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Graduação em Fisioterapia Genética Humana Introdução A Síndrome de Edwards foi descrita em 1960 por Edwards e Cols; Foi nomeada primeiramente como síndrome da trissomia 17-18; A descrição da síndrome, foi determinada por Smitch; Conceito A trissomia do cromossomo 18 se associa ao fenômeno de não disjunção meiótica, especialmente na meiose II materna. A copia extra pode acontecer de três formas: Trissomia do 18 completa; Trissomia do 18 parcial; Trissomia do 18 aleatória; EPIDEMIOLOGIA A doença atinge 1 em cada 8000 nascimentos sendo mais meninas do que meninos. É a segunda trissomia autossômica frequentemente observada ao nascimento ficando atrás da síndrome de Down. Mulheres que engravidam acima dos 35 anos, tem maior probabilidade de ter filhos com a trissomia 18 do que mulheres mais jovens. CARACTERíSTICAS A SE (Síndrome de Edwards) apresenta um quadro clinico amplo, nas quais podem envolver praticamente todos os órgãos e sistemas. As características fenotípicas comumente apresentam achados neurológicos, anormalidades de crescimento, crânio, face, tórax, abdome, extremidades, órgãos genitais e pele característicos, além de malformação de órgãos internos. ACHADOS NEUROLÓGICOS Deficiência mental grave; Hipotonia seguida por hipertonia; Choro fraco e resposta ao som diminuída; Desenvolvimento psicomotor lento; Nos casos da trissomia em mosaico os indivíduos apresentam desenvolvimento psicomotor praticamente normais. CRESCIMENTO Baixo peso ao nascer; Dificuldade no ganho de peso; Hipoplasia nos tecidos subcutâneo, adiposo e musculoesqueléticos. CRÂNIO E FACE O crânio é dismorfico, com diâmetro bifrontal diminuído e a região occipital saliente; A microcefalia pode estar presente; Face triangular com testa alta e ampla; As fendas palpebrais estreitas; o nariz e boca pequenos; as orelhas mal formadas, de implantação baixa com aspecto pontudo na parte superior. TÓRAX E ABDOMEN Pescoço curto com excesso de pelos; Esterno curto; Mamilos pequenos; Presença de hérnia inguinal ou umbilical, e/ou diástase dos músculos retos; Pelve estreita com limitação de abdução dos quadris. EXTREMIDADES Punhos cerrados; O segundo dedo recobrindo o dedo médio e o quinto recobrindo o quarto dedo; Unhas hipoplásicas; É comum o pé torto congênito com calcanhar proeminente, hálux encurtado e em flexão dorsal. ORGÃOS GENITAIS Criptorquia (descida incompleta dos testículos) nos meninos; Hipertrofia do clitóris com hipoplasia dos grandes lábios e ovários nas meninas; Pode ocorrer micropênis, disgenesia gonadal e ovariana e útero bífido. MALFORMAÇÕES Há incidências de amplas malformações dos órgãos internos como: Cérebro (paralisia facial, cisto aracnoide, heterotopia de áreas periventriculares, hipoplasia do cerebelo); Coração (lesões cardíacas múltiplas, defeito no septo ventricular, doença polivalvular); Rins (rins em ferradura, duplicação de ureteres); Aparelho digestivo. Diagnóstico É possível descobrir se um bebê possui a Síndrome de Edwards ainda durante a gestação, a partir da realização de exames específicos. Exames invasivos: Amniocentese Biópsia de Vilo Corial Translucência nucal . Exames não invasivos: Feito a partir de uma pequena amostra de sangue, traz resultados tão precisos quanto os testes invasivos (cerca de 99,9% de taxa de detecção) com a grande vantagem de não causar nenhum problema ou efeito colateral à gestação. Ultrassonografia. Ecografias. O diagnóstico da SE é confirmado por meio do estudo cromossômico pelo exame de cariótipo, com detecção de trissomia completa ou parcial do cromossomo 18. Mais outras técnicas, como a de hibridização in situ fluorescente (FISH) e a de hibridização genômica comparativa (CGH), com diagnóstico rápido em recém-nascidos. Mosaicismo cromossômico O mosaicismo ocorre devido a uma não-disjunção pós-zigótica na fase da mitose onde há formação de uma célula monossômica e outra trissômica para o cromossomo 18; Pode ocorrer em qualquer fase da embriogenese e do desenvolvimento do organismo; É uma forma muito rara; Ocorre em 5% dos casos; As manifestações clínicas da doença são variáveis; Uma forma de mosaicismo ainda mais rara é a com duas aneuploidias distintas; Ocorre a não-disjunção do cromossomo na primeira mitose zigótica devido a ausência de células diplóides; Perda dos cromossomos X e 18; Ocorrência de dois erros simultâneos envolvendo os cromossomos X e 18. Tratamento Não tem cura; Aumenta a sobrevida do paciente; Depende da condição individual de cada paciente; Pode ser feito através de medicamentos e cirurgias; Deve-se fazer o tratamento psicológico de familiares; O fisioterapeuta tem uma atuação indispensável no tratamento da síndrome em vários aspectos: Respiratório Funcional Diminuição de complicações Melhora na qualidade de vida Atuação da Fisioterapia na se A fisioterapia geralmente atua nesses casos em cuidados paliativos; Os objetivos da intervenção fisioterapêutica são: Otimizar a ventilação e melhorara a oxigenação; Manter as vias aéreas pérveas; Estimular o desenvolvimento neuropsicomotor; Prevenir o avanço de deformidades e complicações do decúbito prolongado; Condutas fisioterapêuticas Posicionamento do recém nascido; Mobilização articular global; Estimulação sensóriomotora; Estimulação do reflexo de sucção; Aspiração oro-traqueal e de vias aéreas superiores; Manobras de higiene brônquica (AFE e vibrocompressão); Estimulação diafragmática; Estimulação costal; Manobras de expansão pulmonar (AMBU e CPAP) conclusão A Síndrome de Edwards como a trissomia do cromossomo 18, embora seja possível ser detectado em exames de pré-natal, não existe cura. O único meio de prevenção seria evitar engravidar após os 35 anos de idade, mesmo que isto não signifique que mulheres jovens estejam imunes. O papel do Fisioterapeuta será de grande eficiência principalmente nos cuidados paliativos. A agilidade na confirmação do diagnóstico é importante as decisões médicas em caso de emergência. Neste caso, a chance de reflexão ou discussão, envolvendo questões médicas e éticas é difícil. REFERENCIA KOIFFMANN, Celia/ H. GONZALEZ, Claudette - Trissomia 18 ou Síndrome de Edwards. Artigo publicado na revista eletrônica Portal São Francisco, Abril,2017. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/sindrome-de-edward > Acesso em 20 abr.2017. NACE. Conheça a Síndrome de Edwards, que afeta 1 em cada 5 mil bebês. Artigo publicado na revista Countries, 14 Out 2015. Disponível em : <http://nace.igenomix.com.br/blog/conheca-a-sindrome-de-edwards-que-afeta-1-em-cada-5-mil-bebes/ > Acesso em 20-abr 2017. NACE. Exames para detectar alterações cromossômicas na gravidez. Publicada na revista Countries em 15 junho 2016. Disponível em: < http://nace.igenomix.com.br/blog/detectar-alteracoes-cromossomicas-na-gravidez/ > Acesso em 20 abr,2017. PEIXOTO, Vanessa. Fisioterapia Respiratória e Motora Na Síndrome de Edwards: Um Enfoque na Qualidade de Vida. Disponível em < http://www.movimentacastroalves.com/artigos/fisioterapia-respiratoria.pdf > Acesso em 12 abr. 2017. ROSA, M. Rafael. CARDOSO Rosana. Trissomia 18: revisão dos aspectos clínicos, etiológicos, prognósticos e éticos. Revista Paulista de Pediatria. n1. v.31.p.111-120,2013. Disponível em : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822013000100018> Acesso em 20 Abr.2017. SILVA, Joana de Oliveira.et al. Atuação da Fisioterapia na Síndrome de Edwards: Relato de Caso. Disponível em: <http://www.asces.edu.br/eventos/ceff2011/anais/atuacao_da_fisioterapia_na_sindrome_de_edwards_relato_de_cas.pdf > Acesso em 12 de abr.2017.