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Gestão para Educação Permanente dos Profissionais da Rede de Atenção às Urgências GEPPRAU Urgências Clínicas Cardiológicas Tema 7 Arritmias Cardíacas 2 Este conteúdo foi elaborado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) em parceria com o Ministério da Saúde (MS) no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Úni- co de Saúde (PROADI-SUS). A parceria entre o Ministério da Saúde e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade Benefi- cente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) e de Reconhe- cida Excelência, a exemplo do HAOC, é regulamentada pela Lei Fede- ral nº 12.101, de 27 de novembro de 2009. 2 URGÊNCIAS CLÍNICAS CARDIOLÓGICAS Neste material serão exploradas as principais emergências cardiológicas de escopo clínico. Tema 7 Arritmias Cardíacas Objetivos de aprendizagem • Definição de arritmias cardíacas. • Conhecer a epidemiologia e os fatores de risco das arritmias cardíacas. • Conhecer a classificação e as sintomatologias das arritmias cardíacas. • Abordagem do paciente apresentando arritmias cardíacas. 4 1. Definição e tipos de arritmias ...........................................................6 2. Bradiarritmias .................................................................................6 2.1. Causas de bradiarritmias ...........................................................7 2.2. Classes de Bradiarritmias ...........................................................8 2.3. Estratificação e tratamento .......................................................10 3. Cuidados gerais ao paciente portador de marca-passo .......................13 4. Taquiarritmias ..............................................................................15 4.1. Taquicardia sinusal ..................................................................16 4.2. Flutter atrial ...........................................................................17 4.3. Fibrilação atrial (FA) ................................................................17 4.4. Taquicardia paroxística supraventricular .....................................20 4.5. Taquicardia ventricular .............................................................20 4.6. Abordagem da taquiarritmias ....................................................21 5. Principais medicamentos para arritmias cardíacas .............................22 6. Abordagem geral das arritmias ........................................................23 Síntese ............................................................................................27 Referências bibliográficas....................................................................28 4 5 s arritmias cardíacas são causa frequente de acionamento do serviço de emergência e procura dos prontos-socorros e serviços de pronto atendi- mento. Uma compreensão mínima desse assunto é adequada a todos os profissionais que atuam nes- ses setores. O reconhecimento e a atuação corre- ta nas formas mais graves de arritmia são funda- mentais para a redução de mortes, uma vez que o paciente com arritmia grave não tem muito tempo para ser tratado.A Arritmias cardíacas 6 1.Definição e tipos de arritmias A arritmia cardíaca é uma anormalidade na frequência, regularidade ou origem do impulso cardíaco, ou uma alteração na sua condução, causando uma sequência anormal da ativação miocárdica, ou seja, um coração que representa suas funções anormais devido a alterações na sua frequência ou no seu ritmo. Arritmia cardíaca As arritmias podem ser classificadas em bradiarritmia ou taquiarritmia. As bradiarritmias são caracterizadas por frequência cardíaca menor que 50 bpm. Já as taquiarritmias apresentam frequência cardíaca maior que 100 bpm. Bradiarritmias As bradiarritmias mais comuns são classificadas como: • Bradicardia Sinusal; • Bloqueio Atrioventricular de 1º Grau; • Bloqueio Atrioventricular de 2º Grau – Mobitz I; • Bloqueio Atrioventricular de 2º Grau – Mobitz II; • Bloqueio Atrioventricular de 3º Grau/Total. 2. 6 7 2.1. Causas de bradiarritmias As bradiarritmias ocorrem por diversas formas, sendo extrínsecas e intrínsecas. A fisiopatologia das bradiarritmias nada mais é do que um atraso na condução elétrica no nódulo atrioventricular, que, por sua sequência, resulta em um atraso da condução elétrica dos átrios para os ventrículos, levando à diminuição da atividade cardíaca. São exemplos de causas extrínsecas das bradiarritmias: • síndromes mediadas autonomicamente – síncope neurocardiogênica – hipersensibilidade carotídea – distúrbios situacionais (tosse, micção, etc.) • drogas – bloqueadores adrenérgicos e do canal de cálcio – clonidina – digoxina – antiarrítmicos • hipotiroidismo • hipotermia As causas intrínsecas são: • degeneração idiopática; • infarto agudo do miocárdio, doenças infiltrativas; • doenças vasculares do colágeno; • distrofia muscular miotônica; • trauma cirúrgico; • doenças familiares; • doenças infecciosas (doenças de Chagas, endocardites). 8 • distúrbios neurológicos • distúrbios eletrolíticos – hipercalemia – hipocalemia Classes de Bradiarritmias Veja, agora, um detalhamento das classes das bradiarritmias. A primeira é a bradicardia sinusal, na qual a alteração ocorre somente na frequência cardíaca, sendo inferior a 60 bpm, mantendo o intervalo PR em 0,20 s e o complexo QRS em 0,12 s. Bloqueios Átrios Ventriculares (BAV) 2.2. Bradicardia Sinusal Os BAVs são divididos em: • BAV de 1º grau (quadros de urgência são incomuns) • BAV de 2º grau – Mobitz tipo I (quadros de urgência são incomuns) – Mobitz tipo II • BAV de 3º grau Bloqueio de AV de 1º grau No BAV de 1° grau ocorre um atraso na condução do estímulo entre os átrios e os ventrículos, diminuindo a frequência cardíaca, como também a ritimicidade do coração. 8 9 No seu traçado eletrocardiográfico, há prolongamento do intervalo PR, ou seja, maior que 0,20 s com constância em seu padrão de anormalidade, ou seja, o intervalo PR não se altera entre os batimentos. Bloqueio AV de 2º grau O BAV de 2º grau Mobitz tipo I possui as mesmas alterações do BAV de 1° grau, porém o intervalo PR possui um aumento progressivo, até que ocorre bloqueio, caraterizado por onda P, que não gera QRS (como visto no traçado abaixo). Já no BAV de 2° grau Mobitz tipo II, o intervalo PR é constante, porém haverá ondas P que não serão precedidas de QRS, ou seja, não apresentam condução atrioventricular. Esse bloqueio é mais avançado que o de 2º grau Mobitz tipo II, causando frequentemente baixo débito. Bloqueios Átrios Ventriculares (BAV) • Atraso na condução através do nódulo AV. • Prolongamento do intervalo PR. • Intervalo entre QRS regular. Aumento progressivo do intervalo PR até que um QRS não é conduzi- do (não há contração ventricular). • PR constante an- tes de QRS não conduzido. • Intervalo entre QRS não regular. 10 2.3. Estratificação e tratamento Estes são os passos a serem realizados durante o atendimento de paciente com bradiarritmia: • Encaminhar o paciente à sala de emergência ou a um local onde seja possível monitorização cardíaca contínua. Por exemplo, dentro de ambulância com monitor/desfibrilador. • Imediatamente, a seguinte pergunta deve ser respondida: o paciente está instável? Veja com prosseguir com o atendimento. Bloqueio de AV de 3º grau O BAV de 3° grau (total/completo) é a bradiarritmia mais grave. Nesse caso, não há qualquer relação entre a onda P e o complexo QRS, ou seja, há bloqueio total na condução atrioventricular. A frequência cardíaca geralmente é bastante baixa e o paciente apresenta sintomas de baixo débito, como síncope, sudorese e rebaixamento do nível de consciência. • Dissociação completa da condução atrial e ventricular – não há relação entre onda P e complexo QRS. • Intervalo entre ondas P regular. • Intervalo entre complexo QRS regular. • Pacemaker juncional – QRS estreito. • Pacemaker ventricular – QRSalargado. • Frequência 30 – 50 bpm. 10 11 12 Manejo Bradiarritmias Por meio de exame físico rápido e dirigido, você pode avaliar se há algum sinal de instabilidade clínica. O nível de consciência deve ser rapidamente avaliado, assim como se deve realizar aferição de pressão arterial, verificação de perfusão periférica, ausculta pulmonar e cardíaca e aferição de saturação de oxigênio. Caso alguma dessas alterações esteja presente, é necessário tentar acelerar a frequência cardíaca de forma rápida, evitando deterioração hemodinâmica e possivelmente PCR. 12 13 Após o diagnóstico de bradiarritmia, é preciso avaliar se há sinais ou sintomas de perfusão inadequada devido à bradicardia (instabilidade clínica). Se estiver presente, administrar inicialmente atropina 0,5 mg, podendo ser repetida até um total de 3 mg, e preparar o marca-passo transcutâneo. Caso haja elevação de frequência cardíaca com atropina, deixe dopamina ou epinefrina em bomba de infusão como alternativa ao marca-passo transcutâneo. Caso não haja resposta à atropina, o marca-passo passa a ser prioridade, pois provavelmente não haverá resposta à epinefrina ou à dopamina. Na falha de resposta à atropina e ausência de marca-passo transcutâneo, a dopamina e a epinefrina são as drogas de escolha até que o paciente chegue a um serviço de emergência ou até que seja providenciado um marca-passo transvenoso. Se o paciente estiver estável e com perfusão adequada, deve ser removido para um serviço de emergência, mantendo-se monitorização, oxigênio e suporte, porém não há necessidade de medidas imediatas. Também é necessário pensar em causas reversíveis e passíveis de tratamento (6Hs e 5Ts). Anotações: 14 Cuidados gerais ao paciente portador de marca-passo transcutâneo • Realizar a tricotomia nos pacientes com muita pilificação (crescimento exacerbado de pelos), preferencialmente com aparelho elétrico para evitar pequenos cortes que aumentarão a dor e a irritação da pele. • Realizar limpeza da pele torácica com álcool, visando a remoção de gordura cutânea para melhor aderência das placas de eletrodo adesivas, bem como diminuir a quantidade de energia necessária. • Preferencialmente, posicionar o eletrodo anterior à esquerda do esterno e o posterior nas costas, diretamente atrás do eletrodo anterior e à esquerda da coluna vertebral. • Fornecer analgesia e/ou sedação, para tornar suportável a dor decorrente das contrações musculares da parede torácica. • Ativar o dispositivo, geralmente, numa frequência inicial de 80 ppm. • Aumentar gradativamente a corrente, do mínimo até o ponto de captura elétrica, para determinar o limiar de estimulação. • Verificar a resposta hemodinâmica por um pulso (femoral ou carotídeo), pelo cateter arterial ou pelo manguito de pressão. • Programar a saída de corrente com pelo menos o dobro de energia acima do limiar de estimulação. 3. 14 15 Os cuidados gerais com o paciente em uso de marca-passo temporário transvenoso podem se dividir em duas prioridades. Primeira prioridade Prevenção do deslocamento do cabo-eletrodo e controle de infecção, que têm como cuidados: • Manter o paciente em repouso relativo e providenciar a fixação adequada do sistema de estimulação (o gerador de pulso deverá estar próximo do local de entrada do cabo- eletrodo). • Manusear de maneira asséptica todo o sistema e não permitir o contato com líquidos ou materiais condutores. • Realizar curativo diariamente sobre o local de inserção do cabo-eletrodo. Segunda linha de prioridade Outro cuidado importante a ser tomado nos cuidados gerais com o paciente em uso de marca-passo temporário transvenoso é a garantia do adequado funcionamento do dispositivo, sendo que o profissional deve: • Participar da avaliação dos limiares de comando e sensibilidade, mantendo margens de segurança adequadas. Geralmente, a estimulação deve ser mantida com energia duas a três vezes maior que a do limiar, devido ao risco de perda de comando. • Minimizar o uso de adaptadores e cabos de extensão, pois o comprimento adicional e os conectores aumentam o risco de curto-circuito, microchoques, falhas de contato e até aumento da resistência, com consequente menor entrega de corrente ao coração e possibilidade de perda de comando. • Manter a monitorização cardíaca do paciente, utilizando apenas um instrumento, observando sempre o correto aterramento desse aparelho, para evitar fugas de corrente pelo cabo-eletrodo do marca-passo (correntes externas, mesmo pequenas, podem induzir fibrilação ventricular). • Se o paciente necessitar de desfibrilação externa, o marca-passo deve ser desligado ou, preferencialmente, ter os cabos-eletrodos desconectados dos terminais para evitar dano no aparelho. • O marca-passo nunca deverá ser desligado abruptamente devido ao risco de assistolia. Deve-se diminuir gradualmente a frequência de estimulação, observando-se o ritmo cardíaco do paciente. • Garantir a manutenção periódica do dispositivo (troca de baterias e limpeza do dispositivo de acordo com as recomendações do fabricante). 16 4.Taquiarritmias As taquiarritmias são alterações provocadas por aumento de impulsos elétricos entre átrios e ventrículos decorrentes de automatismo cardíaco, atividades deflagradas ou problemas na reentrada. As taquiarritmias são classificadas em: • Taquicardia Sinusal; • Flutter Atrial; • Fibrilação Atrial; • Taquicardia Paroxística Supraventricular; • Taquicardia Ventricular. E suas causas são: As causas cardíacas da taquicardia são: • Alteração na inicialização do impulso - automatismo; • Pós potenciais tardios ou precoces - atividade deflagrada; • Anormalidades na condução do impulso - re-entrada (mais comum). • Doença valvar; • Doença coronariana; • HAS; • Outras cardiomiopatias; • Miopericardites; • Pós-operatório cardíaco; • Neurocardiogênica. 16 17 E as causas não cardíacas da taquicardia são: • Álcool; • Anemia; • TEP; • DPOC; • Hipertireoidismo; • Pós-operatório; • SIRS/sepses; • Drogas; • Distúrbio metabólico e/ou hidroeletrolítico. 4.1.Taquicardia sinusal A taquicardia sinusal representa a alteração somente da frequência car- díaca. O intervalo PR se mantém em 0,20 s e o intervalo QRS em 0,12 s. Em sua grande maioria, é causa secundária de outras patologias ou estados metabólicos, como febre. A taquicardia sinusal geralmente não é o problema, mas sim a conse- quência do problema. 18 4.2.Flutter atrial O flutter atrial é a alteração da frequência cardíaca atrial gerando movimentos atriais ectópicos. A frequência atrial em vigência está entre 250-350 bpm. Há presença de ondas f, ausência de ondas P e complexo QRS estreito. O traçado abaixo mostra a linha de base com o típico serrilhado do flutter. • Frequência atrial de 250-350 bpm. • Serra dentada – ondas f. • Ausência de ondas P. • Complexo QRS estreito. • FC em torno de 150 bpm. 4.3.Fibrilação atrial (FA) É a arritmia mais comum. Trinta e quatro por cento das admissões por arritmias são por FA. A frequência atrial vigente é de 350 a 600 bpm; o complexo QRS apresenta-se estreitado e há ausência de ondas P. • Frequência atrial de 350 a 600 bpm. • Resposta ventricular irregular FC entre: 110 – 150 bpm. • QRS estreito. • Ausência de ondas P. • Arritmia mais comum. • 34% de admissões por arritmias. • Aumento progressivo com idade. • Fator de risco importante para AVC. 18 19 Classificação de fibrilação atrial A FA pode ser classificada em: • recorrente – dois ou mais episódios; • paroxística – resolução espontânea em 7 dias ou menos (maioria em 24 horas); • persistente – duração > 7 dias; • permanente – > 1 ano, falha ou não realização de cardioversão. Evolução - FA aguda Na FA aguda ocorre a perda de contração atrial, sincronia mecânica e resposta mecânica irregular, aumentando a frequência cardíaca, levando a comprometimento hemodinâmico. Tratamento da FA Questões a serem respondidas: • Qual o tipo? • Tempode instalação? – Aguda ou Crônica 20 • Sintomas na apresentação? – Estável x Instável • Retorno para ritmo sinusal – Benefício: sim X não – Início da instalação: > 48h < • Controle da frequência ventricular • Terapia anticoagulante/antiagregante – Fatores de risco para evento embólico (AVC) – Fatores de risco para sangramento Na FA aguda, ocorre a perda de contração atrial, sincronia mecânica e resposta mecânica irregular, aumentando a frequência cardíaca, levando a comprometimento hemodinâmico. O tratamento para a FA deve levar em consideração se é aguda ou crônica. Se for aguda considere cardioversão elétrica ou reversão química. Já se for crônica considere controlar a frequência ventricular, tratar da instabilidade hemodinâmica, utilizar terapia anticoagulante e antiagregante plaquetário, pois devemos reduzir o risco para AVC. Arritmia emboligênica: • O uso contínuo de anticoagulantes é benéfico. • A reversão da arritmia pode deslocar um trombo e causar evento isquêmico a distância, como AVC. • Só tentar reversão após anticoagular por 3-4 semanas. • Nas primeiras 24-48 horas de instalação da arritmia, o risco embólico é pequeno, mesmo após reversão para ritmo sinusal. • Pode-se reverter FA aguda sem anticoagular previamente. • Na dúvida se FA é aguda ou não, você deve considerá-la como FA crônica. 20 21 4.4. Taquicardia paroxística supraventricular A taquicardia paroxística supraventricular apresenta-se normalmente com QRS estreito (menor que 0,12 s), ondas P retrógradas e a frequência cardíaca entre 150-250 bpm. O seu traçado eletrocardiográfico demonstra uma alteração acima dos ventrículos, normalmente no nó atrioventricular. • FC: normalmente 150- 250 bpm. • QRS estreito, geral- mente regular. • Ondas P retrógra- das e habitualmen- te não visíveis. • FC: 120-150 bpm. • QRS alargado. • 3 ou mais impul- sos ventriculares consecutivos – TV sustentada alto risco! Taquicardia ventricular A taquicardia ventricular sustentada é a taquicardia comum. Em sua maioria, possui ausência de onda P, complexo QRS alargado e três ou mais impulsos ventriculares consecutivos – apresenta um alto risco de deterioração hemodinâmica e evolução para PCR. 4.5. 22 Abordagem da taquiarritmias Para detecção e classificação das taquiarritmias, você deve seguir os seguintes passos: 4.6. • 1º passo = paciente estável ou instável? • 2º passo = complexo QRS estreito ou alargado? • 3º passo = ritmo regular ou irregular? • 4º passo = se QRS alargado: morfologia é monomórfica ou polimórfica? 22 23 Para o atendimento inicial do paciente apresentando uma taquiarritmia, é importante que, no início do tratamento, verifique-se presença de estabilidade e/ou instabilidade hemodinâmica. Inicialmente, você deve monitorizar o paciente, administrar oxigênio, puncionar um acesso venoso calibroso e realizar um ECG com 12 derivações. • manobra vagal; • adenosina endovenosa (EV) 6 mg, 1ª dose/12 mg, 2ª e 3ª doses, se necessário. • sedação; • cardioversão elétrica sincronizada entre 50-100J. Se estável hemodinamicamente, considere: Já se houver instabilidade hemodinamicamente, considere: Anotações: 24 5. Principais medicamentos para arritmias cardíacas Veja a seguir os principais medicamentos utilizados no atendimento aos pacientes com arritmias cardíacas. Considere as drogas, suas indicações, dosagens, efeitos colaterais, indicações e contraindicações. DROGAS - Infusão Venosa em Taquiarritimia Supraventricular DROGAS Droga Adenosina - QRS estreito e regular, estável - QRS estreito e regular, instável (preparando para a cardioversão) - QRS alargado, monomór- fico, regular, estável -> diagnóstico e terapêutico Indicação - 6mg, rápido, seguido de 20mL de flush de SF - repetir 12mg, s/n Dose - Hipotensão - Broncoes- pasmo - Desconforto torácico Efeito Colateral - CI: asma - Cuidado em pa- ciente com WPW - Reduzir dose: pós-TX cardíaco, uso de carbama- zepina, se admi- nistração por acesso venoso central Precaução/ Contra-indica- ção (CI) Atenolol - QRS estreito, estável, se não controla FC com adenosina ou manobra va- gal, ou se TSPV recorrente - Controle de Frequência Ventricular em FA ou flutter - Certas formas de TV poli- mórfica (associada a SCA) - inicial: 5mg, em 5min. - repetir 5mg após 10min. - Hipotensão - Bradicardia - Pode precipi- tar ICC - Evitar: - asma - DPOC - ICC descom- pensada - FA ou flutter pré-excitató- ria Propanolol - inicial: 0,5 - 1μg em 01min - repetir até dose total de 0,1mg/Kg - QRS estreito, estável, se não controla FC com ade- nosina ou manobra vagal, ou se TSPV recorrente - Controle de Frequência Ventricular em FA ou flutter - Certas formas de TV poli- mórfica (associada a SCA) - Hipotensão - Bradicardia - Pode precipi- tar ICC - Evitar: - asma - DPOC - ICC descom- pensada - FA ou flutter pré-excitató- ria Amioda- rona - QRS estreito, irregular, estável - QRS alargado e estável - Controle de resposta ventricular, devido via acessória em arritmia atrial pré-excitatória - inicial: 150mg em 10min. repetir, se TV recorrer - manutenção 1mg/min nas primeiras 06 hrs, depois 0,5mg/min - dose total: em 24 horas não ex-ceder 2,2gr - Hipotensão - Bradicardia - Flebite - Segura, na fase aguda Digoxina - QRS estreito, regular, estável, se não controla ou reverte arritmia com adenosina ou manobra vagal, ou se TSPV recorrente - Controle de Frequência Ventricular em FA ou flutter - 8-12mcg/Kg - 50% desta dose em 5 min., e o restante a cada de 4/4 a 8/8 horas - Bradicardia - Baixa eficácia Lidocaína - inicial: 1- 1,5 mg/Kg - repetir 0,5 - 0,75mg/Kg a cada 5-10min - dose máxima 3mg/Kg - manutenção: 1 - 4 mg/min - TV monomórfica estável - Alteração do nível de cons- ciência - Fala arrastada - Convulsão - Bradicardia Infusão Venosa em Taquiarritmia Supraventricular 24 25 6. Abordagem geral das arritmias Abordagem Inicial Quem se “MOVE” ganha: • monitor; • oxigênio; • veia = acesso venoso; • ECG; • história clínica e exame físico. Avaliar: • ventilação; • oxigenação; • pressão arterial; • frequência cardíaca; • nível de consciência; • sinais de perfusão inadequada de órgãos vitais. A arritmia é causa ou consequência? Observação: não trate o monitor ou ECG. Avalie o paciente. Deve ser avaliado: • ventilação; • insuficiência respiratória; • oxigenação, por meio da oximetria de pulso; • pressão arterial; • frequência cardíaca; • nível de consciência; • se a arritmia é causa ou consequência. 26 Instável • Função de órgão vital comprometida, de forma aguda: – Alteração aguda do estado mental; – Dor no peito tipo anginosa; – Dispnéia; – Instabilidade hemodinâmica; – Sinais de insuficiência cardíaca grave (edema agudo de pulmão). • Risco iminente de parada cardíaca. Adote intervenção imediata. As instabilidades hemodinâmicas são reconhecidas por meio de alterações do nível de consciência, dores precordiais, dificuldades respiratórias, alterações graves da pressão arterial ou sinais de insuficiências cardíacas graves, como edema agudo de pulmão. Conforme já abordado, se for uma bradiarritmia instável, você deve administrar atropina. 26 Conforme já estudado, se for uma bradiarritmia instável, deve-se administrar atropina e preparar o marca-passo transcutâneo. Se houver resposta com atropina, um vasopressor, como epinefrina ou dopamina, pode ser mantido no lugar ou na ausência do marca-passo. Caso não haja resposta com a atropina, o marca-passo deve ser prontamente instalado e iniciado. Estável ou Sintomático • A arritmia está causando sintomas, como? - Palpitação; - Leve desconforto respiratório; - Ansiedade; - Mal-estar. • Paciente estável clinicamente, sem risco iminente de vida? • Decisão terapêutica com mais calma. Nos quadros sintomáticos,deve-se observar sinais e sintomas como: ansiedade, mal-estar geral, palpitações e leve desconforto respiratório. Para esses casos, você pode tomar decisões terapêuticas com mais calma e tranquilidade. O paciente deve ser transferido/removido a um serviço de emergência com especialista para tomada de decisão. 28 Anotações: 28 29 Síntese Neste tema foram revisados os tipos de taquiarritmias e bradiarritmias e seus traçados eletrocardiográficos. Você aprendeu sobre os sinais e sintomas de ins- tabilidade indicativos de que o paciente deve receber tratamento imediato para a arritmia, pois está em risco de deterioração hemodinâmica e morte. Viu que o uso de drogas e marca-passo transvenoso é indicado nas bradicardias. Estu- dou as drogas utilizadas nas taquicardias e, por fim, foi revisado a abordagem inicial ao paciente com arritmia cardíaca. Voltar Sumário 30 Referências bibliográficas - Bobrow BJ, Gazmuri RJ, Travers AH, Rea T. Part 5: adult basic life support and cardiopulmonar resuscitation quality: 2015 American Heart Association Guide- lines Update for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2015;132(suppl 2):S414–S435. - Bonow RO, Libby P, Zipes DP. Braunwald’s Heart Disease: A Textbook of Car- diovascular Medicine. 10.ed. Philadelphia: Elsevier; 2015. - Bonow RO, Mann DL, Zipes DP, Libby P. Braunwald: tratado de doenças cardio- vasculares. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009. - Friedmann AA. Eletrocardiograma em 7 aulas: temas avançados e outros mét- odos. São Paulo: Manole; 2010. - Hampton JR. ECG essencial. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009. - Link MS, Berkow LC, Kudenchuk PJ, Halperin HR, Hess EP, Moitra VK et al. Part 7: adult advanced cardiovascular life support - 2015 American Heart Association Guidelines Update for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardio- vascular Care. Circulation. 2015; 132(suppl 2):S444–S464 - Martins HS, Brandão Neto RA, Velasco IT. Emergências clínicas: abordagem prática. 7.ed. São Paulo: Manole; 2012. - Martins HS, Damasceno MCT, Awada SB. Pronto-Socorro: medicina de emergên- cia. 2.ed. São Paulo: Manole; 2008. - Morton PG, Fontaine DK. Fundamentos dos cuidados críticos em enfermagem: uma abordagem holística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014. - Nicolau JC, Tarasoutchi F, Rosa LV, Machado FP. Condutas práticas em cardio- logia. São Paulo: Manole; 2010. - Quilici AP, Bento AM, Ferreira FG, Cardoso LF, Moreira RSL, Silva SC. Enferma- gem em cardiologia. 2.ed. São Paulo: Atheneu; 2014. Marcador 16 Referências bibliográficas Síntese Abordagem geral das arritmias Abordagem da taquiarritmias Taquicardia ventricular Taquicardia paroxística Fibrilação atrial (FA) Flutter atrial Taquicardia sinusal Taquiarritmias Cuidados gerais ao paciente Estratificação e tratamento Classes de Bradiarritmias Causas de bradiarritmias Bradiarritmias Definição e tipos de arritmias VoltarSum: Página 2: Página 51: Página 62: Página 73: Página 84: Página 95: Página 106: Página 117: Página 128: Página 139: Página 1410: Página 1511: Página 1612: Página 1713: Página 1814: Página 1915: Página 2016: Página 2117: Página 2218: Página 2319: Página 2420: Página 2521: Página 2622: Página 2823: Página 2924: Página 3025: Button 2: Button 3: Botão 32: Campo de texto 2: Campo de texto 3: Campo de texto 14:
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