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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE______ Mateus, Mexicano, Solteiro, Professor, Registro Geral nº____________, Cadastro de Pessoas Físicas nº______, residente e domiciliado na rua __________nº__, Bairro____, CEP _____, com endereço eletrônico ______@__, vem por intermédio de seu advogado (a), respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar MANDADO DE SEGURANÇA, nos termos do art. 5º, LXIX, da Constituição Federal, e artigo 1º da Lei 12.016/09, contra ato praticado pelo Reitor, brasileiro, agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, Registro Geral nº__________, Cadastro de Pessoas Físicas nº______, com endereço na rua ____. nº__, CEP____, com endereço eletrônico ________@____ e UNIVERSIDADE FEDERAL, com registro de pessoa jurídica sob o nº _________, e sede na Avenida ___________, nº_____, CEP______, com endereço eletrônico __________@_____, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I- DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA: O mandado de segurança está previsto na Constituição Federal e no presente caso houve violação a direito líquido e certo, nos termos do Art. 5º, LXIX, da mesma. Com relação ao prazo decadencial para a impetração do Mandado de Segurança, é de 120 dias contados da ciência do interessado conforme o artigo 23 da Lei n. 12.016/09 e Súmula 632 do STF. II- DOS FATOS: Mateus, nascido no México, veio morar no Brasil juntamente com seus pais e aos 18 anos, foi aprovado no vestibular e matriculou-se no curso de engenharia civil. Quando faltava um semestre para concluir o curso superior, decidiu inscrever-se em um concurso público promovido por determinada Universidade Federal brasileira, que segue a forma de autarquia federal, para provimento do cargo efetivo de professor. Após a colação de grau, foi verificado que tinha sido aprovado no concurso em primeiro colocado, porém Mateus soube que seria nomeado em junho de 2019, previsão essa que se confirmou. Mas como já tinha uma viagem marcada para o México, outorgou procuração específica para seu pai, Roberto, para que este assinasse o termo de posse. Ocorre que no último dia previsto para a posse, Roberto comparece à repartição pública e, é orientado pela assessoria jurídica, que o Reitor não permitiu a posse de MATEUS, sob a justificativa de não ser possível a investidura de estrangeiro em cargo público. Também informou que outros dois fatos impediriam a posse: a impossibilidade de o provimento ocorrer por meio de procuração e o não cumprimento, por parte de Mateus, de um dos requisitos do cargo (diploma de nível superior em engenharia) na data da inscrição no concurso público. Contudo após tomar ciência do ocorrido, Mateus, que não se naturalizara brasileiro, interrompe sua viagem e retorna imediatamente ao Brasil. III -DO DIREITO: Podemos verificar que o candidato quando se inscreve em qualquer concurso público deverá estar atendo e verificar se corresponde e preenche todos os requisitos para a posse do cargo assim pretendido. Ao analisarmos o edital podemos notar que não é obrigatório ter o diploma no ato da inscrição e sim no ato da posse, bem como a Súmula 266 do STJ, também nos ajuda a entender melhor a necessidade do Diploma e Habilitação para investidura de cargo público. Súmula 266 STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. Na legislação brasileira também é permitido a posse mediante a procuração específica conforme o artigo 13, § 3º, da Lei nº 8.112/1990, ou seja, não poderia ter sido negado pelo reitor ou por qualquer autoridade da Universidade a posse de Mateus por intermédio de seu Pai Roberto. Artigo 13, § 3º da Lei 8.112/1990: A posse poderá dar-se mediante procuração específica. Contudo ao analisarmos o Art. 5º, § 3º, da Lei nº 8.112/1990, podemos notar que os estrangeiros podem sim tomar posse de Cargos Públicos em Universidades e, que houve uma violação aos direitos de Mateus. Artigo 5º, 3º, da Lei 8.112/1990: As universidades e instituições de pesquisa cientifica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta lei. III- DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA: Conforme prevê o artigo 300 do CPC, a tutela de urgência poderá ser concedida quando houver elementos que demonstrem a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo do dano (periculum in mora). No presente caso, houve violação ao Art. 5º, § 3º, e ao Art. 13, § 3º, ambos da Lei nº 8.112/1990, e à Súmula 266 do STJ, bem como caso concedida a segurança apenas ao final do processo, dado o risco real de não haver dotação orçamentária para a nomeação futura. V - DO PEDIDO Diante do exposto, espera que a ordem seja concedida, assegurado ao impetrante o direito de especificar e que se suspenda o ato impugnado até decisão da causa. I- Requer-se a notificação da autoridade coatora, que pode ser encontrada no endereço supra referido, do inteiro conteúdo desta inicial, entregando-lhe a segunda via acompanhada de todos os documentos anexos para que preste as informações que julgar necessárias no prazo de quinze (10) dias, nos termos do artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09. II- Ademais, requer que se dê ciência do fato ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito, nos moldes do artigo 7º, inciso II, da Lei 12.016/09. III- Requer a concessão da liminar para suspender os efeitos da decisão do Reitor, determinando a posse imediata de MATEUS. IV- Requer também a concessão da segurança, confirmando a liminar concedida, para anular a decisão do Reitor e, por consequência, garantir o direito de MATEUS à posse no cargo público. V- Requer, ainda, a condenação do Impetrado no pagamento das despesas processuais na forma da lei. Dá-se à presente ação o valor de R$____. Nesses Termos, Pede Deferimento. São Paulo______2019. Advogado. OAB.
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