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ROUBO – Art. 157 1. Introdução · Crime complexo: protege mais de um bem jurídico (patrimônio, liberdade individual, integridade física...) · Pena: 4 a 10 anos · Lei 9.099: não se aplica tal lei dos juizados especiais 2. Tipo Objetivo · Subtrair: pegar para si um bem · Violência/grave ameaça: mal realmente relevante que a vitima saiba que pode se realizar (não precisa ser contra a vitima, pode ser contra familiar, amigo... só não pode ser contra objeto) · Outro meio que impossibilite a desefa da vitima – ex: boa noite cinderela 2.1. Espécies: · Roubo próprio: caput; violência ou grave ameaça é o mecanismo para conseguir o bem · Roubo impróprio: §1º; conseguiu pegar o bem sem violência ou grave ameaça, mas usa isso como meio para manter a posse do bem 3. Tipo Subjetivo: mesmo do furto · Dolo (só há forma subjetiva) · “Animus rem sibi habendi”: vontade de ficar com a coisa pra você ou não devolver a coisa para o dono · Roubo de uso (não quer ficar com a coisa em definitivo, só precisa usar e depois devolver): não existe roubo de uso · Parte da doutrina: isso é simplesmente roubo · Outra parte da doutrina: sem animus rem sibi habendi, é o crime de constrangimento ilegal · Caso do ônibus: rouba todos os passageiros do ônibus – apenas 1 crime de roubo: concurso formal perfeito (única ação e diversos resultados atingidos) (não há dolo individual para cada passageiro) · “Trombada”: essa violência é suficiente para configurar crime de roubo? · Parte da doutrina: no Código não há graduação de violência, qualquer tipo pode ser considerado, então é roubo · Veículo com rastreador: o rastreador não torna impossível o crime de roubo? · STJ: a partir do momento em que o dono do momento é colocado para fora do veículo ele deixa de ter disposição sobre o bem, então, no momento em que o agente assume a direção do veículo o roubo está consumado 4. Majorantes - §2º I. Emprego de arma: · Qualquer objeto que seja utilizado como arma · Armas de fogo (estragadas, sem munição, réplicas, brinquedos...) – roubo simples · Aplicação dessa majorante tem duas correntes: · Primeira: leva em conta o potencial lesivo (caso de armas sem munição e de brinquedo não aplicariam essa majorante) · Segunda: leva em conta o aspecto psicológico (mesmo sem potencial lesivo, se for relevante para o psicológico da vítima, a majorante deve ser aplicada · Terceira: armas sem potencial lesivo, se encaixariam no furto, porque não haveria violência ou grave ameaça (isso incentivaria essa prática) · Decisão do STJ: roubo cometido com armas sem potencial lesivo é roubo simples – não se aplica a majorante, mas também não é furto · Perícia: STJ e STF acreditam que não há necessidade de comprovação da arma por perícia para aplicar a majorante, desde que haja outros meios de comprovar (testemunhas, vídeos) · Se a arma foi recuperada, deve ser feito laudo pericial. Se for comprovado que não havia potencial lesivo, não se aplica a majorante e é roubo simples II. Concurso de pessoas: roubo cometido por duas ou mais pessoas oferece mais risco para vítima do que o roubo cometido por uma pessoa só III. Transporte de valores: a vítima trabalha com transporte de valores (ex: carro forte) e o agente sabe disso IV. Veículo para outro estado: levar o veículo roubado para outro estado ou país V. Restringe a liberdade da vítima: se durante o roubo o agente restringe a liberdade da vítima · Problema em determinar qual o tempo necessário de cerceamento de liberdade: · Todo roubo tem naturalmente restrição de liberdade · Tempo muito longo configuraria sequestro (roubar carro e colocar no porta malas por dois dias) · Tempo deve estar entre esse mínimo e máximo · Essa majorante é analisada em cada caso concreto 5. Roubo qualificado: resultado mais grave do que o esperado · §3º - resultado de lesão corporal grave ou morte de forma dolosa ou culposa · Primeira parte: se da violência do roubo resulta lesão corporal grave · Segunda parte: se da violência do roubo resulta morte – LATROCÍNIO · Única forma qualificado que tem um nome próprio LATROCÍNIO · Alguém morre, mas não é crime contra a vida. É crime contra o patrimônio – julgado por um juiz normal (e não pelo tribunal do júri) · Não significa morte da vítima que estava sendo roubada, mas sim qualquer morte no cenário do roubo (ex: morte de um policial que tentou evitar o roubo) · A quantidade de latrocínios não é identificada pela quantidade de mortes, mas pela quantidade de patrimônio ofendidos no mesmo cenário (ex: matou 4 pessoas, mas levou 1 patrimônio – 1 latrocínio; matou 6 pessoas, mas levou 2 patrimônios – 2 latrocínio) · Consumação: 4 situações possíveis I. Matou e levou o patrimônio embora: morte consumada e subtração consumada – latrocínio consumado II. Matou e, por algum motivo, não levou o patrimônio embora: morte consumada e subtração tentada – latrocínio consumado (STF) III. Não conseguiu matar, mas conseguir levar o patrimônio: morte tentada e subtração consumada – latrocínio tentado (STF) IV. Não conseguiu matar nem levar o patrimônio: latrocínio tentado · Num contexto de latrocínio, o que determina se ele é tentado ou consumado, é a morte e não a subtração do patrimônio · Resultado morte – latrocínio consumado · Sem resultado morte – latrocínio tentado EXTORSÃO – Art. 158 1. Distinção Roubo x Extorsão · Roubo: subtrair (conduta do agente é direcionada ao patrimônio) · Extorsão: constranger (conduta do agente é direcionada a formação de vontade da vítima, para que ela permita que se faça alguma coisa em relação a ela) 2. Constranger mediante violência ou grave ameaça a fazer ou a deixar que se faça, com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica · Constranger: há uma colaboração da vítima para o agente chegar ao bem (ex: você vai me vender um terreno que vale 100 mil por 50 mil se não vou matar sua família) · Roubo: a vítima não permite que o agente chegue ao bem · Não precisa ameaçar a vítima, pode ser por exemplo, a família da vítima (mesma coisa no roubo 3. Consumação: se dá quando o ato de constranger acontece · Não é necessário o resulto, isto é, a efetiva obtenção do bem · Verbo constranger não exige resultado naturalístico · Minoria: a vítima deve reagir minimamente (se a vítima ignora totalmente, houve tentativa de constrangimento mediante extorsão) 4. Elemento subjetivo: · Dolo · Intenção especifica em obter uma vantagem específica indevida · Se for vantagem devida: constrangimento ilegal 5. Majorantes – Extorsão qualificada: lesão grave e resultado morte (idênticas as majorante do roubo) · Se apenas da ameaça resulta morte (ex: ameaça que leva a um infarto) · Legalista: não se pode fazer interpretação expansiva de norma incriminadora = não se aplica a majorante · Outra corrente: o que importa é que a conduta do agente levou à morte = se aplica a majorante
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