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SISTEMA LÍMBICO

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O SISTEMA LÍMBICO 
Na face medial de cada hemisfério 
cerebral, observa-se um anel 
cortical contínuo, constituído pelo 
GIRO DO CÍNGULO, GIRO PARA-
HIPOCAMPAL E HIPOCAMPO. 
Este anel cortical contorna as 
formações inter-hemisféricas e foi 
considerado por Broca (1850) como 
um lobo independente, o grande 
lobo límbico (de limbo, contorno). 
Em 1937, o neuroanatomista James 
Papez publicou um trabalho famoso 
no qual propunha um novo 
mecanismo para explicar as 
emoções. Este mecanismo 
envolveria as estruturas do lobo 
límbico, núcleos do hipotálamo e 
tálamo, todas unidas por um circuito 
que ficou conhecido como circuito 
de Papez composto pelo 
HIPOCAMPO, FÓRNIX, CORPO 
MAMILAR, TRATO MAMILO-
TALÂMICO, NÚCLEOS ANTERIORES 
DO TÁLAMO, CÁPSULA INTERNA, 
GIRO DO CÍNGULO, GIRO PARA-
HIPOCAMPAL E NOVAMENTE O 
HIPOCAMPO, FECHANDO O 
CIRCUITO. 
Em 1952, MacLean introduziu na 
literatura a expressão sistema 
límbico, que inclui o circuito de 
Papez e algumas novas estruturas, 
como A AMÍGDALA E A ÁREA 
SEPTAL. Este sistema estaria ligado 
 
essencialmente às emoções. O 
avanço das pesquisas mostrou que: 
0 circuito de Papez, com exceção 
da parte anterior do giro do cíngulo, 
está relacionado com a memória e 
não com as emoções. O centro do 
sistema límbico não é mais o 
hipocampo, como pensava Papez, 
mas a amígdala. 
Assim, o sistema límbico pode ser 
conceituado como um conjunto de 
estruturas corticais e subcorticais 
interligadas morfologicamente e 
funcionalmente, relacionadas com 
as emoções e a memória. Do ponto 
de vista anatômico, o sistema 
límbico tem como centro o lobo 
límbico e as estruturas com ele 
relacionadas. Do ponto de vista 
funcional, pode-se distinguir, no 
sistema límbico, dois subconjuntos 
de estruturas, ligadas às emoções e 
à memória, e que são relacionadas 
na chave que segue 
CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR 
Principalmente relacionado com 
COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS 
pois apenas aparte anterior do giro 
do cíngulo relaciona-se com o 
processamento das emoções 
CÓRTEX INSULAR ANTERIOR 
O córtex insular posterior é isocórtex 
heterotípico granular, característico 
das áreas de projeção primárias, no 
caso, as áreas gustativa e sensoriais 
viscerais. Já o córtex insular anterior 
é isocórtex homótipo, característico 
DAS ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO. 
Estudos principalmente de 
neuroimagem funcional no homem 
mostraram que o córtex insular 
anterior está envolvido em pelo 
menos nas seguintes funções: 
A) EMPATIA, ou seja, a capacidade 
de se identificar com outras pessoas 
e perceber e se sensibilizar com seu 
estado emocional. O córtex insular 
anterior é ativado em indivíduos 
normais quando observam imagens 
de situações dolorosas, como, por 
 
exemplo, um dedo preso na porta 
do automóvel. Entretanto, não há 
ativação se o dedo estiver apenas 
encostado na porta. Há evidência 
de que esta capacidade, de 
grande importância social, é 
perdida em lesões da ínsula e pode 
estar na base de muitas psicopatias. 
B) CONHECIMENTO DA PRÓPRIA 
FISIONOMIA COMO DIFERENTE DA 
DOS OUTROS. Por exemplo, ela é 
ativada quando uma pessoa se 
observa em um 
espelho ou 
em uma 
foto, 
mas 
não em fotos de 
outras pessoas. Como já foi visto, o 
reconhecimento da fisionomia dos 
outros depende de áreas visuais 
secundárias. 
C) SENSAÇÃO DE NOJO NA 
PRESENÇA OU SIMPLESMENTE COM 
IMAGENS DE FEZES, VÓMITOS, 
carniça e outra situação 
considerada nojenta. Ela é ativada 
também com a visão de pessoas 
com fisionomia de nojo. A sensação 
de nojo tem valor adaptativo, pois 
afasta as pessoas de situações 
associadas a doenças. Em casos de 
lesões da ínsula, ocorre perda do 
senso de nojo. 
D) PERCEPÇÃO DOS 
COMPONENTES SUBJETIVOS DAS 
EMOÇÕES. Esta função que permite 
ao indivíduo sentir as emoções é 
também exercida por algumas 
outras áreas corticais e subcorticais 
do sistema límbico 
CÓRTEX 
PRÉ-
FRONTAL 
ORBITOFRONTAL 
Ela tem conexões com o corpo 
estriado e com o núcleo 
dorsomedial do tálamo integrando 
o circuito em alça orbitofrontal-
estriado - tálamo — cortical. Só 
recentemente concluiu-se que as 
funções e disfunções antes 
atribuídas à área pré-frontal 
orbitofrontal são do circuito que ela 
integra. 
 
 
HIPOTÁLAMO 
O hipotálamo tem papel 
preponderante como coordenador 
das manifestações periféricas das 
emoções, através de suas conexões 
com o sistema nervoso autónomo 
ÁREA SEPTAL 
Situada abaixo do rostro do corpo 
caloso, anteriormente à lâmina 
terminal e à comissura anterior a 
área septal compreende grupos de 
neurônios de disposição subcortical 
que se estendem até a base do 
septo pelúcido, conhecidos como 
núcleos septais. A área septal tem 
conexões extremamente amplas e 
complexas, destacando-se suas 
projeções para a amígdala, 
hipocampo, tálamo, giro do cíngulo, 
hipotálamo e formação reticular, 
através do feixe prosencefálico 
medial. Através deste feixe a área 
septal recebe fibras dopaminérgicas 
da área tegmentar ventral e faz 
parte do sistema mesolímbico ou 
sistema de recompensa do cérebro. 
Lesões bilaterais da área septal em 
animais causam a chamada “raiva 
septal”, caracterizadapor 
hiperatividade emocional, 
ferocidade e raiva diante de 
condições que normalmente não 
modificam o comportamento do 
animal. Estimulações da área septal 
causam alterações da pressão 
arterial e do ritmo respiratório, 
mostrando 0 seu papel na 
regulação de atividades viscerais. 
Por outro lado, as experiências de 
autoestimulação, mostram que a 
área septal é um dos centros de 
prazer no cérebro e sua estimulação 
provoca euforia. A destruição da 
área septal resulta em reação 
anormal aos estímulos sexuais e à 
raiva. 
NÚCLEO ACCUMBENS 
Situado entre a cabeça do núcleo 
caudado e o putâmen o núcleo 
accumbens faz parte do corpo 
estriado ventral. Recebe aferências 
dopaminérgicas principalmente da 
área tegmentar ventral do 
mesencéfalo, e projeta eferências 
para aparte orbitofrontal da área 
pré-frontal. O núcleo accumbens é 
o mais importante componente do 
sistema mesolímbico. 
HABÊNULA 
A habênula situa-se no trígono das 
habênulas, no epitálamo, abaixo e 
lateralmente à glândula pineal. 
É constituída pelos núcleos 
habenulares medial e lateral. O 
núcleo lateral tem função mais 
conhecida. Suas conexões são 
muito complexas, destacando-se as 
aferências que recebem dos 
núcleos septais pela estria medular 
do tálamo e suas projeções pelo 
fascículo retroflexo para o núcleo 
interpeduncular do mesencéfalo e 
 
para os neurônios dopaminérgicos 
do sistema mesolímbico, sobre os 
quais têm ação inibitória. 
Tem também ação inibitória sobre o 
sistema serotoninérgico de projeção 
difusa, através de suas conexões 
com os núcleos da rafe. Assim, a 
habênula participa da regulação 
dos níveis de dopaminanos 
neurônios do sistema mesolímbico os 
quais, como já foi visto, constituem a 
principal área do sistema de 
recompensa (ou de prazer) do 
cérebro. A estimulação dos núcleos 
habenulares resulta em ação 
inibitória sobre o sistema 
dopaminérgica mesolímbico e sobre 
o sistema serotoninérgico de 
projeção difusa. Esta ação inibitória 
está sendo implicada na 
fisiopatologia dos transtornos de 
humor como a depressão na qual 
há uma ação inibitória exagerada 
do sistema mesolímbico. 
AMÍGDALA 
ESTRUTURA E CONEXÕES 
Apesar de seu tamanho 
relativamente pequeno, a amígdala 
tem 12 núcleos, o que lhe valeu o 
nome de complexo amigdaloide. Os 
núcleos da amígdala se dispõem 
em TRÊS GRUPOS, 
CORTICOMEDIAL, BASOLATERAL E 
CENTRAL. 
O grupo CORTICOMEDIAL RECEBE 
CONEXÕES OLFATÓRIAS E PARECE 
ESTAR ENVOLVIDO COM OS 
COMPORTAMENTOS SEXUAIS. 
O grupo BASOLATERAL RECEBE A 
MAIORIA DAS CONEXÕES 
AFERENTES DA AMÍGDALA 
 
O CENTRAL DÁ ORIGEM ÀS 
CONEXÕES EFERENTES. 
 A amígdala é a estrutura subcortical 
com maior número de projeçõesdo 
sistema nervoso, com cerca de 14 
conexões aferentes e 20 eferentes. 
Possui conexões aferentes com 
todas as áreas de associação 
secundárias do córtex, trazendo 
informações sensoriais já 
processadas, além das informações 
das áreas supramodais. Recebe, 
também, aferências de alguns 
núcleos hipotalâmicos, do núcleo 
dorsomedial do tálamo, dos núcleos 
septais e do núcleo do trato solitário. 
As conexões eferentes se distribuem 
em duas vias. A VIA 
AMIGDALOFUGA DORSAL que, 
através da estria terminal, projeta-se 
para os núcleos septais, núcleo 
accumbens, vários núcleos 
hipotalâmicos e núcleos da 
habênula. 
E A VIA AMIGDALOFUGA 
VENTRAL que projeta-se para as 
mesmas áreas corticais, talâmicas e 
hipotalâmicas de origem das fibras 
aferentes, além do núcleo basal de 
Meynert.Por meio dessa via, a 
amígdala projeta eferências para 
núcleos do tronco encefálico 
envolvidos em funções viscerais, 
como o núcleo dorsal do vago, 
onde estão neurônios pré-
ganglionares do parassimpático 
craniano. 
Além dessas conexões extrínsecas, 
os núcleos da amígdala 
comunicam-se entre si por fibras 
predominantemente 
glutamatérgicas, indicando grande 
processamento local de 
informações. Do ponto de vista 
neuroquímico, a amígdala tem 
grande diversidade de 
neurotransmissores, tendo sido 
demonstrada nela a presença de 
acetilcolina, GABA, serotonina, 
noradrenalina, substância P e 
encefalinas. A grande 
complexidade estrutural e 
neuroquímica da amígdala está de 
acordo com a complexidade de 
suas funções. 
FUNÇÕES 
A estimulação dos núcleos do grupo 
basolateral da amígdala causa 
reações de medo e fuga. A 
estimulação dos núcleos do grupo 
corticomedial causa reação 
defensiva e agressiva. O 
comportamento de ataque 
agressivo pode ser desencadeado 
com estimulação da amígdala, mas 
também do hipotálamo. 
A AMÍGDALA E O MEDO 
A informação visual (auditiva, se o 
boi berrar) é levada ao tálamo 
(corpo geniculado lateral) e daí a 
áreas visuais primárias e secundárias. 
A partir desse ponto, a informação 
segue por dois caminhos, uma via 
direta e outra indireta.Na via direta, 
 
a informação visual é levada e 
processada na amígdala 
basolateral, passa à amígdala 
central, que dispara o alarme, a 
cargo do sistema simpático. Isto 
permite uma reação de alarme 
imediata com manifestações 
autonômicas e comportamental 
típicas. Na via indireta, a informação 
passa ao córtex pré-frontal e depois 
à amígdala. A via direta é mais 
rápida e permite resposta imediata 
ao perigo. A via indireta é mais lenta, 
mas permite que o córtex pré-frontal 
analise as informações recebidas e 
seu contexto. Se não houver perigo 
(o boi é manso), areação de alarme 
é desativada. A via direta é 
inconsciente e o medo só se toma 
consciente, ou seja, a pessoa só 
sente medo quando os impulsos 
nervosos chegam ao córtex. 
A associação de dois estímulos é 
feita no núcleo lateral da amígdala 
e a resposta, a cargo 
principalmente do sistema nervoso 
simpático, é desencadeada pelo 
núcleo central. Em um animal sem 
amígdala, o condicionamento não 
ocorre. No homem, onde os medos 
são aprendidos, o condicionamento 
ocorre exatamente como nos 
animais. Pacientes com lesão da 
amígdala não aprendem a ter 
medo. No homem, o medo pode 
ocorrer mesmo sem 
condicionamento, por exemplo, se 
uma pessoa for informada de que 
alguma coisa é perigosa, pode 
passar a ter medo dela, mesmo sem 
tê-la visto. 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS 
ANSIEDADE 
Ele é a expressão inapropriada do 
medo, que neste caso é duradouro 
e pode ser desencadeado por 
perigos pouco definidos ou pela 
recordação de eventos que 
supostamente podem ser perigosos. 
A ansiedade desencadeada de 
forma crónica se transforma em 
estresse e causa danos ao 
organismo 
No transtorno de ansiedade, o 
motivo pode não estar presente e, 
mesmo assim, resulta na ativação 
da amígdala. Os neurônios 
hipotalâmicos, em resposta a 
estímulos da amígdala, promovem a 
liberação do hormônio 
adrenotropicocórtico (ACTH) que, 
por sua vez, induz a liberação do 
cortisol pela adrenal. O eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal é 
regulado pelo hipocampo, que 
exerce seu efeito inibindo este eixo. 
A exposição crónica ao cortisol 
pode levar à disfunção e à morte 
dos neurônios hipocampais. Assim, a 
degeneração do hipocampo torna 
a resposta ao estresse mais 
acentuada, levando a maior 
liberação de cortisol e maior lesão 
do hipocampo. Estudos de 
 
neuroimagem mostraram redução 
no volume do hipocampo com 
repercussão sobre a memória em 
pacientes que sofreram de 
transtorno de estresse pós-
traumático. A resposta ao estresse 
tem sido relacionada tanto à 
hiperatividade da amígdala como à 
redução da atividade do 
hipocampo

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