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Prótese Total Individualização do Plano de Orientação Inferior O plano de orientação inferior está relacionado ao restabelecimento da posição da mandíbula em relação à maxila nos planos vertical e horizontal. Dimensão Vertical: É a altura do terço inferior da face ou a relação espacial da mandíbula em relação à maxila no plano vertical. Inclui em dimensão vertical: ● contatos dentários ● espaço funcional livre As próteses serão confeccionadas em DVO, onde os dentes se encostam. Essa relação é possível ser reproduzida em articuladores, não incluindo espaço funcional livre. O restabelecimento da DVO em um paciente deve ser feito de forma gradual, pois quando é feito de uma vez, pode ocorrer um alto grau de rejeição às próteses. A readaptação dura em média de 3 a 4 semanas. O restabelecimento da DVO deve ser feito de 4 maneiras: 1. acréscimo de resina acrílica na oclusal dos dentes da prótese que o paciente já faça uso 2. reposicionamento dos dentes sobre a base da prótese 3. utilização de placa de mordida 4. confecção de próteses provisórias Existem alguns métodos que servem para a determinação da DVO. Estes são de fácil aplicação e, quando associados, produzem bons resultados clínicos. Vale lembrar que o profissional deve sempre dominar mais de uma das técnicas. Método métrico: Em 1930, Willis definiu que a distância do canto externo do olho até a comissura labial seria igual a distância do ponto subnasal ao mento. Nessa posição o paciente encontra-se em dimensão vertical, incluindo o espaço funcional livre. Essa medida é feita pelo compasso de Willis, registrando a distância do canto externo do olho até a comissura labial e diminui-se cerca de 3 a 4mm, equivalentes ao espaço funcional livre, para se estabelecer a altura na qual o plano de orientação deverá ser ajustado para chegar em DVO, sendo esta a posição na qual a reabilitação será feita. Apenas 13% dos indivíduos dentados têm essa relação estabelecida. Método Fisiológico: A posição fisiológica de repouso da mandíbula fornece uma boa referência para a determinação da dimensão vertical. Deve-se registrar a altura do terço inferior da face com a mandíbula em repouso usando o compasso de Willis e diminuir de 3 a 4 mm referentes ao EFL para chegar à DVO por acréscimo ou subtração de cera no plano de orientação inferior. Para obter o método fisiológico, o paciente deve ser desencostado da cadeira e manter sua postura por si próprio. Mantido nessa posição por alguns minutos, ele tende a assumir uma posição de repouso. Método estético: Esse método se baseia na reconstrução facial para determinar a DVO. O ponto básico de referência para o estabelecimento dessa reconstituição é a obtenção da harmonia do terço inferior da face com as demais partes do rosto. Estabelecer uma correta DVO é importante para que se tenha um posicionamento adequado dos músculos orbiculares e associados. Uma DVO muito alta acaba piorando a estética, as funções musculares de fala e de mastigação. Método Fonético: Esse método foi introduzido por Silverman. O objetivo é aferir a funcionalidade da DVO previamente estabelecida. Esse procedimento consiste em solicitar que o paciente reproduza palavras com sons sibilantes. Exemplo: mississipi, sessenta e seis. Observando sempre o movimento da mandíbula, formando um espaço interoclusal denominado espaço funcional de pronúncia. Esse espaço funciona de pronúncia é considerado mais confiável como avaliação do espaço funcional livre. Esse método serve apenas conferência final da DVO, quando os dentes artificiais á estiverem fixados sobre a base de prova. Relação Cêntrica O termo relação cêntrica (RC) refere-se à posição mais posterior da mandíbula em relação à maxila, no plano horizontal, determinada pelos músculos e ligamentos que atuam sobre o complexo côndilo/disco da ATM, independente de contatos dentários, estando os côndilos na posição mais anterior da cavidade glenóide, contra a vertente posterior da eminência articular. MIH é a máxima intercuspidação habitual, ou seja, é quando se tem o maior número de contatos dentários, e quando MIH ocorre coincidindo com RC, considera-se uma Oclusão em Relação Cêntrica (ORC). RC é uma posição ortopédica, que independe de contato dentário. Em casos de DTM sintomatológica, procura-se atuar em todos os níveis estruturais (oclusal, muscular, neurológico e articular), optando pela posição de ORC para facilitar o reequilíbrio funcional do sistema. Em pacientes desdentados, obviamente a reabilitação é feita em RC, já que o mesmo não apresenta dentes para que seja feita uma reabilitação em MIH. Nos casos de edentados, a RC é a posição de escolha para a reconstrução oclusal, muito mais por se constituir na única alternativa clinicamente reprodutível do que por sua proposta de qualidade terapêutica. O limiar de adaptação é até onde seu organismo consegue “suportar” uma alteração, como por exemplo um contato prematuro, sem que haja interferência no organismo. Esse limiar está ligado a diversos fatores, como estresse, idade… Quando o limiar de adaptação está reduzido, pode ocorrer uma interferência oclusal. Nas interferências oclusais, o organismo tenta “consertar”, o que causa uma parafunção, como o bruxismo. Uma restauração alta, por exemplo, é uma interferência oclusal. Restaurações altas que geram trismo também são reabilitadas em RC. A relação cêntrica é determinada por músculos e ligamentos que atuam no complexo côndilo/discal. A relação cêntrica é onde o côndilo está mais localizado numa posição central superior na cavidade glenóide, apoiado na vertente posterior da eminência articular com o disco interposto. A indicação para RC é em: 1. Próteses totais 2. Falta de estabilidade oclusal (quando se tem estabilidade, trabalha-se em MIH) 3. Próteses extensas 4. Patologias oclusais Indicações para MIH são em casos de próteses unitárias e unilaterais com estabilidade oclusal. O ajuste oclusal sempre deve ser em RC, até que se alcance estabilidade, contatos bilaterais e simultâneos. Os contatos bilaterais são alcançados por meio de um desgaste até que se alcance RC, dando estabilidade até que haja uma máxima intercuspidação, alcançando ROC. Princípio de uma oclusão ideal: 1- A carga deve ser direcionada ao longo eixo dos dentes posteriores. 2- Guia anterior e lateral adequadas. A guia anterior é quando durante a protrusão dos dentes anteriores, os posteriores desocluiem. É denominado fenômeno de Christensen. A guia lateral/canina: pode ser guia canina (fisiológico) ou por um conjunto de grupos, chamado de função em grupo. O canino é o único dente que é apto a receber cargas que não são axiais. 3- Contatos bilaterais simultâneos 4- Rc coincidindo com mih em casos de reabilitações estéticas extensas ou com falta de estabilidade oclusal 5- Dimensão vertical de oclusão adequada. Relação intermaxilar A relação horizontal da maxila com a mandíbula em prótese total é RC, porque independe de contatos dentários. A relação vertical da maxila com a mandíbula em prótese total em todos os pacientes é DVO. Do olho à comissura labial corresponde à DVR. DVR= DVO + EFL (3mm geralmente) Métodos para obtenção de relação cêntrica: Não se deve tentar forçar essa posição. Ela deve ser guiada com o consentimento da musculatura. Para desprogramar um paciente, não pode ter contato oclusal. Em prótese total, é importante que a base de prova inferior fique apoiada sobre o rebordo para que não tenha comprometimento na precisão do registro. Métodos fisiológicos: funcionam melhor quando associados à outros métodos, como os de manipulação. O levantamento de língua pode ser usado para direcionar o fechamento da mandíbula durante a manipulação e a técnica da deglutição para manter a posição de registro. Métodos mecânicos: utiliza-se dispositivos como jig de Lucia ou tiras de Long, sendo estes uns pontos de apoio na região anterior da mandíbula, impedindo que haja contato dentário posterior, levando à uma posição mais retruída. Métodos gráficos: são métodos mais complexos,onde deve-se usar dispositivos especiais para determinar as trajetórias dos movimentos mandibulares. Esses dispositivos são chamados de registradores e podem ser do tipo intra e extra-oral.
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