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MYCOBACTERIUM SP.II - LEPRAE AIM6 Lara Parente Murray- cap.25 ESTRUTURA DE MYCOBACTERIUM ● Bacilos aeróbios estritos; ● Medem 0,2 a 0,6 x 1 a 10 µm ● Imóveis e não formadores de esporos; ● Não encapsulado, ligeiramente curvo ou reto; o DNA: 60 a 70% de G + C; ● Ocasionalmente formam filamentos ramificados que podem ser interrompidos; ● Parede celular rica em lipídeos (ácidos micólicos) Proteínas de membrana: altamente imunogênicas PAREDE DE MYCOBACTERIUM ● Componentes: Membrana Plasmatica Peptidoglicano Arabinogalactana Lipoarabinomanana Proteínas Acidos micólicos: faz com que haja quantidade maior de lipídeos Moléculas de glicolipídios de superfície associadas aos ácidos micólicos CONCEITOS GERAIS DO MYCOBACTERIUM LEPRAE ● Bacilos álcool-ácido-resistentes (BAAR) típicos (Devido os lipídeos na membrana) Faz com que ela seja resistentes a uns antibióticos, álcoois, detergentes... ● Intracelular obrigatório e medem 0,2 a 0,5 x 1,5 a 8 µm; ● Chamado também de Bacilo de Hansen ● Sobrevive à ingestão pelos macrófagos; ● Encontrado no interior das células endoteliais dos vasos sanguíneos ou em células mononucleares; ● Invade as células da bainha de mielina do SNP Danos aos nervos; ● Alta infectividade e baixa patogenicidade. ● Tempo de geração – longo de 11 a 16 dias (12 dias); ● Período de incubação pode durar de seis meses a seis anos. ● Temperatura ótima de crescimento 30∘C; ● Preferência em regiões mais frias e extremas do corpo⇒ Como em cartilagem da orelha, do nariz e extremidades dos pés e das mãos; ● Ainda não foi cultivado em meio artificial. ● Pode ser cultivado em tatus e nas patas de camundongos. Página 1 de 8 ● Amostra clínica – encontra isoladamente, em feixes paralelos ou em massas globulares (Globia). ● Quando submetidos a coloração ficam rosa, vermelho, verde malagueta e azul HISTÓRIA ● A primeira menção escrita conhecida é datada de 600 A.C e foi descoberta nas antigas civilizações da China, Egito e Índia; ● Ao longo da história, as pessoas que sofreram da doença têm sido condenadas ao ostracismo por suas comunidades e famílias; ● Mycobacterium leprae teve a descrição pela primeira vez em 1873 e é conhecido por bacilo de Hansen, em homenagem a seu descobridor; ● Agente etiológico da doença de Hansen ou hanseníase, popularmente denominada de: “lepra”, “morféia”, “mal de Lázaro” e “mal do sangue”. EPIDEMIOLOGIA ● O primeiro avanço em relação a doença ocorreu nos anos 1940, com o desenvolvimento da droga Dapsona. Mas a duração do tratamento eram de muitos anos, até mesmo uma vida inteira, tornando mais difícil para os pacientes segui-lo à risca; ● Pode acometer todas as faixas etárias, sendo mais comum em adulto; ● Embora seja basicamente cutânea, pode afetar os nervos periféricos, os olhos e, eventualmente, alguns outros órgãos; ● Sua ocorrência é mais comum nos trópicos. ● Estima-se que 90% da população tenha defesa natural contra M. leprae, por isso algumas pessoas tem resistência ao bacilo, ou seja, entra em contato com o bacilo e não adoece. DISSEMINAÇÃO Inalação de aerossóis infecciosos eliminados durante a tosse, espirro e fala; Contato pessoa a pessoa, pelo convívio prolongado com doente sem tratamento; Contato da pele com secreções respiratórias ou exsudados de feridas NÃO SE PEGA HANSENÍASE: ⇒ Nas relações sexuais; ⇒ Durante gestão ⇒ Parto ⇒ Beijando e abraçando; ⇒ Por nenhum alimento; ⇒ Nos utensílios domésticos; ⇒ Nas roupas; ⇒ Na piscina; ⇒ No leite materno; Página 2 de 8 ⇒ Pelo sangue; ⇒ No banco de ônibus. PATOGÊNESE E IMUNIDADE ✔ Em respostas do tipo 1, ocorre resposta de forma celular ✔ Indivíduos com a forma Virchowiana (Lepromatosa), ocorre resposta de forma humoral APRESENTAÇÃO CLINICA Sintomas desenvolvem em até 20 anos após infecção e dependem da resposta imune. As manchas: ✔ Esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas; ✔ Geralmente iniciam com hiperestesia (sensação de queimação, formigamento e/ou coceira no local, além de choques e câimbras que evoluem para diminuição ou ausência de sensibilidade ao calor, a dor e/ou ao tato: em qualquer parte do corpo) ✔ Não coçam e o paciente refere dormência; se queima ou machuca sem perceber. Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente sobrancelhas; Entupimento, feridas e ressecamento do nariz; Mal estar geral e ressecamento dos olhos; Normalmente sem sintomas. CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA ❖ Indeterminada e a tuberculóide (Doença de Hansen Paucibacilar) Página 3 de 8 ❖ Dimorfa e a Virchowiana (Doença de Hansen Multibacilar) INDETERMINADA (DOENÇA DE HANSEN PAUCIBACILAR) ● Mancha plana ● A lesão é mais clara ou um pouco avermelhada do que a tonalidade da pele e pode aparecer em qualquer parte do corpo; ● As manchas não coçam e não doem; ● Com alteração geralmente gradual da sensibilidade que pode ser ao calor, frio, dor e ao toque. TUBERCULÓIDE (DOENÇA DE HANSEN PAUCIBACILAR) ● Lesões avermelhadas ou esbranquiçadas com bordas elevadas e hiperpigmentadas ● Diminuição e/ou ausência da sensibilidade, na pele circundada por nódulos, ao calor, à dor e ao tato; ● Forte reação imune celular as bactérias; o Indução da produção de citocinas que media a ativação de macrófagos, fagocitose e eliminação bacilar; o Infecção benigna e não progressiva; ● Não passa de uma pessoa para outra. ● Placas pouco eritematosas ou hipopigmentadas com centros lisos e bordas elevadas demarcadas; ● Dano do nervo periférico de forma assimétrica com perda sensorial completa; ● Infectividade baixa Poucos bacilos presentes nas lesões; ● Teste cutâneo com lepromina é positivo DIMORFA (DOENÇA DE HANSEN MULTIBACILAR) ● Dimorfa ou borderline ● Lesões de cor avermelhada, acastanhada ou ferruginosa com limites imprecisos podendo no centro da mancha não ter alterações. ● Quando não é tratada é contagiosa. VIRCHOWIANA (DOENÇA DE HANSEN MULTIBACILAR) ● Muitas máculas eritematosas, pápulas ou nódulos; ● Destruição tecidual extensa (p. ex.: cartilagem nasal, ossos, orelhas); ● Acometimento simétrico e lento dos nervos; ● Inúmeros BAAR nas lesões. ● Lesões de cor marrom avermelhada, mal delimitadas, espalhadas pelo corpo, podendo ainda aparecer caroços, inchaço no rosto, orelhas, mãos, pés, juntas, quedas dos pêlos das sobrancelhas e cílios; ● Na forma lepramatosa, ocorrem nódulos disseminados e necrose tecidual; ● Quando não é tratada é contagiosa. ● Forte resposta dos anticorpos (resposta humoral); ● Defeito na resposta celular: o Macrófagos da derme e das células de Schwann dos nervos periféricos - com abundância de bactérias o FORMA MAIS INFECCIOSA o O teste cutâneo com lepromina negativo Resposta imune é humoral DIAGNÓSTICO Página 4 de 8 ● A complexidade das manifestações clínicas da hanseníase dificultam o diagnóstico em serviços de atenção primária à saúde; ● O diagnóstico definido pela OMS é preconizado pelo Ministério da Saúde. ● É realizado pelo médico, examinando toda a pele a procura de sinais dermatoneurológicos da doença e manchas dormentes; ● Procura obter mais informações sobre a pessoa e familiares; ● Solicita exames de laboratório ● Teste de sensibilidade Perceber as sensações de pressão, tato, calor, dor e frio DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ● É baseado nas observações de bacilos álcool-ácido resistentes em lesões ou líquidos e no teste da lepromina. ● Baciloscopia: Pesquisa a presença de bacilos no indivíduo com suspeita de hanseníase, por meio da coleta da linfa, principalmente nos lóbulos da orelha e cotovelos. Sensibilidade de 60%. Baciloscopia Coloração de Ziehl-Neelsen ● Exame histopatológico (biópsia de pele) Biópsia: Retira um pedaço da pele da mancha onde será pesquisada a presença do bacilo e alteração típica de cada forma Fixada em 5 a 10mL de formol a 10%. Sensibilidade de 90%. ● Coleta do raspado intradérmico ● Teste rápido de sangue Detecta a infecção precocemente (entre 9 a 12 meses) - aprovado para uso no Brasil ● Teste de Lepromina (Reação de Mitsuda): A lepromina é uma suspensão de tecidos lepromatosos bemtriturados em uma solução isotônica de cloreto de sódio, rica em Mycobacterium leprae e esterilizada pelo calor. Página 5 de 8 A injeção intradérmica de lepromina pode provocar uma reação tardia, conhecida também pelo nome de reação de Mitsuda (leprominoreação - LR tardia). Macroscopicamente a reação pode ser classificada, de acordo com a intensidade da resposta, em: ausência de elemento visível ou palpável; + discreta infiltração, menor que 3 mm; + infiltração franca, pápula ou nódulo com diâmetro de 3 a 5 mm; ++ infiltração nodular com mais de 5 mm de diâmetro; +++ quando há ulceração do infiltrado. Reação Negativa: Ausência de qualquer sinal no ponto de inoculação ou presença de pápula ou nódulo < 5 mm Reação Positiva: Presença de pápula ou nódulo, = ou > 5 mm ou presença de ulceração TRATAMENTO ● Os pacientes podem tornar-se não-contagiosos entre quatro e cinco dias de tratamento com sulfonas e então são tratados em nível ambulatorial. ● O tratamento é constituído por uma associação de três medicamentos: Dapsona (sulfona) + rifampicina + clofazimina. ● Dose diária de dapsona (100mg) ● Na multibacilar que se usa diariamente de Clofazimina e 100 mg de dapsona e a cada 28 dias faz o uso observado de 100mg de dapsona + 300 mg de Clofazimina + 2 rifampicina (cada um com 300mg), o tratamento vai de 12 a 18 meses. ● Os esquemas terapêuticos adotados no ambulatório são padronizados pelo MS; ● A dose supervisionada deve ser tomada no serviço de saúde a cada 28 dias ● A urina pode ficar vermelha quando toma a rifampicina no dia da dose mensal supervisionada no posto de saúde; ● A cor da pele pode ficar mais escura devido à clofazimina principalmente se a pele for exposta ao sol (usar chapéu, filtro solar ou outra forma de proteger a pele) e terminado o tratamento a cor vai voltando ao normal; TRATAMENTO PARA PAUCIBACILAR: Dose mensal supervisionada Medicação diária auto-administrada. Duração do tto: mínimo 6 meses. Dapsona - 100mg cada. Rifampicina - 300mg cada. TRATAMENTO PARA MULTIBACILAR ● Dose mensal supervisionada. ● Medicação diária auto-administrada. ● 12 meses de tto. ● Dapsona - 100mg cada ● Rifampicina - 300mg cada Página 6 de 8 ● Pode haver efeitos colaterais das medicações ____________________________________________________________________ Não tratada o que causa? ∞ Os indivíduos não-tratados frequentemente morrem de complicações bacterianas secundárias, como a tuberculose. ∞ Deformidades na região dos olhos, mãos, pés, face... DIREITOS ✔ Direito ao convívio familiar e social amplo e irrestrito; ✔ Respeito no atendimento desde a recepção e por todos os profissionais dos serviços de saúde; ✔ Direito de ser atendido nas intercorrências independente de consulta agendada, mesmo após alta; ✔ Direito de receber todos os medicamentos que necessitar. ✔ Direito de receber tratamento atualizado. ✔ Diagnóstico, tratamento e acompanhamento por equipe multiprofissional capacitada garantindo a atenção integral. ✔ Garantia de atenção na prevenção de incapacidades e tratamento quando estas já estiverem instaladas (órteses e próteses) DEVERES ✔ Comparecer aos atendimentos agendados, pela e com a equipe multiprofissional, seguindo suas orientações; ✔ Tomar diariamente a medicação em casa e comparecer mensalmente para dose supervisionada no posto de saúde; ✔ Em caso de mudança de residência, comunicar o novo endereço para seguimento do tratamento em qualquer unidade de saúde; OBSERVAÇÃO: Página 7 de 8 Mycobacterium leprae não é cultivado em meios de cultura artificiais, para a obtenção do microrganismo em condições laboratoriais é feita a inoculação da bactéria em pata de camundongo ou de tatu, sendo observadas lesões na pata desses animais. A hanseníase é uma doença, causada pelo Mycobacterium leprae, que não se cora muito bem pela técnica de coloração de Gram devido a presença de _________________________ na parede celular, devendo ser corado pela técnica de __________________ ou de __________________ e posteriormente visualizado em microscópio óptico. Como são Bacilos _________________ Resistentes (BAAR) apresentam cor _________________ após a coloração devido a ______________________, o que facilita sua identificação (Brasil, 2002). Assinale a sequência correta: * A sequência correta é: Ácido micólico, Ziehl Neelsen, Kinyoun, Álcool-Ácido, rósea ou avermelhada, carbolfucsina. O tratamento poliquimioterápico da hanseníase é baseado na apresentação clínica da doença, sendo que as formas paucibacilares, ou seja, com poucos bacilos são a Indeterminada e a tuberculóide. Página 8 de 8
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