos autos prova nova. 
 
1 Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos 
lesivos ao patrimônio (...) 
 
2 § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a 
ele corresponda. 
 
3 § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá 
abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse 
público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. 
 
4 Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido a 
ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação 
com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
 
V. Execução OBRIGATÓRIA da sentença condenatória - art. 165 
VI. Reexame necessário da sentença TERMINATIVA ou de IMPROCEDÊNCIA - 
(art. 196) o reexame é condição de eficácia. 
VII. Prazo Prescricional - (art. 217) 05 anos. 
 
b) Lei da AÇÃO CIVIL PÚBLICA (Lei nº 7.347/85): 
 
I. Rol de DIREITOS TUTELÁVEIS (art. 1º) - originalmente, de natureza taxativa, 
mas em 1990 foi ampliado para “qualquer outro interesse difuso ou coletivo” 
 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por 
danos morais e patrimoniais causados: 
l - ao meio-ambiente; 
ll - ao consumidor; 
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. (Incluído pela Lei nº 8.078 de 1990) 
V - por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011). 
VI - à ordem urbanística. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) 
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. (Incluído pela Lei nº 12.966, de 2014) 
VIII – ao patrimônio público e social. 
 
II. Rol de LEGITIMADOS (art. 5º) - foi a primeira vez que foi determinado um ROL 
de legitimados concorrentes para movimentar um processo coletivo. Importante 
ressaltar que a legitimidade é autônoma, não sendo exigido litisconsórcio ativo 
necessário. 
 
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
 
 
5 Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, 
sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução. o representante do Ministério Público a 
promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave. 
 
6 Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de 
jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente 
caberá apelação, com efeito suspensivo. 
 
7 Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos. 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao 
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao 
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
III. Previsão do INQUÉRITO CIVIL (arts. 8º e 9º)8 - procedimento instrutório, 
dispensável, de legitimidade privativa do Ministério público. 
IV. Ministério Público como fiscal da lei (custos legis) - art. 5º, §1º9 
V. Assunção da ação pelo MP no caso de abandono (art. 5º, §3º10) - legitimidade 
subsidiária. 
 
c) Constituição Federal (1988): 
 
I. Inserção dos direitos coletivos no ROL DE DIREITOS 
FUNDAMENTAIS - capítulo I, Título II, passando a 
mencionar “direitos e deveres individuais e coletivos.” 
II. Ampliação da cláusula de acesso ao judiciário, não se restringindo apenas a lesão a direito 
individual - art. 5º, XXXV: “XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito;” 
III. Direito de REPRESENTAÇÃO ASSOCIATIVA, com legitimidade das associações para 
a tutela dos associados (art. 5º, XXI11) 
IV. Legitimidade dos SINDICATOS na defesa de direitos coletivos e individuais da categoria 
(art. 8º, III12) 
V. Ampliação do objeto da Ação Popular - (art. 5º, LXXIII) “LXXIII - (...) lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente (...)” 
 
8 Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e 
informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer 
organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não 
poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis. 
 
9 § 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal 
da lei. 
 
10 § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério 
Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
11 XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
 
12 III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interessescoletivos ou individuais da categoria, inclusive em 
questões judiciais ou administrativas; 
 
VI. Menção expressa da Ação Civil Pública e ampliação de seu objeto (art. 129, III13) 
VII. Criação do Mandado de Segurança Coletivo (art. 5, LXX)14 
 
d) Código de DEFESA DO CONSUMIDOR (Lei n 8.078/90) - no título III são trazidas 
normas de direito defesa de direitos coletivos em sentido amplo. 
 
I. Inserção na lei de ACP da possibilidade de firmamento de TAC (termo de 
ajustamento de conduta) às exigências legais e litisconsórcio entre Ministérios 
Públicos; 
II. Conceituação dos direitos tuteláveis - art. 81, parágrafo único> 
 
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo 
individualmente, ou a título coletivo. 
 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
 
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza 
indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza 
indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por 
uma relação jurídica base; 
 
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. 
 
III. Regra de Competência - inseriu o critério de extensão do dano (art. 93)15 
IV. Extensão subjetiva da coisa julgada - art. 10316 
 
13 Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio 
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
 
14 LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo 
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
15Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local: 
 
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; 
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, 
aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente 
 
16 Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: 
V. Regras de relação entre ações coletivas e individuais - (art. 10417) a ação coletiva 
não gera litispendência em relação a ação individual mas só surte efeito para aquele 
que requerer a suspensão da ação no prazo. 
 
e) Código de Processo Civil (2015) - art. 139, X e art. 333 (que foi vetado) 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: X - quando 
se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria 
Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de 
julho de 1985 , e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 , para, se for o caso, promover a 
propositura da ação coletiva respectiva. 
 
 
 
MICROSSISTEMA COLETIVO (minissistema coletivo ou sistema único coletivo ou sistema integrado de 
tutela coletiva) 
 
As normas de regência do processo coletivo foram surgindo aos poucos, formando um 
microssistema de tutela coletiva. Trata-se de um conjunto de normas que, pela semelhança de suas 
finalidades, se aplicam reciprocamente, respeitadas, excepcionalmente, as peculiaridades de cada 
diploma específico. 
 
FINALIDADE SEMELHANTE - APLICAÇÃO RECÍPROCA 
 
É formado por dois tipos de normas: 
 
a) NÚCLEO DURO: diplomas legais aplicáveis a todas as espécies de ações - Lei de ACP 
e título III do CDC; 
 
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que 
qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na 
hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; 
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de 
provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único 
do art. 81; 
 III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus 
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81. 
 
17 Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem 
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que 
aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for 
requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. 
 
b) OUTRAS NORMAS aplicáveis em razão da temática específica - Lei da AP, Lei do MS, 
Improbidade Administrativa, ECA etc - ou aplicação subsidiária - Código de Processo 
Civil. 
 
● Conflito de normas: Jurisprudencialmente não há entendimento definitivo. 
 
1. entre o NÚCLEO DURO - ACP x 
CDC: 
 
1ͣ corrente (Fredie Didier, Hermes Zaneti e 
José dos Santos Carvalho Filho): ACP 
 
Prevalência da LACP, com fundamento no art. 
21 do referido diploma, que orienta que “Art. 21. 
Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses 
difusos, coletivos e individuais, no que for 
cabível, os dispositivos do Título III da lei que 
instituiu o Código de Defesa do Consumidor. “ 
 
2ª corrente: CDC 
 
O CDC deve prevalecer principalmente quando 
o objeto da ação for direito consumerista. Além 
disso, fundamenta a prevalência desse diploma o 
art. 90, “ Art. 90. Aplicam-se às ações 
previstas neste título as normas do Código de 
Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho 
de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito 
civil, naquilo que não contrariar suas 
disposições.” 
 
3ª corrente (Daniel Assumpção Neves) - 
depende do caso concreto 
 
Nessa corrente, defende-se que deve 
prevalecer a norma que potencializar a 
efetividade da tutela coletiva e a proteção dos 
direitos em juízo. 
2. entre NÚCLEO DURO x Norma 
SUBSIDIÁRIA: 
 
1ͣ corrente (Fredie Didier, Hermes Zaneti): 
Núcleo Duro 
 
Prioridade da regra do núcleo duro a fim de 
uniformizar o tratamento. 
 
2ª corrente (Gregório Assagra de Almeida): 
Norma Específica 
 
Prioridade para a lei específica, prestigiando a 
vontade do legislador em excepcionar a lei geral. 
 
3ª corrente (Daniel Assumpção Neves e 
Fernando Gajardoni): depende do caso 
concreto. 
 
A prioridade é definida no caso concreto, 
prevalecendo aquela que é mais benéfica à tutela

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