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A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por episódios de broncoconstrição aguda causando encurtamento da respiração, tosse, tensão torácica, respiração ruidosa e rápida. A obstrução do fluxo aéreo na asma resulta de broncoconstrição por contração de músculos lisos brônquicos, inflamação da parede brônquica e aumento na secreção de muco. Os ataques de asma podem ser desencadeados por exposição a alérgenos, exercício, estresse e infecções respiratórias. Asma Os objetivos do tratamento da asma são diminuir a intensidade e a frequência dos sintomas e o grau de limitações que o paciente apresenta devido a esses sintomas. Todos os pacientes necessitam de medicação de “alívio rápido” para tratar os sintomas agudos. O tratamento farmacológico para controle de longo prazo objetiva reverter e prevenir a inflamação das vias aéreas. β2-agonistas adrenérgicos A inalação de β2-agonistas adrenérgicos relaxa diretamente o músculo liso das vias aéreas. Eles são usados para o alívio rápido dos sintomas, bem como no tratamento auxiliar para controle de longo prazo da asma. Alívio Imediato Os β2-agonistas de curta ação (BACAs) têm rápido início de ação (5-30 minutos) e proporcionam alívio de 4 a 6 horas. Os β2-agonistas não têm efeito anti- inflamatório e nunca devem ser usados como terapêutica única para os pacientes com asma crônica. Efeito de Longa Duração β2-agonistas de longa ação (BALAs) têm duração de longa ação, proporcionando broncodilatação por pelo menos 12 horas. Esses fármacos não devem ser usados para o alívio rápido de um ataque de asma agudo. A monoterapia com BALA é contraindicada, devendo ser usada apenas combinada com um medicamento que controle a asma. *Os corticosteroides por via inalatória (CSIs) permanecem como os fármacos de escolha para o controle da asma de longa duração, e os BALAs são considerados úteis como tratamento auxiliar para esse controle. Corticosteroides Os CSIs são os fármacos de escolha para controle de longo prazo em pacientes com algum grau de asma persistente. Os corticosteroides inibem a liberação de ácido araquidônico por meio da inibição da fosfolipase A2, produzindo, assim, efeito anti-inflamatório direto nas vias aéreas. Os CSIs não afetam diretamente o músculo liso das vias aéreas. Ao contrário, os CSIs inalados visam diretamente à inflamação subjacente das vias aéreas, diminuindo a cascata inflamatória, revertendo o edema de mucosa, diminuindo a permeabilidade dos capilares e inibindo a liberação de leucotrienos. A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) é uma obstrução crônica e irreversível do fluxo aéreo. Geralmente é progressiva. Os sintomas incluem tosse, produção excessiva de muco, compressão torácica, falta de ar, dificuldade de dormir e fadiga. O fumo é o maior fator de risco da DPOC e está ligado diretamente com o declínio progressivo da função pulmonar. O tratamento farmacológico da DPOC é direcionado ao alívio dos sintomas e à prevenção da progressão da doença. Infelizmente, vários pacientes ainda experimentam declínio da função pulmonar com o tempo, apesar dos cuidados disponíveis. DPOC Corticosteroides O acréscimo de um CSI a um broncodilatador de longa ação pode melhorar os sintomas, a função pulmonar e a qualidade de vida em pacientes de DPOC. Contudo, o uso de um CSI está associado com aumento do risco de pneumonia e, por isso, deve ser limitado a esses pacientes. Ainda que usados com frequência nas exacerbações agudas, os corticosteroides orais não são recomendados para o tratamento de longa duração. Broncodilatadores A inalação de broncodilatadores, incluindo os β2- agonistas adrenérgicos e os anticolinérgicos (ipratrópio e tiotrópio), são a base do tratamento da DPOC. Esses fármacos aumentam o fluxo aéreo, aliviam os sintomas e diminuem a taxa de exacerbações. Os fármacos de longa ação, BALAs e tiotrópio, são o tratamento de primeira escolha para todos os pacientes, exceto aqueles que estão sob risco baixo com menos sintomas. A associação de um anticolinérgico e um β2-agonista pode ser útil em pacientes com respostas inadequadas a um broncodilatador simples inalado. Rinite alérgica A rinite é uma inflamação das membranas mucosas do nariz e é caracterizada por espirros, prurido nasal e ocular, rinorreia aquosa, congestão nasal e, algumas vezes, tosse improdutiva. A crise pode ser desencadeada pela inalação de um alérgeno (como pó, pólen ou pelos de animais). Anti-histamínicos (bloqueadores do receptor H1) Os anti-histamínicos são úteis no manejo dos sintomas de rinite alérgica causada pela liberação de histamina (espirros, rinorreia aquosa e prurido nasal e ocular). Contudo, eles são mais eficazes na prevenção dos sintomas do que no tratamento após o aparecimento dos sintomas. A combinação de anti-histamínicos com descongestionantes é eficaz quando a congestão é uma característica da rinite. Os anti-histamínicos de primeira geração, como difenidramina e clorfeniramina, geralmente não são preferidos por causa dos efeitos adversos, como sedação, limitações na performance e outros efeitos anticolinérgicos. Os anti-histamínicos de segunda geração (p. ex., fexofenadina, loratadina, desloratadina, cetirizina e azelastina intranasal) costumam ser mais bem tolerados. Corticosteroides Corticosteroides intranasais, como beclometasona, budesonida, fluticasona, ciclesonida, mometasona e triancinolona, são as medicações mais eficazes para tratamento da rinite alérgica. Eles melhoram espirros, prurido, rinorreia e congestão nasal. A absorção sistêmica é mínima, e os efeitos adversos do tratamento intranasal dos corticosteroides é localizado. Agonistas α-adrenérgicos Os α-agonistas adrenérgicos de curta ação (“descongestionantes nasais”), como a fenilefrina, contraem as arteríolas dilatadas na mucosa nasal e reduzem a resistência das vias aéreas. Quando administrados como aerossol, esses fármacos apresentam um início de ação rápido e poucos efeitos sistêmicos. Sistema Digestório As duas principais causas de úlcera péptica são infecção com o gram-negativo Helicobacter pylori e o uso de anti- inflamatórios não esteroides (AINEs). O aumento da secreção de ácido clorídrico (HCl) e a defesa inadequada da mucosa contra o HCl também têm seu papel nesse processo. O tratamento inclui: 1) Erradicação da H. pylori; 2) Diminuição da secreção de HCl; e/ou 3) Administração de fármacos que protejam a mucosa gástrica da lesão. Antimicrobianos Pacientes com úlcera péptica (úlceras gástricas ou duodenais) infectados com H. pylori precisam de tratamento antimicrobiano. A erradicação da H. pylori resulta na cicatrização rápida da úlcera ativa e na baixa da taxa de recorrência. A erradicação bem-sucedida da H. pylori (80-90%) é possível com várias associações de antimicrobianos. Atualmente, o tratamento de escolha consiste em um IBP combinado com amoxicilina (metronidazol pode ser usado em pacientes alérgicos à penicilina) mais claritromicina. Antagonistas de receptor H2 / Inibidores da H2 A secreção gástrica é estimulada por acetilcolina (ACh), histamina e gastrina. As ligações de ACh, histamina ou gastrina com seus receptores resulta na ativação de proteinocinases, que, por sua vez, estimulam a bomba de prótons H+/K+ a secretar íons hidrogênio em troca de K+ para o lúmen do estômago. Bloqueando competitivamente a ligação da histamina aos receptores H2, esses fármacos reduzem a secreção do ácido gástrico. IBPs: inibidores da bomba de prótons Os IBPs se ligam à enzima H+/K+-ATPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons hidrogênio para olúmen gástrico. A bomba de prótons ligada à membrana é a etapa final da secreção de ácido gástrico. Antiácidos Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e um sal, para diminuir a acidez gástrica. Como a pepsina (uma enzima proteolítica) é inativa em pH acima de 4, os antiácidos reduzem a atividade da pepsina. NaHCO3 +HCl→NaCl+H2O+CO2 O hidróxido de alumínio tende a causar constipação, ao passo que o hidróxido de magnésio tende a produzir diarreia. Prostaglandinas A prostaglandina E2, produzida pela mucosa gástrica, inibe a secreção de ácido e estimula a secreção de muco e bicarbonato (efeito citoprotetor). A deficiência de prostaglandinas pode estar envolvida na patogênese das úlceras pépticas. O uso profilático do misoprostol deve ser considerado em pacientes que estão recebendo AINEs e se encontram sob risco moderado ou alto de úlceras induzidas por esses fármacos, como pacientes idosos ou com úlceras prévias. O misoprostol é contraindicado na gravidez, pois pode estimular as contrações do útero e causar aborto. Fármacos protetores da mucosa Esses fármacos, também conhecidos como citoprotetores, apresentam várias ações que aumentam os mecanismos de proteção da mucosa, prevenindo lesões, reduzindo inflamação e cicatrizando úlceras existentes. Sucralfato: Esse complexo de hidróxido de alumínio e sacarose sulfatada se liga a grupos carregados positivamente em proteínas da mucosa normal e necrótica. Formando géis complexos com as células epiteliais, o sucralfato cria uma barreira física que protege a úlcera da pepsina e do ácido, permitindo a cicatrização da úlcera. Subsalicilato de bismuto: Este fármaco é usado como componente de tratamento quádruplo para cicatrizar úlceras pépticas. Além da sua ação antimicrobiana, ele inibe a atividade da pepsina, aumenta a secreção de muco e interage com glicoproteínas na mucosa necrótica, revestindo e protegendo a úlcera.
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