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Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.1-1 07.04.21 Paciente cirrótico (avançada): edema de MMII, equimoses, atrofia testicular, eritema palmar, ascite, baço palpável, ginecomastia, telangiectasias, ictérico. Provavelmente esse paciente tem pouco tempo de vida, nem transplante hepático resolveria. Por isso é importante detectar e tratar precocemente. CASO 1 • JMS, sexo feminino, 41 anos, dona de casa, natural e procedente de Itajaí - SC. • Assintomática, encaminhada por alterações de exames laboratoriais. Apresentava AST: 55 UI/mL e ALT: 72 UI/mL • Refere DM, HAS e dislipidemia, em uso de metformina, hidroclorotiazida.e rosuvastatina • Nega tabagismo e etilismo • Exame físico: BEG, corada, hidratada, eupneico, febril • Peso: 86 kg • Altura: 1,65 m • AC e AP sem particularidades • Abdome: globoso, flácido, RHA+. Fígado palpável a 3 cm do RCD Fosfatase alcalina e gama-glutamil transferase (gamaGT): são indicadores de lesões caniculares - obstruções biliar, colestase Bilirrubinas: elevadas TAP e albumina: função hepática Menos de 5 vezes o LSN Normal da AST e ALT: 40 Mais de 15 vezes o LSN Sorologias de hepatite da paciente: • HBaAg - • Anti-HBC + • Anti-HBs + • Anti-HCV – Não foi pedido para hepatite A porque é hepatite aguda. Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.1-2 Olhamos primeiro o anti-HBc (tem ou teve contato com o vírus), depois olhamos HBsAG (antígeno de superfície), anti-HBs (anticorpo contra o antígeno de superfície). Primeira linha: anti-HBc positivo, então tem ou teve contato, se está com antígeno positivo e anticorpo negativo, está atualmente com a hepatite. Segunda linha: anti-HBc positivo, mas já tem anticorpo. Então teve o contato, mas já eliminou o vírus. Terceira linha: nunca entrou em contato, mas tem o anti-HBs positivo, então significa que foi vacinado. • FAN - (hepatite A auto-imune) • Ferritina 88 mg/dL (hemocromatose) normal • Glicose 156 mg/dL (descompensada) • Colesterol total: 321 mg/dL (alterado) • LDL: 177 mg/dL (alterado) • Triglicérides: 345 mg/dL (alterado) “bolinhas” de gordura → gordura no fígado → esteatohepatite não alcoolica CASO 2 • AFS, 32 anos, sexo masculino, engenheiro, natural e procedente de Camboriú - SC. • Há 5 dias refere dor em andar superior do abdome de forte intensidade, náuseas e múltiplos episódios de vômitos. • ISDAS: refere IVAS há 7 dias, tendo usado paracetamol desde então. (mais de 2g por dia) • HMP: apendicectomia aos 14 anos de idade • HMF: pai com dislipidemia, mãe hipertensa • HCV: nega etilismo e tabagismo • Exame físico: BEG, orado, hidratado, antiictérico, eupneico • AC e AP sp • Abdome: plano e flácido, RHA +. Doloroso à palpação em HCO. Fígado palpável a 4 cm do RCD Exames laboratoriais: • Hb: 13,0 g/dl (normal) • Ht: 39% (normal) • Leucócitos: 12300/mm3 ( levemente aumentados) • 790 eosinófilos (podem estar presentes na hepatite aguda medicamentosa) • Plaquetas: 246000 (normal) • AST: 2345 U/ml (aumentada) • ALT: 2498 U/ml (aumentada) • Fosfatase alcalina: 234 U/ml (aumentada - normal até 115) • GGt: 98 U/ml (aumentado - normal: 40) • TAP: 89% (normal) • Albumina: 4,2 g/dl (normal) Hepatocelular: AST e ALT (40 UI/ml) - ALT (mais específica para o fígado) Canalicular: Fosfatase alcalina (110 - 300 UI/ml) (Fosfatase alcalina mais específica) Verificar quantas vezes acima do limite da normalidade estão (são grandezas diferentes) • HBsAg: - • Anti-HBc - • Anti-HBs + (imunizado) • AntiHAV IgM e IgG - (não tem e não teve contato com hepatite A) • Anti-HCV - Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.1-3 Paciente com hepatite aguda medicamentosa (podem evoluir para uma insuficiência hepática - até para um transplante, mas não é o caso desse paciente). Orientar para não usar mais paracetamol e fazer um controle laboratorial. Acetaminofen: paracetamol - dose dependente CASO 3 • SFL, sexo feminino, 45 anos, do lara, natural de Lages - SC e procedente de Penha - SC. • Há 6 meses iniciou com quadro de prurido, de maneira interiormente, em todo o corpo, com aumento significativo no último mês. Avaliações de dermatologista e alergista normais • Nega outros sintomas • Nega comorbidades, uso de medicaciones • Mãe com DM. Pai com HAS • Nega tabagismo ou etilismo • Prurido colestático (excesso de sais biliares) ?? • Exame físico: sem alterações Exames laboratoriais • Hb: 13 mg/dl • Ht: 39% • Leucócitos e plaquetas normais • IgE: 81 KU/l (normal) • Glicose, U, Cr, TSH normais • AST: 47 UI/l (levemente elevada) • ALT: 51 u/L (levemente elevada) • Fosfatase alcalina: 912 U/L • GGt: 535 U?L • BT: 2,5 mg/dl (normal: 1,2) o BD: 1,7 mg/dl (normal: 0,8) o BI: 0,8 mg/dl (normal: 0,4) • USG de abdome total sem alterações • Anticorpo anti-mitocôndria 1/320 o (DIAGNÓSTICO: sugestivo de cirrose biliar primária - doença auto-imune) - positivo Mulheres, 40 anos, sintoma mais comum prurido FÍGADO Testes: bilirrubina, aminotransferases, fosfatase alcalina, albumina e tempo de protrombina AMINOTRANFERASE – ALT E AST São os marcadores mais sensíveis para lesão hepática • AST - TGO o Encontrado no citosol e na mitocôndria, é amplamente distribuído no corpo, sendo encontrado em decoreencia de sua menor concentração no fígado, musculo cardíaco e Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.1-4 esquelético, rins, cérebro, pâncreas, pulmões, leucócitos e eritrócitos o Sua elevação quando maior mais que três do que ALT é indicativo de hepatopatia alcoólica o Menor que 40 U • ALT - TGP o Encontrada na enzima citosólica sendo encontrado me vários órgãos, mas apresenta sua maior concentração no fígado sendo então um marcador mais específico da lesão hepática o Menor que 45 U O aumento das aminotransferases é reflexo de problema de lesão hepática ou mudança na permeabilidade celular que permite que o ALT e AST saiam do sérum • Hepatite aguda: predomínio da TGP acima de 500 U, aumento menos pronunciado na mononucleose, alcoólica e leptospirose. • Hepatite crônica: moderadamente elevadas com predomínio de TGO. • Níveis séricos de até 300 U são inespecíficos, podendo ser encontrados em qualquer tipo de distúrbio hepático • Elevações mais significativas – isto é, aminotransferases menores que 1000 U – ocorrem quase exclusivamente nos distúrbios associados a extensa lesão hepatocelular, como hepatite viral, lesão hepática isquêmica (hipotensão prolongada ou insuficiência cardíaca) ou lesão hepática induzida por toxinas ou medicamentos • Na maioria dos diturbios hepatocelulares agudos; a ALT é mais alta que ou igual á AST. Enquanto a razão AST:ALT é inferior a 1 em pacientes com hepatite viral alcóolica e esteatose hepática não alcoólica • Cirroses: normais ou discretamente elevadas de acordo com o grau de compensação. Predomínio de TGO. • Neoplasias e lesões granulomatosas: discreta elevação ou até normais. • Colestases intra e extra-hepática: normais ou pouco elevadas. • A TGP é a primeira a surgir nas agressões agudas do hepatócito, a TGO aparece quando o processo é mais grave ou prolongado • Quociente De Riti: TGO/TGP: < 1: hepatite aguda ou crônica persistente. = ou > 1: hepatite crônica ativa, hepatite colestático, cirrose UROBILINOGÊNIO URINÁRIO • Valor normal = 17umol/L. • Ausência: obstrução total das vias biliares e colestase intra- hepática (bile não chegou ao intestino). o! Diminuída ou oscilante: obstrução de vias biliares, coledocolitíase com ou sem doença hepática. • Aumentada: hemólise. • Diminuída: insuficiência hepática. • Qualquer bilirrubina encontrada na urina é representada por bilirrubina conjugada; a presença de bilirrubina implica a presençade doença hepática TESTES RELACIONADOS COM O METABOLISMO DAS PROTEÍNAS • Proteínas totais e frações: • Proteína total: 6,0 - 8,0 g%. • Albumina: 4,0 - 5,5 g%. • Globulinas: 1,5 - 3,0 g% Hipoalbuminemia: lesões crônicas avançadas, ingesta proteica deficiente, presença de ascite e edema, enteropatias perdedoras de proteínas e nefropatias. Aumento de globulinas e diminuição da albumina nos dá quase certeza de hepatopatia, por isso nunca pedir só albumina! Valores abaixo de 2,5 g% = pode ter ou vir a ter ascite e edema. Valores abaixo de 2,0 g% = lesão hepática irreversível. Albumina: é sintetizada exclusivamente pelos hepatócitos. Possui meia vida longa: 18-20 dias, com degradação de cerca de 4% ao dia. Por causa dessa renovação (turnover) lenta, a albumina sérica não constitui um bom indicador da disfunção hepática aguda ou leve. Na hepatite níveis de albumina maiores que 3g por dL devem apontar para possibilidade de hepatopatia crônica Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.1-5 CPRE, colangiopancreatografia retrógrada endoscópica; TC, tomografia computadorizada; AAM, anticorpo antimitocondrial; AAN, anticorpo; EPS, eletroforese das proteínas séricas, CTLF, capacidade total de ligação ao ferro; GGT gama-glutamil transpeptidas TAP • Valor normal: 11,5 - 12,5 segundos = 100%. • Aumento do tempo nas insuficiências hepáticas crônicas, por falta de produção. • Ajuda no prognóstico (quanto mais prolongado pior). • Auxilia no diagnóstico diferencial entre icterícia com e sem colestase pelo Teste de Koller. • As vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) precisam de gordura (bile) na luz intestinal para serem absorvidas. A vitamina K compõe a protrombina, se ela não for absorvida há o prolongamento do tempo de protrombina. No teste de Koller o paciente recebe vitamina K injetada, ele nos permite avaliar se há ou não insuficiência hepática. Se não houver, após receber a vitamina vai haver produção de protrombina. Se não ocorrer a produção, significa que o paciente tem insuficiência hepática e não colestase FOSFATASE ALCALINA • Existe principalmente nas células que revestem os ductos biliares, mas também nos ossos. • Valores normais - diferem em método o 110 Aumenta na criança em crescimento em até 4 vezes o valor normal, aumenta a partir dos 50 anos em homens e mulheres devido osteoporose, aumenta na osteomalácia, tumores ósseos, fraturas, entre outras patologias ósseas. • Aumenta nas colestases intra e extra-hepáticas por dificuldades na excreção biliar. • Aumenta nos tumores primários e secundários e nos processos granulomatosos do fígado. GAMA GT (GAMAGLUTAMIL) • Enzima presente em diversos órgãos como rim, pâncreas, baço, coração, entre outros. É um sensível indicador de doença do fígado, porém, pode estar aumentada por doenças em outros órgãos. • Valor normal: 45 • Aumenta nas colestases, hepatite crônica, cirrose. • Aumenta muito nos alcoólatras • Utilidade prática: índice gama-GT/TGO na icterícia é > 2, na hepatite viral é < 2. Ajuda na diferenciação da origem da fosfatase alcalina, que quando está aumentada, com gama-GT normal indica origem extra-hepática. Fosfatase alcalina aumentada com gama GT aumentada indica origem hepática. ANTI-ANTICORPOS • Anti-músculo liso (AML) = hepatite auto-imune. • Anti-actina (AAA) = hepatite auto-imune, colangite esclerosante primária, hepatite C, cirrose biliar primária. • Anti-microssomal de fígado e rim (AAMFR ou LKM-1), hepatite auto-imune. • Anti-nuclear (AAN) = hepatite auto-imune. • Anti-mitocôndria (AAM) = cirrose biliar primária. CASO 1 • Exames que marcam a lesão hepática • Indagar sobre uso de medicamentos, uso de álcool (quantidade e tempo de uso) • Indagar sobre doenças familiares – como as metabólicas • Indagar sobre etilismo • Indagar sobre o histórico familiar • HAS, dislipidemia • Indagar sobre aonde nasceu – em SC temos muitos casos de hepatite B na região oeste do estado o! Uso de drogas e relações sexuais • Sempre pedir sorologia para todos os pacientes que tem aminotransferases – hepatite C e B são extremamente prevalente • Pedir exames para sorologia de hepatite B e C • FAN: sempre pedir quando a suspeita for hepatite autoimune • Hemocromatose: ferritina (exame de triagem) Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.1-6 Por que pensar em Esteato Hepatite Não Alcoólica?? • Apresenta como fatores de risco DM, obesidade, hipertensão • Triglicéries e colesterol aumentados • Pressão arterial aumentada • Pode se começar o tratamento, devido a sintomatologia e os exames laboratoriais, durante 3 meses e depois se não estiver fazendo efetio se faz a biopsia • O USG consegue ver a esteatose mas a biopsia é o mais fidedigno ALTERAÇÃO DE ENZIMAS HEPÁTICAS • Função do fígado: TAP e albumina • Tempo de protrombina e albumina medem função hepática (mostram a função hepática) Colestase algum problema na arvore biliar intra ou extra hepático. Bilirrubina problema de colestase ou conjugação biliar Avaliam: • Dano hepatocelular: ALT e AST • Colestase problema na arvore biliar e não no hepatócito • Sempre ver quanto esta aumentado além do limite superior • Sempre pedimos ALT, AST, bilirrubinas, fosfatase alcalina e gama-glutamil transferase Causas de Aumento da Aminotransferases – Menos de 5 vezes o LSN (abaixo de 200): • Predomínio de ALT o Hemocromatose – doença que leva ao acúmulo de ferro em fígado e outros órgãos o Hepatite B e C o Doença de Wilson – acúmulo de cobre tanto em fígado como em cérebro, paciente jovem, homem com alteração neurológica e hepática, em exame ocular possui o anel de Kayser-Fleischer o Hepatite auto-imune – principalmente em mulheres com historia de doenças auto-imunes, tireoide, diabetes ou vitiligo o Esteato hepatite o Medicamentos o Toxinas • Predomínio de AST o Álcool – quanto maior esta proporção ASL e AST maior a chance de ser álcool o Esteatose o Cirrose hepática • Não hepática o Hemólise o Exercício extenuante o Miopatia o Doença tireoideana o Musculares Causa de Aumento de Fosfatase Alcalina • Hepatobiliares o Obstrução do ducto biliar o Cirrose biliar primária o Colangite esclerosante primária (leva a esclerose devido a colite ulcerativa ) o Medicamentos o Doenças infiltrativas do fígado o! Metástase hepática o Hepatite o Cirrose o Síndromes ductopênicas o Colestase recorrente benigna • Não hepatobiliares o Crescimento de criança o Doença óssea – fratura óssea o Gravidez o Insuficiência renal crônica o Linfoma e outras neoplasias Hepatite Autoimune • Afeta mais mulheres que homens • Seus sintomas são: fadiga, anorexia, astralgia e posteriormente amenorreia • Possui um aumento das aminotransferases
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