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Dermatozoonoses: Infestações e Lesões na Pele

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Dermatozoonoses
Tatiane Lira – MED UFPE
· 
· São infestações: quando se refere a ácaros e outros artrópodes.
· Muito comum pelo fácil acesso: pele é o órgão + externo.
· Toda lesão, traumática ou química, é uma patologia da pele causada por um agente externo.
CASO 1
· Pcte, 15a, sexo feminino, s/ comorbidades, viaja para os EUA. Refere ter percebido pela manhã várias lesões disseminadas na pele c/ prurido leve a moderado. Nega dor e ardor.
 
· Pápulas eritematosas, levemente pruriginosa.
· S/ continuidade: lesão não segue, tem interrupção de pele normal. 
· Na face extensora do antebraço direito e face anterior do antebraço esquerdo.
· Diagnóstico: Cimidíase 
○ Doença causada por picadas de percevejos do gênero Címex, chamada de Bed Bug.
○ Percevejo não tem asas e vai andando e se alimentando (padrão linear espaço de pele sã) → “lesões café da manhã, almoço e jantar”; picadas leves que não despertam o pcte.
○ Comum nos EUA → casas de madeira (esses percevejos gostam de ficar nas camas de madeira e molduras das portas).
○ Hábito noturno (quando faz a deambulação na pele do pcte).
· Tto: 
○ Sintomático (anti-histamínico ou corticoides em creme p/ coceira).
○ Inseticidas no ambiente, colchões e travesseiros (não consegue matar c/ sandália).
○ Incinerar colchões e travesseiros.
CASO 2
· Pcte, 32a, lesão na região plantar, a qual no início coçava e no momento já dói ao pisar no chão. Refere ter ficado descalço apenas p/ jogar futebol c/ amigos num campo de futebol de areia. Perguntou assim: Dr, o sr acha que esse calo sai c/ algum remédio?
· Nódulo ou pápula-vesícula hipocrômica amarelada.
· C/ uma abertura central enegrecida em planta do pé (ou em pregas interdigitais, bordas perigungueais).
· Pruriginosa e dolorosa.
· Podem ser únicas ou múltiplas.
· Diagnóstico: Tungíase (bicho de pé)
○ Doença causada pela fêmea do Tunga penetrans, pulgas hematófagas (seu diagnóstico é clínico).
○ Mantém sua cabeça e corpo mergulhados na epiderme, deixando p/ fora apenas a porção posterior (onde está a abertura genital).
○ Podem estar em areia, chão em locais secos peridomiciliares, próximos a chiqueiros / montes de esterco, jardins / hortas.
· Ciclo evolutivo: larvas → pupas → pulgas adultas.
· Tto: 
○ Remoção/enucleação da pulga c/ agulha estéril (usada p/ escarificar a lesão).
○ Colocação de antisséptico. 
○ Em casos disseminados: Tiabendazol oral 25mg/kg 2x por dia por 10d.
· Se não fizer assepsia adequada e inocular bactérias pode desenvolver uma importante infecção secundária por erisipela:
○ As lesões de extremidade são + difíceis de serem resolvidas.
○ Ocorre vasodilatação local p/ que neutrófilos cheguem e lutem contra as bactérias.
○ Mas, nesse local, o retorno venoso é + lento por causa da gravidade.
○ Estase pode levar a edema, infecções maiores, necrose e cicatrização é + difícil.
CASO 3
· Pcte, 42a, sexo feminino, agricultora. Refere ardor, calor, eritema e queimor em dorso da mão direita após mexer em plantas de aparecimento imediato. Acha que foi algum bicho, mas não conseguiu ver.
· Dorso e dedos da mão direita c/ edema, eritema, calor e dor à palpação.
· Diagnóstico: Erucismo 
○ Por lagartas ou tarturanas que possuem pêlos/cerdas c/ toxinas.
○ Lagarta tem cerdas + grossas e tarturanas tem + pelinhos.
· Lagarta tipo Lonomia tem toxina que leva a coagulação intravascular disseminada (pcte c/ grandes equimoses) e pode levar a morte → tto c/ soro anti-lonomia.
· Queimadura por tarturana: começa como lesão eritematosa e edematosa que pode evoluir p/ vesícula (mesma coisa da urtica), vai depender do nível da queimadura.
· Tto:
○ Orienta lavagem c/ uso de sabão neutro de bb (não usar sabão amarelo, de coco) e compressa fria p/ aliviar sintomas.
○ Corticoides tópicos e anti-histamínicos.
○ S/n corticoides sistêmicos (se for muito extenso).
○ S/n analgésico.
○ S/n bloqueio anestésico.
○ Se for lonomia → soro anti-lonômico do Instituto Butantan.
CASO 4
· Pcte, sexo masculino, morador de rua. S/ documentos de identificação, c/ idade estimada de 35a. Foi levado a UPA por prurido intenso em couro cabeludo. Não colabora c/ anamnese pois se apresenta alcoolizado.
· Prurido e dermatose (lesões eritemarosas pela hipersensibilidade cutânea às substâncias liberadas por sua saliva e fezes).
· Presença de grânulos amarelo-esbranquiçados na base do cabelo.
· Diagnóstico: Pediculose (de couro cabeludo e cílios)
○ Pediculus humanus (piolho; variedade capitis).
○ É um inseto artrópode ectoparasita hematófago (fica do lado de fora da pele, adora andar no couro cabeludo e picar p/ puxar sangue).
○ Tem aparelho bucal picador-sugador e garras na extremidade das patas.
· As lêndeas são os ovos; podem ser confundidas c/ escamas seborreicas (caspa) ou resíduos de spray.
· Transmissão: contato interpessoal, fômites (pentes, escovas).
○ Procura piolhos e lêndeas nos 1°s 5cm do fio.
○ Tem característica de conseguir mimetizar o tom do cabelo da pessoa.
· Ciclo evolutivo: lêndeas (aderidas à base da haste dos cabelos) → ninfas → piolhos adultos.
○ Local + comum na região occipital.
○ Subordem: Anoplura → 3 espécies:
▪ Pediculus humanus capitis (da cabeça).
▪ Pediculus humanus corporis (do corpo): vivem nas dobras das roupas, alcançam a pele apenas p/ alimentação; causam lesões papulourticariformes e purpúricas associdadas a escoriações.
▪ Pthirus púbis, “chato” (pelos pubianos): considerado IST; causa intenso prurido e lesões papuloeritematosas; pode ter mácula cerúlea (manchas azuladas por efeito sistêmico de substâncias liberadas pelo parasita); tto, além do xampu, é raspagem dos pêlos.
· DD: piedra branca.
· Pode ocorrer piodermites secundárias (como impetigo) pelas escoriações da coçadura.
· Tto: não adianta só tratar piolho, tem que remover mecanicamente as lêndeas
1. Roupas e utensílios pessoais de pano usados nas últimas 48h devem ser lavados c/ água em T > 50°C e/ou secados em máquinas de secar roupas nas + altas configurações de calor.
2. Pediculicidas tópicos por 7-10d:
○ Permetrina a 1% xampu (deixa 5-10min e enxagua) ou Permetrina a 5% loção.
○ Outras opções: deltametrina 0,02%, monossulfiran (causa muita iritação e dermatite de contato).
3. Medicação oral: 
○ Ivermectina 200 microg/kg DU repetir c/ 7d.
○ Ela fica no sangue e quando o piolho vai se alimentar, morre.
4. Pentear o cabelo molhado c/:
○ Solução de vinagre a 50% c/ água (p/ desidratar a lêndea e facilitar a remoção).
○ OU solução c/ luftal (simeticona; é como se fosse uma substância emulsificante que facilita a remoção; tem preparações p/ cabelo).
○ C/ pente fino → retirar piolhos e lêndeas (principalmente) p/ tto efetivo.
○ Todos os dias por 1s até a última encontrada.
CASO 5
· Pcte, 10a, sexo masculino. Foi levado ao pediatra e a mãe referiu a ocorrência de prurido intenso no tronco, há 4d. Prurido piora à noite.
· Micropápula c/ crostícula (que é a entrada do ácaro).
· Lesões salpicadas, distribuídas.
· Túnel:
○ É cavado pelo ácaro andando na camada córnea.
○ Formato linear, sinuoso, coloração variável.
○ C/ pápula ou vesícula em uma das extremidades (eminência ascarina).
· Diagnóstico: Escabiose (sarna) 
○ Causada pela fêmea do Sarcoptes scabei (variedade hominis).
○ É um ácaro artrópode ectoparasita que precisa do hospedeiro p/ sobrevivência e reprodução.
○ Penetra através da camada córnea (geralmente à noite) e escava túneis (sulcos).
· Prurido é maior à noite (momento de maior atividade do parasita, ovopostura).
· Transmissão: contato direto, fômites (lençóis, toalhas, roupas).
○ Quando uma variedade animal parasita o homem, ocorre apenas uma forma leve e autolimitada.
· Ciclo evolutivo: larvas hexópodes (epiderme ou folículos pilosos) → ninfas octópodes → ácaros adultos (superfície da pele, túnel epidérmico).
· Tem preferência pelas partes + quentes do corpo.
· Em bbs: espaços interdigitais de mãos e pés.
· Crianças maiores e adultos: fossas axilares, próximo à cicatriz umbilical e em todo abdome, nádegas, genitais, mamas.
· Imunossuprimidos e bbs: pode desenvolver na cabeça.
· A manifestação dependerá de variedade e n° do agente, tempode evolução da doença, idade e status imunológico do hospedeiro.
· Pode desenvolver infecções secundárias nas lesões escoriadas (impetiginização, c/ formação de pústulas).
· Sarna norueguesa ou escabiose crostosa:
○ Mesmo agente etiológico.
○ Pcte imunossuprimidos, desnutridos, etilistas graves.
○ Não tem apenas 10-15 ácaros, tem centenas a milhares. 
○ Ácaro se multiplica tanto que não faz a lesão característica, a camada córnea começa a proliferar na tentativa de defesa.
○ Produção de escamas visa engrossar a pelo p/ ver se o agente etiológico não entra. 
○ Imunossuprimidos ao extremo não tem nem prurido.
· Pode fazer exame microscópico direto do raspado cutâneo, das eminências acarinas ou escamas de pctes c/ forma crostosa p/ confirmar o diagnóstico (baixa sensibilidade).
· Tto p/ escabiose:
1. Permetrina a 5% loção por 2-3 noites e repetir c/ 7d.
○ Passa no corpo todo abaixo da região mentoniana (mas bbs e imunossuprimidos deve incluir a cabeça).
○ Aplica após o banho, dorme, retira pela manhã.
○ Outras opções: enxofre precipitado 5-10% em vaselina (gestantes); monossulfiran 25% em solução alcoólica; benzoato de benzila 25%.
2. Ivermectina: 200microg/kg DU e repetir c/ 7d.
○ 1 comprimido a cada 30kg (porque cada comprimido tem 6mg).
○ Não afeta os ovos, então tem que repetir p/ eliminar ácaros após eclosão.
○ < 15kg, não pode tomar.
3. Anti-histamínicos sistêmicos: p/ alívio do prurido.
4. Medidas gerais:
○ Investigar contatos (fazem o mesmo tto mesmo que sejam assintomáticos).
○ Lavar roupas, lençóis, etc e passar ferro.
· Tto p/ sarna norueguesa:
○ O mesmo c/ posologia + prolongada.
○ Permetrina diariamente por 7d e 2x/sem até a cura.
○ Ivermectina nos dias 1, 2, 8, 9 e 15 (se for muito grave, 22 e 29 também).
· Tto p/ infecção bacteriana secundária: 
○ ATB tópico: ácido fusídico ou mupirocina a 1% 2x/dia ou sistêmicos se infecção + grave.
CASO 6
· Pcte, 20a, queixa-se de lesões vermelhas muito pruriginosas. Refere estar “espalhando”.
· Lesão papulosa serpiginosa (migração da larva) no dorso do pé.
· Pessoas atópicas podem desenvolver a forma bolhosa.
· Diagnóstico: Larva migrans.
○ Ancylostoma brasiliensis, um nematelminto.
○ Tem característica de imitar serpente, faz ondulado na pele.
○ Comum no intestino do cachorro → fezes na areia c/ larvas → temperatura ideal p/ amadurecimento da larva até sua forma infestante → c/ substâncias proteolíticas na sua saliva que quebram a camada córnea e entram na pele.
○ Não vai p/ corrente sanguínea, só anda pela pele.
○ Não precisa retirar, ela vai ser dissolvida e proteínas eliminadas.
· Locais + comuns: pé, nádega.
· Tto:
1. Tiabendazol a 5% pomada (creme fondan), 3-5x/dia.
2. Albendazol 400mg DU ou Ivermectina. Podem ser repetidos c/ 7d.

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