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ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DE EXODONTIAS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ➢ Edema; ➢ Alveolite; ➢ Sangramento; ➢ Resistência anormal; ➢ Extração do dente errado; ➢ Luxação de dentes vizinhos; ➢ Fraturas de dentes ou restaurações; ➢ Fratura de tábuas ósseas; ➢ Desaparecimento de dentes; ➢ Lesão do NAI e n. lingual; ➢ Fratura de instrumental cirúrgico; ➢ Enfisema; ➢ Exposição de tábua óssea; ➢ Comunicação buco sinusal; ➢ Infecção pós-operatória; ➢ Luxação da ATM; ➢ Fratura mandibular. EDEMA OU INCHAÇO ➢ Principalmente após extração de 3ºM; ➢ Gerado pelos mediadores da inflamação, principalmente as prostaglandinas; ➢ Manipulação do tecido dentro do necessário, não extrapolando. ➢ Trauma tecidual: o Manuseio não cuidadoso de retalhos, descolamento, osteotomia, manipulação, tempo cirúrgico (máximo de 36 a 48hrs); o Redução a partir do 3º ou 4º dia e final em uma semana; o Edema que se inicia após o 3º dia, pensar em INFECÇÃO. ➢ Prevenção e tratamento: o Avisar ao paciente que algum edema é previsto → parte da cicatrização; o Pode ser maior pela manhã e menor a noite por aspectos posturais; o Repouso, dormir com cabeceira elevada para que a própria gravidade ajude a diminuir a quantidade de sangue que chega no local da cirurgia; o Sem atividade física; o Compressas frisas e gelo de 20 em 20 minutos – por 2 dias; o 3º dia – compressas mornas ou apenas cessar as compressas frias; o Medicação: corticoides, AINEs e AIE. EQUIMOSE ➢ OBS.: Incomum o hematoma na cavidade bucal. ➢ Difusão de sangue nos planos subcutâneo e submucoso; ➢ Comum em idosos operados (principalmente em mulheres): o Perda do tônus muscular → músculos mais relaxados e o sangue consegue se difundir mais por esses tecidos; o Adesão diminuída entre as células e o sangue passa com maior facilidade; ➢ Tratamento: o Fisioterapia com frio, com repouso nos 2 primeiros dias; o Calor e pomadas, como Hirudoid, ocorrendo uma reabsorção mais rápida, ou seja, fibrinólise da região; ➢ As cores vão de vermelho → roxo → esverdeado → amarelado e desaparece. Logo, é importante esse acompanhamento. Em média são 7 dias para o desaparecimento total, mas vai depender da amplitude da área afetada. Assim, quanto mais a equimose pode-se ter um tempo maior para sua reabsorção completa. ➢ Incomum em pacientes jovens. ALVEOLITE ➢ Mais tradicional, mas não o mais comum; ➢ Intensidade da dor bem grande, no qual o sítio cirúrgico fica vazio/parcialmente vazio com osso exposto, às vezes, resíduo de alimentos no interior. Devido à perda do coágulo, a parede óssea fica exposta, as terminações nervosas aparentes → muita dor; ➢ Etiologia não é clara: o Resulta de alta atividade fibrinolítica no alvéolo com lise do coágulo formado → plasmina, enzima responsável pela quebra gradativa do coágulo, quando ocorre dentro do tempo planejado há a migração de fibroblastos → diferenciação celular → formação de osso, mucosa. No qual, isso tem que ocorrer dentro de um tempo definido, mas quando por alguma razão essa atividade fibrinolítica ocorre antes do tempo, o alvéolo fica seco, o coágulo desaparece e se tem a sensação álgica → dor. ➢ Possíveis causas: o Quebra da cadeia asséptica, infecções subclínicas; o Exodontias longas e traumáticas; o Excesso de anestésico com vasoconstritor → área com menor oxigenação → mais dificuldade para a formação do coágulo; o Anticoncepcionais (hormônios): ativam a atividade fibrinolítica; o Fumo: devido a centenas de componentes tóxicos presentes no fumo. ➢ Características clínicas: o Alvéolo seco ou com coágulo cinza “sujo”; o Pode haver retenção parcial do coágulo; o Não parece haver predileção por sexo; o Mais predominante na faixa dos 40 aos 45 anos; o Mais frequente na mandíbula (vascularização menor do que na maxila) e regiões posteriores; o Dor intensa após 3 a 4 dias após extração do dente; o Origem da dor → osso exposto; o Dor acentuada→ aguda, de moderada a intensa; o Geralmente pulsátil; o Costuma irradiar-se para o ouvido; o Não responde satisfatoriamente aos analgésicos usuais; o Hálito desagradável e gosto ruim na boca; o Tumefação e linfadenopatia → pouco frequente, pois NÃO É UMA INFECÇÃO e sim um QUADRO INFLAMATÓRIO; o Sinais e sintomas podem durar de 10 a 14 dias → depende da intensidade do caso. ➢ Tratamento – tem como objetivo aliviar a dor: o Avaliar e radiografar o sítio cirúrgico; o Remover resíduos alimentares; o Não curetar o alvéolo nem o coágulo residual (aumenta o osso exposto e a dor); o Irrigar com solução salina morna, se o coágulo sair, sem problema; o Aplicar pasta medicamentosa → alveolex, curativo alveolar com própolis; o Repetir diariamente até a redução da sintomatologia e depois vai ocorrer a cicatrização por 2ª intenção. o OBS.: Não se preconiza anestesias, porque o osso já está seco, pouco vascularizado e se for anestesiar, na maioria das vezes, tem vasoconstritor que vai reduzir ainda mais o fluxo sanguíneo no local. o OBS.: pacientes que fazem uso de antirreabsortivos → redução da vascularização dos ossos maxilares e são mais propensos a posterior necrose pós-medicação. ➢ OBS.: ALVEOLEX → curativo alveolar com própolis: o Própolis, iodofórmio e cera de abelha; o Ações analgésica, antisséptica, de regeneração e estimulação cicatricial; o Principalmente indicado como uma barreira física após as extrações dentárias, conferindo proteção pois age como um tampão alveolar moldável, constituindo um arcabouço sólido para a regeneração tecidual, evitando a contaminação das paredes ósseas. É eliminado gradualmente da cavidade alveolar em até 30 dias, à medida que ocorre o preenchimento do alvéolo dentário com tecido de granulação e tecido ósseo neoformado; o A própolis presente na formulação, além de auxiliar na regeneração e na estimulação da cicatrização, auxilia também na analgesia proporcionando um pós operatório mais tranquilo ao paciente; o O iodofórmio foi incorporado ao produto para auxiliar e complementar a ação de preenchimento através da estimulação da proliferação celular, além de possuir um leve poder antisséptico; o Sua fórmula isenta de Eugenol não provoca irritações ao contato com o tecido alveolar. o Dieta mais macia e do outro lado da boca para manter o medicamento o mais tempo possível no interior do alvéolo; o Troca diariamente ou intercalado até o paciente não sentir mais dor e a cicatrização ocorre por segunda intenção. ➢ OBS.: ALVEOGYL → pasta alveolar, mais caro. o Ação analgésica: Eugenol. ➢ Alveoliten: óxido de zinco, iodofórmio. ➢ Alveolite granulomatosa: tecido cicatricial frouxo e flácido, fora da normalidade: o Radiografar a região; o Anestesiar o local, já que não há secura óssea e/ou falta de tecido no interior, e curetar muito bem a região; o Inspeção no alvéolo rigorosa com retirada de objetos estranhos, irrigar bem a região e posterior sutura; o 7-10 dias cicatrização normal. o Orientações: uso de analgésico, gelo, alimentação mais líquida nos primeiros dias. SANGRAMENTO ➢ Hemorragia óssea em artéria intraóssea; ➢ Hemorragia em tecidos moles → Ex.: lesão da artéria bucal em uma incisão relaxante para extração de 3ºMI; ➢ Em casos de hemorragia: o Detectar se o paciente apresenta alguma discrasia sanguínea, toma algum medicamento que altere a função plaquetária e faça sangrar e identificar o aspecto anatômico da região, ou seja, se é em tecido duro ou mole a hemorragia, vasos em proximidade com o local da cirurgia; o Fazer o correto diagnóstico para fazer a abordagem correspondente; ➢ Hemorragia óssea: com a obstrução do orifício de saída do sangramentoa hemorragia cessa, pode ser usado cera óssea ou a ponta da pinça porta- agulha para a obstrução. Realizar sutura bem oclusiva (3/4/5mm da borda gengival) para reter o coágulo dentro do alvéolo. COAGULAÇÃO SANGUÍNEA: FASES ➢ Vascular: vasoconstrição → os vasos se contraem e se retraem no tecido para a própria mucosa e também faz um processo de obstrução do sangue; ➢ Plaquetária: 150.000 a 400.000/mm3 o Plaquetopenia pode induzir hemorragia por um número menor de plaquetas; o Trombocitopatia, no qual as plaquetas não funcionam adequadamente; ➢ Humoral: cascata da coagulação→ ocorre todo o processo de ativação dos fatores e ao final ocorre a transformação do fibrinogênio em fibrina, a partir da fibrina existe a migração de mais fatores, mais células e mais plaquetas que vão formar um coágulo bem rígido com muitas cadeias de fibrinas, células, plaquetas→ Drogas anticoagulantes: o Mecanismo intrínseco: avaliado pelo tempo de tromboplastina parcial (PTTK ou TTP): ▪ Hemofilia A: deficiência do fator VIII → dependendo do grau pode ter um problema maior ou menor de hemorragia. Assim, a hemofilia A age onde ocorre a transformação do fator IX para o fator X, pois se não tem o fator VIII para realizar a catalisação dessa transformação, pode inviabilizar a cascata de coagulação a partir desse ponto. o Mecanismo extrínseco: avaliado pelo tempo de atividade da protrombina (TAP ou TP). o Marevan: muito utilizado em pacientes com problemas cardíacos e quando se faz necessário um nível de anticoagulação grande para prevenir a formação de trombos: ▪ Atua na inibição dos fatores 2, 7, 9 e 10 → faz com que não se tenha a coagulação pelo mecanismo humoral de maneira efetiva; ▪ Reverte seu efeito com vitamina K, mas o paciente vai sangrar. o Heparina: não ocorre a conversão do fibrinogênio em fibrina. Previne a formação do ativador da pró- trombina (II) e inibe a ação da trombina no fibrinogênio (I). Assim, não há formação do coágulo: ▪ Uso principalmente em pacientes que fazem hemodiálise. o Xarelto (nome científico: Rivaroxabana): inibe o fator 10a; o TransaminR: ▪ Ácido tranexâmico; ▪ Inibe a ação da plasmina, que é fibrinolítica, preservando o coágulo com uma hemostasia mais eficiente. Aumenta o tempo de dissolução da rede de fibrina, lentifica o processo de fibrinólise, evitando a cicatrização; ▪ Absorção rápida, níveis terapêuticos de 6 a 8hrs; ▪ Dosagem para hemofilia em caso de extrações dentárias: 2 a 3comp (250mg), 3x/dia de 8/8hrs; ▪ Uso para pacientes com hemofilia, doença de von willebrand. SANGRAMENTO E VITAMINA K: ➢ A síntese dos fatores II, VII, IX e X dependem da vitamina K; ➢ Deficiência de vitamina K → sangramento → deficiência dos fatores 2, 7, 9 e 10; ➢ Complementar esses fatores previamente a cirurgia (processo mais demorado); ➢ OBS.: Pacientes que fazem uso de antibióticos por muito tempo, podem ter deficiência da vitamina K e menor síntese dos fatores 2, 7, 9 e 10 com possibilidade de sangramento. ➢ OBS.: Hemorragia em artéria de grande calibre é a artéria que deve ser obstruída/comprimida → ATENÇÃO A ISSO, nem sempre é um problema fisiopatológico. SANGRAMENTO E ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS→ ASPIRINA - AAS, CLOPIDOGREL ➢ O AAS e AINEs afetam a fase plaquetária da coagulação, aumentando a eficácia do processo de não adesão plaquetária: o Inativa as ciclooxigenases que libera proteínas adesivas das plaquetas, necessária para a sua agregação; ➢ AAS: anti-inflamatório → inativa a COX → ácido araquidônico sem ação → reduz as prostaglandinas (mediadoras da dor e inflamação) → reduz a inflamação e a dor: o Antiagregante plaquetário → inativa a COX → não produção de tromboxano → não adesão plaquetária e não agregação de células vermelhas → sangue mais fluido, mais difícil de coagular. ➢ Clopidogrel (PlavixR, LopigrelR): os receptores de ADP são preenchidos por Clopidogrel (anti-agregante) e não por ADP, assim as plaquetas não agregam, porque não tinha ADP para ativá-las: o Seu mecanismo de ação é baseado na inibição da agregação plaquetária induzida pelo ADP. o Efeito sinérgico da aspirina com clopidogrel → maior efeito anti- agregante; o Sempre em contato com o médico. ➢ OBS.: Rivaroxabana → Xarelton ➢ Vídeo: Como funciona os AINES? O AAS é um medicamento muito utilizado para a inflamação, febre, dor e afina o sangue. Age nas enzimas COX de maneira irreversível, no qual diminui sua síntese. Em uma lesão tecidual, ocorre o processo da inflamação, assim várias enzimas, como a COX, células brancas do sangue e prostaglandinas, exemplo de mediadora da inflamação, migram para a região. A COX vai agir sob o ácido araquidônico (ácido graxo) no qual produz prostaglandinas e ocorre todo o processo inflamatório: o O AAS vai agir diretamente sob a COX, inativando-a, consequentemente sem ácido araquidônico e sem mediadores para dor e inflamação, redução de ambos: o Atua também mediando a atividade plaquetária, no qual em uma injúria tecidual, a COX age sob o ácido araquidônico, produz prostaglandinas, mas também tromboxano A2 que é proteína adesiva que promove a agregação plaquetária → coibindo o sangramento na etapa plaquetária → tampão plaquetário de células (plaquetas + células vermelhas). o Quando se ingere um AINE, vai agir sob a COX, inibindo-a, no qual o ácido araquidônico não será transformado em nada, logo não haverá formação do coágulo e vai sangrar mais facilmente. Reduz a chance de infarto, embolia, mas aumenta a chance de sangramento. SANGRAMENTO MAREVAN = VARFARINA SÓDICA ➢ A varfarina sódica, substância ativa de Marevan, é um anticoagulante sintético – antagonista da vitamina K; ➢ Marevan inibe a formação dos fatores de coagulação II, VII, IX e X; ➢ Efeito no tempo de protrombina em 24 a 36hrs: atinge o máximo em 36 a 48hrs; ➢ Após a interrupção da administração → mantém-se por 48hrs; FÍGADO E SANGRAMENTO ➢ Fatores de coagulação produzidos pelo fígado: II, V, VII, IX, X; ➢ Os valores de TP e TTP são afetados caso haja deficiência destes fatores; ➢ Diáteses hemorrágicas de origem hepática devem ser tratadas com plasma congelado e fresco e também plaquetas; CONTROLE DO SANGRAMENTO: ➢ Materiais para hemostasia: o Cera óssea para hemorragias ósseas; o Gelfoam (gelatina absorvível): arcabouço para formação do coágulo, facilita a hemostasia; o Surgicel (celulose regenerada oxidada): melhor coagulação que o gelfoam, mas atrasa a cicatrização. Apresenta afinidade pela hemoglobina, se converte em massa gelatinosa e atua como um coágulo artificial; o Solução de trombina tópica mais gelfoam no alvéolo. Ex.: pacientes com discrasias sanguíneas; o Colágeno: promove a agregação plaquetária: ▪ Hemospon, Avitene, Collaplug, Collatape. TRANSAMIN – ANTIFIBRINOLÍTICO PRESERVA O COÁGULO ➢ Ácido tranexâmico; ➢ Inibe a ação da plasmina que é fibrinolítica; ➢ Preserva o coágulo, hemostasia mais eficiente; ➢ Aumenta o tempo de dissolução da rede de fibrina; ➢ Lentifica o processo de fibrinólise favorecendo a hemostasia; ➢ Absorção rápida, níveis terapêuticos de 6 a 8hrs; ➢ Dosagem para hemofilia em caso de extrações dentárias: 2 a 3 comp. de 250mg, 3x ao dia (8/8hrs). ATENÇÃO PARA: ➢ Lesões anatômicas: origem óssea ou de tecidos moles; ➢ Condições médicas: hepatopatias, hemofilia, von Willebrand, alterações plaquetárias, quimioterapia, hipertensão arterial; ➢ Medicamentos: antiagregantes plaquetários, Marevan, Heparina, Xarelto; ➢ Orientar tratamento de acordo com o diagnóstico; EXTRAÇÃO DO DENTE ERRADO ➢ Confirmar o paciente e a indicação do dente a ser extraído; ➢ Certificar-se antesde aplicar fórceps ou alavanca; ➢ Crianças: confirmar com o acompanhante; ➢ Indefensável: ações judiciais; ➢ Extraiu o dente errado → reimplantar o dente ou enfrentar a situação. LUXAÇÃO DE DENTES ADJACENTES ➢ Causa: uso inapropriado dos instrumentos; ➢ Prevenção: uso criterioso de força com alavancas e fórceps, caso o dente a ser extraído tiver uma coroa ampla e estiver sobreposto por dentes adjacentes, como na região de incisivos inferiores, utilizar fórceps com ponta fina e estreita. ➢ Se um dente adjacente estiver significativamente luxado ou parcialmente avulsionado →reposicionamento até o lugar apropriado e sua estabilização até que a cicatrização adequada ocorra: o A oclusão deve ser checada para garantir que não houve deslocamento para uma hiperoclusão traumática; o Ocasionalmente, o dente luxado apresenta mobilidade → se esse for o caso → dente deve ser estabilizado com uma fixação semirrígida; o Um simples fio de seda que atravessa a oclusal do dente e é suturado na gengiva adjacente em geral é suficiente. Uma fixação rígida com fios que circundam o dente e barras para os arcos resulta em aumento de chance de haver reabsorção radicular externa e anquilose do dente e, dessa forma, deve ser evitada. DANOS AOS DENTES VIZINHOS ➢ Causa: uso de broca para remover o osso ou dividir as raízes para sua remoção; ➢ Prevenção: O cirurgião deve tomar cuidado para evitar chegar muito próximo ao dente adjacente quando estiver removendo cirurgicamente um elemento. Isso normalmente requer do cirurgião manter certo foco nas estruturas adjacentes do sítio da cirurgia. FRATURA DE COROA E RAÍZES DENTÁRIAS ➢ Raízes longas, curvas ou divergentes que se encontram em osso denso são as mais propensas a fraturar; ➢ Prevenção: executar uma cirurgia seguindo o protocolo clínico ou utilizar técnicas de extração abertas e remoção óssea para diminuir a quantidade de força necessária para remover o dente. FRATURA DE TÁBUAS ÓSSEAS ➢ Causa: ocorre quando ao se realizar força excessiva com fórceps, ao invés de haver expansão da cortical, ocorre sua fratura; ➢ Se o excesso de força for necessário → um retalho de tecido mole pode ser realizado, e a quantidade de osso que deve ser removida pode ser controlada até que o dente possa ser extraído ou, no caso de dentes multirradiculares, a secção das raízes seja possível; ➢ Locais mais prováveis: o Parede cortical vestibular sobre o canino; o Parede cortical bucal dos molares superiores (especialmente os primeiros molares); o Porções do assoalho dos seios maxilares associados aos molares superiores; o Tuberosidade maxilar; o Osso labial dos incisivos mandibulares ➢ Prevenção: o Exame pré-operatório cuidadoso do processo alveolar, clínica e radiograficamente; o Inspecionar a forma da raiz do dente a ser removido e avaliar a proximidade das raízes do seio maxilar; o Considerar a espessura da parede cortical vestibular que recobre o dente a ser extraído. Se as raízes forem bem divergentes, se se encontrarem perto do seio ou se o paciente tiver um osso cortical vestibular denso, os cirurgiões deverão tomar medidas especiais para evitar fraturas excessivas da cortical óssea; o A idade é um fator a ser considerado → ossos de um paciente mais velho ou maior tendem a ser menos elásticos e, dessa forma, são mais suscetíveis a fraturar do que a se expandir; o Utilizar técnica cirúrgicas (ex.: aberta) para reduzir a força requerida. ➢ Tratamento: o Se o osso foi removido junto com o alvéolo ele não deve ser recolocado e, se o osso tiver sido fraturado, mas não deslocado do periósteo e do tecido mole, deve-se dissecar o dente e manter o osso firmando-o ao tecido mole através de sutura. DESAPARECIMENTO DE DENTES OU RAÍZES ➢ Causa: o Força excessiva no uso de alavancas. ➢ Dente passa por baixo do retalho e vai para um plano mais profundo da cavidade oral; ➢ Locais para o desaparecimento: o Na boca (vestíbulo, abaixo da língua), sob o periósteo vestibular ou palatino; o Aspiração pelo suctor; o Deslocado para cavidades patológicas; o Deglutido – TGI; o Aspirado→ traqueia e pulmão; o Espaços teciduais (submandibular, infratemporal); o Cavidades ósseas (seio maxilar, cavidade nasal, canal do alveolar inferior, cistos ou abscessos); o Deslocamento cutâneo. ➢ OBS.: Colocar o dedo no dente na hora da extração de modo a evitar uma possível deglutição, caso o dente possa “escapar” do fórceps. ➢ Dente pode ser engolido ou aspirado: o Sem tosse ou dificuldade de respirar, provavelmente dente foi engolido – RX de tórax e abdominal. RX em 2 e 4 dias para verificar se foi expelido: ▪ Acompanhar e ver se o dente irá caminhar pelo intestino e ser eliminado nas fezes; ▪ Acompanhar por RX; ▪ Verificar também se o dente não ficou preso em alguma alça intestinal. o Caso de tosse, dente pode estar na traqueia ou brônquios → Aspiração: ▪ Inicialmente forçar o ato de tossir ou manobra de Heimlich; ▪ Se nos pulmões, levar para o hospital para localizar e retirar com broncoscopia, manter vias aéreas e paciente ventilado. ➢ Fossa submandibular: o Rompimento da cortical lingual por movimento intempestivo e empurrar o dente para a fossa submandibular: ▪ Longe do osso, pode tentar fazer uma ordenha pela parte externa para que esse dente fique mais superficial no interior da boca; ▪ Se não, incisão extraoral. o Caso: dente deslocado entre o m. masseter e o m. bucinador ➢ Deslocamento para o espaço bucal: o Entre o m. masseter e o m. bucinador. ➢ Fossa infratemporal: o Comum com 3ºMS (principalmente 18 e 28), principalmente se estiverem altos, no qual o dente passa por baixo do retalho e se desloca para essa região posterior da maxila, ficando entre o ramo mandibular e lateralmente a lâmina lateral do processo pterigóide; o LEMBRAR limite da fossa infratemporal: porção inferior da asa maior do esfenóide, porção posterior da maxila, ramo mandibular, placa pterigoidea lateral, faringe, placa timpânica e processo estilóide: o Vários ramos da a. maxilar e esses vasos podem ser lesados e causar uma hemorragia importante. Além disso, o plexo nervoso pterigoideo, ramos do nervo facial, n.mandibular e n. lingual → podem ser lesados, não sendo uma cirurgia de nível fácil e uma abordagem difícil; o Tratamento: localizar o dente; o Determinar o melhor acesso para retirá-lo. ➢ Corpo estranho no seio maxilar: o Acesso Caldwell-Luc pela fossa canina, posterior ao dente canino; o Realizar exame radiográfico pré- operatório minucioso para evitar que ocorra no transoperatório a comunicação bucosinusal. o Caso: comunicação bucossinusal com saída de muito pus, após antibioticoterapia → abordagem cirúrgica com abertura do seio maxilar e posterior curetagem retirando bolinhas de algodão que outro profissional colocava achando que era alveolite. Raiz séptica e tecido inflamatório foram retirados. Paciente estava com sinusite devido a inflamação. EXTRUSÃO DE CORPO ESTRANHO DA BOCHECHA ➢ Causa: o Incisão relaxante muito alta na região de molares inferiores, podendo romper a cápsula do corpo adiposo da bochecha. ➢ É um tecido gorduroso que vai da região temporal até a mandíbula, lobular, com cápsula envolta e algumas vezes muito extensos; ➢ Tratamento: o Controlar a extrusão com gaze úmida obstruindo a saída da bola de bichat → se não conseguir controlar a extrusão, seccionar parcialmente e suturar no tecido mole; LESÃO DO NAI ➢ Causa: o Comum na extração dos 3MI. ➢ Ele corre de L para V e de posterior para anterior; ➢ Radiografia: o Longe do dente: as estruturas raízes e nervo estarão mais nítidas; o Perto (grandeintimidade): as raízes e o nervo aparecerão na radiografia de forma mais esfumaçada/menos nítida. ➢ Consentimento informado do paciente: dormência temporária ou definitiva; ➢ Lembrar: 3 tipos de lesões dos nervos periféricos: o Neuropraxia, neurotmese e axotmese. LESÃO DO NERVO LINGUAL ➢ Língua com sensação de aumento, o paciente morde e tem dificuldade de deglutição; ➢ Causa: o O nervo pode ser seccionado geralmente na osteotomia/odontossecção de 3MI, em uma incisão VL e quando a broca ultrapassa a região planejada, descolamento muito profundo na lingual; o Afastamento pouco cuidadoso; ➢ Diferentes posições do nervo: mais cervical, mais médio ou mais apical. ➢ Obs.: uma possibilidade → coronectomia, remoção da coroa de um dente. Um dos efeitos é sair de posição, facilitando a extração futura. Como efeitos adversos: alveolite, infecção, deiscência de sutura, dor, hemorragia, lesão de estruturas adjacentes como ao n.lingual ou alveolar inferior, infecção das raízes e pulpite. ➢ Tratamento medicamentoso: o Etna: analgesia e recuperação/auxílio na recuperação das fibras nervosas; ▪ Síntese da bainha de mielina e da membrana celular neuronal. o Citoneurin: analgesia e regeneração das fibras nervosas lesadas. o Dexa-citoneurin: injetável em 3 aplicações a cada 2 dias, no qual se tem a dexametasona (inflamação) e o citoneurin (analgesia e regeneração). FRATURA DO INSTRUMENTAL CIRÚRGICO ➢ Pode acontecer com qualquer tipo de instrumento: o Fratura de lâmina de bisturi, fratura de ponta de fórceps ou alavanca, fratura da agulha de sutura; ➢ Os cuidados são para proteger o paciente de engolir o fragmento ou aspirar; ➢ Obs.: no final do movimento do fórceps, colocar 2 dedos colados ao dente para evitar que ele atinja a orofaringe do paciente. ENFISEMA ➢ Coleção de ar forçada nos tecidos moles formando um edema que apresenta ruído de quebra quando na palpação, ao apertar confere sensação de crepitação como plástico bolha; ➢ Causa: o Decorrente de alta rotação e seringa de ar → o uso de peça reta ajuda a diminuir as chances de enfisema; o Comum na extração de 3M; ➢ Pode ocorrer no arco superior e inferior; ➢ Não apresenta desconforto; ➢ Nenhuma manobra precisa ser feita, pois o ar é reabsorvido; ➢ Risco de infecção: prescrição de antibiótico. ➢ Tratamento do relato de caso: amoxicilina 500mg 8/8hrs por 5 dias, dexametasona de 8mg para controlar o edema, dipirona 500mg de 6/6hrs, nimesulida 100mg de 12/12hrs por 3 dias → a fim de evitar uma infecção. ➢ Pós-operatório: o paciente deve ser alertado que não pode encher balões, tocar instrumentos musicais de sopro; EXPOSIÇÃO DE TÁBUA ÓSSEA ➢ Só realizar desgaste ósseo e deixar na maioria dos casos que cicatrize por segunda intenção; ➢ Ocorre quando a mucosa fica muito fina e a cortical óssea acaba cortando esse tecido, ficando exposto; ➢ O paciente pode relatar que ficou um pedaço de dente. COMUNICAÇÃO BUCOSINUSAL ➢ Realizar a manobra de Vassalva (fecha as narinas do paciente e esta força o ar pelo nariz, saindo ar pelo alvéolo) para confirmação; ➢ Mais comum em MS; ➢ A sequela mais comum é a sinusite maxilar e fístula oroantral crônica; ➢ A comunicação ocorre quando o seio maxilar for muito pneumatizado, se houver pouco osso entre as raízes do dente e o assoalho do seio e se as raízes forem muito divergentes; ➢ Diagnóstico: o Exame do dente extraído → osso aderido à raiz; o Assoar o nariz (Manobra de Valsalva); o Radiografia e tomografia. ➢ Prevenção: o Avaliação radiográfica; o Atenção para raízes muito próximas do assoalho do seio maxilar e raízes divergentes; o Evitar força excessiva e optar por secção das raízes; ➢ Tratamento: o Primeiro deve-se tratar a sinusite e depois a irrigação com soro fisiológico; o É feito de acordo com o nível de lesão na mucosa do seio, depende do tamanho da comunicação e exposição do seio. Membrana íntegra do seio → bom prognóstico; o Vasoconstritor nasal; o Corticoides; o Analgésico; o Antibiótico e antisséptico bucal. ➢ 2mm ou menos: o Sem tratamento especial, assegurar-se da formação do coágulo e suturar; o Evitar assoar o nariz e espirrar violentamente, não beber com canudo e não fumar; o Não sondar, pode lacerar a mucosa não rompida ou alargar o diâmetro da existente. ➢ 2 a 6mm de diâmetro: o Assegurar-se da formação do coágulo e sutura oclusiva; o Descongestionantes nasais (contrair a mucosa nasal e manter o óstio do seio aberto); o Ocorre drenagem normal do seio; o Antibiótico de 5 a 7 dias (reduz possibilidade de infecção); o Orientações pós-operatórias. ➢ 7mm ou mais: o Considerar fechamento com retalhos V ou P; o Antibiótico, analgésico, descongestionante nasal e antisséptico bucal. ➢ Retalho vestibular: o Incisão relaxante na mesial e distal; o Mais confortável para o paciente; o Pode reduzir a altura de parte do processo alveolar/vestíbulo; o Realizar o mais rápido possível; o Precauções respiratórias e medicamentosas são as mesmas → descongestionantes nasais e antibióticos de 5-7 dias. ➢ Retalho palatino: o Mais complexo e fazer o desenho do retalho antes, de modo que com o giro possa cobrir toda a região; o Cuidado para não romper a artéria palatina maior (deve ir junto do retalho para não haver necrose); o A incisão deve ser suficientemente grande para cobrir todo o alvéolo; o A incisão deve abranger a artéria no retalho; o Aplicação de cimento cirúrgico na região cruenta e deixar por 5-7 dias, formando assim um tecido de granulação; o Não assoprar, encher balão, antissépticos. INFECÇÃO PÓS-OPERATÓRIA ➢ A infecção é a causa mais comum de demora na cicatrização de feridas; ➢ Invasão do sítio cirúrgico por bactérias aeróbias e anaeróbicas: ➢ Causa: o Quebra da cadeia asséptica; o Tempo cirúrgico longo; o Suscetibilidade do paciente: pacientes diabéticos, imunossuprimidos, doenças autoimunes (lúpus), insuficiência renal crônica → tratamento profilático. ➢ Prevenção: assepsia, irrigação da área com soro fisiológico e profilaxia antibiótica em pacientes que são predispostos à infecção; ➢ Tratamento: antibioticoterapia, remoção da causa principalmente com abordagem cirúrgica e posterior drenagem. ➢ Essas infecções podem progredir para mediastinite (entre o coração e o pulmão → mediastino), com drenagem submandibular, submentoniana e de tórax. PERICORONARITE ➢ Dentes parcialmente erupcionados onde a mucosa fica recobrindo o dente; ➢ Infecção, aumento de volume e dor; ➢ Gengiva avermelhada, às vezes com pus; ➢ Verificar se o dente antagonista está tocando na mucosa inflamada; ➢ Tratar com antibióticos, marcar cirurgia após a fase aguda. LUXAÇÃO DA ATM ➢ Quando o côndilo fica à frente da eminência articular, pode ser uni ou bilateral; ➢ Dificuldade de fala, boca aberta; ➢ Causa: ao comer, procedimento odontológico que pede ao paciente para abrir muito a boca, bocejar; ➢ Boca aberta sem poder fechar; ➢ Doloroso, espasmos musculares intensos. ➢ Tratamento: o Reduzir o mais rápido possível → mandíbula para baixo e para trás → côndilo na cavidade em mandíbula em oclusão normal; o Restringir abertura da boca por 2 a 4 semanas; o Calor úmido, anti-inflamatórios não esteroidais, dieta líquida. LESÃO DE TECIDOS MOLES ➢ Pode ocorrer por força excessiva e descontrolada; ➢ Dilaceração por ação de alavanca e molt; ➢ Pode ser prevenida ao manter postura correta que permita mais destreza manual, usar de menos força e mais técnica nos movimentos de exodontia. FRATURA MANDIBULAR ➢ Causa: o Aplicação de força excessiva necessária para a remoção do dente e frequentemente ocorre durante o usode alavancas dentárias; o Remoção de um dente impactado de uma mandíbula gravemente atrófica; ➢ Essas fraturas devem ser adequadamente reduzidas e estabilizadas. Usualmente, isso significa que o paciente deverá ser encaminhado para um cirurgião bucomaxilofacial para o cuidado definitivo; ➢ Tratamento conservador → bloqueio maxilo-mandibular com Barras de Erich; ➢ Bom prognóstico pelo contato dental; ➢ Ou redução por fixação rígida com placa e parafuso.
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