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MÓDULO 10 COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA DENTOALVEOLAR 2

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Módulo 10
Complicações Trans
e Pós-Operatórias
3
SUMÁRIO
COMPLICAÇÕES TRANS-OPERATÓRIAS ................................................................05
FRATURA DA AGULHA ANESTÉSICA ........................................................................05
HEMORRAGIA TRANSOPERATÓRIA .........................................................................07
FRATURA DE ÁPICE RADICULAR ..............................................................................09
DESLOCAMENTO DE RAIZ DENTÁRIA ....................................................................10
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR ......................................................................12
FRATURA DA TUBEROSIDADE MAXILAR ...............................................................13
LUXAÇÃO DE DENTE ADJACENTE ...........................................................................14
DENTE DEGLUTIDO PELO PACIENTE ......................................................................15
COMUNICAÇÃO BUCOSINUSAL ..............................................................................16
LESÕES AOS TECIDOS MOLES ..................................................................................19
ENFISEMA SUBCUTÂNEO ..........................................................................................21
LESÃO A ESTRUTURAS NERVOSAS REGIONAIS ....................................................23
LESÃO À ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ..............................................24
FRATURA MANDIBULAR ............................................................................................25
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS .....................................................................26
ALVEOLITE ....................................................................................................................26
DEISCÊNCIA DE SUTURA ...........................................................................................29
EDEMA ...........................................................................................................................30
TRISMO ..........................................................................................................................31
HEMATOMA ..................................................................................................................32
HEMORRAGIA PÓS-OPERATÓRIA ............................................................................33
PARESTESIA OU ANESTESIA PERSISTENTE ............................................................35
PÓS-OPERATÓRIO DE REMOÇÃO CIRÚRGICA DE DENTE RETIDOS ...............36
4
EMERGENCIAS MEDICAS NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO .................37
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA ...................................................................................38
ALTERAÇÃO OU PERDA DA CONSCIÊNCIA ............................................................46
CONVULSÃO ................................................................................................................49
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ...........................................................................50
5
COMPLICAÇÕES TRANSOPERATÓRIAS
O melhor e mais fácil caminho para controlar uma complicação cirúrgica é 
prevenir que ela ocorra. A prevenção de complicações cirúrgicas é mais bem 
executada através de uma minuciosa avaliação, um amplo plano de tratamento e 
uma cuidadosa execução do procedimento cirúrgico.
FRATURA DA AGULHA ANESTÉSICA
A fratura das agulhas anestésicas pode ocorrer por encurvamento intencional 
da agulha pelo cirurgião-dentista antes da injeção, movimentos bruscos e 
inesperados do paciente e contato vigoroso com o osso.
Figura 1 – Radiografia panorâmica evidenciando agulha anestésica fraturada 
durante anestesia do nervo alveolar inferior.
Fonte: Moraes et al. (2010)
6
Como prevenir?
 9 Não forçar a introdução da agulha quando houver resistência.
 9 Aplicar a injeção com segurança, técnica e conhecimento.
 9 Não introduzir totalmente a agulha nos tecidos.
 9 Não realizar a punção anestésica sem avisar o paciente (a fim de evitar 
movimentos bruscos).
Como agir frente a uma fratura de agulha anestésica?
1. O profissional deve orientar o paciente a não realizar movimentos.
2. Se o fragmento da agulha estiver visível, deve-se buscar removê-lo com uma 
pinça mosquito.
3. Caso o fragmento esteja imerso nos tecidos, um serviço de referência hospitalar 
deverá ser procurado para avaliação da condição.
Figura 2 – Apreensão de agulha fratura com pinça.
Fonte: Amarante et al. (2008)
7
HEMORRAGIA TRANSOPERATÓRIA
O tratamento imediato inicial se dá através de algumas etapas:
1. Manobras transcirúrgicas.
O tecido mole deve ser cuidadosamente inspecionado quanto à 
presença de qualquer artéria específica que esteja sangrando. Se 
houver, esta deve ser controlada com pressão direta (com uso de algum 
instrumento sobre a região sangrante, como um sindesmótomo ou 
descolador) ou pela apreensão da artéria com uma pinça hemostática 
por 5 minutos ou até que o sangramento seja controlado.
O cirurgião-dentista também deve checar o sangramento ósseo. Às 
vezes, um pequeno e isolado vaso sangra de um forame ósseo. Se isso 
ocorrer, o forame deve ser ocluído com a ponta de algum instrumento 
(como o sindesmótomo) por 5 minutos ou até que o sangramento seja 
controlado.
Ainda, como alternativa, podemos realizar a aplicação de cera para 
osso. Aplicaremos essa substância no interior do alvéolo com finalidade 
de controlar o sangramento.
2. Sutura em massa.
3. Solicitar que o paciente morda uma gaze por 30 minutos e que o mesmo 
permaneça no consultório durante este período. Após 30 minutos, o cirurgião-
dentista deverá reavaliar a ferida e checar se houve regressão do sangramento. 
O cirurgião-dentista não deve dispensar o paciente até que a hemostasia seja 
alcançada
8
Se o sangramento persistir, o cirurgião-dentista deverá tomar medidas 
adicionais. Muitos materiais diferentes podem ser colocados no alvéolo 
para auxiliar a hemostasia:
- Esponjas hemostáticas absorvíveis (ex: Hemospon®): após recortar o 
tamanho necessário da esponja, devemos aplicá-la diretamente na área 
que necessita de hemostasia, exercendo ligeira pressão. Após controle do 
sangramento, a esponja é deixada no interior do alvéolo, onde será absorvida. 
Se o sangramento for em alguma região exposta e que não permita sua 
estabilização, podemos deixar a esponja no local até que o sangramento 
esteja controlado e, então, retirá-la.
Figura 3 – Instalação de esponja no interior do alvéolo.
Fonte: Hupp (2015).
- Gaze embebida em adrenalina: uma gaze embebida em solução com 
adrenalina pode ser aplicada diretamente no local de hemorragia. Pressionar 
por 5 minutos e retirar após controle do quadro.
- Uso de ácidos (ácido aminocapróico ou ácido tranexâmico): estes 
medicamentos possuem apresentação em comprimidos ou injetável. Em 
caso de comprimido, podemos triturar o mesmo e aplicá-lo diretamente no 
alvéolo ou na região sangrante. Em caso injetável, necessitaremos realizar a 
aplicação via endovenosa.
- Injeção de vitamina K: pode ser subcutânea, intramuscular ou endovenosa. 
Auxilia no controle através dos fatores de coagulação.
9
4. Se após todas tentativas de controle, o sangramento ainda persistir, o serviço 
de emergência deve ser contatado.
FRATURA DE ÁPICE RADICULAR
O problema mais comum associado à extração de um dente é a fratura de suas 
raízes. Raízes longas, curvas, divergentes e que se encontram em osso denso são 
as mais prováveis de serem fraturadas.
Como prevenir?
 9 Realizar uma cirurgia cuidadosa.
 9 Se o dente apresentar resistência durante a luxação, devemos realizar 
odontossecção.
 9 Se o acesso não estiver adequado, utilizar a técnica de extração aberta 
(removendo o osso para diminuir a quantidade de força necessária para extrair 
o dente).
A abordagem frente a uma fratura de ápice radicular requer 
atenção do cirurgião-dentista. A mesma foi descrita e poderá 
serretomada no módulo 4.
10
DESLOCAMENTO DE RAIZ DENTÁRIA
As raízes dentárias mais comumente deslocadas para dentro de espaços 
anatômicos são as raízes de molares superiores. 
Figura 4 – Radiografias evidenciando deslocamento de fragmento radicular e de 
dente deslocado para o interior do seio maxilar.
 
Fonte: Hupp (2015).
Como agir frente a um deslocamento de raiz?
1. Identificar o tamanho da raiz deslocadas para o interior do seio maxilar.
2. Avaliar se existe alguma infecção no dente ou nos tecidos periapicais.
3. Avaliar a condição pré-operatória do seio maxilar (observar a presença de 
infecção associada ao seio maxilar, pois é mais difícil tratar uma raiz deslocada 
para um seio que está ou que tenha sido cronicamente infectado).
11
Tratamento imediato
Se o fragmento do dente que foi deslocado é pequeno (2 ou 3 mm) e nem dente 
nem o seio têm infecção preexistente, o cirurgião-dentista poderá fazer uma 
breve tentativa para remover a raiz: irrigar através da abertura alveolar e, então, 
sugar a solução irrigada do seio via alvéolo, permitindo a expulsão do fragmento 
radicular.
Se essa técnica não for bem-sucedida, nenhum procedimento cirúrgico adicional 
deverá ser realizado através do alvéolo e o fragmento radicular deverá ser deixado 
no seio. 
Um pequeno e não infectado ápice radicular poderá ser deixado, porque é 
improvável que cause alguma sequela inoportuna. Entendemos que, nessa 
situação, uma cirurgia adicional causará maior morbidade ao paciente do que a 
não intervenção. 
Se o ápice da raiz é deixado no seio, devem ser tomadas medidas similares 
àquelas tomadas quando algum fragmento radicular é deixado no interior do 
alvéolo dentário. O paciente deve ser informado da decisão e deve receber 
instruções pós-operatórias peculiares para monitoramento regular da raiz e do 
seio. Além disso, deverá se realizar o mesmo tratamento e abordagem dos casos 
de comunicação bucosinusal.
Encaminhamento e tratamento com cirurgião bucomaxilofacial
Existem 3 casos onde o dente deverá ser removido: 
1. O pequeno fragmento dentário deslocado possui infecção prévia (ex: 
periodontite).
2. Paciente com infecção sinusal prévia (ex: sinusite crônica).
3. O fragmento deslocado tem um tamanho grande ou é, até mesmo, o dente 
inteiro.
12
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR
A causa mais provável de fratura do processo alveolar é o uso de força excessiva 
com o fórceps, que fratura grandes porções da lâmina cortical. 
Se o cirurgião-dentista perceber que uma força excessiva é necessária para 
remover um dente, deve-se lançar mão de técnica de exodontia aberta (retalho 
mucoperiostal, osteotomia e, se necessário, odontossecção).
A idade do paciente também é um fator importante para considerarmos, pois o 
osso de um paciente mais velho tende a ser menos elástico e, dessa forma, mais 
suscetível à fratura do que à expansão.
Figura 5 – Dentes com processos alveolares aderidos.
 
Fonte: Hupp (2015).
Como prevenir?
 9 Exame pré-operatório (clínico e radiográfico) e planejamento cirúrgico.
 9 Não utilizar força excessiva.
 9 Usar técnicas cirúrgicas para reduzir a força requerida (ex: técnica aberta).
13
Como agir frente a uma fratura do processo alveolar?
1. Reposicionar adequadamente o tecido mole, permitindo que o osso 
remanescente possa ser reparado de forma correta. 
2. O profissional deve também suavizar as bordas ósseas, que podem ter sido 
causadas pela fratura. Se existirem tais arestas cortantes, deve-se lançar mão 
de instrumentos para plastia óssea (como pinça goiva, lima para osso e, até 
mesmo, instrumentos rotatórios).
FRATURA DA TUBEROSIDADE MAXILAR
As fraturas da tuberosidade maxilar ocorrem mais comumente nas extração dos 
terceiros ou segundos molares superiores erupcionados.
Figura 6 – Terceiro molar superior associado à tuberosidade maxilar.
 
Fonte: Hupp (2015).
14
Como agir frente a uma fratura da tuberosidade maxilar?
1. Se a fratura da tuberosidade ocorrer durante a extração, o tratamento é similar 
ao que foi discutido nas demais fraturas ósseas (regularização do tecido ósseo 
remanescente e adaptação do tecido mole).
2. Nestes casos, a probabilidade de comunicação bucosinusal é maior e, se 
ocorrer, deve-se realizar tratamento específico para esta complicação.
 - Atentar para os pacientes que irão utilizar prótese total superior, pois a 
estabilidade poderá ficar comprometida com a fratura da tuberosidade.
LUXAÇÃO DE DENTE ADJACENTE
O uso inapropriado de instrumentos para extração pode luxar um dente adjacente. 
Essa luxação é evitada pelo uso criterioso da força com alavancas e fórceps. 
Como prevenir?
 9 Se o dente a ser extraído está comprimido e sobreposto aos dentes adjacentes, 
conforme comumente é visto na região de incisivos inferiores, um fórceps fino 
e estreito pode ser útil à extração. 
 9 Os fórceps com a extremidade larga devem ser evitados, pois causarão lesão 
e luxação dos dentes adjacentes. 
15
Como agir frente a luxação de um dente adjacente?
1. Se um dente adjacente é significantemente luxado ou parcialmente avulsionado, 
o tratamento proposto é a reposição do dente em sua posição apropriada e 
sua estabilização através de contenção semirrígida para que uma cicatrização 
adequada ocorra. 
DENTE DEGLUTIDO PELO PACIENTE
Primeiramente, devemos estimular que o paciente tente expulsar o dente da 
orofaringe. Entretanto, em alguns casos, esta manobra não surtirá efeito e o 
dente pode ser engolido ou aspirado. 
• Se o paciente não tiver tosse ou dificuldade respiratória, é mais provável que 
o dente seja engolido e se desloque para o esôfago e estômago. 
• Se o paciente tiver episódios de tosse ou falta de ar, o dente pode ter sido 
aspirado através das cordas vocais e traqueia, chegando até os brônquios.
Nesses casos, o paciente deve ser transportado para um centro de 
emergência e radiografias de tórax + abdômen devem ser realizadas 
para determinar a localização do dente.
16
Figura 7 – Radiografias evidenciando a passagem de prótese dentária pelo 
intestino.
 
Fonte: Silva et al. (2008)
 - Se o dente tiver sido engolido, é alta a probabilidade de que ele passe pelo trato 
gastrointestinal entre dois a quatro dias. Como os dentes não são normalmente 
irregulares ou cortantes, uma passagem livre ocorre em quase todas as situações. 
COMUNICAÇÃO BUCOSINUSAL
A remoção dos dentes superiores ocasionalmente resulta em comunicação 
entre a cavidade bucal e o seio maxilar. Por isso, após a exodontia de dentes 
posterosuperiores, o cirurgião-dentista deve realizar a manobra de Valsalva. 
Pressionar as asas nasais bilateralmente do paciente (obstruindo as narinas) 
e solicitar a ele que expire o ar pelo nariz, mantendo a boca aberta.
17
Figura 8 – Manobra de Valsava.
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
Na presença de comunicação, o ar será expirado através do alvéolo para o 
interior da cavidade bucal, provocando um ruído característico de escape e 
o borbulhamento do sangue, acumulado no próprio alvéolo dentário.
Como agir frente a uma comunicação bucosinusal?
Se ocorrer comunicação bucosinusal, devemos estar atentos às duas sequelas mais 
preocupantes: sinusite pós-operatória e formação de fístula crônica bucosinusal. 
Para isto, o tratamento imediato para o fechamento da comunicação está indicado:
1. Retalho mucoperiostal vestibular é tracionado e alojado sob mucosa palatina 
previamente descolada.
2. Sutura em U horizontal. Após este fechamento principal, suturas simples 
isoladas podem ser associadas.
18
Figura 9 - Sutura de comunicação bucossinusal.
 
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
3. Analgesia e antibioticoterapia (para estes casos, a indicação é penicilina por 
14 dias).
4. Orientar o paciente a não repetir a Manobra de Valsava em casa, não assoar 
o nariz, evitar movimentos de sucção (como o uso de canudinhos e tomar 
chimarrão) e não fumar. Além disso, se o paciente sentir vontade de espirrar, o 
mesmo deve realizá-lo de boca aberta, diminuindo a pressãona região.
5. Remoção de sutura pode iniciar no 7º dia pós-operatório pela incisão relaxante e 
finalizando na área de comunicação/alvéolo a partir do 14º dia pós-operatório.
Tratamento tardio
É mais complexo e deverá ser realizado por um cirurgião bucomaxilofacial. Por 
isso, a verificação adequada da manobra de Valsalva no transoperatório é 
imprescindível.
19
LESÕES AOS TECIDOS MOLES
Quase sempre, são resultado da falta de atenção do cirurgião-dentista quanto à 
natureza delicada da mucosa, à tentativa de fazer a cirurgia com acesso inadequado 
ou ao uso excessivo e incontrolado da força.
A lesão mais comum dos tecidos moles durante a cirurgia bucal é a LACERAÇÃO 
DO RETALHO durante a extração cirúrgica de um dente. Se uma laceração ocorre 
no retalho, este deve ser cuidadosamente reposicionado, uma vez terminada a 
cirurgia.
Como prevenir?
 9 Fazer um retalho de tamanho adequado para prevenir excesso de tensão no 
retalho.
 9 Usar controlada quantidade de força de retração sobre o retalho.
 9 Fazer incisões relaxantes, quando indicadas.
A segunda lesão dos tecidos moles que ocorre com alguma frequência é uma 
inadvertida perfuração dos mesmos. Instrumentos como uma alavanca reta ou um 
descolador podem escorregar e PERFURAR OU LACERAR OS TECIDOS MOLES 
ADJACENTES. Mais uma vez, essa lesão é o resultado do uso incontrolado da força 
e uma das formas de prevenirmos esta intercorrência é o uso do apoio do dedo ou 
do suporte da mão contrária envolvida em uma gaze durante a luxação dentária.
20
Como agir frente a perfuração/laceração de tecido?
1. Se houver sangramento excessivo da ferida, este deverá ser controlado por 
compressão direta aplicada sobre a mesma. 
2. Se houver necessidade, deve-se realizar sutura do ferimento. 
ABRASÕES OU QUEIMADURAS DOS LÁBIOS, DAS COMISSURAS BUCAIS 
OU DOS RETALHOS normalmente são resultado do atrito da haste rotatória da 
broca ou do afastador em contato com os tecidos moles. 
Figura 10 – Abrasão em lábio inferior.
 
Fonte: Hupp (2015).
Como agir frente a abrasões ou queimaduras?
1. Uma prática simples para lesões intrabucal é manter a área limpa com 
bochechos regulares. Normalmente, tais feridas cicatrizam em 4 ou 7 dias 
(dependendo da extensão do dano) sem cicatriz. 
21
2. Se essa abrasão ou queimadura ocorrer na pele, o cirurgião-dentista deverá 
aconselhar o paciente a mantê-la coberta com pomada antibiótica. Essas 
abrasões normalmente levam de 5 a 10 dias para cicatrizarem. Cicatriz ou 
descoloração permanente da pele afetada podem ocorrer, mas são limitadas 
pelo próprio cuidado com a ferida.
ENFISEMA SUBCUTÂNEO
O enfisema subcutâneo é relativamente raro, sendo provocado pela penetração 
de ar ou outros gases para dentro dos tecidos moles, resultando na distensão 
da pele ou mucosa. As causas mais comuns se relacionam ao ar liberado pela 
caneta de alta rotação, usualmente utilizada para realização de ostectomias e 
odontossecções.
Clinicamente, observamos um aumento de volume na região afetada, podendo 
incluir até mesmo região infra e supraorbitária do lado correspondente. Este 
edema poderá ser repentino/imediato ou demorar alguns minutos ou horas para 
serem observados, o que pode dificultar o diagnóstico. 
Diante deste edema rápido e importante, podemos suspeitar de: enfisema 
subcutâneo, reação alérgica ou edema inflamatório. Descartamos a hipótese de 
inflamação quando não observamos alteração de cor e temperatura no local (sem 
vermelhidão ou hematoma associados) e descartamos reação alérgica quando 
outros sintomas como prurido e edema de lábios e língua, lacrimejamentos ou 
vermelhidão na pele não são observados.
Entretanto, além de todos estes achados clínico para a realização do diagnóstico 
diferencial, um sinal extremamente importante que devemos estar atentos é 
a presença de crepitação gasosa à palpação. Se, ao palparmos o aumento de 
volume, tivermos a sensação de crepitação (como se estivéssemos tocando em 
uma esponja), estamos frente a um caso de enfisema subcutâneo.
22
Figura 11 – Aspecto clínico de enfisema subcutâneo.
 
Fonte: Guimarães et al. (2010).
Como agir frente a um enfisema subcutâneo?
1. O enfisema subcutâneo geralmente é reabsorvido espontaneamente, 
permanecendo por um período de uma a três semanas.
2. Devemos prescrever medicação analgésica, antibiótica (por 7 dias) e anti-
inflamatória (ex: dexametasona, via oral, 4 mg de 12/12 horas, por 5 dias).
3. Orientar o paciente que espirre de boca aberta para evitar nova entrada de ar 
na região do enfisema (pelo aumento da pressão durante o espirro).
4. Acompanhar rigorosamente o paciente no período pós-operatório, 
observando suas funções cardiorrespiratórias. O diagnóstico precoce de 
eventuais complicações é crucial, pois estas podem se tornar graves. Caso o 
edema evolua para a região cervical ou caso o paciente apresente dificuldade 
respiratória/alterações na frequência cardíaca, este deverá ser encaminhado a 
um serviço de emergência.
23
LESÃO A ESTRUTURAS NERVOSAS REGIONAIS
Nervo nasopalatino
Pode ser seccionado durante a criação de um retalho palatino. A área de inervação 
sensorial desse nervo é relativamente pequena e a reinervação das áreas afetadas 
normalmente ocorre rapidamente. Portanto, pode ser cirurgicamente seccionado 
sem sequelas de longa duração.
Nervo mentoniano
No caso de lesão a este nervo, o paciente apresentará parestesia do lábio e mento 
ipsilateral. Se o nervo mentoniano for seccionado/dilacerado, é bem provável que 
sua função não se reestabeleça e que o paciente fique num estado permanente 
de parestesia. 
Caso a abordagem cirúrgica nessa região seja imprescindível, é necessário alertar 
o paciente previamente.
Se um retalho em “L aberto” for utilizado na área do nervo mentoniano, a incisão 
relaxante deve ser realizada mais anteriormente, o mais distante possível para 
evitar o rompimento de alguma porção do nervo mentoniano. 
Nervo lingual
Este nervo raramente se regenera se tiver sido seriamente traumatizado. 
Incisões feitas na região retromolar da mandíbula devem ser realizadas com 
cautela pela proximidade desse nervo. Por isso, incisões feitas para exposição 
cirúrgica de um terceiro molar inferior devem ser feitas mais para a área vestibular 
da mandíbula, como exemplificado no módulo 4.
24
Nervo alveolar inferior
O lugar mais comum para esse tipo de lesão é a área de terceiros molares inferiores. 
A remoção de um 3º molar pode contundir ou lacerar este nervo, por isso é 
importante informar rotineiramente os pacientes durante o pré-operatório que 
isso é possível. 
LESÃO À ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 
A remoção dos terceiros molares inferiores frequentemente requer utilização 
de alguma força. Se a mandíbula for inadequadamente suportada durante o 
procedimento para contrabalançar as forças, o paciente pode experimentar 
sensação dolorosa nessa região. 
Como prevenir?
 9 O cirurgião-dentista ou ASB/TSB (auxiliar ou técnico em saúde bucal) devem 
apoiar a mandíbula do paciente, suportando a parte inferior da basilar 
mandibular durante a luxação dentária.
 9 Se o paciente reclamar de dor na área da ATM imediatamente após o 
procedimento de extração, o cirurgião-dentista deve recomendar o uso de 
compressas úmidas na região da ATM, repouso mandibular, dieta leve e 
medicação (ibuprofeno 400mg de 8 em 8h por 5 dias).
25
FRATURA MANDIBULAR
A fratura da mandíbula durante a extração é uma complicação rara e está associada 
quase exclusivamente à remoção cirúrgica dos terceiros molares inferiores. 
Normalmente, é o resultado de uma aplicação de força excessiva para a remoção do 
dente. No entanto, quando os terceiros molares inferiores estão profundamente 
retidos, mesmo pequenas quantidades de força podem causar fratura.
Ainda, nos casos de mandíbulas muito atróficas, as fraturas podem ocorrer 
mesmo sem que uma força excessiva seja aplicada. 
Figura 12 – Fratura mandibular após exodontia de terceiro molar.
 
Fonte: Grau-Manclús et al. (2011)
 
Encaminharpara o serviço de 
referência para que o cirurgião-dentista 
bucomaxilofacial possa realizar o tratamento 
correto.
Em caso de fratura 
mandibular
26
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
ALVEOLITE
É a complicação pós-operatória mais frequente envolvendo o alvéolo dentário. 
Caracterizada por dor localizada que se potencializa entre o 3º e 4º dia pós-
operatórios, irradiando na região.
A infiltração traumática, rápida ou com volume excessivo de líquido poderá 
produzir necrose tecidual e, assim, gerar uma infecção. Como outras causas temos 
falhas na cicatrização, abordagens invasivas/traumáticas e falta de cuidado no 
período pós-operatório por parte do paciente.
Devemos também estarmos atentos aos pacientes com comprometimento 
sistêmico (como diabetes, HIV+ com carga viral detectável, fumantes, geriátricos 
e algum outro tipo de imunodepressão), pois estes desenvolvem infecção pós-
operatória com maior frequência.
Ao exame clínico, observamos os sinais típicos de infecção: surgimento de febre, 
aumento do edema, eritema da pele, gosto desagradável na boca e piora da dor 
três a quatro dias após a cirurgia. Ao exame físico intrabucal, podemos observar 
ferida óssea alveolar exposta com odor fétido, presença de secreção purulenta 
advinda do alvéolo dentário e ferida cirúrgica desprotegida total ou parcialmente 
do coágulo.
27
Como prevenir?
 9 Cirurgia mais atraumática possível.
 9 Manter a biossegurança e evitar a contaminação na ferida cirúrgica.
 9 Irrigação abundante da ferida operatória após o procedimento cirúrgico 
(principalmente nos casos de exodontia de 3ºs molares e abordagens mais 
traumáticas).
 9 Bochecho com clorexidina aquosa 0,12% no pré-operatório imediato e nos 7 
dias pós-operatórios.
 9 Orientações adequadas para o paciente quanto ao seu pós-operatório.
Como agir frente a um caso de alveolite?
1. Avaliação do caso para verificar a gravidade da infecção.
2. Prescrição de antibioticoterapia.
3. Orientar o paciente a realizar irrigação do alvéolo com água oxigenada diluída 
de 4 a 5x/dia por 4 dias.
4. Reavaliar o paciente em 4 dias.
5. Se necessário, manter água oxigenada por 7 dias.
1 porção de água 
oxigenada 10 
volumes a cada 3 
porções de água.
28
Em alguns casos, o tratamento com antibioticoterapia não será suficiente:
- Presença de ampla necrose tecidual no alvéolo dentário.
- Presença de ALVEOLITE SECA.
Coágulo ausente ou extremamente desorganizado. Ao exame clínico, 
observamos um alvéolo “vazio”.
Pela ausência de tecido no interior do alvéolo, as paredes ósseas ficam 
expostas e geram dores intensas e resistentes à analgesia convencional.
Como agir frente a casos de alveolite seca ou com ampla necrose tecidual?
1. Anestesia local.
2. Remoção de sutura.
3. Irrigação, curetagem e limpeza da ferida.
4. Nova sutura do alvéolo.
5. Prescrição de antibioticoterapia.
29
DEISCÊNCIA DE SUTURA
É a separação das bordas da ferida cirúrgica pela abertura ou rompimento dos 
pontos de sutura.
As causas para deiscência de sutura podem estar associadas a: 
• Retalho reposicionado e suturado em região sem adequada regularização 
óssea. 
• Retalho reposicionado e suturado em região sem suporte ósseo (ex: onde foi 
realizada o ostectomia).
• Bordas da ferida suturadas sob muita pressão, causando isquemia nas margens.
Como prevenir?
 9 Utilizar técnicas assépticas.
 9 Realizar cirurgia atraumática.
 9 Não suturar sob a área de ostectomia.
 9 Suturar sem tensão.
Como agir frente a uma deiscência de sutura?
1. Deixar a área cicatrizar sozinha, apresentando um retardo na cicatrização e 
podendo gerar dor e desconforto pós-operatórios por mais tempo. 
2. Caso a exposição tecidual esteja ocorrendo pela presença de espícula óssea, 
há indicação de debridamento e regularização óssea (com uso de lima para 
osso ou brocas).
30
EDEMA
- Pode ser causado por: trauma durante a injeção anestésica, infecção, alergia 
ao anestésico (pode ser potencialmente fatal), hemorragia, injeção de soluções 
irritantes (ex: resquícios do álcool utilizado para assepsia de anestubes ou agulhas), 
procedimentos cirúrgicos invasivos (com rebatimento de retalho, ostectomia e 
odontossecção) e angioedema hereditário.
- O edema chega ao seu máximo em 36 a 48 horas após o procedimento cirúrgico 
e reduz, usualmente, até o final da primeira semana.
Figura 13 - Edema em pós-operatório de terceiro molar superior.
 
Fonte: Hupp (2015).
Como prevenir?
 9 Aplicação de gelo em face nas primeiras 24 horas.
 9 Deitar com a cabeceira elevada (explicar para o paciente que deve dormir com 
mais de um travesseiro).
 9 Não realizar atividade física. 
 9 Seguir com as demais recomendações pós-operatórias.
31
Como agir frente a um caso de edema pós-operatório?
1. Sempre explicar que o edema é um evento compatível com o período e que 
ele terá seu pico no 2º e 3º dias pós-operatórios.
2. Caso o edema seja muito incômodo para o paciente, orientar a realização de 
calor úmido no local a partir do 5º dia pós-operatório.
3. Monitoramento de possíveis infecções, ou seja, solicitar ao paciente que entre 
em contato caso o edema esteja também associado a febre, dor latejante e 
gosto desagradável na boca.
TRISMO
Resulta do trauma e da inflamação envolvendo os músculos da mastigação. Pode 
estar associado com trauma direto da agulha nas fibras musculares, injeção rápida 
ou volume excessivo do anestésico, movimentos de lateralidade com a agulha ou 
por origem infecciosa.
Remoções cirúrgicas de terceiro molar inferior retido usualmente resultam em 
algum grau de trismo, porque a resposta inflamatória ao procedimento cirúrgico 
é generalizada e envolve diversos músculos da mastigação.
Como agir frente a uma limitação significativa de abertura de boca após um 
procedimento cirúrgico?
1. Aplicação de calor úmido após 72h de período pós-operatório.
2. Prescrição de relaxantes musculares.
3. Fisioterapia e exercícios de abertura, fechamento e lateralidade da mandíbula.
32
HEMATOMA
É a coleção de sangue nos espaços extracelulares que pode ser causado pelo 
trauma direto da agulha ou de algum instrumental em um vaso sanguíneo durante 
o transcirúrgico.
O hematoma ocorre com maior frequência em pacientes em uso de antiagregante 
plaquetário ou anticoagulante e portadores do coagulopatias. E tem regressão 
espontânea entre 7 e 14 dias.
Como agir frente a um hematoma imediato?
Quando o aumento de volume se torna evidente durante ou imediatamente após 
a injeção de anestésico local ou de um trauma por outro instrumental, deve-se 
aplicar pressão direta no local da hemorragia por no mínimo 2 minutos.
Como agir frente a um hematoma no período pós-operatório?
1. Controle da dor.
2. Monitoramento de possíveis infecções (os hematomas aumentam a incidência 
de infecção da ferida cirúrgica).
3. Possibilidade de aplicação de calor úmido após 72h da cirurgia (para acelerar 
a reabsorção do hematoma).
33
HEMORRAGIA PÓS-OPERATÓRIA
Mesmo após a obtenção da hemostasia primária (no pós-operatório imediato), 
os pacientes podem ocasionalmente entrar em contato com cirurgião-dentista 
por motivo de sangramento na área da extração. A razão do sangramento é 
usualmente algum tipo de trauma secundário, exposição ao calor (sol, fogão ou 
cigarro) ou realização de atividade física.
Como agir frente a um caso de hemorragia pós-operatória?
1. O paciente deve ser instruído a inserir uma gaze dobrada sob o alvéolo e mordê-
la firmemente. Ele deve repousar por 30 minutos, mordendo firmemente a 
gaze e realizando aplicação de gelo (crioterapia).
2. Se o sangramento for contínuo e persistir mesmo após crioterapia e compressão 
com gaze, o cirurgião-dentista deverá chamar paciente ao consultório. Todo 
o sangue, saliva e fluidos devem ser aspirados da boca. O cirurgião deve 
observar o local de sangramento cuidadosamente sob uma iluminação efetiva 
para determinar com precisão a fonte da hemorragia. 
3. O local do sangramento deverá ser coberto com gaze úmida e dobrada, 
mantida sobre o localcom firmeza e pressão dos dedos do cirurgião-dentista 
por no mínimo cinco minutos. Essa medida é suficiente para controlar a maior 
parte dos sangramentos.
4. Se cinco minutos de compressão não controlarem o sangramento, o cirurgião-
dentista deve administrar anestesia local com vasoconstritor (de preferência, 
epinefrina) para que o alvéolo possa ser tratado mais agressivamente. O 
profissional deverá curetar suavemente o alvéolo e aspirar todas as áreas do 
34
antigo coágulo sanguíneo. Após limpeza do alvéolo, deve-se realizar inspeção 
cuidadosa e as mesmas medidas descritas para sangramento transoperatório 
devem ser aplicadas aqui. O uso de algum agente químico ou biológico 
hemostático deve ser considerado (descritos na apostila de complicações 
transoperatórias).
5. O paciente deve receber novamente as instruções pós-operatórias. E, antes 
de ser liberado do consultório, o cirurgião-dentista deve monitorar o paciente 
por no mínimo 30 minutos a fim de assegurar que a hemostasia adequada seja 
alcançada.
6. Se a hemostasia não for obtida por nenhuma medida local, a procura por 
atendimento de urgência em serviço hospitalar de referência deve ser 
realizado. 
No caso de pacientes com coagulopatias, o sangramento pós-operatório é 
mais esperado e deve ter atenção especial. O profissional deverá realizar 
a mesma abordagem do que em casos de hemorragia em pacientes sem 
coagulopatias, mas se perceber que o sangramento não está sendo estancado, 
um serviço de referência deverá ser procurado com maior urgência!
35
PARESTESIA OU ANESTESIA PERSISTENTE
É a perda de sensibilidade de uma região causada por lesão da estrutura do 
nervo. Esta lesão ao nervo pode ser causada por trauma da agulha durante a sua 
inserção/remoção dos tecidos, hemorragias no interior ou ao redor da bainha 
neural e injeção ou infiltração de soluções anestésicas alteradas contendo álcool 
ou outras substâncias usadas para a assepsia dos tubetes. Recomenda-se também 
evitar o uso do anestésico articaína para bloqueio do nervo alveolar inferior.
A resolução espontânea da parestesia é esperada e ocorre em um período 
aproximado de 8 semanas. Entretanto, o efeito poderá durar até 24 meses.
Caso seja diagnosticado no período pré-operatório a proximidade do dente a 
ser extraído com algum nervo, o paciente deverá ser avisado e estar ciente da 
abordagem. Ainda, nestes casos de proximidade, a odontossecção é uma boa 
opção para evitar que raízes rompam alguma estrutura nervosa.
Como agir frente a um caso de parestesia?
1. Fisioterapia.
2. Terapia com laser de baixa intensidade.
3. Prescrição de vitamina B1 (ação antineurítica/inflamação de nervos) e B12 
(antinevrálgica/combate à dor neural) – além destas ações, a vitamina B 
também participa da formação da bainha de mielina que reveste as fibras 
nervosas.
36
PÓS-OPERATÓRIO DE REMOÇÃO CIRÚRGICA DE DENTE 
RETIDOS 
A experiência pós-operatória usual de um paciente após a remoção de um 
dente retido é mais complicada que uma extração de rotina:
• O paciente pode esperar uma quantidade moderada de edema na área 
da cirurgia por 3 ou 4 dias, podendo se estender até 7 dias. 
• Uma quantidade moderada de desconforto quase sempre é seguida ao 
procedimento, que pode ser efetivamente controlado com analgésicos 
orais potentes. Pacientes normalmente necessitam de analgésicos 
potentes por 2 ou 3 dias.
• O paciente pode ter alguma sensibilidade suave por mais de 2 ou 3 
semanas após a cirurgia. 
• Pacientes que tenham realizado remoção de terceiros molares inferiores 
frequentemente têm trismo de suave a moderado. O trismo gradualmente 
se resolve e a limitação de abertura de boca deve retornar ao normal 7 a 
10 dias após a cirurgia. 
• Se dor, edema e trismo não melhorarem consideravelmente cerca de 7 
dias após a cirurgia, o cirurgião-dentista deverá investigar o porquê. 
• Todas as sequelas da remoção cirúrgica de dentes retidos são de menor 
intensidade nos jovens (menores de 30 anos) e em pacientes saudáveis.
 
37
EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO
Até o momento, exemplificamos complicações no âmbito local, ou seja, envolvendo a região da cirurgia. A partir de agora, falaremos 
sobre emergências médicas que podemos presenciar durante o atendimento odontológico. As emergências médicas são situações 
clínicas que, se não tratadas, podem colocar em risco a vida do nosso paciente. Para isso, devemos estar preparados, enquanto 
profissionais de saúde, para realizar este pronto-atendimento até que uma equipe treinada e capacitada chegue ao nosso encontro. 
Logo abaixo, descrevemos algumas situações clínicas que se caracterizam como emergências médicas e organizamos fluxogramas 
que demonstrarão o passo-a-passo do atendimento socorrista.
Após a constatação de sinais e sintomas não usuais no nosso paciente, o primeiro passo é o RECONHECIMENTO DOS SINAIS E 
SINTOMAS. Ao diagnosticarmos a emergência médica, seguimos o protocolo de cada fluxograma correspondente.
Reconhecimento dos sinais e sintomas
Dificuldade para realizar 
movimentos respirató-
rios. Observo engasgo, 
tosse, falta de ar ou 
respirações rápidas e 
profundas.
Falta de resposta ao 
estímulo, perda dos 
reflexos protetores, 
incapacidade de manter 
a via aérea e desmaio.
Paciente relata sensa-
ção de aura. Logo após, 
observo perda de cons-
ciência, contrações mus-
culares generalizadas e 
apertamento dentário.
Perda da consciência, 
ausência de movimentos 
respiratórios e ausência 
de pulso
DIFICULDADE 
RESPIRATÓRIA
ALTERAÇÃO OU PER-
DA DA CONSCIÊNCIA
CONVULSÃO PARADA CARDIORRES-
PIRATÓRIA
38
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA
ETAPA 1: RECONHECIMENTO DA DIFICULDADE RESPIRATÓRIA
Material odontológico aspirado pelo 
paciente (sensação de engasgo) 
Respiração rápida, profunda e des-
controlada
Tosse, falta de ar e sibilos (chiado ca-
racterístico de paciente asmático)
 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR 
CORPO ESTRANHO
 HIPERVENTILAÇÃO ASMA
Objeto aspirado/engolido pelo paciente
Rapidamente, o paciente deve ser posicionado de lado com a cabeça mais para baixo que o 
tronco e com a parte superior do corpo pendendo para um lado da cadeira.
↓
Devemos estimular o paciente a tossir
↓
Caso o objeto não seja expelido, podemos utilizar o sugador odontológico (se possível com 
bomba a vácuo) na tentativa de aspirar o material
Fonte: Malamed (2016).
39
INSUCESSO NAS TENTATIVAS DE TOSSE E DE ASPIRAÇÃO
Objeto foi deglutido e 
passa para o esôfago 
sem maiores transtornos
Objeto foi aspirado, 
mas é pequeno o sufi-
ciente para passar pela 
laringe sem causar uma 
obstrução
O objeto continua pela 
traqueia até atingir o 
pulmão.
Ainda que uma situação de emergência potencialmente 
fatal não exista imediatamente, certos passos devem ser 
dados rapidamente para assegurar o manejo correto.
O cirurgião-dentista deve acompanhar o paciente (se 
possível) para o serviço hospitalar de emergência mais 
próximo para realizar tomadas radiográficas.
Em qualquer situação na qual o objeto é encontrado 
dentro do trato gastrintestinal ou do tórax, a assistência 
médica deve ser requerida. 
Objeto foi aspirado e está causando uma obstrução 
parcial ou total das vias aéreas do paciente
PARCIAL: 
podemos observar tosse, 
chiado, início de dificul-
dade respiratória, altera-
ção na voz e possível de-
sorientação
TOTAL: 
incapacidade de falar, 
respirar e tossir. Com 
o passar dos minutos, 
podemos observar per-
da de consciência e até 
mesmo perda dos sinais 
vitais
1º PASSO: ligar para o serviço de emergência (192) e ini-
ciar protocolos de suporte básico de vida (manutenção 
de via aérea, checagem de circulação e respiração, con-
forme demonstrado no item parada cardiorrespiratória)
 A obstrução total pode evoluir para casos extremamen-
te graves em questão de minutos.
2º PASSO: realizar procedimentos não invasivos para 
tratamento de obstrução aguda de via aérea.
40
2º PASSO: Procedimentos não invasivos para tratamento de obstrução aguda de via aérea.
Compressão abdominal (manobrade Heimlich): é a primeira escolha para o alívio da obstrução das vias aéreas em adultos e crianças 
acima de 1 ano de idade.
1. Posicione-se atrás do paciente e envolva-o com seus braços 
ao redor da cintura e abaixo dos braços dele. 
2. Mantenha uma posição estável de modo que você não caia 
para trás ou para os lados durante o procedimento. 
3. Feche uma das mãos. 
4. Posicione essa mão fechada contra o abdome do paciente. 
Essa mão deve permanecer na altura média do abdome.
5. Apreenda a mão que está fechada com a outra mão e pres-
sione rápida e fortemente a mão fechada contra o abdome 
fazendo movimentos para dentro e para cima. 
6. Repita essas compressões para dentro e para cima até que 
o objeto seja expelido 
7. Cada compressão deve ser forte o suficiente para deslocar 
o corpo estranho. 
Fonte: De Chapleau (2004).
41
Compressão torácica: recomendadas para pacientes grávidas ou obesos cujo abdômen é difícil de envolver com os braços. 
1. Posicione-se atrás do paciente e coloque seus braços diretamente por baixo das 
axilas do mesmo, envolvendo seu tórax.
2. Apreenda uma das suas mãos com a outra mão, posicionando seu polegar no 
meio do esterno do paciente.
3. Mantenha uma posição estável de modo que você não caia para trás ou para os 
lados durante o procedimento. 
4. Realize compressões para dentro até que o objeto seja expelido.
 
Golpe nas costas: ainda permanecem como parte integrante do protocolo de controle das vias aéreas obstruídas nos bebês. 
1. O bebê deve ser encaixado no braço do socorrista com a cabeça abaixo do nível 
do corpo e sua cabeça deve ser sustentada pelo socorrista firmemente, cuja 
mão deve estar posicionada no mento do bebê. 
2. Usando o “calcanhar” da mão, o socorrista deve dar até cinco golpes fortes en-
tre as escápulas do bebê enquanto apoia o mesmo em sua coxa.
Fonte: De Chapleau (2004).
Fonte: De Chapleau (2004).
42
Na maioria dos pacientes, as técnicas não invasivas descritas anteriormente alcançam uma alta taxa de sucesso.
Entretanto, existem situações nas quais estas manobras são ineficazes e os procedimentos invasivos podem se tornar necessários.
Conforme orientação anterior, o serviço de emergência deve ser contato assim que o profissional reconheça a obstrução da via 
aérea. 
As duas manobras invasivas mais utilizadas para desobstrução de via aérea são a traqueostomia e a cricotireoidostomia e devem ser 
realizadas por profissionais capacitados. 
Por este motivo, assim que o paciente apresentar sinais de obstrução, o profissional já deverá contatar o serviço de emergência, para 
que os mesmos estejam presentes em caso de não haver sucesso com as manobras não invasivas.
43
 HIPERVENTILAÇÃO
O QUE É? Ventilação em excesso em relação àquela necessária para manter níveis normais de O² e CO² no sangue.
A ansiedade aguda é o maior fator predisponente para a hiperventilação. As causas orgânicas são: dor, acidose metabólica, intoxi-
cação por medicamentos, hipercapnia, cirrose e desordens do sistema nervoso central.
QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS? O paciente apresenta respiração rápida, profunda e descontrolada e pode relatar palpitações, 
aperto no peito e sensação de sufocamento.
↓
O aumento na apreensão leva a um aumento na gravidade do quadro e um círculo vicioso se inicia. 
O objetivo do manejo desta situação é quebrar este círculo.
Se o paciente não for controlado pronta e precisamente, pode ocorrer uma síncope.
O QUE FAZER EM CASOS DE HIPERVENTILAÇÃO?
1º PASSO - Interrupção do procedimento odontológico: a provável causa da crise deve ser removida do campo de visão do paciente.
2º PASSO - Colocar o paciente em posição vertical: normalmente, esta posição é mais confortável que a supina para estes casos.
3º PASSO - Tranquilizar o paciente: de uma forma calma e segura, o paciente deve ser encorajado a respirar devagar, em uma 
frequência de 4 a 6 respirações por minuto, se possível.
A maioria dos casos se estabilizam até o 3º passo. Se não houver melhora, partir para o 4º passo.
44
4º PASSO - Correção da alcalose respiratória: o paciente deve ser auxiliado a aumentar seu nível de CO² sanguíneo.
Como fazer? Instruir o paciente a envolver boca e nariz com as mãos e 
respirar normalmente (inspirar e expirar). Além de elevar os níveis de 
CO², o ar exalado, por ser morno, esquenta as mãos frias ao entrar em 
contato com elas, acalmando o paciente e aliviando um dos sintomas 
da hiperventilação.
Fonte: Malamed (2016).
Caso não haja estabilização do quadro, algo que é extremamente raro de acontecer, podemos lançar mão de uso de medicamentos. 
Além disso, devemos contatar o serviço de emergência (192).
5º PASSO – Uso de medicação: medicamentos de escolha nestes casos são os benzodiazepínicos midazolam ou diazepam.
45
 ASMA
Tosse, falta de ar e sibilos (chiado característico de paciente asmático)
Interromper o tratamento odontológico
Posicionar o paciente confortavelmente (geralmente sentado) e tranquilizá-lo
Administrar broncodilatador. 
Após realizarmos anamnese e identificarmos que estamos frente a um paciente asmático, 
devemos solicitar que o mesmo traga seu broncodilatador de rotina para o atendimento 
odontológico, visto que a ansiedade frente a qualquer procedimento poderá ser o gatilho 
para uma crise asmática.
Fonte: Malamed (2016).
Ligar para emergência (192) para que seja realizado tratamento de urgência para episódios 
mais graves de crise de asma, como o uso de medicamentos via parenteral ou intravenosos.
Caso não haja resolução da crise, pode ser esta possa 
estar mimetizando um episódio mais grave de asma
46
ALTERAÇÃO OU PERDA DA CONSCIÊNCIA
Pele fria e úmida ao toque, 
palidez, fraqueza, tontura, 
tremores nas mãos, dor de 
cabeça e alteração do nível 
de consciência
Sensação de calor no pes-
coço e na face, palidez, pele 
úmida ou suor frio, sensa-
ção de mal-estar, podendo 
relatar náusea.
Evolução da pré-síncope 
através de dilatação pupilar, 
mãos e pés frios, hipoten-
são, distúrbios visuais, ton-
tura e perda da consciência
Queda de PA quando o paciente 
tem uma mudança na posição 
postural (ex: estava deitado por 1 
hora e, de repente, levanta).
Pode ocorrer visão turva, tontura 
ou perda da consciência. 
HIPOGLICEMIA PRÉ-SÍNCOPE/ 
LIPOTÍMIA
SÍNCOPE VASOVAGAL
HIPOTENSÃO 
POSTURAL
Verificar consciência 
(chamar o paciente)
Posição supina com 
elevação das pernas
Ligar para emergência e 
checar/realizar SBV
Verificar consciência 
(chamar o paciente)
Posição supina com 
elevação das pernas
Ligar para emergência e 
checar/realizar SBV
Posição supina com as per-
nas levemente levantadas. 
Além da elevação, pode-
mos realizar movimentos 
nas pernas (isto auxiliará 
no retorno venoso). 
Observar circulação, 
via aérea e respira-
ção (SBV)
Paciente
inconsciente
Posição 
supina
Ligar para emer-
gência e checar/
realizar SBV
Administrar car-
boidratos (IV ou 
IM se não houver 
melhora com VO) 
e administrar O²
Paciente
consciente
Deixar em 
posição 
confortável
Administrar car-
boidratos orais (ex: 
suco, chocolate, 
refrigerante)
Ligar para emer-
gência e checar/
realizar SBV
Se não houver 
melhora
Se não houver 
melhora
Se não houver 
melhora
* SBV: suporte 
básico de vida
47
Avaliação da segurança do socorrista
Avaliar se o ambiente onde está a vítima não oferece risco de vida para o socorrista.
Se o ambiente for perigoso, deve-se chamar o socorro e aguardar.
1
2
3
4
Local correto das compressões: metade inferior do esterno (linha intermamilar do paciente).
Colocar o “calcanhar” de uma das mãos na linha intermamilar do paciente e a outra mão sobre o dorso desta, entrelaçando os dedos. Com os braços estendi-
dos e perpendiculares ao corpo do paciente, o socorrista deve deixar que seu próprio peso comprima o tórax (numa profundida de 5cm) e retornar à posição 
original. Estas compressões devem ser rápidas (100 a 120 compressões/minuto) e sem interrupções.
CHECAGEM DE SUPORTEBÁSICO DE VIDA (SBV)
Avaliação do nível de consciência e da respiração do paciente
Ao abordar o paciente, bater levemente nos ombros e chamá-lo pelo nome e em voz alta;
Também nesta etapa é avaliada a presença de respiração normal.
Na ausência de respiração ou com um padrão irregular de respiração, considerar uma Parada 
Cardiorrespiratória e iniciar os passos a seguir.
Circulação
Observar batimentos cardíacos por 10 segundos (multiplicar o valor por 6).
Onde? artérias carótida no pescoço, radial e braquial no braço ou femoral na coxa.
Chamar o socorro
Ligar para o 192.
Fonte: Sorrentino (2008).
Valores de referência: 60 a 100 batimentos por minuto.
Na ausência de pulso, as compressões torácicas devem ser imediatamente iniciadas.
48
Se houver apenas um socorrista: manter as compressões torácicas contínuas até a chegada do suporte/socorro.
Se houver mais de um socorrista: após 30 compressões, o segundo socorrista irá realizar o passo 5 e duas ventilações (passo 6). Após 2 minutos, 
trocar as funções dos socorristas.
Posição da figura 2 + ventilação
Profissional inspira o ar, sela seus lábios nos do paciente e expira todo ar observando movimentação do tórax 
Realizar 2 manobras de ventilação a cada 30 compressões.
AS COMPRESSÕES E VENTILAÇÕES SÓ SERÃO INTERROMPIDAS CASO O PACIENTE ACORDE/SE MOVIMENTE 
OU SE O SOCORRO CHEGAR AO LOCAL.
Vias aéreas
Respiração
5
6 Enquanto estiver realizando técnica para abertura de via aérea, o profissional deverá chegar próximo à 
boca e nariz do paciente e observar se o mesmo está respirando.
Fonte: Sorrentino (2008).
Realizar abertura de via aérea.
Técnica de inclinação da cabeça e elevação do mento: colocando uma das mãos sobre a fronte do paciente 
e aplicando uma pressão firme e para trás com a palma da mão + colocar as pontas dos dois dedos 
(indicador e médio) na sínfise mandibular, levantando a mandíbula, à medida que a fronte é levantada 
para trás.
Se não estiver, profissional deverá realizar suporte de ventilação (ex: respiração boca a boca)
49
CONVULSÃO
As convulsões normalmente duram de 2 a 5 minutos.
Em quase todas crises, não há necessidade de administrarmos medicamentos, porque a maioria delas são autolimitantes.
Entretanto, se a convulsão persistir por um período demasiadamente longo (> 5 minutos), devemos:
O início imediato de uma convulsão é marcado, na maioria dos pacientes, pelo surgimento de uma aura.
Após, podemos observar os seguintes sinais e sintomas:
- Perda de consciência 
- Contrações musculares generalizadas, podendo progredir para uma rigidez
- Apertamento dentário, podendo gerar mordiscamento da língua 
Interrupção do atendimento e remoção imediata de todo e qualquer material que esteja na boca do paciente
Deite o paciente de lado (para evitar que possa se engasgar com a própria língua ou com vômito).
 Se possível, proteja a cabeça do paciente com um travesseiro ou algo macio.
Remova todos objetos que estiverem por perto (evite que o paciente se machuque).
Solte as roupas apertadas do paciente.
NÃO tente imobilizar o paciente, colocar a mão/pano na boca do paciente ou alimentar/jogar água no paciente
Ligar para emergência (192)
50
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
É composta de duas entidades específicas: parada pulmonar e parada cardíaca. 
Estas podem ser iniciadas por presença de doença cardiovascular prévia (ex: angina, arritmias, insuficiência cardíaca), trauma, obstrução 
de via aérea, estresse e entre outros. Alguns indivíduos, como os que apresentam alguma comorbidade prévia, são mais suscetíveis; 
entretanto, devemos estar atentos a qualquer sinal, pois uma “simples” obstrução de via aérea por material odontológico deglutido poderá 
dar início a uma
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA.
A parada cardíaca refere-se à cessação da 
circulação ou à circulação insuficiente para 
sustentar a vida
A parada pulmonar/respiratória ocorre com 
a cessação do movimento respiratório eficaz
Como sinais e sintomas, podemos observar: dor torácica, dificuldade res-
piratória, suor frio, sensação de palpitação, visão turva e tontura
Perda da consciência
Ausência de movimentos respiratórios
Ausência de pulsos em grandes artérias (femoral e 
carótida) ou de sinais de circulação
Estes sintomas evoluem e poderão causar uma Parada 
Cardiorrespiratória, que é caracterizada pela tríade
51
O QUE FAZER?
1º passo: RECONHECIMENTO da parada cardiorrespiratória, avaliar 
SEGURANÇA do local, avalie a RESPONSIVIDADE do paciente e 
CONTATO IMEDIATO com equipe de emergência (192)
2º passo: Suporte Básico de Vida (SBV)
Checagem de circulação/pulso
Compressões torácicas (100 a 120/minuto)
Manutenção de via aérea
Suporte de ventilação (2 ventilações a cada 30 compressões torácicas)
3º passo: Desfibrilação
4º passo: Suporte avançado de vida
52
REFERÊNCIAS
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Biológicas, Salvador, v.7, n.3, p. 305-309, set./dez. 2008.
DE CHAPLEAU, W. Emergency first responder: making the difference. St. Louis: Mosby, 
2004.
GONZALEZ, M.M. et al. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados 
Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos 
Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.101, n. 2, supl. 3, ago 2013.
GRAU-MANCLÚS, V. et al. Mandibular Fractures Related to the Surgical Extraction of 
Impacted Lower Third Molars: A Report of 11 Cases. Journal of Oral and Maxillofacial 
Surgery, v. 69, p. 1286-1290, 2011.
GUIMARÃES, B.R. et al. Enfisema subcutâneo durante a remoção de terceiros molares: 
aspectos de interesse ao cirurgião-dentista. RFO UPF, Passo Fundo, vol.15, n.2, p. 165-
170, 2010. 
HUPP., J.R. Controle pós-operatório do paciente. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; TUCKER, 
M.R. (orgs.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
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EQUIPE RESPONSÁVEL
Coordenação Geral
Roberto Nunes Umpierre
Marcelo Rodrigues Gonçalves
 
Gerência do projeto
Ana Célia da Silva Siqueira
 
Coordenação Executiva
Rodolfo Souza da Silva
 
Responsável Teleducação
Ana Paula Borngräber Corrêa
 
Gestão educacional
Ylana Elias Rodrigues
Coordenação do curso
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Conteudistas
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Elaboração de questionários e testes
Adriana Corsetti
Angelo Luiz Freddo
Taíse Simonetti 
Gravação das etapas cirúrgicas
Adriana Corsetti
Carlos Eduardo Baraldi
Bruna PiresPorto
Camila Longoni
Luiza Bastos Nozari
Taíse Simonetti
Revisores
Angelo Luiz Freddo
Carlos Eduardo Baraldi
Deise Ponzoni
Vinicius Coelho Carrard
Revisão ortográfica
Ana Paula Borngräber Corrêa
Angélica Dias Pinheiro
Normalização
Geise Ribeiro da Silva
Projeto gráfico
Lorenzo Costa Kupstaitis
Diagramação e Ilustração 
Davi Perin Adorna
Lorena Bendati Bello 
Michelle Iashmine Mauhs
Pedro Vinícius Santos Lima 
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Filmagem/ Edição/Animação
Héctor Gonçalves Lacerda
Luís Gustavo Ruwer da Silva
Camila Alscher Kupac 
Divulgação
Angélica Dias Pinheiro
Camila Hofstetter Camini
Carolina Zanette Dill
Laíse Andressa de Abreu Jergensen
Dúvidas e informações sobre o curso
Site: www.telessauders.ufrgs.br
E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br
Telefone: 51 3308-2098 ou 51 3308-2093
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