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Anamnese - Técnicas de entrevista e comunicação

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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO
• Escuta ativa 
A escuta ativa consiste no processo de ouvir 
atentamente aquilo que o paciente está 
comunicando, conscientizando-se do estado 
emocional dele e empregando habilidades 
verbais e não verbais para encorajá-lo a 
continuar falando desses problemas 
importantes. A escuta ativa possibilita a 
compreensão do significado desses problemas 
em múltiplos níveis da experiência do 
paciente. 
• Respostas empáticas 
Para expressar empatia, é preciso, antes de 
tudo, aceitar os sentimentos do paciente. 
Quando são percebidos sentimentos 
importantes – mas não expressados – a partir 
da face, da voz, do comportamento ou 
das palavras, podem ser feitas as seguintes 
perguntas gentis: “Como você se sente a 
respeito disso?” ou “Isso parece perturbá-lo; 
deseja conversar a respeito?”. O médico não 
deve pressupor que conhece esses 
sentimentos, a menos que fale de sua 
preocupação, pois dimensões importantes 
da experiência do paciente podem não ser 
abordadas. 
Após o paciente compartilhar esses 
sentimentos, responda com aceitação e 
compreensão. Sua resposta pode ser muito 
simples: “Isso parece tão perturbador” ou “
Você deve estar sentindo-se muito triste”. 
Para que uma resposta seja empática, é 
preciso transmitir que você está sentindo 
o mesmo que o paciente. A empatia também 
pode ser não verbal – como pousar a mão no 
braço do paciente ou oferecer-lhe lenços de 
papel enquanto ele chora. 
 
 
• Questionamento direcionado 
Perguntas direcionadas demonstram interesse 
continuado nos sentimentos e nas revelações 
do paciente, pois ajudam a evitar indagações 
que cortam o fluxo de ideias dele. Uma série 
de perguntas diretas (do tipo sim ou não) faz o 
paciente se sentir mais passivo na relação, 
resultando em perda de detalhes 
significativos. 
 
- Passe de perguntas abertas para questionamentos 
direcionados 
- Faça perguntas com respostas quantitativas 
- Faça várias perguntas, mas uma por vez 
- Ofereça respostas com múltiplas escolhas 
- Elucide as declarações do paciente 
- Encoraje o paciente a falar 
- Use a técnica de repetição (eco) 
- Devem ser evitadas perguntas tendenciosas 
que incluam a resposta na pergunta ou sugiram 
resposta desejada: “A dor está melhorando?” ou 
“Você não eliminou sangue nas fezes, eliminou?”. 
Se perguntar ao paciente: “Sua dor é semelhante a 
uma pressão?”, e ele concordar, suas palavras 
podem confundi-lo. Adote uma frase mais neutra, 
como, por exemplo, “por favor, descreva sua dor”. 
 
• Comunicação não verbal 
É importante atentar para o contato visual, 
para a expressão facial, para a postura 
corporal, para a posição da cabeça e 
movimentos como sacudir a cabeça, para a 
distância interpessoal e para a posição dos 
braços e das pernas – cruzados, neutros ou 
abertos. Não se esqueça de que parte da 
linguagem não verbal é universal e parte está 
ligada à cultura. 
• Validação 
Outra maneira de estimular o paciente 
consiste na validação ou no reconhecimento 
da legitimidade da sua experiência emocional. 
Um paciente que, por exemplo, sofreu 
acidente automobilístico, mas não apresenta 
lesões físicas, pode estar passando por um 
 
intenso sofrimento emocional. Esse paciente 
se sente reconfortado com frases como: 
“Sofrer esse acidente deve ter sido muito 
assustador. Acidentes automobilísticos 
sempre são amedrontadores, porque nos 
lembram da nossa vulnerabilidade e da nossa 
fragilidade. Isso explicaria por que você se 
sente tão angustiado”. Quando se age dessa 
maneira, o profissional ajuda o paciente a 
sentir que tais emoções são genuínas e 
compreensíveis. 
• Tranquilização 
A primeira providência para a tranquilização 
efetiva consiste simplesmente em identificar e 
reconhecer os sentimentos do paciente. Isso 
promove um sentimento de conexão. A 
tranquilização mais significativa ocorre após a 
conclusão da entrevista, do exame físico e, 
talvez, de alguns exames laboratoriais. A essa 
altura, já é possível dizer ao paciente o que 
você acredita estar acontecendo e lidar 
abertamente com a inquietação dele. O efeito 
tranquilizador provém do ato de torná-lo mais 
confiante e de que os problemas dele foram 
plenamente compreendidos e estão sendo 
solucionados. 
• Formação de parceria 
Ao estabelecer uma relação com os pacientes, 
deve-se explicitar o compromisso com essa 
parceria. Os pacientes precisam sentir que, 
independentemente de como a doença 
evoluirá, você assumiu o compromisso de 
continuar a atendê-los. 
• Formulação de resumos 
Resumir o relato do paciente durante a 
realização da entrevista tem várias finalidades. 
Em primeiro lugar, comunica ao paciente que 
você está ouvindo atentamente a história 
dele. Em segundo, identifica o que você sabe e 
o que você não sabe. “Agora, vejamos se 
captei toda a história. Você está tossindo há 3 
dias, sobretudo à noite, e começou a 
expectorar escarro amarelo. Você não teve 
febre nem sentiu falta de ar, mas apresenta 
congestão nasal e sente dificuldade para 
respirar pelo nariz.” Após uma pausa ou fazer 
a perguntar: “Algo mais?”, deixe o paciente 
acrescentar algum dado novo e corrija 
quaisquer mal-entendidos. 
• Transições 
Os pacientes podem ficar apreensivos durante 
uma consulta médica. Para deixá-los mais à 
vontade, diga que você sinalizará durante a 
entrevista quando passar de um tópico para 
outro. Quando passar de uma parte da 
anamnese a outra e para o exame físico, 
avise-o ao paciente, usando frases como: 
“Agora, farei algumas perguntas sobre as 
doenças que você já teve.” Sempre torne claro 
aquilo que o paciente deve esperar ou fazer a 
seguir. 
• Empoderamento do paciente. 
Os pacientes que são autoconfiantes e 
compreendem suas recomendações tendem a 
obedecer a elas, a fazer modificações do estilo 
de vida ou a tomar a medicação prescrita. 
 
- Evoque a percepção do paciente 
- Mostre interesse também na pessoa, não 
apenas no problema 
- Siga a liderança do paciente 
- Incite e valide o conteúdo emocional 
- Compartilhe as informações com o 
paciente, especialmente nos pontos de 
transição durante a visita 
- Torne sie raciocínio transparente para o 
paciente 
- Revele os limites do seu conhecimento 
 
 
REFERÊNCIA: 
• BICKLEY, Lynn S.. Bates, propedêutica 
médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2015.

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