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MOTIVAÇÃO A motivação é o processo psicológico básico responsável por fornecer ao nosso corpo recursos para realizar um determinado comportamento. Além disso, é o que nos dá direcionamento para atingir metas e objetivos, costumando ser subjetiva/pessoal, variando de pessoa para pessoa. Para que sejamos motivados, usamos todos os outros processos psicológicos (sensação, percepção, cognição, memória etc.). Antes mesmo da motivação em si, temos algumas questões como as necessidades, os impulsos e os instintos, para assim, chegar no motivo para realizar algum ato. TERMOS MOTIVACIONAIS Necessidades: esse termo é autoexplicativo, pois se temos necessidades, significa que temos deficiência de algo. Motivo/motivação: refere-se a um estado interno que pode resultar de uma necessidade, funcionando como um ativador ou despertador de comportamentos, os quais são dirigidos para a satisfação dessa necessidade instigadora. Impulsos: surgem para satisfazer necessidades básicas relacionadas com a sobrevivência e com a fisiologia humana, como o impulso de beber água, de comer etc. Impulsos e motivos são termos que podem ser alternativamente usados. Instintos: refere-se a padrões complexos de comportamento que se pensa serem derivados da hereditariedade, como forças herdadas, irracionais e comuns a todos os membros de uma espécie. William McDougall, psicólogo, acreditava que os instintos modelavam tudo que as pessoas faziam, sentiam e pensavam. Esse termo está caindo em desuso, pois rotular cada instinto não leva a um entendimento do real motivo pelo qual os seres se comportam. Incentivos: são objetos, eventos ou condições que incitam uma ação. MODELOS DE MOTIVAÇÃO Modelo homeostático: pressupõe que o corpo tem padrões de referência, ou pontos estabelecidos, para cada uma de suas necessidades. O padrão de referência aponta o estado ótimo, ideal ou equilibrado. Quando um corpo se afasta de um de seus padrões há o surgimento de uma necessidade, a qual ativa uma motivação que aciona um comportamento voltado para o retorno do equilíbrio. Modelo de incentivo: diz que experiências e incentivos frequentemente alteram cognições e emoções, levando à motivação, a qual aciona o comportamento que pode novamente alterar tais cognições e emoções, aumentando ou diminuindo o nível de motivação. Por exemplo, caso você goste de um estilo literário, e leia a sinopse de um livro que se encaixa nele, provavelmente esse incentivo (a sinopse) irá te motivar a adquirir a obra. Caso ocorra o contrário, você não goste do livro, provavelmente também não gostará da sinopse e desistirá de lê-lo. Uma variedade de forças internas (incentivos intrínsecos) e externas (incentivos extrínsecos) controla a nossa motivação. Os intrínsecos dizem respeito a algo que vem de cada pessoa, por exemplo, escolher um filme porque gosta do ato de assistir (por espontânea vontade). Por outro lado, os extrínsecos referem-se a algo externo, como ganhar pontuação em determinada matéria por assistir o filme. • Oferecer recompensas (incentivos extrínsecos) para se enganar em determinados comportamentos às vezes mata os incentivos intrínsecos. Usando o exemplo anteriormente citado, se o indivíduo gosta de assistir filme por prazer, ao passar a receber pontuação do colégio, ele pode ver o ato de assistir como uma obrigação e perder essa vontade que antes lhe agradava. A curiosidade, a aprendizagem e a criatividade parecem ser acionadas pela motivação intrínseca. PIRÂMIDE DE MASLOW Para o psicólogo humanista Abraham Maslow, o ser humano nasce com cinco sistemas de necessidades, os quais são dispostos em uma hierarquia. Ele diz que as pessoas permanecem como “animais carentes” durante toda a vida, e, quando um grupo de necessidades é atendido, um novo grupo toma o seu lugar. A base da pirâmide são as necessidades fisiológicas que são as mais fortes dentre as demais. Sendo assim, precisam ser atendidas antes que outras surjam. Uma vez que as fisiológicas são atendidas, surgem as necessidades de segurança. Por exemplo, as crianças querem rotinas que podem confiar, e os adultos desejam estabilidade em setores da vida, como o financeiro. Quando as necessidades de segurança são atingidas, surgem as de afeto, intimidade e sentimento de pertencer. As pessoas buscam amar e serem amadas. Após satisfeitas as necessidades de amor, surgem as de autoestima e estima de terceiros, pois as pessoas desejam valorização dentro dos ambientes em que vivem. Depois de todas as necessidades serem atingidas, vem a busca pela autorrealização, a qual Maslow considera mais difícil devido a dúvida que as pessoas têm em seus potenciais. MOTIVAÇÃO E CENTROS DE PRAZER Quando uma necessidade biológica está presente em algum grau, o ato de satisfazê-la gera dois tipos de prazer. Primeiro, o alívio decorrente da remoção das tensões e do desconforto que acompanhavam a deficiência. Segundo, um componente mais vívido de prazer, ou de alegria, que geralmente acompanha a satisfação de um impulso básico. Nós nos acostumamos a esperar prazer quando cuidamos de uma necessidade básica. Essa expectativa pode ser vista como um incentivo que nos motiva a cuidar das deficiências corporais. A alegria que acompanha os motivos está radicada no cérebro, em regiões denominadas centros de prazer. Muitos mamíferos, incluindo o ser humano, têm numerosos circuitos espalhados no cérebro associados ao prazer. A estimulação do centro de prazer acompanha naturalmente a redução das necessidades do dia a dia. MOTIVAÇÃO INCONSCIENTE Sigmund Freud acreditava que os seres humanos raramente têm consciência das forças que os motivam, e a noção dele sobre a motivação encontra respaldo através de pesquisas realizadas por cientistas e psicólogos. Por exemplo, a pesquisa dos centros de prazer do cérebro sugere que a motivação inconsciente existe. As pessoas em geral não estão cientes daquilo que percebem e pensam e com frequência comportam-se de maneira desatenta ou automática. Exemplificando, muitas vezes no nosso dia a dia ligamos o ar-condicionado quando o tempo está quente, mas não pensamos no prazer resultante dessa ação. MOTIVAÇÃO POR ESTIMULAÇÃO SENSORIAL Freud acreditava que a motivação tem como objetivo livrar-nos da estimulação. Um exemplo seria beber água para saciar a sede, um tipo de estimulação. Acima de tudo, ele acreditava que o ser humano estava sempre em busca da calma e da tranquilidade. Entretanto, seu conceito caiu em desuso, pois hoje os psicólogos presumem que os seres desejam a estimulação. Uma prova disso é que pessoas expostas a estimulação constante e imutável durante longos períodos, como uma grande viagem de caminhão, frequentemente alucinam, talvez para fornecer estimulação. Embora todos necessitem de estimulação, a quantidade varia de pessoa para pessoa. O excesso pode ser tão prejudicial quanto a insuficiência. Alguns cientistas sociais acreditam que as preferências sensoriais estão relacionadas com a reatividade (o grau em que as pessoas respondem a seu meio e a outras pessoas). Indivíduos com alta reatividade buscam maneiras de minimizar a estimulação quando defrontados com situações extremamente saturadas. Já os com baixa reatividade escolhem estimulação intensa. Alguns investigadores acreditam que a reatividade está inata no temperamento. Eles a relacionam com as catecolaminas (classe de neurotransmissores), as quais ajudam a regular a sensação de recompensa e os circuitos de atividade no sistema límbico. Mesmo que a busca por estimulação e a reatividade possam ter uma base genética, o meio ambiente pode modificá-las, pois elas tentam se ajustar de alguma forma às condições de vida. Curiosidade: a motivação para explorar e manipular (ou a curiosidade) provavelmente está relacionada com a necessidade de estimulação sensorial. O ato de brincar, que costumaser exploratório ou manipulativo, é uma atividade praticada por quase todos os mamíferos. Essa motivação está presente nas pessoas durante toda a vida, pois ao mesmo tempo em que apreciamos o conhecido, frequentemente nos sentimos atraídos pelo novo. Conforme exploramos o novo, nossas velhas estruturas mentais desfazem-se para dar lugar a novas, fazendo avançar a competência mental. A motivação para o novo também tem um valor de sobrevivência: os animais que vivem novas experiências ficam mais aptos a notar e reagir apropriadamente a condições inesperadas e que requerem decisões de vida ou morte. REFERÊNCIA: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA – LINDA L. DAVIDOFF
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