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Defeito no Desenvolvimento do Esmalte Por: Thainara Almeida | @dra.sorrisinho Os defeitos do esmalte podem ser definidos como alterações que resultam de várias perturbações durante a amelogênese que podem afetar a dentição decídua e a permanente. Como ocorre formação do esmalte? A formação do esmalte se inicia quando os ameloblastos, em seu estágio inicial, secreta proteínas específicas como as amelogeninas e ameloblastina, para formar a matriz do esmalte. Uma vez depositada a matriz do esmalte, o ameloblasto regula a formação de água e proteínas da matriz e promove o ingresso de minerais. Durante este período, fatores genéticos, sistêmicos, ambientais e locais podem afetar o desenvolvimento do esmalte e resultar em alterações que são denominadas defeitos de desenvolvimento do esmalte. As alterações do esmalte ocorrem em função da atividade ameloblástica em que as áreas que estão se desenvolvendo vão sofrer defeitos estruturais. O tipo e a forma das alterações no esmalte do indivíduo variam de acordo com o estágio de desenvolvimento dos dentes permanentes atingidos Este defeito pode ser hipoplasia ou a hipomineralização. HMI É um defeito qualitativo e congênito do esmalte dentário, de origem sistêmica, que atinge os 2° molares decíduos, 1°molares e os incisivos permanentes, essas alterações são percebidas logo após erupção desses dentes. Defeitos na estrutura do esmalte dentário em decorrência de alterações no processo de formação, seja por lesão ao órgão do esmalte ou interferência no seu metabolismo, envolvendo maturação de sua matriz. É um defeito qualitativo do esmalte. Afeta entre 1 e 4 molares decíduos, deixando-os mais frágeis. Os dentes afetados pela HMI tem maior susceptibilidade à cárie devido a perda mínima de esmalte, que aumenta a retenção da placa bacteriana, porosidade do esmalte e consequentemente fragilidade de superfície após erupção. Lembrar! A presença desse defeito está associada a predisposição de cárie, á perda total ou parcial da superfície do esmalte, a sensibilidade dos dentes, má oclusão e estética comprometida. A forma de tratamento vai depender da extensão do defeito e nível da erupção dentária. Durante a Amelogênese... Secreção: Quantitativos = hipoplasias Maturação: Qualitativos = opacidades Diagnóstico: 3 a 5 e de 5 a 8 anos Exame clínico: dente limpo e seco Avaliar: ausência ou presença de opacidade fratura pós eruptiva restauração atípicas É importante fazer diagnóstico precoce devido aos os fatores citados anteriormente, para fazer esse diagnóstico precoce é importante ter o conhecimento do quadro de normalidade, é preciso conhecer dos padrões de normalidade para conseguir identificar as alterações patológicas daquele dente. Esse diagnóstico precoce vai ser realizado com procedimentos minimamente invasivos, com o agravar da situação será preciso procedimentos mais complexos. Relembrando fases da amelogênese: Fase morfogenética, fase de diferenciação, fase secretora, . fase de maturação, fase protetora Nessas fases vão ser divididas em defeitos estruturais quantitativos (ausência completa de esmalte e ausência parcial de esmalte) e (esmalte com falhas prismáticas, qualitativos trazendo a fragilidade para esse esmalte). Etiologia Sua etiologia é incerta, porém pode está relacionada a problemas no período perinatal, doenças nos primeiros anos de vida e alguns fatores nutricionais. Período perinatal: em parto cesariana, parto prolongado, parto prematuro, baixo peso ao nascer, hipóxia. Doenças: infecção no trato respiratório, amigdalites, asmas, infecção urinária, febre alta, uso de medicamentos como amoxilina e eritromicina. Aspectos Clínicos Inicialmente aparecem como manchas esbranquiçadas e com o tempo elas vão mudando para amarelada e amarronzada. Esmalte poroso, estando susceptível à fraturas devido a sua fragilidade Exposição dentinária, devido à fragilidade e fratura Lesões cariosas, pois não deixa de ter acúmulo de biofilme que acaba sendo mais grave devido a falta de esmalte para proteger. A dentina é mais sensível aos fluidos orais, além de ser extremamente permeável, permitindo a passagem de tudo, seja de nutrientes ou de microorganismos, permitindo que atinja a polpa com mais facilidade. É possível analisar também, opacidades demarcadas de coloração branca, amarela ou castanha. Dentes com cúspides mais acometidas, nos molares acometidos pelo HMI, porque a chave de oclusão é dada pelo encontro das cúspides tendo um impacto mais prevalente, logo o desgaste também. Existem graus de severidade da HMI: A = leve (aplica verniz fluoretado) B = moderado (pouco invasivo) C = grave (remoção seletiva parcial da dentina). Lembrando que o mesmo paciente pode apresentar diferentes graus de HMI. Diagnóstico Diferencial Lesão de cárie: mancha branca em formato de meia lua, sempre associada a má higiene oral e gengivite, com presença de biofilme. Opacidade: mancha branca irregular como ponto ou linha horizontal de superfície rugosa. Fluorose: mancha branca como estrias, sempre em dentes homólogos e sem associação com má higiene oral e gengivite. Defeitos de esmalte: Hipoplasias: áreas com ausência de esmalte Opacidades: áreas com manchas HMI apresenta um padrão de assimetria, 50% dos casos afetam apenas 1 molar, não é necessariamente em todos o incisivos, molares e no mesmo grau. Tratamento Esse tratamento resulta em proteger o esmalte poroso e fechar os túbulos dentinários através da utilização tópica de flúor, cálcio e fosfato. Procedimentos preventivos: Microabrasão Procedimentos restauradores diretos e indiretos Endodontia Exodontia Procedimentos mais simples: Tratamento de Hipersensibilidade usando produtos a base de fluoretos. verniz fluoretado, aplicação uma vez por semana a cada 1 mês. Pacientes com cavitação com dentina exposta: Promove a mineralização por meio de verniz fluoretado ou flúor, aplicação de cariostático para diminuir a sensibilidade, e também pode fazer o selante com civ. O tratamento em pacientes acometidos pela HMI pode ser realizado em 6 etapas: Identificação dos fatores de riscos Diagnóstico precoce Enfoque de sensibilidade e desmineralização Prevenção de cárie e fraturas Tratamento: Fase restauradora ou exodontia Manutenção Selante com CIV Promove mineralização, tem atividade cariostática e diminui sensibilidade. Etapas Procedimentos Identificação dos fatores de risco - Anamnese e identificar fatores etiológicos Diagnóstico precoce - Monitorar criança durante erupção e exame clínico Enfoque na sensibilidade e desmineralização - Aplicação de selantes e fluoretos Prevenção de cárie e fraturas - Instrução de alimentação e higienização Tratamento: Restauração ou exodontia - Microabrasão do esmalte Manutenção - Acompanhar procedimentos restauradores - Restauração com materiais adesivos - Se for necessário exodontia, avaliar se há necessidade de planejamento ortodôntico - Deve ser considerado a possibilidade de recobrimento de toda a coroa dentária ao longo do tempo.- Aplicação de selantes oclusais
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