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Organização do Estado 1) Sistema Federativo Brasileiro → Ocorre a descentralização do poder, através da distribuição de parcelas de administração política entre os entes federados. Tais entes são tratados de forma isonômica, não existindo disparidade entre os mesmos. A federação é a reunião de entes federados autônomos, sendo estes ligados por uma corrente inquebrável (pacto federativo), ou seja, os estados- membros jamais poderão se tornar independentes da unidade soberana, sujeitando-se ao risco de intervenção federal. Por intervenção entenda-se afastar temporariamente a autonomia de um ente federado. A intervenção federal (União intervir nos estados ou no Distrito Federal) ou intervenção estadual (estado intervir no município ou União intervir em município localizado em território) é uma medida extrema. Os Estados-membros irão se organizar politicamente e administrativamente através de suas próprias constituições, amparados pelo poder constituinte decorrente, possibilitando, desse modo, a formação dos poderes executivo, legislativo e judiciário em sua circunscrição. Já os Municípios e o Distrito Federal constarão de suas respectivas leis orgânicas, e não de constituições, como acontece com os Estados-membros. 2) Estado → Corresponde ao conjunto de instituições no campo político e administrativo que organiza o espaço de um povo ou nação. → Elementos Constitutivos • Povo Diz respeito a todos que habitam o território, englobando todas as pessoas, mesmo que elas estejam temporariamente no território ou que não tenham qualquer vínculo com o Estado. Mas há uma diferença entre as referências de população, povo e cidadão. Para entender: a população refere-se brasileiros e estrangeiros (em território nacional), a palavra povo se caracteriza pelos natos e naturalizados, e os cidadãos são os nacionais que possuem direitos políticos. • Território É o lugar onde há aplicação do ordenamento jurídico, a base física em que está fixado o elemento humano. É nele que o governo pode exercer a sua organização e validar suas normas jurídicas. Constitui-se do solo, subsolo, águas territoriais, ilhas, rios, lagos, portos, mar e espaço aéreo. • Soberania Capacidade de entrar em relações com os demais Estados. Atributo da República Federativa do Brasil, composta por União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Contudo, quem REPRESENTA a soberania nas relações internacionais é a União. 3) Estados Federados → Os Estados federados são entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) e, portanto, dotados de autonomia, com personalidade jurídica de direito público, que se caracteriza pelos seguintes aspectos: • Capacidade de Auto-Organização existência de constituições estaduais elaboradas pelos próprios estados federados, as quais devem obedecer às normas e princípios previstos na Constituição Federal. • Capacidade de Autogoverno Os estados elegem os próprios governantes que não se subordinam à União Federal. • Capacidade de Autoadministração Confere aos estados a prerrogativa para gerir os próprios órgãos e serviços públicos, sem interferência da ordem central. Por exemplo: lei federal não pode criar cargos nas fazendas estaduais. Capacidade Legislativa Possibilidade de elaborar as próprias leis. Os Estados federados estão disciplinados nos artigos 25 a 28 da CF. Conforme explicitado acima, possuem autonomia política e administrativa e, ainda, têm capacidade de se auto organizar por meio de seu poder constituinte derivado decorrente. • Municípios → Os Municípios se organizam por meio da Lei Orgânica Municipal. Atente-se pois não existe JUDICIÁRIO no município. • Distrito Federal Encontra-se disciplinado nos arts. 18, § 1º e 32, ambos da Constituição Federal. É ente federativo autônomo e vedada sua divisão em Municípios. O Distrito Federal tem capacidade legislativa, administrativa e judiciária, bem como autonomia política – art. 32, § 1º da CF. • Territórios Os Territórios estão dispostos no artigo 33 da CF e seus parágrafos. Atualmente não existem territórios no Brasil, pois os últimos foram extintos pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). O Território do Amapá e Roraima foram transformados em Estados Federados (artigo 14 do ADCT), e o de Fernando de Noronha foi reincorporado pelo estado de Pernambuco (artigo 15 do ADCT). 4) Repartição Constitucional de Competências → A adoção do modelo federativo acarreta a necessidade do mecanismo de repartição de competências, a fim de que o atendimento às peculiaridades regionais não seja seguido de um conflito de atribuições ou de jurisdição. A repartição de competência é matéria constitucional, para evitar conflitos e assegurar a permanência, no tempo, dos critérios adotados pela Constituição rígida. • Repartição Horizontal Na repartição horizontal, a Constituição outorga aos entes federativos competência para atuar em áreas específicas, sem a interferência de um sobre o outro, sob pena de inconstitucionalidade. Esse tipo de repartição de competências é característico dos Estados que adotam um federalismo dual ou clássico. • Repartição Vertical Na repartição vertical, as competências serão exercidas em conjunto pelos entes federativos, que irão, portanto, atuar de forma coordenada. Esse tipo de repartição de competências é característica dos Estados que adotam um federalismo de cooperação ou neoclássico. → A Constituição Federal de 1988, ao repartir competências entre os entes federativos, utilizou as 2 (duas) técnicas. Ao definir as competências exclusivas e privativas da União, foi adotada a técnica de repartição horizontal; por sua vez, ao estabelecer as competências comuns e as competências concorrentes, resta caracterizada a repartição vertical. Por utilizar a repartição vertical de competências, diz-se que o Brasil adota um federalismo de cooperação ou neoclássico. A repartição de competências na federação brasileira é, todavia, mais complexa do que isso. Ele é estruturada da seguinte forma: a) A CF/88 enumera expressamente as competências da União (arts. 21 e 22). As competências da União são exclusivas ou privativas. As competências exclusivas são indelegáveis, caracterizando-se por terem natureza administrativa ou material (estão relacionadas à prestação de serviços públicos pela União). Já as competências privativas são delegáveis, caracterizando-se por serem legislativas. b) A CF/88 enumera expressamente as competências dos Municípios. (art. 30). c) A CF/88 não lista as competências dos Estados. Por isso, diz-se que os Estados possuem competência remanescente. As matérias que não foram atribuídas pela CF/88 à União ou aos Municípios serão outorgadas aos Estados. d) A CF/88 estabelece competências comuns, que são de todos os entes federativos, em conjunto. Utilizou-se, aqui, da técnica de repartição vertical de competências. e) A CF/88 estabelece competências concorrentes entre a União, os Estados e o Distrito Federal. Nas competências concorrentes, verticalmente repartidas, cabe à União estabelecer as normas gerais e aos Estados e Distrito Federal a competência suplementar. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO| TEORIA COMPLETA|EXERCÍCIOS COMENTADOS https://drive.google.com/drive/u/1/folders/1AFdJ0hCZ_bhue7paGDfMxJ1YPuDzusNX https://drive.google.com/drive/u/1/folders/1AFdJ0hCZ_bhue7paGDfMxJ1YPuDzusNX
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