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Questões Direito de Família


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Questões Direito de Família
1) Quais são os requisitos necessários para que um casamento seja considerado existente?
R: São requisitos existenciais do casamento:
a) A manifestação recíproca de vontade (consentimento): A manifestação ou declaração de vontade, em geral, poderá ser expressa, através da palavra escrita ou falada, gestos ou sinais ou tácita, aquela que resulta de um comportamento do agente. Há exteriorizações de vontade que, para surtirem efeitos, necessitam chegar à esfera de conhecimento da outra parte. Fala-se, pois, em declarações receptícias de vontade. Neste caso, o silêncio não será interpretado como consentimento. 
b) Celebração por autoridade materialmente competente: Considerando-se que o casamento pode ser civil ou religioso com efeitos civis, poderão figurar como autoridades celebrantes o juiz de direito, o juiz de paz — segundo a Lei de Organização Judiciária de cada Estado — ou a autoridade religiosa.
Considerando a evolução jurisprudencial sobre a matéria, não se pode mais reputar a diversidade de sexos um requisito existencial do casamento. Além disso, a aprovação da Resolução nº 175/2015 pelo CNJ, proíbe as autoridades competentes de se recusarem a habilitar ou celebrar casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
3) Em que hipóteses o casamento é considerado nulo?
R: Grave é a consequência decorrente da violação dos impedimentos previstos no art. 1.521 do Código Civil. Considerando a superior natureza dos interesses que tutela, a infringência de qualquer desses impedimentos desemboca na nulidade do matrimônio celebrado.
Nesse diapasão, dispõe o Código Civil, em seu art. 1.548, que o casamento será considerado nulo por violação de impedimento ou quando contraído por enfermo mental desprovido de discernimento, situação extrema que, por si só, justificaria a invalidade do ato.
5) Apresente as situações legais que tornam o casamento anulável, bem como os prazos decadenciais para cada caso.
R: De acordo com o mencionado artigo 1.550 do Código Civil, constituem as causas que possibilitarão a anulação do casamento:
a) Quando um dos nubentes não completou a idade mínima para se casar e do menor em idade núbil quando não possui autorização de seu representante legal (incisos I e II, art. 1.550, CC). 
Será anulável o casamento de menor de 16 (dezesseis) anos, ou do menor entre 16 e 18 anos que não obteve autorização de seus representantes legais, porém o código trás algumas exceções, previstas nos arts. 1.551 e 1.553.
O prazo para propor a ação, é de 180 dias a contar do dia em que o menor deixar de ser incapaz de se casar, no caso de ser ele o autor da ação, e do dia do casamento quando a autoria da ação judicial for dos seus representantes legais ou de seus ascendentes, como dispõe o artigo 1.555 e seu parágrafo 1º do novo Código
b) No caso de "Vício da Vontade" (inciso III, art. 1.550, CC): Inicialmente é válido apontar que o novo Código dispõe expressamente no artigo 1.556 que o Erro essencial quanto à pessoa do outro nubente constitui "vício da vontade" do contraente que incidiu em erro.
Somente o cônjuge que incorreu em erro quanto à pessoa de seu nubente poderá propor a ação de anulação, porém havendo a ciência do vício e a coabitação o casamento será válido, salvo os casos previstos nos incisos III e IV do artigo 1.557 (disposição legal do artigo 1.559 CC).
E, de acordo com o inciso III do artigo 1.560, o prazo para propor a ação no caso de Erro essencial é de 03 (três) anos a contar da data de celebração do matrimônio.
c) É anulável, ainda, o casamento do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento (inciso IV, art. 1.550, CC): A incapacidade de consentir pode ocorrer no caso de coação, ou seja, quando o consentimento de um ou ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, saúde e a honra, sua ou de seus familiares, conforme disposto no artigo 1.558.
O prazo para a anulação do casamento contraído por incapaz de consentir é de 180 dias a contar da data de celebração do matrimônio, conforme dispõe o artigo 1.560, inciso I do novo Código.
d) O casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro cônjuge soubesse da revogação do mandato, também constitui causa de anulação do matrimônio (inciso V, art. 1.550, CC): Para que seja causa de anulação, os contraentes não poderão ter coabitado após a celebração do casamento.
Neste caso, também será de 180 dias o prazo para que o mandante proponha a ação de anulação, a contar do dia em que tomou ciência da realização do casamento (art. 1.560, parágrafo 2º, CC).
e) A incompetência da autoridade celebrante (inciso VI, art. 1.550, CC): Como já estudado anteriormente, a incompetência da autoridade celebrante deixou de ser causa de nulidade absoluta e passou a ser causa de anulação, tendo o prazo de 02 (dois) anos para a propositura da ação, a contar da data de celebração.

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