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Introdução É frequente uma associação entre as síndromes Síndrome nefrótica vs Sd. nefrítica Sd Nefrótica: dano não inflamatório da parede capilar glomerular altera a barreira de carga ou tamanho dos glomérulos; afeta principalmente os podocitos (podocitopatia→proteinúria nefrótica) Sd Nefrítica: processo inflamatório glomerular; dano do capilar glomerular→ ruptura da barreira com passagem de células. 1. Obliteração dos capilares glomerulares A inflamação diminui a superfície disponível para a filtração glomerular→ ↓ o coeficiente de filtração glomerular (Kf)→ ↓ TFG→ hipervolemia (retenção de sódio e água) e retenção de catabólitos do metabolismo proteico (ex: ureia, creatinina...)→ HAS, edema, insuficiência renal... O Kf depende da permeabilidade e área de superfície. Pressão hidrostática intracapilar→ favorece a filtração Pressão hidrostática intracapsular e pressão oncotica→ se opõem a filtração Kf x (Ph intracapilar – Ph intracapsular – PO)= Intensidade da filtração glomerular Obstrução dos túbulos, ureter, pelve→ pode ↑ pressão hidrostática da cápsula de Bowmann→ dificulta a filtração 2. Ruptura dos capilares glomerulares O processo inflamatório (devido a enzimas proteolíticas) causa pontos de ruptura do capilar glomerular → hematúria, leucocitúria, proteinúria, cilindros hemáticos A inflamação glomerular Ocorre em resposta ao sistema imune, principalmente a mecanismos humorais. Mecanismos humorais →mais importante. IMUNOCOMPLEXOS IN SITU (se formam no rim) OU IMUNOCOMPLEXOS CIRCULANTES Imunocomplexos in-situ por autoanticorpos: Autoanticorpos ligam-se a autoantígenos glomerulares na intimidade da MBG; Autoantígenos originados a partir de modificações estruturais do glomérulo normal. Exemplo: Doença antimembrana basal glomerular ✓ Auto AC circulantes contra Ag localizado no domínio NC1 da cadeia alfa-3 do colágeno tipo IV, expresso na MB glomerular e do alvéolo pulmonar→ tais Ac ao serem formados reagem com a membrana basal, atraem as células inflamatórias e danificam a parede do capilar causando uma vasculite. ✓ Doença rara. Acomete adultos jovens do sexo masculino (6:1) ✓ 50-70% dos casos acomete o pulmão, com quadro de hemorragia pulmonar (Sd Goodpasture) ✓ Fatores predisponentes: genéticos, uso de cigarro, exposição a hidrocarbonetos voláteis Biópsia renal: glomerulonefrite crescêntica IMF: depósitos lineares de IgG ao longo da MBG, difusos e homogêneos Imunocomplexos in-situ por antígenos plantados: Anticorpos circulantes reagindo com antígenos circulantes externos aprisionados (plantados) nos glomérulos; Exemplo: Glomerulonefrite pós- estreptocócica ou pós-infecciosa Imunocomplexos circulates: complexos de Ag-Ac circulantes (são maiores) que se depositam nos glomérulos. Exemplo: nefrite lúpica Local de deposição dos anticorpos dentro do glomérulo determina a apresentação clínico- patológica. Fatores determinantes: Tamanho e carga do antígeno (carga negativa: depósito subendotelial; carga positiva: membranoso ou subepitelial) Tamanho do imunocomplexo (IC) Eficiência de clareamento dos ICs (nos mesangios) Avidez, afinidade e quantidade de anticorpos (IgG fixa mais complemento do que IgA) OBS: nem sempre é tudo tão bonitinho assim! Em alguns casos, como na Glomerulonefrite pós- estreptocócica, a qual o antígeno pode formar imunocomplexos de tamanho maior (que ficarão na camada subendotelial causando uma inflamação) ou de tamanho menor (que irão ficar na camada subepitelial causando uma injúria podocitaria e uma proteinúria nefrótica) Na síndrome nefritica com ativação do mecanismo humoral por via clássica→ativada por imunocomplexos→ Inicia-se com a ligação de C1q à porção Fc do anticorpo→ ↓ C3 e ↓C4→ Ex: lupus Já na síndrome nefritica com ativação do mecanismo humoral por via alternativa→ independente de imunocomplexos→É ativada por antígenos polissacarídicos, células lesadas, endotoxinas, IgA polimérica→ ↓C3 e normais ou altos níveis de C4→ ex: pós estreptocócica. Imunidade celular→ Papel mal definido. Linfócitos T identificados no parênquima renal de pacientes com glomerulonefrite. Fisiopatologia DIMINUIÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR E DO KF 1. Obstrução da luz capilar pela infiltração de neutrófilos 2. Vasoconstricção da arteríola aferente (liberação de leucotrienos e tromboxanos) 3. Obstrução por crescentes Nas formas mais graves da sd. Nefritica (ex: glomerulonefrite rapidamente progressiva) ocorre a formação de crescentes: Pelo menos duas camadas de células epiteliais glomerulares e fagócitos mononucleares→ocupam parcial ou totalmente o espaço de Bowman. Resposta tecidual à ruptura do capilar glomerular e ao extravasamento de fibrina e células inflamatórias para o espaço de Bowman. Formato de uma lua ¼ crescente. Com o tempo fica totalmente acelular (fibrina)→ fibroso→ nesse estágio o tratamento não adianta. EXPANSÃO DO VOLUME EXTRACELULAR ↓ da filtração glomerular Retenção renal primária de sódio: ducto coletor cortical e medular A redução na excreção de sódio é maior do que a queda na TFG Rins ficam ávidos por sódio→ reabsorção tubular anormal. permeabilidade dos canais de sódio→ atividade da Na+ -K + -ATPase; Não é aldosterona nem angiotensina!!! Manifestações clínicas Hematúria: Ativação do complemento e formação do complexo de ataque à membrana→liberação de enzimas proteolíticas e radicais livres→ lesão da MBG; Hemácias passam para o espaço urinario→ hemácia dismórfica. Edema: Hipercelularidade glomerular → área transversal dos cap. glomerulares → TFG→ Retenção de Na+ e água →Baixa fração de excreção de sódio e urina concentrada. HAS: Retenção renal de sódio e água: HAS volumedependente Níveis do Peptídeo Atrial Natriurético estão elevados (mas rins pouco responsivos a ele) Atividade de renina plasmática e aldosterona está usualmente baixa Etiologias Pós-estreptocócica - 90% dos casos GN infecciosa não-estreptocócica (outras infecções virais e bacterianas) endocardite, pneumonia pneumocócica, bacteremia estafilocócica, vírus B e C, outras GN não infecciosa (associada a outras patologias) GNMP, nefropatia IgA, LES, vasculites Diagnóstico História Clínica e Exame físico Sumário de Urina: Hematúria: TIPO GLOMERULAR O que ativa o dipstick é a presença do pigmento heme (ex: mioglobina ou hemoglobina)!! Ausência de cilindros hemáticos não afasta causa glomerular Cilindro hemático pode estar presente na nefrite intersticial Proteinúria: grau variável (discreta a nefrótica) Leucocitúria estéril: frequente (outras causas: nefrite intersticial e Tb do trato urinário) Complemento Tudo que for associado a infecção consome complemento!!! Outros exames laboratoriais GN difusa aguda pós-estreptocócica Doença aguda e reversível Hematúria macroscópica e edema, 10- 20dias após infecção estreptocócica cutânea ou de orofaringe Função renal normal ou comprometida (IRA oligúrica) Pós-faringítica e não sinfaringítica (IgA) Agente etiológico: Streptococcus beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) cepas nefritogênicas Risco de GNDA após estreptococcia: 15% (varia de 5% para cepas orofaríngeas até 25% para cepas cutâneas). Muitos casos são subclínicos e de resolução espontânea. Ocorre frequentemente de maneira endêmica Epidemias→sorotipos 12 e 49 Afeta principalmente crianças (2 -14 anos): < 5% dos casos abaixo de 2 anos; < 10% dos casos acima de 40 anos Homens: Mulheres = 2:1 Doença Imunológica Período de latência entre o advento doquadro infeccioso e o início da glomerulonefrite Tempo de latência→processamento dos antígenos e síntese de anticorpos Pode haver depósitos subendoteliais e mesangiais ou subepitelias (HUMPS→ corcova de camelo) ASLO ↑ sugere infecção, mas ASLO normal não afasta infecção!!! Doença subclínica (hematúria microscópica e C3): 4-5 vezes mais frequente do que doença clínica evidente
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