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de supervisão não é de caráter teórico e sim na prática diária. Os principais erros de supervisão estão na interpretação da lei e das funções que estão descritas. Um erro de interpretação causa um erro de função, que por sua vez pode causar um erro de execução, aumentando assim a amplitude do erro e a frustração acadêmica. Alguns supervisores sentem dificuldades com a falta de clareza do que constitui o trabalho pedagógico e suas atribuições na função, o que acaba levando-os a repetir modelos sem uma visão crítica de sua realidade histórica e social. Repetir modelos molda o sujeito, é preciso então recriar-se, reinventar- se na função e em todo o processo da educação. Nesse contexto, é essencial ao supervisor estar sempre buscando a atualização com um entendimento crítico e assim traçar novos caminhos para uma educação transformadora. Outro detalhe difícil se refere ao nosso Brasil, que possui diferentes características e culturas. Essas diferenças determinam o sucesso ou o fracasso escolar quando se percebe que os profissionais, responsáveis pelo resultado, não estão engajados no sucesso, ou não possuem formação adequada, ou estão desestimulados com o trabalho desgastante e pouco valorizado da Educação Brasileira. 28 Supervisão escolar O bom supervisor deve ter clareza de suas responsabilidades e atividades na preocupação de se atingir resultados positivos. O quadro que segue descreve alguns objetivos e como atingi-los: OBJETIVOS ATIVIDADES • Melhoria do ato educativo • Tornar claro a todos os propósitos das tarefas a serem realizadas • Planejamento e execução da proposta pedagó- gica • Providenciar os recursos materiais ou financei- ros necessários • Aperfeiçoamento de professores em serviço • Motivar os esforços de todos • Gestão democrática • Dar importância a todos os componentes da comunidade escolar • Seleção de prioridades e organização do trabalho; • Controlar as atividades propostas • Melhoria da qualidade didática e curricular • Tornar o serviço o mais eficiente possível • Avaliação dos professores • Avaliar constantemente para que se percebam as dificuldades e acertos Quadro 1: Objetivos da supervisão Fonte: Adaptado de Przybylski (1976). As funções do supervisor são variadas e marcantes. De acordo com Marquez, citado por Nérici (1974), as funções do supervisor educacional podem ser divididas em três partes: Técnica, Administrativa e Social. • Funções Técnicas: – Investigar a realidade da escola e da comunidade e, a partir disso, planejar cooperativamente o trabalho de supervisão que se pretende realizar; – Orientar e coordenar as atividades de ensino e aprendizagem, material didático e os processos de avaliação realizados pelos professores; – Formação continuada dos professores; – Atividades de divulgação e de reuniões/relatórios; • Funções Administrativas: – Organização da escola, das aulas e dos trabalhos auxiliares; – Organização do ano letivo e do calendário de atividades – Material didático; – Arquivos e documentação; – Dados estatísticos docentes e discentes; – Coordenação dos espaços e da distribuição física; – Gestão democrática. 29 A Supervisão Escolar no Sistema Educacional Brasileiro: História, Conceitos, Características e FunçõesCapítulo 1 • Funções Sociais: – Boas relações humanas entre todos os envolvidos na comunidade; – Promover projetos sociais e comunitários; – Criação de centros e associações; – Construção da cidadania a todos os envolvidos no processo. Não existe receita pronta para uma boa supervisão. Existem estudos e experiências que podemos discutir e considerar como válidas em nosso propósito. Um dos estudos interessantes quanto às proficiências do supervisor foi realizado por Edward Pajak nos Estados Unidos. Pajak fez um grande estudo bibliográfico sobre a escola e a função do supervisor. Ele também entrevistou vários supervisores em diferentes realidades. Após este estudo ele concluiu que as funções da profissão de supervisor estão voltadas a 12 princípios essenciais com relevante conhecimento, atitudes e habilidades em cada princípio. Esses princípios e suas definições são os seguintes (PAJAK, 1989): • Relações com a Comunidade – Estabelecer e manter relações abertas e produtivas entre a escola e sua comunidade. • Desenvolvimento de Pessoal – Auxiliar no desenvolvimento facilitando oportunidades significativas de crescimento profissional. • Planejamento e Mudança – Introduzir e executar estratégias desenvolvidas de forma colaborativa para a melhoria contínua. • Comunicação – Comunicação clara e aberta entre os indivíduos e grupos, através da organização. • Currículo – Coordenação e integração do processo de desenvolvimento e implementação do currículo. • Programa Pedagógico – Apoiar e coordenar os esforços para melhorar o programa de instrução. • Atender aos Professores – Fornecimento de materiais, recursos e assistência para apoiar o ensino e aprendizagem. • Observação e Comentários – Proporcionar aos professores a conferência baseada na observação de sala de aula. • Resolução de Problemas e Tomada de Decisão – Utilizando uma variedade de estratégias para esclarecer e analisar problemas e tomar a melhor decisão. • Pesquisa e Avaliação do Programa – Incentivo de cunho científico e experimentação e avaliação dos resultados. • Motivar e Organizar – Ajudar as pessoas a desenvolver uma visão compartilhada e alcançar os objetivos coletivos. • Desenvolvimento Pessoal – Reconhecer e refletir sobre suas habilidades pessoais e profissionais, crenças e ações. Não existe receita pronta para uma boa supervisão. Existem estudos e experiências que podemos discutir e considerar como válidas em nosso propósito. 30 Supervisão escolar Além das definições de Pajak, acima, podemos entender o processo de supervisão como uma sequência de funções que o supervisor deve executar. O entendimento das funções do supervisor fica mais claro quando dispostas em forma de figura. Nessa condição, a figura abaixo descreve o “Ciclo de Supervisão” voltado à escola, tornando o complexo processo global de supervisão mais legível e útil. Estes itens estão posteriormente explicados, para podermos assim perceber suas utilidades na realidade escolar. Figura 1 - Ciclo de Supervisão Fonte: Villas-Boas, 1991; Alarcão, 1982 (apud Oliveira, 2008). Com base na figura 1 - Ciclo de Supervisão, podemos agora definir cada item de modo explicativo. Acompanhe!!! CICLO DE SUPERVISÃO 1. Estabelecer a Relação Supervisor – Educador. Numa fase inicial, compete ao supervisor desenvolver no educador um espírito de abertura, afastando ansiedades, esclarecendo os papéis que cada um desempenha nesse processo, aferindo expectativas e possíveis dificuldades a superar. 2. Planificação da Prática Pedagógica – Nesta fase planificam-se as primeiras intervenções do educador na sua prática pedagógica. O plano pode ser organizado seguindo estruturas diferenciadas, 31 A Supervisão Escolar no Sistema Educacional Brasileiro: História, Conceitos, Características e FunçõesCapítulo 1 no entanto deve abordar questões fundamentais como: valores, princípios educativos, objetivos pedagógicos, questões logísticas (tempo, espaço, recursos humanos e materiais, custos, etc.). 3. Planificação da Estratégia de Observação – Além de ter em conta todos os aspectos práticos envolvidos na observação de uma aula – recursos técnicos e físicos, devidas autorizações, etc. – nesta fase deve fazer-se, também, uma reflexão conjunta sobre quais os aspectos pertinentes da prática pedagógica a observar, criando assim um enfoque na observação a realizar. 4. Observação – Tendo em conta toda a temática da observação em sala de aula, o supervisor deve ter uma atitude neutra de observador e levar a cabo um escrutínio dos acontecimentos e das interações que ocorrem durante a aula, tornando o momento de observação o mais cuidadoso