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DOENÇAS PARASITÁRIAS DA PELE DE GRANDES ANIMAIS

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DOENÇAS PARASITARIAS DA PELE 
 
INFESTAÇÃO POR CARRAPATOS 
Lesões podem predispor a infecções secundárias, miíases e espoliação sanguínea (0,5 a 
2ml) 
Transmissão de doenças e paralisia 
Epidemiologia: áreas livres, áreas de instabilidade enzoótica, áreas de estabilidade 
enzoótica 
Espécies: Bovinos: Ripicephalus (boophilus microplus) 
 
 → ciclo biológico do Ripicephalus (boophilus microplus) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Equinos: Amblyoma cajanense; Otobius megnini 
 Dermacentor (anocentor) nitens 
 
 
➔ Amblyoma cajanense 
 
 
 
 
 
 
 
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➔ Ciclo biológico de heteróxenos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinais clínicos: áreas mais afetadas: orelha, face, pescoço, axilas, virilha, membros distais. 
• Pápulas, pústulas, placas e ocasionalmente nódulos com o carrapato no centro. 
• Alopercia, crostas, erosões e ulceras. 
• Dor e prurido são variáveis. 
• Sinais sistêmicos: anemia, emagrecimento e redução na produção animal. 
Controle: 
• Introdução de raças resistentes, geralmente zebuínas 
• Medidas de manejo para combate da fase de vida livre → solo 
o Manter a pastagem baixa e limpa 
• Medidas de manejo para combate da fase parasitária. 
o Aplicação correta de produtos carrapaticidas. 
Raças mais resistentes: Nelore e Jersey (Bos indicus) 
 
• Variação individual – hereditariedade 
• Bezerros com 1 – 3 meses são resistentes – imunidade passiva. 
Medidas de manejo: 
• 95% dos parasitas estão no pasto e 5% no animal (carrapaticidas atingem apenas 
5% da população de parasitas). 
• Diminuir altura da pastagem. 
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• Pastoreio rotativo entre ovinos e bovinos 
• Alternância de áreas de pastagem e agricultura. 
 → pastagem forrageira baixa 
Aplicações estratégicas de carrapaticidas: Mínimo de aplicações capazes de manter a 
infestação em níveis baixos 
• O número de aplicação depende da época e característica climática da região, 
inverno/verão e do grau de infestação de cada propriedade. 
• 3 a 6 animais por ano devem controlar eficazmente a infestação. 
• Sempre aplicar carrapaticidas em animais introduzidos na propriedade. 
Tratamento 
• Organofosforados – diazinon, coumafós, clorofenvinfós 
o Inibição da acetilcolinesterase. 
o Intervalos de 18 dias. 
• Imidinas – amitraz 
o Antagonizam a monoaminooxidase (não deve ser utilizado em equinos). 
o Intervalo de 21 dias. 
• Piretróides – cipermetrina, deltametrina,flumetrina 
o Alteração iônica de membrana → hiperexitação, paralisia e morte. 
o Intervalo de 21 a 25 dias. 
• Avermectinas e milbemicinas – ivermectina, doramectina, abamectina, 
moxidectina 
o Transmissão nervosa através da descarga de GABA. 
o Intervalos de 30-40 dias. 
 
• Benzoilfeniluréias – fluazuron 
o Inibição de enzimas responsáveis pela síntese de quitina (não aplicar em vacas 
prod. de leite). 
o Intervalo de 50-80 dias 
• Fipronil 
o Inibição de GABA (não aplicar em vacas prod. de leite). 
o Interalo 40-60 dias. 
 
 
 
 
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Tipos de aplicação: banheiro de imersão, aspersão mecânica (banheiros de aspersão), 
aspersão manual, aplicação pour-on. 
 
Vacinas: antígenos da membrana intestinal do carrapato; 
• Causa morte de alguns carraaptos e redução da fertilidade dos que sobrevivem; 
• Usada como método auxiliar; 
• Não usar em bezerros com menos de 4 meses de idade. 
 
Resistencia aos acaricidas: Causada pelo manejo errado e pela pressão ao carrapaticida. 
• Manifestam-se quando 10% dos carrapatos tornam-se resistentes. 
• Irreversível 
• Presença de teleóginas nos bovinos uma a duas semanas após o banho. 
 
Teste de sensibilidade: 
• 10 teleógenas para cada produto a ser testado. 
• Coletar de animais que não tenham sido banhados em menos de 21 dias. 
• Coleta nas primeiras horas na manhã, o teste deve ser feito em até 24hs após a 
coleta. 
• Os resultados preliminares são dados em 10 a 14 dias e o definitivo em 30 dias. 
 
INFESTAÇÃO POR MOSCAS 
Muscídeos hematófagos 
Stomoxys calcitrans (mosca de estábulo) 
• Cosmopolita, ambos os sexos são hematófagos. 
• Parasitam bovinos, equinos e cães. 
• Altas populações estão sempre associadas a criação intensiva de animais. 
• Associada a grandes perdas econômicas. 
• Transmissão mecânica de patógenos (AIE, Anaplasma spp., borrelia recorrentes, 
Bacilus antrhacis, Brucella abortus, B. melitensis) 
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• Hospedeiro intermediário para helmintos 
(Sertaria cervi, Harbronema micróstoma, 
Hymenoleps carioca) 
• Causa estresse e pode provocar dermatite 
alérgica. 
• Vetor da Dermatobia hominis 
Controle: 
• Manejo do esterco e da ração. 
• Aplicação de inseticidas residuais nas 
áreas de pouso da mosca (paredes, 
estábulos, abrigos, muros, arbustos) 
• Aplicação de inseticidas sobre os animais. 
Haematobia irritans (mosca do chifre) 
• Hábito de se agruparem no dorso do animal. Nas 
horas mais quentes do dia ou em meio as chuvas, são 
encontradas na região ventral do corpo do animal. 
• Os ovos são colocados nas fezes recentes e bovinos. 
• A fase adulta não possui inimigos naturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Também causa grandes prejuízos econômicos. 
o Queda de 10 a 20% na produção de leite 
o Queda de 20 a 40% no ganho de peso. 
• Adultos causam muito estresse. 
• Hospedeiro intermediário da Stephanofilaria stilesi 
Controle: Piretróides e organofosforados 
• Estimar por região a época e a frequência das aplicações. 
• O tratamento só deve ser feito quando o animal atingido apresentar mais de 200 
moscas. 
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• Utilizar o coleóptero africano (Onthofagus gazella) como destruidor das massas 
fecais das pastagens. 
 
 
Míiases 
Dermatobia hominis (mosca da berne) 
• Ocorre em bovinos, cães e homem, 
raramente em equinos. 
• Causa miíase furunculosa (larva 
conhecidas vulgarmente como berne) 
• Depositam seus ovos em vetores 
• Nos bovinos as larvas se localizam 
principalmente na região das costelas, 
na patela e nas patas dianteiras. 
• Maior incidência em bovinos de 
pelagem escura. 
Controle: sobre as larvas com drogas bernicidas ou sobre os ovos com inseticidas. 
• O intervalo de tratamento deve considerar o período mínimo de parasitismo 
sobre os bovinos (31 dias) e o período residual da droga. 
 
Cochliomyia hominivorax (mosca da bicheira) 
Controle: preventivo – prevenção de lesão evitando a 
oviposição. 
Tratamento: tratar miíases existente com produtos 
“mata-bicheiras” 
• Supressão de adultos - Uso de iscas tóxicas para 
adultos. 
 
HABRONEMOSE 
Agente etiológico: larvas de Habronema muscae, H. majus, Draschia megastoma 
ovipostas por seus hospedeiros intermediários Musca spp. e Stomoxys calcitrans. 
 
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Epidemiologia: a doença se inicia na primavera com o aumento da população de moscas. 
• Doença sazonal 
• Ocorrência esporádica 
Patogenia: supõe-se que haja uma reação de hipersensibilidade a presença de larvas 
mortas. 
Sinais clínicos: são mais comuns lesões 
localizadas nos membros, no ventre, no 
canto medial do olho, prepúcio, processouretral ou no local de uma ferida. 
• Desenvolve rapidamente de uma 
pápula a um nódulo que pode ser 
único ou múltiplo. 
• Ulcerações, exsudação e prurido. 
Diagnóstico: anamnese + sinais clínicos 
• Biopsia – dermatite eosinofílica com áreas de necrose de coagylação com ou sem 
a presença de larva nematódeas. 
• Diferencial: Sarcóide, tecido de granulação excessivo. 
Tratamento: Excisão cirúrgica 
• Lesões menores: Injeções de medicamentos intra ou sublesionais (4 a 5mg de 
acetato de triancinolona por local – total menor que 20mg por animal – a cada 14 
dias). 
• Lesões maiores: 1mg de prednisolona/kg/dia durante 7 a 14 dias, seguida de 0,5 
mg/kg/dia durante outros 10 a 14 dias. 
 
SARNA SARCOPTICA 
Agente etiológico: Sarcoptes escabiei 
• Ectoparasitose profunda 
• As fêmeas se encontram em galerias na 
epiderme 
• Afeta várias espécies de animais e é zoonótica. 
• Localiza-se nas regiões menos providas de pelo 
(períneo, cauda, úbere e cabeça) 
Sinais clínicos: eritemas, pápulas e intenso prurido. 
• Pele enrugada com crostas seca e aumento progressivo da área lesionada. 
Transmissão: ocorre por contato direto ou imediatamente por meio de comedouros, 
bebedouros e camas contaminadas (o ácaro sobrevive pouco tempo fora do ambiente). 
 
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SARNA PSOROPTICA 
Agente etiológico: Psoroptes ovis, P. cuniculi, P. equi, P. suis 
• Ácaros que vivem na superfície da pele sem cavar galerias, nas regiões com 
abundancia de pelo, lã ou no conduto auditivo. 
 → Psoroptes equi 
• É a sarna mais frequente em ovinos 
o Apresenta áreas de inflamação da pele com pequenas vesículas e exsudato 
seroso. 
o Com a progressão da lesão a área central torna-se seca e recoberta por 
uma crosta amarelada. 
o A lã se desprende facilmente ao toque; 
o Inicialmente as lesões se restringem à escápula, costela e flanco. 
o Sinais clínicos: prurido, inquietação, emagrecimento e áreas de alopecia. 
Sarna sarcoptica em caprinos: se 
restringem ao pavilhão auricular 
Apresenta inflamação que produz grande 
quantidade de crostas que obstruem o canal 
auditivo. 
Muito comum na região nordeste do Brasil. 
 
Sarna em equinos 
• Sarna sarcóptica – localiza-se no pescoço e na cabeça. 
• Sarna psoroptica – localiza-se na base dos pelos longos da crina e da cauda. 
• Sarna chorióptica – causada por Chorioptes equi; 
o Lesões restritas as partes inferiores dos membros. 
Diagnóstico: Sinais clínicos + histórico da propriedade 
• Visualização macroscópica do ácaro Psoroptes sp. 
• Identificação ácaro em raspado cutâneo. 
Diagnóstico diferencial: sobretudo nas fases crônicas, deve-se diferenciar de lesões 
fúngicas como dermatofitose e ptiose e bacterianas como a dermatofilose. 
• Deficiencia de zinco 
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• Fotossensibilização 
• Infestação por piolhos 
 
CONTROLE E PROFILAXIA 
• Em ovinos, deve-se fazer tosquia precoce das ovelhas e evitar infecção em 
cordeiros. 
• Aplicar acaricidas em animais a serem introduzidos no rebanho. 
• Uma vez instalada a doença, os animais afetados devem ser separados dos 
demais. 
• Animais criados em estábulos devem ter sua cama removida e o ambiente 
pulverizado com acaricidas 
• Banhos e curativos 
o No mínimo dois tratamentos com intervalos de 10 a 12 dias. 
o Banhar todos os animais do rebanho (animais aparentemente sadios 
podem ser portadores assintomáticos) 
o Organofosforados, imidina, piretroides, avermectina, milbemicinas, 
fluazuron e fipronil. 
 → banho carrapaticida.

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