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LIPOGÊNESE E METABOLISMO DO COLESTEROL ➛Fontes de produção de lipídeos - os 3 macro nutrientes podem ser armazenados na forma de lipídeos ➛Organismo em jejum - esgotamento dos estoques hepáticos de glicogênio ↳ Energia necessária nessa situação pode vir da gliconeogênese ou da mobilização dos estoques de lipídios 1. Lipídeos dietéticos ➛95% - triglicerídios ➛O restante - fosfolipídios e colesterol ➛Colesterol é apenas de origem animal ↳ Precursor da síntese de hormônios esteróides, ácidos biliares, vitamina D ↳ No reino vegetal tem os fitoesteróis, algumas vezes agindo como antagonistas do colesterol *Óleo de coco - triglicerídios de cadeia média + triglicerídios de cadeia longa Lipólise e lipogênese - regulação hormonal ➛Hormônios lipolíticos e lipogênicos ➛Insulina inibe a lipólise por inibir a adenilato ciclase e estimular a fosfatase que inibe a lipase hormônio sensível 3. Lipogênese ➛A molécula chave da síntese de ácidos graxos é o Acetil CoA ➛Ocorre a partir de um grupo de enzimas-chave ➛Ocorre no citoplasma da célula ➛O principal local de síntese é o fígado 1º passo: transferência de acetato para o citosol a partir do acetil CoA mitocondrial (oriunda do catabolismo de ác graxos, corpos cetônicos, aminoácidos e piruvato) ↳ Quando o organismo precisa de energia, o Acetil- CoA se condensa com o oxaloacetato à Citrato e entra no ciclo de Kbrebs. Se começar a acumular ATP por excesso de Acetil-CoA, a enzima que daria continuidade ao ciclo é inibida e o Citrato precisa sair da mitocôndria ↳ Após a saída do Citrato, ele é convertido novamente à oxaloacetato e Acetil-CoA ↳ O Acetil-CoA será usado na biossíntese de AGs, enquanto o oxaloacetato vai ser utilizado para restaurar piruvato e retorna para o interior da mitocôndria ↳ A conversão de Malato à piruvato fornece NADPH para a biossíntese de AGs, assim como a via das Pentoses fosfato *CoA é uma molécula grande que não consegue atravessar a membrana da mitocôndria, então existe CoA mitocondrial e citoplasmática 2º passo: formação do malonil pela carboxilação da acetil- CoA (complexo acetil-CoA-carboxilase) ↳ Esse passo é irreversível na biossíntese dos ácidos graxos ↳ Requer HCO3-, ATP e biotina ↳ A presença de Acetil-CoA no citoplasma polimeriza as subunidades enzimáticas, ativando a enzima ↳ Biotina carboxilase, proteína carreadora de biotina e transcarboxilase ↳ A Biotina é carboxilada e interage com a enzima, e se encaixa no sítio de ação da transcarboxilase ↳ O grupamento carboxil é transferido para o Acetil- CoA, formando o malonil-CoA 3º passo: ação do complexo enzimático ácido graxo sintase Processo ocorre em 4 fases: ↳ Condensação - agrega um acetil à molécula de malonil (com saída da carboxila) ↳ Redução - retira o grupo carbonila e recebe H do NADPH que vem do ciclo das pentoses e da via de restauração do piruvato ↳ Desidratação ↳ Redução - recebe mais um H do NADPH ➛ Essas etapas resultam na primeira cadeia, com 4 carbonos, o ácido butírico ou burtirato - 2 C do malonil e 2 C do acetil ➛ Nos próximos passos vão sendo incorporados de 2 em 2 carbonos, todos vindos do malonil até formar o ácido palmítico com 16 carbonos 3.1 Regulação da Ácido Graxo Sintase ➛Ativação da enzima: citrato ➛Inativação alostérica: acil CoA de cadeia longa ➛Hormônios contra-regulatórios: adrenalina e glucagon (fosforila a enzima e a inativa) ➛Insulina: desfosforila a enzima, ativando-a Regulação a longo prazo ➛ Dieta com excesso de calorias por longo prazo - hipercalórica e excesso de CHO: aumento da atividade da enzima AGS ➛ Redução energética ou jejum: reduz atividade da enzima AGS ➛ O palmitato é precursor de outros ácidos graxos de cadeia longa. Pode ser aumentado por meio da ação dos sistemas de alongamento dos ácidos graxos presentes no retículo endoplasmático liso e na mitocôndria *Formação de ômega 3 e 6 - apenas plantas apresentam a enzima necessária, por isso é um AG essencial ➛ Diferentes tipos de lipídeos são sintetizados a partir de derivados de palmitato e de outras moléculas: - Eicosanóides - Triacilgliceróis - Colesterol *Eicosanóides são AG com cadeias acima de 20C, precursores de moléculas relacionadas aos processos inflamatórios 3.2 Compartimentos celulares ➛ Processos metabólicos mitocontriais β-oxidação, produção de acetil- CoA, síntese de corpos cetônicos e alogamento da cadeia ➛ Retículo endoplasmático Síntese de fosfolipídeos, esteróis e alongamento da cadeia dos AG ➛ Citoplasma Produção de NADPH, síntese dos esteróis e isoprenóides, síntese de AGs 4. Formação de triacilglicerol ➛ Ocorre principalmente no fígado (tecido adiposo apenas armazena, não tem as enzimas necessárias para realizar a síntese) ➛ Precisa de Gicerol-3-fosfato ↳ Formado no fígado pela glicerol quinase ou ↳ Via glicólise - dihidroxiacetona-P sofre ação da glicerol-3-fosfato-desidrogenase, e pela oxidação do NADH forma glicerol-3-P ➛ Tecido adiposo capta glicose a partir dos transportadores de glicose com a ajuda da insulina (GLUT4 insulino dependente) 4.1 Captação de Ácidos Graxos Livres para o interior da célula ➛ CD36 - molécula que apresenta o AG livre pra FATP - proteína transportadora de AGL ➛ No citoplasma o AGL se une à FABP - proteína ligante de AGL- que o transporta para a Acil-CoA-sintase que ativa o AG com a molécula de CoA e vai transpor o AG para a ptn ACBP que promove a esterificação dos AG e promover a síntese do triacilglicerol 4.2 Síntese de Triacilglicerol 1º Formação de ácido fosfatídico - formado por uma molécula de glicerol esterificada com 2 AGs e um ácido fosfórico 2º Fosfatidato fosfatase que retira o P, formando o diacilglicerol 3º Acil transferase transfere mais um grupo acetil para formar o triacilglicerol Carbono 1 - geralmente saturado Carbono 2 geralmente insaturado Carbono 3 - qualquer um, mas precisam ser ativados (unidos à CoA = acil CoA graxo) * Tecido adiposo contém AG de várias extensões 5. Fosfolipídeos ➛ Principalmente ácidos graxos de cadeia longa e insaturados (para dar maleabilidade) ➛ Cabeça hidrofílica formada por glicerol + fosfato ➛ Podem atuar como: ↳ Ancoradores de antígenos (sistema ABO, por ex) ↳ Formar produtos que agem como sinalizadores intracelulares ↳ Segundo mensageiros (ex: cascata de ativação hormonal como a da insulina) ↳ Ativadores ou co-fatores enzimáticos 6. Dessaturação e elongação de ácidos graxos essenciais ➛ Os ácidos graxos essenciais sçao precurssores de outros AG de cadeia longa com níveis de saturação diferentes ↳ Membrana, SNC, ... ↳ A falta pode interferir na transmissão sináptica ➛ Após a ingestão, passam pelos processos de dessaturação e elongação ➛ ꞷ -3 é precursor de moléculas anti-inflamatórias enquanto o ➛ ꞷ -6 é precursor de moléculas pró- inflamatórias (prostraglandinas e leucotrienos) ➛ ꞷ -6→ PG2 e LT4 - pró-inflamatórias ➛ ꞷ -3→ PG3 e LT5 - ainti-inflamatórias Eicosanóides ↳ Derivados de AG oriundos do ácido araquidônico ↳ Dá origem aos leucotrienos, prostaciclinas, prostraglandinas e tromboxanos ↳ Precursor dietético → Ácido Linoléico (ꞷ -6) → ácido araquidônico ↳ Produzidos em quase todos os tecidos e tem ação parácrina 7. Biossíntese de colesterol ➛ Origem exógena pela alimentação ➛ Origem endógena - fígado é o principal local ➛ A única via de eliminação do colesterol é pela bile ➛ BS ocorre no Retículo endoplasmático e citosol de todos os tecidos, principalmente no fígado, intestino, adrenal e gônadas ➛ Possíveis destinos após a síntese ↳ Precursor da Vit D ↳ Membranas celulares ↳ Sais biliares ↳ Hormônios esteróides ↳ Lipoproteínas no sangue ➛ A síntese ocorre no estado alimentado e quando existe insuficiência no organismo 7.1 Etapas da síntese 1 - Condensação de 3 unidades de acetato formando mevalonato ➛ 2 moléculas de acetil-CoA se unem para formar acetoacetil-CoA que se condensam com uma terceira molécula de acetil-CoA ↳ Forma uma molécula de HMG-CoA (mesma molécula utilizada na síntese de corpos cetônicos) ↳ Enzimas: acetil-CoA-acetil transferase e HMG- CoA sintase ➛ A redução de HMG-CoA em mevalonato, para o qualcada uma de duas moléculas de NADPH doa dois elétrons ➛ A HMG-CoA redutase, proteína integral de membrana do RE liso, é o principal ponto de regulação da via do colesterol 2 - Conversão do mevalonato em unidades de isopreno ativadas ↳ Transferência de 3 grupos fosfato de 3 moléculas de ATP para o mevalonato 3 - Polimerização das 6 unidades de isopreno formando esqualeno linear com 30 carbono 4 - Ciclização do esqualeno para formar os quatro anéis do núcleo esteróide para produzir o colesterol * O risco cardiovascular em mulheres é reduzido em relação aos homens, (antes da menopausa) por causa da síntese do hormônios esteróides Esterificação do colesterol intracelular ➛ Aumenta estabilidade quando forma uma ligação éster com um ácigo graxo ➛ Ação da acil-CoA colesterol aciltransferase (ACAT) 7.2 Regulação da síntese de colesterol ➛ A maioria age na enzima HMG-CoA-redutase - etapa limitante, passando dessa etapa, o processo é irreversível ➛ Muitas drogas e compostos bioativos agem nessa enzima ➛ Família de proteínas SREBPs - controla a síntese do mRNA para a HMG-CoA redutase ↳ Porção N-terminal ativa a transcrição da HMG-CoA redutase ➛ Colesterol intracelular e sais biliares - estimulam a proteólise da HMG-CoA redutase ➛ Regulada pela fosforilação, sendo ativada pela insulina e inibida pelo baixo nível de ATP, pelo glucagon e pelo colesterol intracelular ↳ Glucagon alto, esteróides e baixo ATP - inativa a PKA (proteína cinase ativada por AMP) ↳ Insulina ativa a enzima, estimulando a síntese de colesterol 7.3 Redução da síntese ➛ Colestiramina - aumanta a secreção de sais biliares e inibe reabsorção pela circulação entero-hepática ➛ Se liga de forma permanente ao HMG-CoA ➛ Manejo dietético - fibras e esteróis vegetais (maior excreção) ➛ Destino do colesterol - sais biliares, lipoprotepinas e bile 7.4 Eliminação do colesterol ➛ 50% - síntese de sais biliares ➛ 50% - secreção de colesterol livre na bile ➛ Colestanol e coprostanol ➛ Xantelasmas e Xantomas de tendão - sinais de acúmulo de colesterol ou triglicerídios Fontes de colesterol hepático ➛ Dieta - quilomicrons ➛ Síntese no fígado ➛ Síntese em outros tecidos - HDL * Além da função de armazenamento de excesso de energia, o tecido adiposo também é um órgão endócrino