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Aula 06
Direito Processual Civil p/ OAB 1ª Fase
XXXII Exame - Com Videoaulas
Autor:
Ricardo Torques
Aula 06
10 de Março de 2020
 
 
 
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Sumário 
Considerações Iniciais ......................................................................................................................................... 5 
1 - Introdução ao Estudo dos Procedimentos Especiais ....................................................................................... 5 
1.1 - Modelos de processo nos procedimentos específicos ............................................................................. 5 
1.2 - Fungibilidade dos procedimentos .......................................................................................................... 6 
1.3 - Tipicidade, déficit e flexibilização procedimental ................................................................................. 7 
2 - Ação de Consignação em Pagamento .......................................................................................................... 7 
2.1 - Hipóteses de cabimento ......................................................................................................................... 8 
2.2 - Obrigações consignáveis........................................................................................................................ 9 
2.3 - Consignação extrajudicial .................................................................................................................... 10 
2.4 - Consignação judicial ............................................................................................................................ 11 
3 - Ação de Exigir Contas ................................................................................................................................ 14 
4 - Ações Possessórias....................................................................................................................................... 16 
4.1 - Introdução ............................................................................................................................................ 16 
4.2 - Disposições Gerais ............................................................................................................................... 18 
4.3 - Manutenção e da Reintegração de Posse ............................................................................................ 20 
4.4 - Ação possessória em conflitos coletivos por imóvel .............................................................................. 21 
4.5 - Interdito Proibitório .............................................................................................................................. 22 
5 - Ação de Divisão e da Demarcação de Terras Particulares ........................................................................ 25 
5.1 - Disposições Gerais ............................................................................................................................... 25 
6 - Inventário e partilha .................................................................................................................................... 26 
6.1 - Disposições Gerais ............................................................................................................................... 27 
6.2 - Legitimidade para Requerer o Inventário ............................................................................................ 28 
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6.3 - Inventariante e das Primeiras Declarações .......................................................................................... 28 
6.4 - Citações e Impugnações ....................................................................................................................... 31 
6.5 - Avaliação e Cálculo do Imposto .......................................................................................................... 32 
6.6 - Colações ............................................................................................................................................... 33 
6.7 - Pagamento das Dívidas ....................................................................................................................... 33 
6.8 - Partilha ................................................................................................................................................. 35 
6.9 - Arrolamento ......................................................................................................................................... 39 
7 - Embargos de Terceiro ................................................................................................................................. 39 
8 - Oposição ..................................................................................................................................................... 41 
9 - Habilitação ................................................................................................................................................. 42 
10 - Ações de Família ....................................................................................................................................... 42 
11 - Ação Monitória ......................................................................................................................................... 44 
12 - Procedimentos de Jurisdição Voluntária ................................................................................................... 48 
13 - Teoria Geral da Execução ........................................................................................................................ 54 
13.1 - Introdução .......................................................................................................................................... 54 
13.2 - Princípios ............................................................................................................................................ 54 
13.3 - Disposições Gerais do NCPC ............................................................................................................. 56 
13.4 - Legitimidade ...................................................................................................................................... 61 
13.5 - Competência ...................................................................................................................................... 66 
13.6 - Requisitos ........................................................................................................................................... 67 
13.7 - Características do título executivo ..................................................................................................... 75 
13.8 - Responsabilidade patrimonial ........................................................................................................... 77 
14 - Espécies de Execução................................................................................................................................ 82 
14.1 - Disposições Gerais ............................................................................................................................. 82 
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15 - Execução para a entrega de coisa ........................................................................................................... 84 
15.1 - Entrega de Coisa Certa ..................................................................................................................... 85 
15.2 - Entrega de Coisa Incerta ...................................................................................................................87 
16 - Execução das obrigações de fazer ou de não fazer ............................................................................... 87 
16.1 - Obrigação de Fazer .......................................................................................................................... 88 
16.2 - Obrigação de Não Fazer .................................................................................................................. 88 
17 - Execução por Quantia Certa .................................................................................................................... 89 
17.1 - Introdução .......................................................................................................................................... 89 
17.2 - Disposições Gerais ............................................................................................................................. 89 
17.3 - Citação do Devedor e do Arresto ..................................................................................................... 91 
17.4 - Penhora, Depósito e Avaliação .......................................................................................................... 94 
17.5 - Expropriação de Bens ...................................................................................................................... 104 
17.6 - Satisfação do Crédito ...................................................................................................................... 110 
18 - Execução contra a Fazenda Pública ....................................................................................................... 110 
19 - Embargos à Execução ............................................................................................................................. 111 
19.1 - Introdução ........................................................................................................................................ 111 
19.2 - Ajuizamento ..................................................................................................................................... 112 
19.3 – Contagem do prazo ........................................................................................................................ 114 
19.4 - Parcelamento da execução.............................................................................................................. 115 
19.5 - Matérias arguíveis ........................................................................................................................... 116 
19.6 - Rejeição liminar dos embargos ........................................................................................................ 119 
19.7 - Efeitos dos embargos recebidos ...................................................................................................... 120 
20 - Suspensão e Extinção da Execução ........................................................................................................ 120 
20.1 - Suspensão da Execução ................................................................................................................... 120 
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20.2 - Extinção do processo de execução .................................................................................................. 121 
Considerações Finais ....................................................................................................................................... 123 
 
 
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Na aula de hoje veremos apenas um assunto, porém, essencial: 
17 – Procedimentos Especiais 
18 – Execução 
O tema de Execução é central! Além de ser um tema prático importante, é um tema bastante cobrado nos 
Exames de Ordem, por isso, estude com cuidado. 
Quanto aos procedimentos especiais, não trataremos de todos, pois eles são muito, muito pouco cobrados 
pela FGV. Trataremos apenas dos mais importantes. 
1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PROCEDIMENTOS 
ESPECIAIS 
Vamos analisar algumas regras que são aplicáveis a todos os procedimentos especiais, que (como o nome já 
indica) são procedimentos que fogem à regra do procedimento comum. 
1.1 - Modelos de processo nos procedimentos específicos 
São basicamente dois modelos de processo: 
O primeiro deles é o processo de conhecimento, que tem cunho declarativo. 
O segundo é o processo de execução, cuja atividade é satisfativa. 
Dentro do processo de conhecimento são dois os procedimentos adotados: comum, que é o padrão 
conforme estabelece o art. 318, do NCPC. Paralelamente, temos os procedimentos especiais, a partir do art. 
539, do NCPC. 
Cumpre registrar, ainda, a existência de procedimentos especiais na legislação extravagante. Cite-se a Lei de 
Ação Civil Pública, a Lei do Mandado de Segurança, as leis dos juizados, entre outras. 
No processo de execução também encontramos procedimentos comuns e específicos. 
Os procedimentos comuns são três: processo de execução para pagar, processo de execução para fazer ou 
não fazer e processo de execução para entrega de coisa. 
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Temos, entretanto, procedimentos especiais de execução, a exemplo do processo de execução de alimentos, 
processo de execução contra a Fazenda Pública, processo de execução contra o devedor insolvente. 
Sintetizando... 
 
A existência de procedimentos especiais decorre da existência de particularidade do direito material que 
justifica ou impõe a criação de tutelas diferenciadas. 
Nesse contexto, de acordo com o princípio da adequação procedimental, comanda-se ao legislador ficar 
atento às circunstâncias do direito material e, na medida do possível, criar procedimentos especiais a fim de 
tutelar as necessidades de direito material. 
1.2 - Fungibilidade dos procedimentos 
O entendimento atual, via de regra, é no sentido de que os procedimentos especiais são fungíveis, de 
modo que é possível abrir mão do procedimento especial para demandar pelo procedimento comum. 
Por exemplo, a parte poderá abrir mão do procedimento específico da ação de alimentos para propor ação 
pelo procedimento comum. Como esse procedimento não gera prejuízo à parte contrária, é admissível a 
fungibilidade. 
Contudo, temos algumas situações em que nosso sistema não admite a absorção do rito especial pelo 
procedimento comum, de modo que não são fungíveis. Isso ocorre quando houver impossibilidade de tutela 
do direito a não ser pelo procedimento especial e quando houver expressa disposição legal vedando a 
utilização do procedimento comum. 
Por exemplo, o procedimento específico do inventário e da partilha, cujos direitos não podem ser tutelados 
pelo procedimento comum. Outro exemplo está no procedimento dos juizados especiais federais (Lei nº 
P
R
O
C
ES
SO
de 
conhecimento
procedimento comum
procedimentos especiais (art. art. 539 a 770)
de execução
procedimentos 
comuns
pagar
fazer e não fazer
entregar coisa
procedimentos 
especiais
contra a Fazenda Pública
de alimentos
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10.259/2001) e de Fazenda Pública (Lei nº 12.153/2009), nos quais veda-se expressamente a utilização do 
procedimento comum. 
 
1.3 - Tipicidade, déficit e flexibilização procedimental 
Os procedimentos são típicos, porque são estabelecidos em lei. Não há, portanto, uma liberdade de forma 
em relação à definição de ritos procedimentais. Contudo, ainda que o legislador intentasse ser completo, 
sempre existirãosituações de déficit do procedimento. São situações em que não há procedimento capaz 
de tutelar adequadamente o direito material. 
Diante disso, são comuns situações no processo em que não há uma regra procedimental para situação 
prática específica. Nesse caso de déficit, o juiz poderá flexibilizar o procedimento. Com fundamento no 
princípio da adaptabilidade de ritos, o juiz tem a prerrogativa de adequar o rito a eventuais particularidades. 
2 - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
A consignação em pagamento está disciplinada entre os arts. 539 a 549, todos do NCPC, e encontra algum 
regramento também na Lei nº 8.249/1991 (Lei de Locações). Evidentemente, vamos analisar os dispositivos 
do Código, objeto do nosso estudo. 
A ação de consignação em pagamento é um procedimento específico por intermédio do qual o devedor 
destaca uma parcela de dinheiro ou um bem para quitar determinada obrigação. Em regra, o cumprimento 
da obrigação ocorre junto ao credor. Contudo, em determinadas situações, o credor poderá não receber o 
valor devido (denominada de mora accipiens) ou podemos ter dúvidas sobre quem é o devedor (mora 
incognitio). Para esses casos, a forma do devedor se “livrar” da obrigação é a consignação em pagamento. 
Vamos começar o nosso estudo pelas situações nas quais será possível se valer dessa ação específica. 
FUNGIBILIDADE
regra:
a parte poderá optar pelo 
procedimento comum, não 
obstante a existência de 
procedimento específico
exceções:
impossibilidade de tutela do 
direito a não ser pelo 
procedimento especial 
expressa disposição legal 
vedando a utilização do 
procedimento comum
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2.1 - Hipóteses de cabimento 
O cabimento da ação de consignação está disciplinado no Código Civil. Isso mesmo, conforme o art. 335, do 
CC, a ação em consignação de pagamento é cabível: 
 no caso de mora accipiens (mora na aceitação), disciplinado nos incs. I a III, do art. 335, do CC. 
As hipóteses acima são três, que envolvem a aceitação do pagamento. 
Primeiro, a parte poderá consignar em pagamento caso o credor não puder ou se recusar injustificadamente 
a receber ou dar quitação. 
Também configura hipótese de cabimento da ação de consignação em pagamento se o credor não receber 
a coisa no lugar, no tempo e na condição devidos. 
A terceira hipótese que temos é a mais comum e abrange um conjunto de situações. Há a possibilidade de 
ajuizamento da consignação em pagamento nas hipóteses em que o credor for incapaz de receber, não for 
conhecido, for declarado ausente ou residir em local incerto ou cujo acesso seja perigoso ou difícil. Nessas 
situações, o devedor não consegue identificar o devedor para realizar o pagamento. 
 no caso de incognitio, previsto nos incs. IV e V, do art. 335, do CC. 
Admite-se a consignação em pagamento quando houver dúvida em relação a quem deve receber o 
pagamento ou se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
Por exemplo, duas pessoas disputam judicialmente o recebimento de seguro de vida. A seguradora, a fim de 
dar quitação ao valor do prêmio devido, consigna em pagamento. Após a decisão do juiz sobre quem são os 
beneficiários do seguro, os valores que estarão depositados em juízo serão pagos ao real credor. 
 
Até aqui vimos o conceito e as hipóteses de cabimento. Acreditamos que essas hipóteses de cabimento não 
serão cobradas em provas, contudo, é fundamental que você as conheça para “entender” a ação. Feito isso, 
vamos iniciar o estudo dos dispositivos do NCPC referentes ao assunto. 
• credor não puder ou injustificadamente se recusar a receber;
• credor não receber a coisa no lugar, no tempo e na condição devidos;
• credor for incapaz de receber, não for conhecido, for declarado ausente ou residir em
local incerto ou cujo acesso seja perigoso ou de difícil acesso;
• houver dúvida em relação a quem deve receber o pagamento;
• pender litígio sobre o objeto do pagamento.
HIPÓTESES DE CABIMENTO DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
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2.2 - Obrigações consignáveis 
As obrigações passíveis de consignação em pagamento são: 
 obrigações de pagar quantia; e 
 obrigações de dar ou entregar. 
Não há, portanto, consignação em pagamento de obrigação de fazer ou de não fazer. Isso ocorre porque 
não é possível depositar a obrigação de fazer ou de não fazer. 
A consignação em pagamento, de acordo com a disciplina do NCPC, pode se dar na forma extrajudicial, 
perante as instituições bancárias, ou judicialmente. 
Vejamos uma questão: 
 
(FGV/OAB/2012) A respeito do procedimento especial de consignação em pagamento, é correto afirmar que 
a) poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário, oficial onde 
houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por carta com 
aviso de recepção, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. 
b) quando a consignação se fundar em dúvida sobre quem deva legitimamente receber, não comparecendo nenhum 
pretendente, o juiz julgará procedente o pedido, declarará extinta a obrigação e condenará o réu nas custas e 
honorários advocatícios. 
c) alegada insuficiência do depósito, o réu não poderá levantar a quantia ou a coisa depositada, até que seja proferida 
sentença. 
d) na hipótese de sentença que concluir pela insuficiência do depósito, ainda que seja determinado o montante devido, 
não poderá o credor promover a execução nos mesmos autos, devendo ajuizar nova demanda. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o §1º, do art. 539, do NCPC. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com os arts. 547 e 548, da Lei nº 13.105/15, se ocorrer dúvida sobre quem 
deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito 
para provarem o seu direito. Nesse caso, não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em 
arrecadação de coisas vagas; comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; comparecendo mais de um, o juiz 
declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos 
credores, observado o procedimento comum. 
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A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 545, §1º, da referida Lei, alegada a insuficiência do depósito, poderá o 
réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo 
o processo quanto à parcela controvertida. 
A alternativa D está incorreta. Com base no §2º, do art. 545, do NCPC, a sentença que concluir pela insuficiência do 
depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor 
promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. 
2.3 - Consignação extrajudicial 
Essa modalidade de obrigação é possível apenas no caso de pagamento de quantia (não sendo aplicada nas 
obrigações de dar, quando extrajudicial). Além disso, para que seja adotada, é necessário conhecer o 
endereço do credor, de modo que não poderá ser adotada nas hipóteses de incognitio, ou seja, quando 
houver dúvida em relação a quem irá receber ou quanto ao objeto do pagamento. 
Assim, para começar... 
 
Conhecendo o credor e a pessoa do credor, o devedor efetuará depósito do valor em rede bancária e, 
mediante pagamento de uma taxa, o gerente do banco determinará a notificação do credor. 
Diante dessa notificação, o credor, no prazo de 10 dias, poderá: 
1ª opção: levantamento do valor consignado; 
O levantamentoimplica a quitação, não sendo admissível cobrar, posteriormente, eventuais diferenças. 
2ª opção: inércia 
Após o decurso do prazo de 10 dias, a lei atribui ao silêncio o efeito de quitação da dívida. 
3ª opção: responder à notificação não aceitando o valor consignado. 
Esse “não aceite” independe de motivo. 
No caso de recusa, o devedor poderá, no prazo de um mês, propor a ação de consignação, sem que haja a 
necessidade de atualizar o valor com correção monetária e juros. 
• não se aplica às obrigações de dar, mas apenas às obrigações de pagar quantia;
• necessário conhecer o endereço do credor; e
• não pode haver dúvida em relação a quem irá receber ou quanto ao objeto do
pagamento.
PARA A CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL
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Assim, se ajuizado dentro do prazo de um mês, o valor considera-se atualizado desde o ajuizamento da ação. 
Após esse prazo, a parte poderá consignar judicialmente em pagamento, contudo, será necessário corrigir 
os valores e efetuar a integração dos valores relativos a juros no período. 
2.4 - Consignação judicial 
A consignação em pagamento na forma judicial será efetuada nas seguintes hipóteses: 
 Quando for frustrada a consignação em pagamento extrajudicial; 
 Quando envolver obrigação de entrega; e 
 Quando o devedor optar por tal modalidade diretamente. 
Nessas três situações, desde que dentro das hipóteses de cabimento estudadas no início, a ação de 
consignação em pagamento será realizada judicialmente. 
O art. 540, do NCPC, estabelece a regra de competência da ação de consignação em pagamento. A parte 
deve propor a ação no lugar do pagamento, conforme convencionado pelas partes. 
Por exemplo, se a obrigação tem por objeto imóvel, cujo pagamento é estabelecido no local de situação do 
bem. Neste foro, portanto, deverá ser ajuizada a ação. 
Além disso, esse art. 540, do NCPC, traz outra regra importante: 
A partir do momento em que é efetuado o depósito, consideram-se cessados juros e riscos para o devedor. 
Isso ocorre porque o devedor destacou o bem ou o valor devido para pagamento a dívida, alegando que não 
consegue efetuar o pagamento, seja porque o credor não quer receber, seja porque há dúvidas em relação 
a quem deve, efetivamente, pagar ou entregar a coisa. 
Apenas se a ação for julgada improcedente, esses juros e eventuais riscos não cessarão. Dito de outra forma, 
se o consignante (devedor) obtiver uma sentença que seja pela improcedência, responderá pela correção 
monetária, juros e eventuais riscos. Por exemplo, se o consignado (credor) não se elidiu do recebimento ou 
se ele era certo e conhecido. Nesses casos, julga-se improcedente a consignação e o credor responde pelos 
juros e os riscos. 
Em regra, a consignação em pagamento é utilizada para pagamento de um valor vencido, por exemplo, o 
pagamento de determinada de prestação de serviço já executada. Tem-se um valor a ser pago e, diante da 
dificuldade da parte de fazê-lo, consigna-se. 
Contudo, é admissível a consignação em pagamento em relação à prestação sucessiva. É o caso do 
pagamento parcelado de um determinado contrato que, ao invés de o contratante efetuar o pagamento 
global, o faz em parcelas periódicas. 
Nesses casos, consignada uma parcela já vencida, é possível que o consignante (devedor) efetue 
sucessivamente o depósito das demais prestações que forem vencendo. Deve ser observada a exigência que 
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temos no art. 541, do NCPC, ou seja, o prazo para consignar parcelas sucessivas é de 5 dias, a contar do 
vencimento da parcela. 
Ao peticionar, o consignante e o autor da ação deverá pedir o depósito do bem ou da quantia e, também, a 
citação do réu para levantar o depósito ou para apresentar a contestação. 
Na ação de consignação em pagamento de coisa determinável devemos analisar quem será responsável pela 
determinação. Se a determinação competir ao devedor (consignante), ele deverá efetuar o ato junto com a 
apresentação da petição inicial, quando fará a consignação. 
Por outro lado, se a determinação da coisa competir ao consignado (credor e réu na ação), ele deve ser citado 
da ação para, no prazo de 5 dias ou no prazo que o juiz fixar, efetuar a determinação da coisa e viabi lizar, 
com isso, o depósito do objeto. 
Definição da coisa objeto da consignação: 
 
O art. 544, do NCPC, trata da limitação da cognição no plano horizontal. O credor (e réu na cognição em 
pagamento) poderá alegar apenas os temas descritos abaixo esquematizado. 
Veja, o réu não poderá alegar tudo o que quiser. As possibilidades de defesa no âmbito da ação de 
consignação em pagamento são limitadas. Portanto, citado, ele poderá alegar que não houve recusa ou, se 
ela ocorreu, que foi justa. Poderá, ainda, alegar que o depósito não foi efetuado no lugar do pagamento e, 
por isso, viola a regra de competência para a ação em consignação. Outra via de argumentação é afirmar que 
o valor consignado não foi integral. Nesse caso, o réu da ação deverá indicar o montante que entende ser 
devido. 
Assim... 
 
Vejamos uma questão sobre o que foi tratado até aqui: 
SE DEPENDER DO AUTOR deverá fazê-lo no momento da petição inicial
SE DEPENDER DO RÉU juiz fixa prazo (ou em 5 dias) para determinação da coisa
• NÃO houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
• foi justa a recusa;
• o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
• o depósito não é integral, caso em que deverá indicar o valor que entende devido.
MATÉRIAS QUE PODEM SER ALEGADAS NA CONTESTAÇÃO
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(FGV/OAB/2013) A ação de consignação em pagamento, procedimento especial de jurisdição contenciosa, é o meio 
pelo qual o devedor ou terceiro poderá requerer a consignação da quantia ou da coisa devida com efeito de 
pagamento. 
A respeito da resposta do réu na referida ação, assinale a afirmativa correta. 
a) Por ser o réu o credor, ainda que não ofereça contestação, não estará sujeito aos efeitos da revelia, caso em que 
haverá procedência do pedido e extinção da obrigação, devendo arcar com as custas e os honorários de sucumbência. 
b) Alegado em contestação que o depósito não é integral, o autor poderá completá-lo, salvo se o inadimplemento 
acarretou a rescisão contratual, mas o réu ficará impedido de levantar o valor ou coisa depositada até que a sentença 
conclua acerca da parcela controvertida. 
c) Na contestação o réu poderá alegar que foi justa a recusa e que o depósito não é integral, e, na segunda hipótese, 
tal argumento somente será admissível se o réu indicar o montante que entende devido. 
d) Caso o objeto da prestação seja coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será citado para exercer o direito 
no prazo legal e, em vez de contestar, receber e dar quitação, a obrigação será extinta, sem condenação em custas e 
honorários. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o caput do art. 546, do NCPC, julgado procedente o pedido, o juiz 
declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. Contudo, haverá 
revelia pela não contestação. 
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 545, combinado com o §1º, do NCPC, alegada a insuficiência do depósito, 
é lícito ao autor completá-lo, em 10 dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão 
do contrato. No caso, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação 
parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 544,II, e IV, combinado com o parágrafo 
único do Código. 
A alternativa D está incorreta. Com base no caput do art. 546, do NCPC, julgado procedente o pedido, o juiz declarará 
extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. 
O art. 545, do NCPC, trata da alegação pelo réu (credor e consignado) de insuficiência do depósito. 
Uma vez apresentada a contestação, contestando o valor depositado e indicando o réu o valor que entende 
devido, o juiz irá determinar a intimação do autor para completar o valor do depósito no prazo de 10 dias. 
O autor poderá complementar o valor ou sustentar que o montante depositado é o efetivamente devido. 
Nesse caso, o réu poderá efetuar o levantamento do valor incontroverso. 
Na sentença, o juiz irá avaliar se o valor depositado está, ou não, de acordo com o valor devido. 
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Veja: 
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, EM 10 (DEZ) 
DIAS, SALVO se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do 
contrato. 
§ 1o No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, 
com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela 
controvertida. 
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que 
possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-
lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. 
O §2º trata da natureza dúplice da consignação em pagamento. Prevê a ação que a parte credora ao alegar 
que o valor é insuficiente e a sentença concluir que, de fato, o valor consignado foi insuficiente, o réu terá a 
seu favor um título executivo judicial para cobrar a diferença do crédito não consignado. 
Por outro lado, se julgada procedente a ação, o juiz irá declarar o processo extinto. 
3 - AÇÃO DE EXIGIR CONTAS 
Em relação à ação de exigir contas temos que estudar os arts. 550 a 553, do NCPC. São apenas quatro 
dispositivos, mas que possuem informações relevantes. 
Sempre que houver o dever de uma parte prestar contas à outra, poderá ser utilizado o procedimento de 
prestação de contas. Por exemplo, quando envolver a condição de administrador judicial, advogado, gestão 
de negócios, inventariante, sucessor provisório, tutor etc. Nesses casos, temos a possibilidade de o autor 
ingressar com o procedimento com vistas à prestação de contas para avaliar a responsabilidade ou para 
cobrar eventuais dívidas pendentes de pagamento. 
O art. 550 prevê que, uma vez ajuizada, a ação deve conter as razões, os documentos e o pedido de citação 
do réu para apresentar: 
 as contas; ou 
 a contestação. 
Portanto, o réu tem duas opções: apresentar as contas ou formular a defesa alegando não ser hipótese de 
prestação de contas. 
No primeiro caso (prestação de contas), o autor será intimado para se manifestar quanto às contas 
apresentadas no prazo de 15 dias. Eventuais consequências decorrentes serão processadas pelo 
procedimento comum. 
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No segundo caso (contestação), o procedimento assume o procedimento comum para discussão das contas. 
Ao final, o magistrado irá condenar a parte ré na prestação ou na não prestação das contas a depender das 
provas produzidas nos autos. Caso condene a parte a apresentar contas, ela terá prazo de 15 dias para fazê-
lo, sob pena do próprio autor prestar as contas, indicando os débitos da parte ré. 
Há uma terceira possibilidade: revelia. Se, citado, o réu não prestar contas nem mesmo contestar, o 
procedimento seguirá o seu curso com presunção de validade das informações trazidas pelo autor. 
Se contestado o pedido, haverá instauração do rito procedimental comum. Ao final, a decisão, se for de 
procedência, implicará a determinação para que o réu, no prazo de 15 dias, preste as contas. Caso não o 
faça, temos a apresentação das contas pelo autor. 
Com isso, finaliza-se a PRIMEIRA FASE da ação de exigir contas, que culmina com uma decisão 
interlocutória declarando se o réu deve ou não prestar as contas. 
Vejamos uma questão: 
 
(FGV/OAB/2017) Jorge administra cinco apartamentos de Marina. Ele recebe os valores relativos à locação dos 
referidos bens, realiza os pagamentos inerentes aos imóveis (condomínio, IPTU), abate o valor pela prestação de 
serviços e repassa o saldo residual a Marina, mediante depósito em conta corrente, titularizada pela contratante. 
Contudo, nos últimos dez meses, Jorge tem deixado de fornecer os relatórios mensais acerca da despesa e receita. 
Incomodada, Marina o questiona acerca da omissão, que nada faz. 
Diante desse cenário, Marina procura um advogado, que, com o objetivo de obter os relatórios, deve ajuizar 
a) Ação de Execução, fundada em título extrajudicial consubstanciado no acerto verbal havido entre as partes. 
b) Ação de Reintegração de Posse dos imóveis administrados por Jorge. 
c) Ação de Exigir Contas, para que Jorge forneça os relatórios. 
d) Ação de Consignação de Pagamento, objetivando que Jorge consigne os relatórios em Juízo. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Aquele que administra bens, valores ou interesses de outras 
pessoas é obrigado a prestar contas, ou seja, elaborar uma relação pormenorizada das receitas e despesas no 
desenvolvimento da administração. Quando assim não procede o titular dos bens, valores ou interesses pode propor 
a ação de exigir contas, conforme prevê o art. 550, caput, do NCPC. 
A alterativa A está incorreta. Não cabe ação de execução porque não se trata de título executivo extrajudicial. 
A alterativa B está incorreta. Não cabe ação de reintegração de posse porque Jorge não tem a posse dos bens, apenas 
os administra. 
A alterativa D está incorreta. A legitimidade para propor a ação de consignação em pagamento é do devedor. 
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O art. 551, do NCPC, estabelece que essas contas devem ser apresentadas de forma detalhada, com 
especificações. Caso contestada de forma fundamentada pelo autor, o juiz poderá pedir esclarecimentos da 
parte ré. 
O mais importante desse procedimento é a regra que consta do art. 552, do NCPC. Esse dispositivo 
estabelece que se existir eventual saldo devedor, a sentença constituirá título executivo judicial que será 
executado mediante o cumprimento de sentença. 
Há, portanto, o termo da SEGUNDA FASE da ação de exigir contas que culmina com sentença condenando 
o réu em eventual saldo. 
Assim, num primeiro momento, o autor pretende a prestação das contas, ou seja, uma obrigação de fazer. 
Mas a depender do teor da sentença, caso haja saldo devedor, constitui um título executivo judicial para 
pagamento da quantia devida pelo réu. 
É nesse contexto que a doutrina1 fala em fases da decisão. A decisão de primeira fase tem por finalidade 
declarar a existência, ou não, do dever de prestar contas. Essa decisão seria recorrível, pois não põe fim à 
fase de conhecimento, por agravo de instrumento na forma do art. 1.015, II, do NCPC. Em uma segunda fase, 
a decisão volta-se para a formação de um título executivo judicial. Trata-se de sentença condenatória, 
recorrível por apelação. Vale dizer, uma vez declarada a existência do dever de prestar contas, prestadas as 
contas, se houver saldo remanescente, o réu será condenado a pagar a quantia certa. 
Finalizamos, assim, a análise da ação de exigir contas. 
4 - AÇÕES POSSESSÓRIAS 
4.1 - Introdução 
Vamos iniciar o estudo com alguns conceitos importados do Direito Civil: posse, propriedade e detenção. 
Esses conceitos enoções gerais são importantes para que você compreenda o que veremos nesse capítulo! 
 
 
1 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª 
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 687. 
proprietário
aquele que tem o direito de usar, gozar e 
dispor da coisa
quem tem o título
possuidor quem está investido na propriedade locador
detenção exercício da posse em nome de terceiro caseiro
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Esses conceitos são importantes para que saibamos como será efetuada a defesa da posse. Assim: 
 quando se tratar de defesa da propriedade, devemos ingressar com uma AÇÃO PETITÓRIA. 
Nesse caso, a causa de pedir é a propriedade. Ou seja, o fundamento do pedido é o fato de que a pessoa é 
proprietária. Em razão disso, o pedido poderá ser qualquer coisa relacionada a essa propriedade e, inclusive, 
a posse. Desse modo, quando o proprietário estiver postulando, ainda que seja a posse, a ação não será 
possessória, mas petitória. 
É o exemplo da ação reivindicatória, na qual o proprietário pede pelo imóvel porque é proprietário, não 
obstante esteja sendo utilizada por outra pessoa. Isso ocorre porque o proprietário tem o direito de usar a 
coisa. 
Outro exemplo é ação de imissão na posse, por intermédio dessa ação, o proprietário que acaba de adquirir 
a área (torna-se proprietário) e nunca teve a posse, agora poderá requerê-la. 
 quando se tratar de defesa da posse, devemos ingressar com uma AÇÃO POSSESSÓRIA. 
A posse é protegida no direito brasileiro para proteger a propriedade. Dito de outro modo, a proteção jurídica 
da posse foi criada para proteger o proprietário. Isso porque, em regra, a propriedade e posse estão na 
mesma pessoa. Na realidade, a prova da posse é mais fácil do que a prova da propriedade, que exige 
documentação específica (o título). 
O proprietário, desde que tenha a posse direta ou indireta, poderá se valer das ações petitórias como 
também poderá se valer das ações possessórias, que serão estudadas no decorrer desse capítulo. O 
proprietário tem, portanto, a possibilidade de utilizar as duas vias: ações petitórias ou ações possessórias. 
Assim, para a proteção da posse temos duas formas de proteção: 
A primeira delas é ação de direito material, com previsão no art. 1.210, §1º, do CC. É o desforço imediato da 
posse que consiste na possibilidade de o possuidor, uma vez sendo esbulhado ou turbado, 
independentemente de recorrer ao Poder Judiciário, reagir à injusta agressão. Naturalmente, o exercício da 
autotutela depende de algumas condições, estudadas no Direito Civil. 
Além disso, evidentemente, existem violações à posse que não podem ser repelidas pela ação de direito 
material. Se mesmo se valendo do desforço imediato, o possuidor não conseguir mantê-la em seu poder, 
deverá recorrer ao Poder Judiciário. Apenas nesse caso, temos a aplicação das ações possessórias, que serão 
estudadas por nós. São ações que possuem como causa de pedir e como pedido, a posse. 
No direito brasileiro temos três espécies de ações possessórias: 
➢ Ação de reintegração de posse; 
➢ Ação de manutenção de posse; 
➢ Interdito proibitório. 
Nessas três ações, temos verdadeiras ações possessórias. 
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 quando se tratar de defesa da detenção, devemos ingressar com uma ação de direito material. 
Somente há uma forma de defender a detenção: o desforço imediato, ação de direito material disciplinada 
no art. 1.210, §1º, do CC. 
Feita essa introdução, vamos analisar as ações possessórias no NCPC. 
4.2 - Disposições Gerais 
4.2.1 - Fungibilidade 
São três espécies de ações possessórias, cada uma delas com uma finalidade específica: 
 
O princípio da fungibilidade das ações possessórias constitui exceção ao princípio da demanda. Essa exceção 
se justifica porque essas situações de esbulho, de turbação ou de ameaça, muitas vezes, não ficam bem 
delimitadas no caso concreto e, além disso, ao ajuizar a ação podemos ter uma ameaça, mas no momento 
da sentença essa ameaça pode ter progredido para uma turbação ou, inclusive, um esbulho. 
4.2.2 - Cumulação de pedidos 
Esse assunto está disciplinado no art. 555, do NCPC. O NCPC estabelece uma regra própria de cumulação de 
pedidos que está no art. 327, do NCPC, ao falar que a parte pode cumular, em um mesmo processo, mais de 
uma ação ou pedido. Para que isso possa ocorrer é necessário observar três requisitos: a) a compatibilidade 
de pedidos; b) a competência do juízo; e c) a compatibilidade procedimental. Se admite a cumulação de 
pedidos diversos sem perder o rito especial. Isso é importante, pois a parte não perde a possibilidade de 
requerer a tutela de evidência na forma do art. 558 e 561, ambos do NCPC. 
Além dos pedidos acima, que podem ser cumulados, o parágrafo único estabelece a possibilidade de adoção 
de medidas executivas, como a aplicação de multas para evitar o esbulho ou a turbação da propriedade. 
4.2.3 - Pedido contraposto e ação dúplice 
O art. 556, do NCPC, por sua vez, concede a possibilidade de o réu, na contestação, pleitear a proteção da 
posse e eventuais indenizações. 
Desse modo, o réu poderá formular pedido contraposto para requerer perdas e danos em face do pedido 
contra ele formulado na ação possessória. Além disso, trata-se de ação de natureza dúplice no que diz 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE esbulho (perda da posse)
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE turbação (incômodo da posse)
INTERDITO PROIBITÓRIO proteção (ameaça da posse)
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respeito à proteção possessória. Isso porque, ao se negar o pedido do autor, concede-se o direito material 
possessório ao réu. 
 
4.2.4 - Ação de reconhecimento de domínio 
O dispositivo abaixo trata da impossibilidade de discussão do domínio nas ações possessórias. Assim, as 
partes não poderão discutir o domínio sobre determinada propriedade enquanto estiver tramitando uma 
das ações possessórias previstas no NCPC. 
O domínio é conteúdo da propriedade ou o exercício de um direito real de usar, gozar, dispor e reaver a 
propriedade. Por exemplo, a pessoa que obter declaração judicial de domínio sobre determinada 
propriedade, sobre a qual exerce a posse mansa e pacífica, poderá usucapir o imóvel. Com tal declaração, a 
parte poderá proceder ao registro, tornando-se proprietário. 
Há, entretanto, uma exceção: admite-se discutir o domínio quando a pretensão for exercida em face de 
terceiro. De acordo com o STF, admite-se a utilização da usucapião como matéria de defesa em ações 
possessórias. 
De todo modo, não será possível o registro dessa propriedade caso haja reconhecimento do usucapião. Dito 
de outro modo, a transferência formal da propriedade para o réu que foi acionado em ação possessória irá 
exigir que ele ingresse com uma ação própria de usucapião. 
4.2.5 - Rito especial e liminar 
O art. 558, do NCPC, disciplina que, para as ações possessórias observarem o rito especial, é indispensável 
que o esbulho ou a turbação ocorram no período inferior a um ano e um dia. 
Por exemplo, se o esbulho ou a turbação ocorrerem até em um ano e um dia, a ação possessória segue o rito 
especial do NCPC. 
Nesse rito, temos a possibilidade de concessão de tutela da evidência fora da previsão do art. 311, do NCPC. 
Se o autor da ação provar a posse e a turbação ou o esbulho dentro de um ano e um dia ele terá direito a 
uma liminar de tutela da evidência. Nesses casos, não há necessidade de provar a urgência ou perigo da 
demora. 
Por outro lado, se o esbulho ou a turbação acontecer há mais de ano e um dia admite-se autilização da ação 
possessória, que irá seguir o rito comum. Nesses casos, será admissível a concessão de medida liminar às 
ações possessórias que tramitem pelo rito comum, desde que efetue a prova dos requisitos do art. 300 
(tutela de urgência) e do art. 311, do NCPC (tutela de evidência). Há, contudo, maior dificuldade para se fazer 
a prova. 
PEDIDO CONTRAPOSTO: perdas e danos em 
face do pedido contra ele formulado na ação 
possessória
AÇÃO DE NATUREZA DÚPLICE: ao se negar o 
pedido do autor, concede-se o direito material 
possessório ao réu.
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4.3 - Manutenção e da Reintegração de Posse 
Vimos as regras gerais referentes à ação possessória. Na sequência, vamos tratar de regras específicas a cada 
uma das espécies de ações possessórias, a começar pela manutenção e pela reintegração da posse. 
A turbação envolve a perturbação da posse, ao passo que o esbulho envolve a perda da posse. Ocorrendo 
qualquer uma dessas situações, o possuidor poderá ajuizar ação para a manutenção da posse no caso de 
turbação, ou de reintegração da posse em caso de esbulho. 
Nesses casos, o autor, ao ingressar em juízo, deve provar: 
➢ a posse; 
➢ a turbação ou o esbulho; 
➢ a data da turbação ou do esbulho; e 
➢ o pedido de cessação da turbação ou reintegração no caso de esbulho. 
Vejamos uma questão que abordou exatamente esse dispositivo: 
 
(FGV/OAB/2013) A proteção possessória pode se desenvolver por meio de diversos tipos de ações. No que se refere 
às espécies de ações possessórias e suas características, assinale a afirmativa correta. 
a) Em virtude do princípio da adstrição, a propositura de uma ação possessória em vez de outra impede que o juiz 
conheça do pedido e outorgue a proteção correspondente àquela cujos requisitos estejam provados. 
RITO ESPECIAL
(ação dentro de 1 ano e 1 dia)
 se o pedido estiver suficientemente 
instruído: tutela de evidência.
 se o juiz não se convencer, poderá 
requerer justificação para concessão da 
tutela.
 após, o processo segue o curso do 
procedimento comum.
RITO COMUM
(ação após 1 ano e 1 dia)
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b) É defeso ao autor cumular o pedido possessório com condenação em perdas e danos, devendo optar por um ou 
outro provimento, sob pena de enriquecimento sem causa. 
c) As ações possessórias não possuem natureza dúplice. Sendo assim, caso o réu queira fazer pedido contra o autor, 
não poderá se valer da contestação, devendo apresentar reconvenção. 
d) Apenas o possuidor figura-se como parte legitima para a propositura das ações possessórias, tanto na hipótese de 
posse direta quanto na hipótese de posse indireta. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 554, do NCPC, a propositura de uma ação possessória em vez de 
outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos 
pressupostos estejam provados. 
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 555, I, da referida Lei, é lícito ao autor cumular ao pedido possessório o 
de condenação em perdas e danos. 
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 556, da Lei nº 13.105/15, é lícito ao réu, na contestação, alegando que 
foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação 
ou do esbulho cometido pelo autor. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Apenas o possuidor, seja ele possuidor direto ou indireto, é 
parte legítima para propor ação possessória, dado que o art. 561, I, do NCPC, prevê que cabe ao autor prova a posse 
para a procedência do pedido formulado. 
4.4 - Ação possessória em conflitos coletivos por imóvel 
Hoje temos diversos movimentos sociais que invadem propriedades de forma coletiva. Realidade que 
passava longe do CPC73, mas torna-se presente atualmente. Em face disso, fez-se necessário o 
enfrentamento do assunto pelo NCPC. 
Nessas ações evidencia-se o interesse público e social dos envolvidos no conflito possessório. Diante disso, 
faz-se necessária propiciar a participação do Ministério Público e da Defensoria. Além disso, em razão da 
coletividade – parte na demanda – temos regras específicas para a citação e para a comunicação dos atos 
processuais. 
O art. 554, do NCPC, determina que serão citados para a ação possessória coletiva: 
 réus presentes no local; 
 réus ausentes serão citados por edital; 
 citação do Ministério Público, porque, nos termos do art. 178, III, o órgão deve atuar nos litígios coletivos 
por posse de terra rural ou urbana; e 
 Defensoria Pública nos casos de hipossuficiência econômica. 
Ainda em relação ao §2º, do art. 554, do NCPC, é importante deixar claro que a tentativa de citação pessoal 
pelo oficial de justiça ocorrerá por uma única vez. Caso não seja possível citar todos, os demais serão 
comunicados da forma ficta por edital. 
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Uma vez integrados os réus à lide, temos que analisar a higidez das alegações (se a petição inicial está 
suficientemente instruída) e se a turbação ou esbulho ocorreram há mais de ano e um dia. 
Se for em período inferior a um ano e um dia, temos a possibilidade de concessão de tutela de evidência. 
Por outro lado, se superior a esse período, aplicamos o art. 565, do NCPC, regra visando à autocomposição. 
Esse dispositivo determina que, nas ações possessórias que ocorreram há mais de um ano e um dia, o juiz 
não poderá determinar a reintegração de posse antes de efetuar a audiência de mediação. 
Essa audiência deve ocorrer no prazo de 30 dias. 
Por outro lado, caso tenhamos a concessão da liminar e o cumprimento da medida demore um período 
superior a um ano (A CONTAR DA DISTRIBUIÇÃO DA AÇÃO, NÃO DA CONCESSÃO DA TUTELA), prevê o §1º, 
abaixo citado, que será promovida a audiência. 
Dito de forma simples: o juiz concede a tutela de evidência, mas o oficial e as autoridades não conseguem 
garantir a manutenção da posse ou a reintegração no prazo de um ano desde a distribuição da ação. Note, 
trata-se de ação coletiva que envolve – em muitos casos – centenas, quiçá milhares de réus. 
Não sendo possível o cumprimento da liminar no período de um ano, temos a fixação da audiência de 
mediação, com vistas a propiciar a autocomposição pelas partes. 
Com isso, finalizamos as regras referentes à ação de manutenção ou de reintegração de posse coletiva. 
4.5 - Interdito Proibitório 
Para estudarmos o interdito proibitório e, portanto, a última ação possessória, basta conhecer o art. 567, do 
NCPC. 
Antes, entretanto, veja um conceito2: 
O interdito proibitório é uma tutela possessória de caráter inibitório, destinada a inibir os 
atos de agressão à posse, concretizáveis em turbação ou em esbulho. 
Logo, o conceito de interdito proibitório é simples: evitar que o proprietário possa ser turbado ou 
esbulhado. 
Para tanto, faz-se necessário provar a existência de um justo receio da violação a sua esfera jurídica 
patrimonial. 
 
2 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil 
Comentado, 2ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 705. 
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Que tutela a parte receberá? 
O juiz irá conceder uma medida inibitória (ou seja, que evite que o direito de posse seja violado), que, se não 
for suficiente, implicará multa pecuniária pela turbação ou pelo esbulho. 
Fora isso, observamos o procedimento acima estudado, conforme remeteo art. 568, do NCPC: 
Vejamos, por fim, mais questões que tratam sobre o tem ações possessórias: 
 
(FGV/OAB/2011) A respeito das ações possessórias, assinale a alternativa correta. 
a) A propositura da ação de reintegração de posse, quando cabível manutenção de posse, torna impossível o 
acolhimento do pedido, impondo a extinção sem resolução do mérito. 
b) Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar contar-se-á da intimação do despacho que deferir 
ou não a medida liminar. 
c) É vedada a cumulação de pedidos com o pedido possessório. 
d) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de esbulho e reintegrado no de turbação. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O ajuizamento equivocado de uma em lugar da outra não gera indeferimento inicial. 
Adota-se aqui a princípio da fungibilidade. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O marco para a contestação é a decisão que defere ou não a 
medida cautelar. 
A alternativa C está incorreta. O pedido possessório pode ser cumulado com outros pedidos. 
A alternativa D está incorreta. No caso de turbação falamos em manutenção de posse. E, no caso de esbulho, o termo 
adequado é reintegração. Estão invertidos os conceitos: 
 turbação: manutenção da posse; 
 esbulho: reintegração. 
-- 
(FGV/OAB/2011) Numa ação de reintegração de posse em que o esbulho ocorreu há menos de 1 ano e 1 
dia, ao examinar o pedido de liminar constante da petição inicial, o juiz 
a) deve sempre realizar a inspeção judicial no local, sendo tal diligência requisito para a concessão da liminar. 
b) deve deferir de plano, sem ouvir o réu, se a petição inicial estiver devidamente instruída e sendo a ação entre 
particulares. 
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c) deve sempre designar audiência prévia ou de justificação, citando o réu, para, então, avaliar o pedido liminar. 
d) pode deferir a liminar de plano, sem ouvir o réu, desde que haja parecer favorável do Ministério Público. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. A inspeção judicial não é um requisito para concessão de liminar em possessórias, mas 
sim uma discricionariedade do juiz. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Cabe concessão sem ouvir o réu se a petição já trouxer provas 
indiscutíveis para deferimento da medida. 
A alternativa C está incorreta. A audiência prévia ou de justificação não é obrigatória. 
A alternativa D está incorreta. Não é obrigatória a presença do MP em ações possessórias. 
-- 
(OAB/FGV - 2020) Gustavo procura você, como advogado(a), visando ao ajuizamento de uma ação em face 
de João, para a defesa da posse de um imóvel localizado em Minas Gerais. 
Na defesa dos interesses do seu cliente, quanto à ação possessória a ser proposta, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Não é lícito cumular o pedido possessório com condenação em perdas e danos a Gustavo, dada a especialidade do 
procedimento. 
B) Na pendência da ação possessória proposta por Gustavo, não é possível, nem a ele, nem a João, propor ação de 
reconhecimento de domínio, salvo em face de terceira pessoa. 
C) Se a proposta de ação de manutenção de posse por Gustavo for um esbulho, o juiz não pode receber a ação de 
manutenção de posse como reintegração de posse, por falta de interesse de adequação. 
D) Caso se entenda possuidor do imóvel e pretenda defender sua posse, o meio adequado a ser utilizado por João é a 
reconvenção em face de Gustavo. 
Comentários 
A alternativa B está correta. A alternativa expressa o conteúdo do art. 557 do Código de Processo Civil: na pendência 
de ação possessória é vedado, tanto ao autor (Gustavo) quanto ao réu (João), propor ação de reconhecimento do 
domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. 
A alternativa A está errada. Ao pedido possessório, o autor pode cumular o pedido de condenação em perdas e danos, 
além da indenização dos frutos (art. 555, I e II do Código de Processo Civil). 
A alternativa C está errada. O art. 554 cristaliza a possibilidade de fungibilidade entre as ações possessórias: a 
propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a 
proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
A alternativa D está errada. O réu (João) poderá, na contestação, alegar que foi ofendido em sua posse e, assim, 
demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou esbulho cometido pelo 
autor (Gustavo), conforme previsão do art. 556 do CPC. 
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5 - AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS 
PARTICULARES 
O NCPC disciplina a ação de divisão e de demarcação de terras entre os arts. 569 a 598. São, na realidade, 
duas ações específicas: uma para a divisão de terras, outra para tratar da demarcação. 
Nesse contexto, o NCPC estrutura-se da seguinte forma: 
 
Note que há um conjunto de regras que se aplicam a ambas as ações, em razão da similitude entre ambas. 
5.1 - Disposições Gerais 
São duas hipóteses de cabimento: 
A primeira delas é cabível para demarcação de determinado imóvel, ou seja, para a demarcação dos limites 
exatos do imóvel em relação aos demais confinantes (vizinhos). 
A segunda ação tem por finalidade tomar um imóvel em condomínio e dividir entre aqueles que têm direito 
à parte desse imóvel, de acordo com as regras de proporção da divisão (quinhões). 
Para a prova... 
 
As ações acima podem ser utilizadas de forma isolada ou conjuntamente. Dito de outro modo, é possível que 
a parte ingresse com uma ação de demarcação e de divisão de terras. Nesse caso, ela terá pretensão de, 
primeiro, demarcar exatamente os limites do imóvel para, em seguida, distribuir proporcionalmente o 
imóvel entre os condôminos. 
Primeiramente, deve ser processada a demarcação do imóvel, o que permitirá saber exatamente o que 
será objeto de divisão posterior. 
Disposições Gerais arts. 569 a 573
Demarcação arts. 574 a 587
Divisão arts. 588 a 598
AÇÃO DE DEMARCAÇÃO delimitar o imóvel com os demais confinantes
AÇÃO DE DIVISÃO
ratear o imóvel de acordo com o quinhão de cada 
condômino
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Os interessados em proceder à demarcação e à divisão de terras possuem duas possibilidades de definir 
exatamente os limites do imóvel (demarcação) e a distribuição de acordo com os respectivos quinhões 
(divisão). 
 utilização das ações especiais (que estamos estudando); ou 
 por intermédio de escritura pública. 
Assim, podemos ter o ajuizamento de um processo judicial quando há lide entre os confinantes e/ou entre 
os condôminos. Nesses casos, o juiz competente do foro de situação da coisa irá decidir a respeito. 
Contudo, é possível que a demarcação e/ou divisão sejam definidas com segurança jurídica por intermédio 
de escritura pública. Isso ocorre quando as partes sabem da necessidade de ajustar juridicamente os limites 
do imóvel ou pretendem dividi-lo de acordo com o direito de cada um. 
Para que seja admissível essa segunda hipótese, faz-se necessário: 
 partes maiores; 
 partes capazes; e 
 partes em acordo (interessados, sem lide). 
Quanto ao art. 572, além da leitura do dispositivo, é importante que você tenha em mente que, na ação 
voltada à distribuição do imóvel segundo o quinhão de cada condômino, os confinantes (vizinhos) podem 
acompanhar o procedimento na qualidade de terceiros. 
Além disso, note que a sentença tem validade de título executivo judicial para que o detentor do quinhão 
possa exigir a sua quota-parte. 
6 - INVENTÁRIO E PARTILHA 
O procedimento especial de inventárioe partilha está disciplinado a partir do art. 610 até o art. 673, do 
NCPC. São 64 dispositivos, com diversas regras. Algumas delas podemos “apenas” ler (sempre com a devida 
atenção), outras exigem um esforço maior para a correta interpretação. 
O direito sucessório, no Brasil, observa o princípio da saisine, segundo o qual, com o falecimento, toda a 
herança é transmitida aos herdeiros de forma automática. 
Essa transmissão se dá, em um primeiro momento, para o espólio, pois os bens e direitos se encontram 
indistintos e precisam ser individualizados. Assim, forma-se o espólio, entidade sem personalidade jurídica 
que será administrada pelo inventariante ou pelos herdeiros. 
Ainda em relação a essas noções introdutórias, pergunta-se: 
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Qual a diferença entre inventário e partilha? 
O inventário constitui a relação de bens de determinada pessoa, descrevendo-os e individualizando-os em 
relação ao conjunto. A partilha envolve a divisão desses bens entre os sucessores. 
Nesse contexto, conforme explicita a doutrina3, ao procedimento de inventário e de partilha interessa apenas 
a sucessão ‘causa mortis’, seja legítima ou testamentária, seja a título singular ou universal. 
Vamos compreender bem essa informação!? 
A sucessão de bens pode ocorrer por ato inter vivos, por intermédio de um contrato de doação, ou causa 
mortis, quando há sucessão na titularidade dos direitos e obrigações que compunham o seu patrimônio. 
Essa sucessão causa mortis pode ser legítima, quando são chamados a suceder aqueles indicados no Código 
Civil, ou testamentária, quando o sucedido indica em testamento os sucessores. 
Além disso, a sucessão causa mortis pode ocorrer a título singular, quando envolver determinados bens 
(legado), ou a universalidade de bens do patrimônio do falecido (herança). 
Serão essas as espécies e as formas de sucessão que estudaremos ao longo deste capítulo. 
6.1 - Disposições Gerais 
 
 
3 DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 19ª edição, rev. e atual., São Paulo: Editora Atlas S/A, 
2016, p. 890. 
• PRINCÍPIO DA SAISINE: com o falecimento, toda a herança é transmitida de forma
automática aos herdeiros.
• INVENTÁRIO: relação de bens e direitos de determinada pessoa.
• PARTILHA: distribuição desses bens e direitos entre os sucessores.
• INVENTÁRIO OU PARTILHA JUDICIAIS e EXTRAJUDICIAIS: judicial, quando houver
testamento E quando envolver interessado incapaz; e extrajudicial: quando os
sucessores forem capazes e o procedimento se der na forma amigável (efetivada por
escritura pública; e exige-se assistência por advogado ou defensor público)
• PRAZOS DO INVENTÁRIO OU PARTILHA JUDICIAIS: A) para instaurar o inventário ou
partilha: 2 meses; e B) para ultimar o procedimento: 12 meses (admite-se prorrogação)
• ADMINISTRADOR PROVISÓRIO: A) até o inventariante prestar compromisso; B) deve
informar frutos, ser reembolsado de despesas e responder por dolo ou culpa.
DISPOSIÇÕES GERAIS
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6.2 - Legitimidade para Requerer o Inventário 
Como a transferência dos bens do falecido se dá de forma automática , quem estiver na posse e 
administração dos bens que serão inventariados será o administrador provisório e terá, portanto, 
legitimidade para requerer a instauração do procedimento específico que estamos estudando. É isso que 
consta do art. 615, do NCPC. 
O art. 616, do NCPC, por sua vez, estabelece um extenso rol de pessoas que podem dar início ao processo de 
inventário. 
Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e 
na administração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611 [2 meses a contar do 
falecimento]. 
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da 
herança. 
Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: 
I - o cônjuge ou companheiro supérstite; 
II - o herdeiro; 
III - o legatário; 
IV - o testamenteiro; 
V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; 
VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; 
VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; 
VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; 
IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou 
do cônjuge ou companheiro supérstite. 
6.3 - Inventariante e das Primeiras Declarações 
Uma vez provocado, o juiz irá nomear o inventariante. O rol sucessivo de pessoas que serão investidas da 
administração dos bens ao longo do processo de inventário e partilha é definido pelo art. 617, do NCPC. 
Antes de analisarmos o dispositivo, um alerta! 
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NÃO HÁ MAIS A POSSIBILIDADE DE INSTAURAÇÃO DE OFÍCIO DO INVENTÁRIO E PARTILHA. Ao contrário 
do que tínhamos no CPC73, no NCPC, somente haverá instauração do procedimento mediante provocação 
de um dos legitimados acima destacados. 
Feito isso, leia com atenção o art. 617, do NCPC: 
Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ORDEM: 
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, DESDE QUE estivesse convivendo com o outro 
ao tempo da morte deste; 
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se NÃO houver cônjuge 
ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados; 
III - qualquer herdeiro, QUANDO nenhum deles estiver na posse e na administração do 
espólio; 
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal; 
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a 
herança estiver distribuída em legados; 
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário; 
VII - o inventariante judicial, se houver; 
VIII - pessoa estranha idônea, quando NÃO houver inventariante judicial. 
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (CINCO) 
DIAS, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função. 
Essa ordem deve ser rigorosamente observada. Há jurisprudência do STJ4 prevendo a possibilidade de que 
tal ordem seja flexibilizada. Contudo, para a prova, a não ser que haja referência expressa à jurisprudência, 
você assinalará que a ordem deve ser respeitada. 
Prevê o NCPC, na sequência, que uma vez investido na função e firmado o compromisso (no prazo de 5 dias 
da nomeação) o inventariante terá prazo de 20 dias para prestar as “primeiras declarações”. Essas 
declarações envolvem um relatório que constará de um termo circunstanciado, cuja finalidade é explicitar, 
identificar e individualizar os bens e direitos do falecido. 
O art. 622, do NCPC, descreve em que situações o inventariante será removido: 
 
4 Por exemplo, REsp. 1.055.633/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 21/10/2008. 
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Art. 622. O inventariante será REMOVIDO de ofício ou a requerimento: 
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações; 
II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se 
praticar atos meramente protelatórios; 
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem 
dano; 
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas 
ativas ou se não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos; 
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas; 
VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio. 
A remoção do inventariante – pelo cometimento das faltas acima – depende de um incidente que tramitará 
em autosapartados, mas vinculados ou apensos aos autos de inventário e partilha de bens. 
Com isso, encerramos o estudo da primeira parte do procedimento de inventário e partilha. 
Em síntese, vimos que, com o falecimento, deve ser instaurado o procedimento no prazo de 2 meses por 
aquele que detiver a posse ou a administração dos bens ou pelos demais legitimados previstos no art. 616, 
do NCPC. 
Quem estiver na posse será o administrador provisório, até que o juiz efetive a nomeação do inventariante, 
a qual observa uma ordem legal para investidura na função, descrita no art. 617, do NCPC. 
Nomeado o inventariante ele terá prazo de 20 dias para elaborar um termo circunstanciado com as 
“primeiras declarações”. Essas são as informações prévias do inventário dos bens da pessoa falecida. 
Até esse momento, não há integração de todos os interessados à lide. Dito de forma simples, ainda não foi 
determinada a citação dos herdeiros e de demais pessoas ou órgão que tenham interesse nos bens ou na 
regularidade do procedimento. 
Portanto, apresentadas as “primeiras declarações”, temos a citação que observa as regras que serão 
estudadas adiante. 
Por fim, veja uma questão: 
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(FGV/OAB/2015) Edgar pleiteou a remoção da inventariante Joana, nomeada nos autos do processo de inventário dos 
bens deixados por morte de sua genitora Maria, argumentando que a inventariante não prestou as primeiras 
declarações no prazo legal e não está defendendo os interesses do espólio. 
Acerca do incidente de remoção de inventariante e as regras previstas no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa 
correta. 
a) O incidente de remoção de inventariante, proposto por Edgar, deverá tramitar nos próprios autos da ação de 
inventário. 
b) O juiz, ao receber o requerimento de remoção de inventariante, deverá, conforme previsão expressa do CPC, afastar 
Joana de suas funções imediatamente e, em seguida, determinar a sua intimação para defender-se e produzir provas. 
c) Acolhido o pedido de remoção da inventariante Joana, o magistrado deverá nomear, prioritariamente, Edgar, em 
razão de ser o autor do requerimento. 
d) Removida a inventariante Joana, esta deverá entregar imediatamente ao substituto os bens do espólio de Maria e, 
se deixar de fazê-lo, será compelida mediante mandado de busca e apreensão ou imissão de posse, conforme se tratar 
de bem móvel ou imóvel. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o parágrafo único, do art. 623, do NCPC, o incidente de remoção de 
inventariante correrá em apenso aos autos principais e não nos próprios autos. 
Parágrafo único. O incidente da remoção correrá em apenso aos autos do inventário. 
A alternativa B está incorreta. Não há que se falar em afastamento imediato do inventariante. Ao receber o 
requerimento de remoção do inventariante, o juiz deverá intimá-lo para, no prazo de 15 dias, apresentar defesa e 
produzir provas. Vejamos o caput, do art. 623, da referida Lei: 
Art. 623. Requerida a remoção com fundamento em qualquer dos incisos do art. 622, será intimado o inventariante 
para, no prazo de 15 (quinze) dias, defender-se e produzir provas. 
A alternativa C está incorreta. O juiz deve observar a ordem de preferência estabelecida no art. 617, da Lei nº 
13.105/15. 
O fato de Edgar ter formulado o requerimento de remoção não lhe garante prioridade para o exercício das funções de 
inventariante. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 625, do NCPC. 
6.4 - Citações e Impugnações 
Primeiramente você deve tem em mente quais serão citados para integrar o procedimento especial: 
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O cônjuge/companheiro e herdeiro/legatário serão citados pelos correios. Em relação à Fazenda Pública e 
ao Ministério Público, esses serão citados mediante remessa aos autos. Em relação ao testamenteiro será 
intimado pessoalmente se tiver advogado nos autos ou, caso não tenha, cita-se pessoalmente. 
Após a citação, haverá nova intimação. A finalidade é unificar a contagem do prazo para impugnação e maior 
controle no sentido de citar todos os que devem ser citados! Concluída, portanto, a citação de todos os 
interessados, eles serão intimados para se manifestarem no prazo comum de 15 dias. 
Portanto... 
 
IMPUGNAÇÕES CONSEQUÊNCIA, SE PROCEDENTE 
arguir erro, omissão ou 
sonegação 
retificação das “primeiras declarações” 
reclamação contra 
nomeação do 
inventariante 
remoção do inventariante com nomeação de outro conforme a ordem legal 
contestar algum dos 
herdeiros indicados 
suspende-se o processo de inventário e de partilha para que seja definido o 
rol de herdeiros pelo procedimento comum (com produção de provas), com 
posterior retomada do procedimento 
6.5 - Avaliação e Cálculo do Imposto 
Após a citação dos herdeiros e a decisão quanto às impugnações, será iniciada a avaliação dos bens e o 
cálculo do imposto. Acreditamos que, por didática, você deve ler os dispositivos que são autoexplicativos. 
SERÃO CITADOS NA AÇÃO DE INVENTÁRIO E PARTILHA
cônjuge/ 
companheiro
herdeiros/ 
legatários Fazenda Pública
Ministério Público 
(caso haja incapaz, 
ausente)
testamenteiro 
(se houver)
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6.6 - Colações 
Do art. 639 ao 641, todos do NCPC, temos a disciplina das colações. Esse procedimento é disciplinado no 
Direito Civil, a partir do art. 2.002 a 2.012, do Código Civil. 
Para fins do estudo de Direito Processual Civil cumpre conhecer o conceito do instituto e suas linhas gerais. 
A colação é o instrumento por intermédio do qual os herdeiros necessários indicam os bens que receberam 
por doação inter vivos do falecido. Assim, se o cônjuge ou filho recebeu ao longo da vida bens deverá indicá-
los para que sejam computados no cálculo do inventário e da partilha. 
Esse dever se estende apenas aos herdeiros necessários, ou seja, aplica-se apenas ao descendente e ao 
cônjuge a fim de que não haja violação da regra mínima a que tem direito esses herdeiros, a denominada 
legítima. 
6.7 - Pagamento das Dívidas 
Note que o procedimento está evoluindo. Tivemos a nomeação do inventariante, a produção das “primeiras 
declarações”, a citação dos herdeiros, a avaliação e cálculo do imposto, a produção das “últimas declarações” 
e a regularização das doações recebidas em vista para o cálculo da legítima (colação). 
Após tudo isso, ter-se-á claramente definido o valor dos bens do falecido. 
De acordo com o dispositivo acima, haverá a formação de um incidente processual com vistas à habilitação 
de eventual credor. Apresentada a petição, formam-se autos apensos/vinculados. 
Os herdeiros serão intimados para se manifestarem e, caso concordem existir a dívida, líquida e exigível, 
haverá o abatimento do valor total da herança. 
Se não houver concordância entre os herdeiros, o processo tramitará pelo rito comum. 
O art. 644, do NCPC, traz a possibilidade de os herdeiros autorizarem a habilitação de credor de dívida líquida 
e certa ainda não vencida. Esse dispositivo é relevante, pois os bens do falecido responderão por eventuais 
dívidas e responsabilidades pendentes. Desse modo, ainda que não seja autorizado o ingresso pelos 
herdeiros no procedimento de inventário e partilha, futuramente, quando vencida, os herdeiros serão 
chamados a responder com os bens do falecido proporcionalmente à quota-parte de cada um. Portanto, 
podem, desde já, determinar a separação de parte dos bens para pagamento de dívidas líquidas, certas e a 
vencer. 
A diferença do art. 644 para as dívidas vencidas é que, nas dívidas vencidas, se os herdeiros não

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