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INTOXICAÇÃO POR SAMAMBAIA Layane Freitas. @layyf_ A Pteridium aquilinum é uma planta rizomatosa e herbácia, conhecida popularmente como ‘’samambaia-do-campo'’ ou, apenas, ‘’samambaia’’. Ela está presente na maioria das propriedades, com efeito decorativo, e em propriedades rurais como criação extensiva e semi-extensiva do mundo. É considerada uma das plantas tóxicas mais importantes do mundo, pois seus brotos e a sua parte menos desenvolvida são as regiões de maior interesse para a toxicologia. Além de ser a única planta naturalmente carcinogênica para os animais e humanos. Ela não é considerada palatável, então sua intoxicação acontece apenas pela fome. Em humanos, a intoxicação se torna indireta, pois os animais que a consomem excretam seu princípio ativo no leite. O principio tóxico relacionado à carcinogênese é o ptaquilosídeo, um glicosídeo norsesquiterpeno, considerado o principal entre os encontrados nesta planta . Esse composto é instável em solução aquosa, com presença de ácido, base ou calor. Em condições alcalinas, o ptaquilosídeo dar origem a um conjugado chamado dienona. A dienona possui um anel ciclopropil aberto, com terminação OH livre, que promove a interação, preferencial, com um átomo de nitrogênio da base adenina do DNA. Isso leva à interação com genes e sua alteração permanente e irreparável. Além disso, interage, também, com uma infinidade de proteínas com terminais amino expostos. Outro componente tóxico de relevância é a tiaminase, que atua na quebra da tiamina, ou vitamina B1. A tiamina é um cofator em reações de descarboxilação, como a conversão do piruvato em acetil-coA, sendo assim, sua inibição tem ação direta no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Os principais sinais clínicos são de alteração neurológica causada pela tiaminase em monogástricos, como andar cambaleante, membros em posições anormais, dorso curvado, tremores musculares e sonolência; hemorragias de pele, mucosas e em oríficios; febre; apatia;; salivação; epistaxe; ulceração nas narinas e palidez de mucosa. Ainda, a ingestão crônica dessa planta em bovinos, pode promover o aparecimento de carcinomas no trato digestivo superior. O diagnóstico se caracteriza por achados clínicos, epidemiológicos, hematológicos e patológicos característicos desse tipo de intoxicação. Observa-se hemorragias extensas em diversos órgãos, neutropenia e trombocitopenia. Há diagnósticos diferenciais como anaplasmose, pasteurelose pneumônica e leptospirose. Em achados necroscópicos e histopatológicos, observa-se rarefação da medúla óssea, nódulos na bexiga, nódulos de cor amarelo- cinzento infiltrados no trato digestivo, nódulos esses que possuem grande formação de queratina (carcinoma escamoso). Não há tratamento para nenhum tipo de intoxicação por essa espécie de planta. Para animais de produção, a indicação é a de abate. A melhor maneira de evitar intoxicações por samambaia é a sua identificação no pasto e retirada.
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