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RESUMOS - NEUROPEDIATRIA SEMINÁRIO 1: Condutas Fisioterapêuticas no Tratamento da Síndrome de Down A síndrome de Down (SD), também conhecida por trissomia do cromossomo 21, se caracteriza por uma condição genética determinada pela falha na separação dos cromossomos durante a meiose. Esta condição acarreta déficits motores e diversas alterações relacionadas, como: Comprometimento intelectual; Atraso no desenvolvimento motor; Hipotonia; Hiperflexibilidade; Obesidade; Alterações na coluna cervical; Problemas neurológicos, visão e audição. Por se tratar de uma alteração genética, essa condição altera o desenvolvimento motor e cognitivo da criança. O desenvolvimento motor se trata de, processo ordenado, contínuo, sequencial e progressivo, que se inicia com a própria vida, sendo fortemente influenciado pela maturação do SNC, o desenvolvimento motor pode ser influenciado por fatores, como: Nível de exigência da tarefa a ser executada; Oportunidades e estímulos submetidos a criança; Predisposição genética; Ambiente. Até os 6 meses de vida, o atraso no desenvolvimento motor ocasionado pela SD leva a uma diferença de aproximadamente 2 meses em relação ao desenvolvimento normal e após 6 meses de vida essa diferença pode aumentar até para 24 meses. Este atraso acarreta em: demora para o aparecimento de reações posturais; permanência de reflexos primitivos por mais tempo. Contudo apesar das alterações citadas, a criança com SD apresenta a mesma sequência de desenvolvimento que uma criança que não possui alterações genéticas, apresentando algumas peculiaridades, em especial no que diz respeito às características da marcha, como: Anteversão pélvica; Base de apoio alargada; Genum varo; Pés planos; Maior oscilação de tronco e cabeça; Não mantém extensão completa de MMII em posição bípede. Porém estas alterações podem ser atenuadas, quando a criança participa de estratégias de estimulação precoce, pois as mesmas adquirem marcha independente mais cedo do que crianças portadoras da síndrome não estimuladas. A reabilitação destes pacientes é composta por uma equipe multidisciplinar, no que diz respeito à fisioterapia, o tratamento baseia-se em alguns objetivos gerais, como: Prevenir padrões anormais de movimento e postura; Potencializar o desenvolvimento; Aumentar interação do indivíduo com o ambiente; Adequar atividades motoras de acordo com a idade cronológica; Estabelecer/restabelecer funcionalidade do movimento; Promover experiências motoras adequadas, e; Amenizar distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor. A estratégia de reabilitação acontece de forma individualizada e de uma maneira geral se molda de acordo com a idade da criança, seguindo algumas bases, sendo elas: 0 – 6 meses: Estimular transferências (rolar); Estimular cabeça e olhar na linha média; Estimular controle cervical; Estimular sustentação do corpo sobre os membros; Estimular a posição sentada (com apoio/sem apoio). 6 – 12 meses: Estimular a criança em 4 apoios; Estimular passagem da posição semi-ajoelhada para em pé; Estimular transição de posicionamentos a partir do apoio; Estimular passagem da posição sentado para em pé; Estimular a posição em pé (com apoio/sem apoio); Estimular marcha lateral. 12 – 24 meses: Estimular marcha (iniciar com apoios); Estimular a manutenção de pelve ereta durante a marcha; Treinar equilíbrio (apoio unipodal, caminhar sobre colchonete). 24 meses à Pré-adolescência: Continuar/evoluir treinamento da marcha; Incentivo a inclusão social; Incentivo a prática de atividades físicas; Prática de equoterapia. SEMINÁRIO 1: Distrofia Muscular de Duchenne e Amiotrofia Espinhal A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença hereditária e progressiva, ligada ao cromossomo X, e afeta aproximadamente 1 em cada 3.500 meninos nascidos vivos, suas manifestações clínicas começam por volta dos 3 à 7 anos de idade. As principais manifestações clinicas apresentadas são: Enfraquecimento muscular e déficit de equilíbrio; Envolvimento predominante da musculatura da cintura pélvica e escapular; Dificuldade para deambular, correr, saltar e quedas; Perda da marcha entre 12 e 17 anos; Aumento do volume da panturrilha; Escapula alada; Hiperlordose lombar; Escoliose; Pé equino, e; Marcha anserina (base alargada). Já os objetivos da reabilitação com estes pacientes envolvem melhora da qualidade de vida, manutenção das capacidade respiratórias, retardar a fraqueza muscular, retardar instabilidades de tronco, prolongar o tempo de marcha, manutenção da ADM e prevenção de contraturas. O ponto crucial da reabilitação está na manutenção das capacidade respiratórias, podendo-se realizar algumas condutas, como: Empilhamento de ar com Ambu: Paciente sentado, com apoio na cabeça e tronco. Terapeuta acopla a máscara no rosto da criança, realiza de 3 a 4 insuflação no balão, solicitando que ela puxe o ar e segure alguns segundos, e realizar a expiração devagar, com o terapeuta realizando uma leve compressão com as mãos sobre o tórax. Exercício de Tosse: A mesma manobra do empilhamento de ar, porém o paciente irá realizar uma tosse na eliminação do ar, o terapeuta irá realizar a compressão no tórax e abdômen. Quando se trata do sistema muscular, alguns grupos musculares são enfocados como ponto chave, entre eles: adutores de quadril; flexores de punho e dedos, e; extensores de punho e dedos. Sabendo da comum evolução clínica da doença, deve-se trabalhar exercícios para manutenção da postura e controle de tronco em todas as fase do tratamento para que este paciente possua uma melhor autonomia em suas atividades de vida diária, alguns exemplos de conduta a serem trabalhadas são: Sentar e levantar com atividade: Paciente sentado, terapeuta solicita que levante e chute a bola e sente novamente, repetindo o movimento. Deitado para o sentado: Paciente em DL, com quadril em leve flexão de quadril e joelho, realizando descarga de peso em MS, realiza um movimento combinado de tronco, associando inclinação, flexão e rotação tocando com as mãos na bola. Paciente com o tronco sobre a bola terapêutica, terapeuta solicita que toque no objeto em diferentes direções. Paciente em pé, terapeuta solicita que suba com um dos MMII em um degrau, e assim alternando. Paciente sentado sobre uma bola bosu, terapeuta solicita que pegue as argolas ao lado, e coloque sobre o alvo. Paciente segurando uma bandeja com brinquedos em cima, terapeuta solicita que leve e coloque-a sobre a mesa, depois pegue-a e retorne. Paciente deve andar dentro dos bambolês que estarão um a frente do outro.
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