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1 Genética Médica- Anomalias Congênitas Daniel Duarte MED79 GENÉTICA MÉDICA É a parte da medicina que está preocupada em prevenir, em diagnosticar e em tratar doenças genéticas. O médico geneticista é o profissional responsável por promover esses três pilares, a sua atuação está muito embasada no uso do Aconselhamento genético durante a consulta. O aconselhamento genético está relacionado com a coleta de informações por esse profissional para a partir desse ponto estabelecer os risco do aparecimento de alguma anomalia genética. Além disso, eles buscam minimizar tais riscos. O QUE LEVA A PROCURA DO GENETICISTA Há algumas características presentes nas famílias dos genitores ou já no paciente que levam os indivíduos a procurarem um médico geneticista, entre elas temos: Paciente com síndromes dismórficas; Deficiência intelectual; Problemas de crescimento e desenvolvimento puberal; o Ex: Síndrome de Turner. Distúrbios de diferenciação sexual; o Hipoplasia Adrenal Congênita. Doenças metabólicas; o Ex: Fenilcetonúria e Erros Inatos do Metabolismo Infertilidade conjugal; o Ex: Microdeleções no Y, Fibrose cística. Histórico de abortamento e de natimorto; o Ex: Trombofilia. Diagnostico pré-natal de anomalias congênitas; Exposição a substâncias teratogênicas; o Ex: Álcool SAF Talidomida MisoprostolS.de Moebios Toxoplamose (Biológica) Orientação reprodutiva para casais com consanguíneos; Presença de doenças genéticas na família; o Ex: Fibrose Cística, MPS, Ataxia espinocerebelar. Pais portadores de alguma alteração genética; Filho anterior com alguma anomalia genética; Antes e após os resultados de testes genéticos; Síndromes de câncer hereditários. DEFEITOS CONGÊNITOS, DOENÇAS GENÉTICAS E DOENÇAS HEREDITÁRIAS É importante saber diferenciar esses três conceitos da genética, uma vez que são, comumente, confundidos. Os defeitos congênitos está relacionado com anomalias funcionais e estruturais já presentes no recém- nascido mesmo que não sejam de fácil percepção a um primeiro momento. Entretanto, com o desenvolvimento dele, torna-se visível tal alteração. Já as doenças genéticas estão relacionadas com anomalias nos genes (única ou múltipla) podendo ter sido herdada ou adquirida por uma mutação, antes ou depois do nascimento. Assim, nem toda doença genética é um defeito congênito. Além disso, temos as doenças hereditárias, que são herdadas pelos genes dos genitores. Percebe-se também que nem toda doença genética é uma doença hereditária. 12% - 25% das anomalias congênitas possuem causas puramente genéticas. OBS: Defeitos congênitos podem ser de origem ambiental ou genética. Presente em 3% dos nascidos vivos e é a 2ª maior causa de mortalidade infantil até 12 meses. 2 Genética Médica- Anomalias Congênitas Daniel Duarte MED79 ETAPAS DO ACONSELHAMENTO GENÈTICO O aconselhamento genético é um processo, o qual necessita do outros, como o exame clínico (anamnese + exame físico), a elaboração de uma hipótese diagnóstica e o conhecimento propedêutico do profissional. Na anamnese, há alguns pontos de importação, são eles: HISTÓRIA PESSOAL: Essa etapa esta relacionada com a aquisição de informações, como: Antecedentes Gestacionais, como: Numero de partos e abortamentos, idade dos genitores no partos (Defeito na Gametogênese), doenças maternas crônicas e agudas, contato com teratogênicos, achados ultrassonográficos e movimentos fetais. Antecedentes Perinatais, como: Tipo do parto, idade gestacional, pré-natal, antropométricos ao nascimento, índice de apgar, uso de oxigenoterapia, presença de convulsões, alterações no choro, no odor do suor (Odor de peixe) e da urina (Doença da urina do xarope de bordo Convulsões e Problemas Neurológicos). Há também informações relacionadas com o desenvolvimento do paciente, como o desenvolvimento psicomotor, idade de surgimento dos dentes, desenvolvimento puberal, fechamento das fontanelas, rendimento escolar e histórico traumático (cirurgias e fraturas). O histórico familiar também deve ser obtido e ele deve ser capaz de permitir ao geneticista elaborar um heredograma de, pelo menos, 3 gerações, com as idades dos parentes, com as doenças presentes na família e com casos de consanguinidade. O exame físico genético apresenta algumas medidas, as quais não são comuns no exame generalista. Essas medidas, são: Distância intercantais oculares; o Hiper ou Hipotelorismo Ocular. Tamanho da fendas palpebrais; o Exo ou Enoftalmia, devido a alterações das pálpebras. Tamanho das extremidades dos membros; Envergadura; Variações físicas; Comprimento da orelha. Essas anomalias podem ser classificadas em anomalias congênitas menores (Não há um prejuízo social, estético ou médico. É comum na população com uma prevalência de até 15%) e anomalias congênitas maiores ( Há consequências médicas, estéticas e sociais. É de menor prevalência, em torno de 3%). A ultima parte é a elaboração de uma hipótese diagnóstica, a qual vai permitir a elaboração de um tratamento adequado, um prognóstico e possível recorrência de alguma doença genética para os próximos filhos. TIPOS DE ANOMALIAS Há três tipos de anomalias bem características, são elas: Índice de Apgar: É uma classificação do estado em que o neonato se encontra. Para isso, usa-se 5 sinais/critérios e com notas variando de 0 a 2, os sinais são os seguintes: 1. Coloração da Pele; 2. Pulsação Arterial; 3. Irritabilidade reflexa; 4. Atividade Muscular; 5. Esforço Respiratório. Crianças com Apgar igual ou superior a 7 são consideradas como estando em Bom estado. 3 Genética Médica- Anomalias Congênitas Daniel Duarte MED79 MALFORMAÇÕES: Está relacionada com alterações morfológicas de órgãos ou de partes do corpo. Essas alterações na forma são resultado do desenvolvimento anormal do mesmo. DEFORMIDADES: são modificações no tamanho ou na posição de órgãos ou de partes do corpo resultados de uma ação mecânica ou força sobre eles. A deformação, não a ruptura do órgão. Ex: Iatrogenias no Parto. DISRUPTIVAS: São alterações morfológicas nos órgãos ou em partes do corpo, mas são resultados de um processo de ruptura, uma vez que o mesmo havia se desenvolvido normalmente. MECANISMOS PATOGÊNICOS SÍNDORME: Conjunto de anomalias múltiplas, as quais estão relacionadas patogeneticamente. Podem apresentar causas cromossômicas detectáveis ou não no cariótipo. SEQUÊNCIA: Conjunto de anomalias múltiplas derivadas de fatores anteriores e causadores dessas anomalias. o Sequência de Potter ASSOCIAÇÃO: Presença de alterações/anomalias concomitantemente, porém não aleatórias, tanto na causa ou na confluência do diagnóstico. Ou seja, associação fraca para ser considerada como síndrome ou sequência. o Sequência de VACTER As estratégias de prevenção podem ser primarias (Pré-concepcional, Como o uso de Ácido Fólico), secundárias (Pré-natal) e terciarias (Neonatal). PREMISSAS PARA O ACONSELHAMENTO GENÉTICO O aconselhamento genético consiste no compartilhamento de informações com o paciente a cerco dos possíveis tratamento ou da possível transmissão de doenças genéticas para sua prole. Há princípios fundamentais que deve nortear a conduta do médico, são eles: Não direcionamento do paciente; Utilização voluntária do serviço; Tomada de decisão informada; Proteção à privacidade e confiabilidade Atenção a aspectos psicossociais e afetivos dos familiares. Pontos extras Sequência de Potter É resultado de problemas renais nos fetos, como: Agenesia Renal; Obstrução Uretral; Doença Cística dos Rins; Em virtude desses problemas, teremos um quadro de oligodrâmio (Pouco líquido amniótico), o que vai resultar nas manifestações clínicas encontradas nessa sequência, que são: Pé torto congênito (Pé equinovaro); Hipoplasia Pulmonar; Anomalias Cranianas. o Orelhas Displásicas; o Queixo Curto; o Nariz “em bico de papagaio”. Relações entre Doenças congênitas, Doenças genéticas e doenças hereditárias 1. Nem toda D. Congênita é uma D. Genética. 2. Nem toda D. Genética é uma D. Hereditária. 3. Toda D. Hereditária é uma D. Genética. 4. Doenças/anomalias congênitas podem não ser percebidas ao nascimento.
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