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Hematologia: Estudo dos Elementos Sanguíneos

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Hematologi�
A Hematologia consiste no estudo dos elementos sanguíneos, ou seja, no
estudo de todos os componentes celulares que o sangue contém.
A análise dos elementos celulares do sangue é feita por meio do hemograma.
O hemograma é um dos exames mais solicitados tanto na medicina humana quanto
na medicina veterinária.
O sangue é composto tanto por uma parte líquida quanto por uma parte
sólida. A parte sólida representa os elementos celulares que são avaliados no
hemograma e a parte líquida que contém diferentes tipos de substâncias como
eritrócitos, proteínas, enzimas e demais substâncias que são analisadas por outros
métodos laboratoriais.
Os elementos celulares que compõem o sangue são os eritrócitos também
conhecidos como glóbulos vermelhos, os leucócitos que são os glóbulos brancos e
as plaquetas que são na maioria das espécies fragmentos celulares.
O Hemograma é um exame dividido em diferentes partes. Dentro do
hemograma nós temos o eritrograma, o leucograma e o trombograma. No
eritrograma ocorre a variação dos eritrócitos, no leucograma ocorre a variação dos
leucócitos, e no trombograma é feita avaliação das plaquetas também conhecidas
como trombócitos. Uma outra parte do hemograma consiste na avaliação dos
reticulócitos, que é uma fase de maturação dos eritrócitos.
A amostra utilizada para realização desses exames deve ser acondicionada
em tubo específico para realização desse exame. O tubo utilizado é o tubo que
apresenta tampa roxa ou lilás, pois ele contém o anticoagulante que é o EDTA
(ácido etilenodiamino tetra-acético). Esse EDTA vai evitar que ocorra a coagulação
do sangue, permitindo então a variação dessa amostra.
Em relação ao hemograma também é importante destacar que após o
acondicionamento correto dessa mostra encaminhada para o laboratório ela será
avaliada de acordo com a metodologia do laboratório. Após essa avaliação será
emitido um laudo, e nesse laudo vão conter as informações do hemograma seguido
pelo intervalo de referência de acordo com a espécie dessa amostra. Esse intervalo
de referência é importante que ele seja específico da espécie. Alguns intervalos de
referência são ainda mais específicos, considerando a idade do paciente, pois
animais jovens podem ter alguma diferença em relação às concentrações das
células em relação aos animais adultos e idosos, bem como a diferença em relação
às espécies também devem ser levados em consideração.
Sistem� Hematopoiétic�
As células sanguíneas têm vida limitada sendo necessário uma renovação de
todos os componentes celulares. Então há uma renovação constante e essa
renovação é feita por meio do sistema hematopoiético devido essa vida limitada, ou
seja, por meio do sistema hematopoiético é feita a hematopoiese que a produção de
células sanguíneas. Essa produção de células sanguíneas é realizada na medula
óssea dos animais adultos.
Antes de um animal nascer a hematopoiese é realizada inicialmente no saco
vitelino. Posteriormente, aproximadamente no décimo dia após a concepção, tem-se
um declínio na hematopoiese pelo saco vitelino e o fígado começa a assumir essa
função e, a partir do vigésimo dia, com pico pelo 30º dia após a concepção, o fígado
compartilha essa produção com o baço.
A partir do trigésimo dia após a concepção é que a medula óssea iniciará sua
função da produção hematopoiética, continuando então após o nascimento desse
animal. Porém, ao longo da vida desse animal se houver algum problema na medula
óssea em relação à produção das células sanguíneas, os órgãos como fígado e
baço podem retornar, a partir de estímulos, a produção dessas células
hematopoiéticas para dar origem às células sanguíneas. Esse seria um método de
compensação do organismo do animal a uma falha da medula óssea.
Eritrócit�
A principal função dessas células é carregar o oxigênio e liberar esse
oxigênio nos tecidos. Este carreamento de oxigênio é realizado por meio da
hemoglobina que localiza-se no interior do eritrócito. Essa hemoglobina apresenta
cerca de 1/3 da estrutura do eritrócito e é um dos elementos principais dessa célula.
→ Eritropoies�
A eritropoiese consiste no processo de produção dos eritrócitos que
representam uma parte da hematopoiese.
Assim como o hemograma é dividido em partes, a hematopoiese também é
dividida em partes. Ou seja, a hematopoiese pode compreender a fase da
eritropoiese, a leucopoiese, a trombopoiese e a linfopoiese.
A eritropoiese é o processo de produção de eritrócitos, sendo denominado
eritron o conjunto de células sanguíneas eritróides, ou seja o conjunto de eritrócitos
que estão presentes no organismo, sendo que esses eritrócitos vão estar na
circulação ou nos órgãos como fígado, baço e medula. Então o conjunto de toda
essa localização das células é conhecida como eritron.
A eritropoiese precisa de um estímulo para ser realizada e esse estímulo
ocorre por meio da eritropoetina, uma molécula estimulada por meio da
concentração de oxigênio nos tecidos. Então se há uma hipóxia tecidual ocorrerá
um estímulo para produção de eritropoetina, e aí a eritropoetina atuará na medula
óssea ou nos demais órgãos hematopoiéticos como fígado, baço e saco vitelino
para que ocorra então a proliferação celular e consequentemente a eritropoiese.
Em relação à eritropoiese, nós temos uma hipóxia tecidual que será
detectada por células localizadas no aparelho justaglomerular do rim. Essas células
são especializadas em detectar se há hipóxia ou não no organismo, elas têm
componentes que regulam a produção da eritropoetina. Ou seja, essas células
justaglomerulares do rim detectam a hipóxia e estimulam a produção e liberação da
eritrogenina (outra molécula precursora da eritropoetina) que se liga ao
eritropoetinogênio (molécula produzida pelo fígado) no fígado formando então a
eritropoetina. Essa eritropoetina é levada até a medula óssea, ou até os outros
órgãos hematopoiéticos, estimulando a produção das células sanguíneas.
COMO OCORRE A PRODUÇÃO DESSAS CÉLULAS (ERITRÓCITOS) NA
MEDULA ÓSSEA E DEMAIS ÓRGÃOS?
Nós temos uma célula progenitora pluripotente que é comum a todas as
linhagens. Essa célula dará origem a todas as linhagens sanguíneas do organismo.
Essa célula pluripotente, a partir da hipóxia tecidual e do estímulo da
eritropoetina, irá se diferenciar em outro tipo celular, uma célula chamada mielóide.
Por continuidade do estímulo, a eritropoetina e outros elementos, esse
precursor mielóide vai se diferenciar na unidade formadora de colônia eritróide
(célula que dará origem aos eritrócitos). Essa unidade formadora de colônia, ainda
sob estímulo da eritropoetina, vai se maturar em rubriblasto (primeira célula da
linhagem eritróide que pode ser reconhecida em um exame).
O rubriblasto irá se multiplicar, ou seja, ocorrerá a sequência de mitoses,
formando o prorubrícito, depois o rubrícito basófilo, depois rubrícito
policromatofílico, chegando então ao metarrubrícito. Até essa fase do
metarrubrícito ocorrem mitoses sequenciais com maturação dessas células. E até o
metarrubrícito as células ainda são nucleadas.
A partir desse momento, o metarrubrícito vai se maturar e ocorrerá uma
expulsão desse núcleo de dentro da célula e assa célula irá se maturar em
reticulócitos (célula anucleada anterior aos eritrócitos) e posteriormente em
eritrócitos que são as células maduras.
Esses reticulócitos permanecem na medula óssea e, a partir do momento em
que o metarrubrícito expulsa o núcleo e a célula se transforma em reticulócito, a
medula vai liberar essas células na circulação sanguínea sendo consideradas então
eritrócitos imaturos. Essas células vão se maturar na circulação sanguínea e virar
eritrócitos.
Em média todo esse processo desde a unidade formadora de colônia até a
maturação dos eritrócitos pode durar até 7 dias de acordo com a necessidade do
organismo. O organismo consegue realizar mecanismos que possam acelerar essa
produção e maturação dos eritrócitos.
A partir do momento em que os eritrócitos estão na circulação sanguínea eles
têm um tempo de vida que geralmente dura em torno de 3 meses. Esseseritrócitos
permanecem na circulação carregando oxigênio para os tecidos e quando eles
chegam no baço, e já passou seu tempo de vida ou apresentam alguma
deformidade, essas células serão destruídas para renovação. Essa destruição é
realizada pelo sistema fagocítico mononuclear.
→ Eritrólis�
A partir do sistema fagocítico mononuclear ocorrerá a degradação dos
eritrócitos que é chamada de eritrólise. A eritrólise pode ser intravascular -
apoptose, defeitos no eritrócito - (10%) ou extravascular (90%). A eritrólise
extravascular é realizada pelo sistema fagocítico mononuclear (através de
macrófagos especializados na degradação de células hematopoiéticas).
Em relação a degradação intravascular → ocorre a liberação da molécula
de hemoglobina que está localizada no interior do eritrócito. Essa molécula de
hemoglobina vai ser ligada a haptoglobina (tipo de proteína). Essa ligação da
hemoglobina com haptoglobina formam um complexo e esse complexo faz com que
a hemoglobina seja destinada até o rim para que ocorra a filtração desse material.
Porém, a função da haptoglobina é apenas carregar a hemoglobina até os
rins, e por ser uma molécula muito grande ela não consegue ultrapassar a barreira
de filtração renal. Então, no rim, irá ocorrer uma degradação desse complexo da
hemoglobina com haptoglobina permitindo a filtração da hemoglobina para que ela
seja processada e eliminada via urina ou reabsorvida para o organismo.
Parte desse conjunto de hemoglobina e haptoglobina é transportado até o
sistema fagocítico mononuclear e, a partir da atuação dessas células do sistema
fagocítico mononuclear, essas células (macrófagos) irão fagocitar esse complexo e
dentro do macrófago também ocorre a separação do complexo hemoglobina e
haptoglobina, tornando então a hemoglobina livre dentro do macrófago.
A hemoglobina livre dentro do macrófago é processada e degradada em
outras moléculas como heme e globinas. A partir dessa degradação da
hemoglobina em heme e globinas, a porção globina é convertida em aminoácidos
que retornarão à circulação para serem utilizadas no processo de reciclagem da
hemoglobina.
A porção heme se liga ao ferro para que ocorra a formação da ferritina. Essa
ferritina se desloca para medula óssea para que ocorra também a reutilização dessa
porção para reutilização do ferro para produção das novas moléculas de
hemoglobina.
Ou essa porção heme pode ser degradada à biliverdina. Essa biliverdina
será liberada na circulação e será convertida em bilirrubina livre (não conjugada).
Essa bilirrubina é insolúvel no plasma e por isso se liga à albumina para ser
transportada ao longo da circulação até chegar ao fígado. No fígado, essa ligação
da bilirrubina com a albumina é quebrada por enzimas específicas. Após a
separação da bilirrubina com albumina no interior dos hepatócitos essa bilirrubina se
liga o ácido glicurônico, sendo possível o transporte da bilirrubina até a vesícula
biliar onde a bilirrubina é eliminada no intestino delgado e a partir da atuação de
bactérias que compõem o intestino ocorrerá a conversão da bilirrubina em
estercobilinogenio, convertida posteriormente a urobilinogênio e esse é
excretado na forma de estercobilina nas fezes.
As bactérias são responsáveis por essa transformação
da bilirrubina em estercobilinogênio, de estercobilinogênio em
urobilinogênio e de urobilinogênio em estercobilina.
A bilirrubina, a partir do momento em que ela está no fígado, também pode
ser processada para que ocorra a excreção renal via urina. Então, por meio do
sistema porta, ela pode atingir a circulação, sendo transportada até o rim e no rim
pode ser convertida em urobilina para que ocorra sua excreção na urina.
Eritrogram�
→ Exame de análise dos eritrócitos
No eritrograma podem ser avaliados vários componentes:
● Analisar diretamente os eritrócitos, ou seja a concentração dos
eritrócitos circulantes naquele paciente no momento da coleta de
sangue
● concentração dos teores de hemoglobina dentro do eritrócito e
circulante
● volume globular
● volume corpuscular médio
● R.D.W. - C.V.
● R.D.W. - S.D.
● proteína plasmática total (PPT)
● índice ictérico
● metarrubrícitos
→ Em relação à concentração de eritrócitos, esse parâmetro é determinado
diretamente à contagem do número de eritrócitos circulantes naquele paciente por
unidade de volume de sangue (microlitros de sangue).
Em relação à concentração dos eritrócitos, ela pode estar tanto normal
quanto pode estar aumentada ou diminuída. Quando a concentração de eritrócitos
encontra-se aumentada caracteriza-se a presença de eritrocitose, quando essa
concentração de eritrócitos encontra-se diminuída utiliza-se o termo anemia.
Pode ser feita através de métodos automatizados ou métodos manuais.
Apenas quando a amostra for de espécies que possuem eritrócitos nucleados (como
aves, répteis e anfíbios) é que o método automatizado não pode ser utilizado.
→ Em relação à concentração de hemoglobina, determina-se a quantidade
de hemoglobina por grama por decilitro de sangue (g/dL de sangue). Quando a
concentração de hemoglobina está alta ela vai estar associada a presença de
eritrocitose, e quando diminuída associada a anemia.
A metodologia pode ser feita por métodos automatizados, semiautomatizados
ou manuais.
→ O volume globular (hematócrito) é uma porcentagem do volume sanguíneo
ocupado pelos eritrócitos. É obtido pelo método automatizado de centrifugação, mas
também pode ser realizado pelo método manual. Quando a porcentagem do volume
sanguíneo ocupado por esses eritrócitos está aumentada utiliza-se o termo
eritrocitose e quando essa concentração está diminuída chama-se anemia.

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