Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
→ DEFINIÇÃO: quadros diarreicos com duração menor que 2 semanas, sendo as infecções a causa mais comum - Maioria das diarreias infecciosas é adquirida via fecal-oral Presença de 3 ou mais evacuações aquosas, diminuídas de consistência, em um período de 24 horas → CLASSIFICAÇÃO DAS DIARREIAS QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E TOPOGRÁFICAS - Alta -> intestino delgado - Baixa -> cólon → As primeiras suspeitas para um quadro de diarreia aguda são infecções e intoxicação alimentar - Aproximadamente 80% das diarreias agudas se devem a infecções por vírus, bactérias, helmintos e protozoários. - Restante ocorre devido à ingestão de medicamentos, açúcares pouco absorvidos, impactação fecal, inflamação pélvica ou isquemia intestinal. → GASTROENTERITE VIRAL - Causa mais comum de diarreias infecciosas, particularmente no inverno - Principal Agente: Rotavírus → GASTROENTERITE BACTERIANA - Principal Agente: E. coli - Alcançam seu ponto máximo durante o verão - Shigella -> é uma bactéria gram-negativa, resistente ao suco gástrico . Encontrada em alimentos e água contaminadas. - Salmonella spp. -> é uma bactéria gram negativa - Colite pseudomembranosa -> causada pela Clostridium difficile -> bactéria gram + cujos esporos são observados principalmente em ambiente hospitalar → GASTROENTERITE PARASITÁRIA - Mais comum apresentações crônicas → CAUSAS MEDICAMENTOSAS - Antibióticos (particularmente clindamicina, ampicilina, cefalosporina, eritromicina), AINEs e anti-hipertensivos (betabloqueadores, hidralazina, IECA, diuréticos) → Pacientes com diarreia infecciosa se queixam de náuseas, vômitos e dor abdominal, apresentando diarreia aquosa, com má absorção ou com sangue (disenteria) → Importante buscar características da gastroenterite, como: tempo de incubação, fonte de contaminação e fatores de risco → Varia de gravidade, podendo ter apresentação clínica desde uma diarreia sem colite até uma colite fulminante → Inicialmente, apresenta diarreia nos 4 a 9 dias após o início do uso de antibióticos → Quase nunca apresenta sangue visível, possui um odor característico e aumento da frequência das evacuações, podendo apresentar até mesmo 20 evacuações por dia → Uma das apresentações se caracterizam por formação de pseudomembranas que cobrem o cólon → ANAMNESE + EXAME FÍSICO Volume das evacuações Frequência das evacuações Sangue, muco ou pus nas fezes Características das fezes -> coloração, odor e consistência Presença de febre Dor abdominal associada, náuseas, vômitos ou outros sintomas Ausência de melhora após 48hrs Surtos na comunidade Viagens recentes Uso recente de antibióticos SINAIS DE ALARME: Idade do indivíduo (>70 anos) e imunocomprometidos → Exames devem ser solicitados para pacientes com mais de 70 anos, duração maior que uma semana, = 6 episódios/dia, desidratação grave, toxemia, imunossupressão, etiologia hospitalar ou sinais de diarreia inflamatória - CULTURA DAS FEZES -> para vírus e bactérias - PARASITOLÓGICO DE FEZES E IMUNOENSAIOS -> para toxinas de vírus, bactérias e protozoários - HEMOGRAMA -> buscar leucocitose - BIOQUÍMICA SÉRICA -> avaliar a perda de eletrólitos → OBS: colonoscopia não é indicada para casos de diarreia aguda → AVALIAÇÃO DA DESIDRATAÇÃO – MÉTODO DHAKA → Hidratação e correção de distúrbios hidroeletrolíticos, realimentação, uso de ATB e de probióticos → ANTIBIOTICOTERAPIA - Restrito a alguns grupos de pacientes . Febre . Disenteria . Frequência de evacuações maior que 8x por dia . Idosos e imunocomprometidos . Pacientes hospitalizados → PROBIÓTICOS - Espécies de bactérias que colonizam e se replicam no TGI e promovem um efeito benéfico no hospedeiro → TERAPÊUTICA OBSTIPANTE - Só deve ser instituída após diagnóstico etiológico e se a dieta e medidas de suporte, hidratação e correção de alterações eletrolíticas forem insuficientes - Agentes Antidiarreicos -> loperamida ou difenoxilato -> reduzir o número de evacuações em pacientes com doença leve - Anticolinérgicos (tintura de beladona, clidínio, brometo de propantelina e cloridrato de diciclomina) são úteis para reduzir as cólicas, dores abdominais e urgência - Obs: agentes antidiarreicos e anticolinérgicos não devem ser usados em doença grave pelo risco de precipitar megacólon tóxico → TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL - Consiste na administração de soluções apropriadas para evitar ou corrigir a desidratação produzida pela diarreia. . TRO é um método custo/efetivo para o manejo da gastroenterite aguda, e reduz a necessidade de internação tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. . Reidratação - administram-se água e eletrólitos para repor as perdas . Terapia líquida de manutenção - compensar as perdas que persistem após alcançar a reidratação (acompanhada de uma nutrição apropriada) - Uso de soluções de reidratação oral (SRO) - Quadros diarreicos com desidratação grave -> via endovenosa - Objetivo: Prevenção e rápida correção da desidratação por meio da ingestão de líquidos e solução de sais de reidratação oral (SRO) ou fluidos endovenosos, dependendo do estado de hidratação e da gravidade do caso. → M.G.S, 94 anos, é diabética e está acamada há um ano desde que teve uma fratura no fêmur. Compareceu ao PS 28 de agosto acompanhada do filho com relato de a mãe estar comendo menos e apresentar diarreia líquida há 10 dias. Caracteriza a diarreia como eliminação de fezes cinco vezes ao dia em pequena quantidade e de aspecto pastoso. Tem feito uso de loperamida para tentar resolver esta questão, sem melhora. Nega Febre. Nega HAS, DM e pneumopatias. Nega cirurgias prévias ou hemotransfusões. Nega internações hospitalares prévias. Nega alergias medicamentosas. Refere ter feito uso de todas as vacinas de uso corrente pelo calendário vacinal. Segundo relato da mãe, nasceu de parto normal a termo, tendo apresentado crescimento e desenvolvimento normais. ANTECEDENTES FAMILIARES: Possui 2 irmãos saudáveis, pais falecidos. Nega neoplasias em familiares e nega quadros semelhantes ao seu em qualquer familiar. HÁBITOS DE VIDA: Nega etilismo ou tabagismo. Reside em zona urbana de Salvador, com os pais e irmãos, em casa de 5 cômodos, rebocada e com rede de esgoto. Cria um cachorro, refere ser saudável. Estudante, refere fazer lanches com frequência na escola. Em casa se alimenta de verduras, arroz e feijão e carne. Não consome frutas. A mãe relata que a paciente ingere refrigerantes em excesso. Não pratica atividades físicas. EXAME FÍSICO - Geral: lúcida, orientada, eupneica, afebril, descorada ++/IV, em regular estado geral e nutricional, anictérica. - PA: 110 x 50 mmHg PR: 96bpm FR: 20 irpm IMC: 18kg/m2 - Pele: turgor diminuído, elasticidade preservada, sem lesões elementares relevantes. - Cabeça e pescoço: sem alterações - AR: expansibilidade preservada, FTV normal, som claro pulmonar, murmúrios vesiculares bem distribuídos, sem ruídos adventícios. - ACV: precórdio calmo, íctus não visível, palpável no 5º EIE, na LMC, bulhas rítmicas, normofonéticas, em 2 tempos, sem sopros. - Abdome: plano, simétrico, flácido, sem massas ou visceromegalias palpáveis, ruídos hidroaéreos presentes. - Extremidades: bem perfundidas, sem edemas. 1- Hipótese Diagnóstica Etiológica -> Trata-se de um caso de fecaloma, formação de fezes muito endurecidas no cólon sigmoide e reto, que não podem ser eliminadas espontaneamente. Neste caso, ocorreu a chamada diarreia paradoxal: irritação da mucosa retal pela presença do fecaloma leva à produção de grande quantidade de muco pelo tecido epitelial da região, que se assemelha a fezes diarreicas - Regra dos quatro D’s: contempla a maioria das causas cotidianas de constipação em pessoas de idade . Deambulação . Dieta . Doenças . Drogas - Fatores de risco: imobilidade, pouca ingestahídrica, diabetes e uso de amitriptilina 2- Exames Confirmatórios do Diagnóstico -> radiografia de abdome total, cultura das fezes, hemograma e bioquímica sérica 3- Conduta Terapêutica -> terapia de reidratação oral, extração do fecaloma, dieta rica em fibras e uso de laxativos http://ava.bahiana.edu.br/avamoodle/mod/resource/view.php?id=5065
Compartilhar