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ESTUDO DE CASO Multiculturalismo- Hip Hop e culturas fora dos centros


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ESTUDO DE CASO: Multiculturalismo- Hip Hop e culturas fora dos centros 
 
Mais que um gênero musical, o Hip Hop é uma cultura popular, que se iniciou em Nova 
York na década de 70, nas comunidades de origem africana, caribenha e latina - localizadas 
nos subúrbios. Surgiu ao misturar algumas batidas e letras de músicas do estilo de funk e 
também soul. O movimento mistura diversas áreas da cultura, fazendo com que inclua muitas 
pessoas, considerando que cada um pode se identificar com alguma área. Algumas das áreas 
envolve os grafites, a dança com os passos de breaking e também a música com o rap. O 
crescimento do movimento foi construído pelos esforços e ao preconceito que os pioneiros 
dessa arte enfrentaram. Os rappers além de tentarem dar voz e visibilidade para as dificuldades 
enfrentadas por moradores de periferia, também tiveram de aguentar a pressão de toda uma 
sociedade que tentavam reprimir as suas artes. 
No Brasil, o hip hop começou a dar sinais no início da década de 80, grupos de jovens passaram 
a frequentar lugares e propagar o movimento. Nessa época, o rap era estereotipado como um 
estilo musical violento e que era feito, exclusivamente por moradores da periferia, os brasileiros 
também enfrentaram o preconceito vindos da sociedade em geral que classificavam os artistas 
de forma negativa. 
Devido a esse novo modo de cultura, surgem também gírias e palavras para representar o povo 
que participa do movimento. Isso é conhecido como neologismo, que de uma forma mais 
simples pode ser separada em proporcionar no surgimento de novas palavras ou a modificação 
do significado dela. No artigo escrito pela Maria Cavalcante que se chama “Os neologismos 
populares em letras dos grupos de rap de Rio Branco”, a autora apresenta um glossário que traz 
alguns neologismos. Podemos notar exemplos como: RASGANDO O VENTO Exp. em uma moto 
veloz (Kalibre 12) “[...] Rasgando o vento night loka, seja o que deus quiser / O tempo frio trás o 
fire em que foque o gambé / Longe dos alemão faço a minha proteção / Quadrada na cinta 
entupida pronto pra ação” (Trecho da música Noite na Quebrada – Kalibre 12). 
Com base na realidade de minha região/estado, pode-se afirmar que, como em vários outros 
estados, o movimento HipHop está presente no Paraná muito mais do que imaginamos. Muitos 
talentos paranaenses se destacam aqui e em outros países pelo conceito poético e artístico que 
faz a diferença na paisagem urbana, um exemplo é a Rua São Francisco, no centro histórico de 
Curitiba, é possível observar uma verdadeira galeria de arte em uma das ruas mais antigas e 
charmosas da capital. 
Mas infelizmente, ainda se nota em nossa região/estado um certo preconceito por parte da 
sociedade local em relação a cultura do hip hop, pois muitos ainda olham de forma 
preconceituosa, como sendo ‘gostos’ ou ‘traços culturais de favelados’. 
Porém, o que devemos reforçar sempre, é que o hip hop é uma forma em que pessoas que 
normalmente não tem visibilidade conseguem demonstrar seus interesses, realidades e 
dificuldades. E que através dessa demonstração de arte surge uma forma de dar voz a todos os 
membros da sociedade que muitas vezes não conseguem chamar a atenção para suas 
necessidades.

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