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Escolha um dos locais abaixo e faça uma pesquisa sobre o uso dos métodos adequados de resolução de conflitos: União Europeia | América do Norte | Ásia | América do Sul | África Oceania. O local a ser

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ 
BELO HORIZONTE 
 
 
 1º Trabalho Avaliativo AV1 
 
Aluno: Roberta Lorena Martins Dias 
202002175133 
 
 
Trabalho da disciplina: Metodos Adequados de Soluções de Conflitos 
Tutor: Thais Costa Teixeira 
 
 
 
Belo Horizonte 
 
 
 
3. Escolha um dos locais abaixo e faça uma pesquisa sobre o uso dos métodos adequados 
de resolução de conflitos: União Europeia | América do Norte | Ásia | América do Sul | África 
Oceania. 
O local a ser escolhido é de opção do aluno ou dupla. A partir da pesquisa, deve ser 
redigido um texto sobre os dados coletados. O texto, escrito pelo aluno ou pela dupla, deve 
conter até cinco laudas, com referências bibliográficas da pesquisa realizada, e será 
entregue para o professor até o dia da primeira avaliação (AV1). 
 
RESPOSTA: UNIÃO EUROPEIA 
 A diretriz de aplicação de métodos alternativos de solução de conflitos é aplicável a 
todos os países da União Europeia, sendo este o campo territorial jurisdicional da Rede 
Judiciária. 
Dentre os campos analíticos básicos, porém, essenciais, destacamos a facultatividade 
(em regra) na participação ou adoção do método alternativo de solução de conflitos, ressaltando 
que há evidente incentivo à pacificação construtiva entre as partes através do diálogo 
colaborativo. 
A intervenção de um terceiro neutro e qualificado é exigência para configuração de um 
tratamento adequado dos conflitos mediante ADRs. As ADRs se aplicam aos diversos campos 
do direito: família, comercial, empresarial, consumerista, trabalhista e outros, conforme 
disposições legais. 
Em especial, quanto ao direito consumerista, destacamos a possibilidade de adoção 
das Consumer Complaint Boards, que nada mais é que um Conselho de Reclamações dos 
Consumidores. É composto por um conselho independente que recebe as reclamações ou 
queixas envolvendo relações de consumo no âmbito da União Europeia. É importante lembrar 
que a União Europeia congrega vários Consumer Complaint Boards, através da Rede dos 
Centros Europeus do Consumidor, também denominada virtualmente como ECC-Net. São 
congregados os Conselhos de Reclamações de Consumidores de países da UE, Islândia e 
Noruega. A atuação destes conselhos consumeristas se dá quando o consumidor e o 
comerciante envolvidos no litígio estejam baseados em países europeus diversos. A força 
vinculante da decisão obriga apenas aos fornecedores de bens e serviços, não o consumidor, 
podendo adentrar com demanda perante um Tribunal, ou mesmo utilizando-se dos Provedores 
dos Clientes, que poderá adotar a arbitragem, caso em que vinculará ambas as partes. Assim, 
as ADRs podem ser aplicadas, como já mencionado em diversas áreas do direito. Fazemos a 
ressalva quanto ao direito consumerista em razão da expressiva importância sob o prisma do 
direito comparado e evolução ao direito brasileiro. A propósito, citamos abaixo matéria 
explicativa quanto a adoção de ADRs no âmbito da União Europeia. Vejamos: É possível 
resolver um litígio sem ir a tribunal. 
Suponha que está em litígio com uma empresa, um profissional independente, o seu 
empregador, um membro da sua família ou qualquer outra pessoa, no seu país ou no 
estrangeiro. Se não conseguir resolver esse litígio de forma amigável, poderá naturalmente 
recorrer a um tribunal, mas poderá também optar por um modo alternativo de resolução de 
litígios, tal como a mediação ou a conciliação. 
Por vezes, o recurso aos modos alternativos de resolução de litígios é obrigatório por lei 
ou imposto eventualmente na sequência de uma decisão judicial, mas de uma forma geral 
decorre da vontade das pessoas em litígio. Estes modos alternativos de resolução de litígios 
podem permitir-lhe resolver o seu diferendo graças à intervenção de um terceiro neutro e 
qualificado. Os modos alternativos de resolução de litígios, frequentemente designados pelo 
acrónimo ADR, da expressão inglesa "Alternative Dispute Resolution", assumem diversas 
formas. Podem distinguir-se diferentes casos em função do papel que o terceiro desempenha 
na resolução do litígio. 
Nalguns casos, o terceiro ajuda as partes a chegarem a acordo, sem, todavia tomar 
formalmente posição sobre uma ou outra solução que poderia ser dada ao litígio. 
Durante estes processos, muitas vezes designados "conciliação" ou "mediação", as 
partes são convidadas a encetar ou a reatar o diálogo, evitando assim a confrontação; são as 
próprias partes que escolhem o método de resolução do litígio, desempenhando um papel 
particularmente ativo para tentar descobrir por si mesmas a solução que mais lhes convém. 
Estes métodos oferecem a possibilidade de ultrapassar o debate propriamente jurídico e 
encontrar uma solução personalizada e adaptada ao litígio a resolver. Esta abordagem 
consensual aumenta, por outro lado, as possibilidades de as partes poderem manter as suas 
relações de natureza comercial ou outra, uma vez resolvido o litígio. 
Noutros casos, o terceiro o encontra próprio uma solução, que apresenta seguidamente 
às partes. 
No domínio do consumo, nomeadamente, existem modos alternativos de resolução dos 
litígios, ao serviço dos consumidores, em que o terceiro se pronuncia sobre a solução para o 
litígio. Por vezes, o terceiro envia uma recomendação às partes, que estas são livres de seguir 
ou não. 
É o caso dos "Consumer Complaint Boards" dos países escandinavos. O consumidor 
que tiver inicialmente recorrido a um órgão de resolução de litígios deste tipo é livre de 
apresentar uma ação judicial, caso a solução proposta não o satisfaça. 
Por vezes, o terceiro toma uma decisão que apenas será vinculativa para as empresas. 
É o caso dos "Provedores dos clientes” criados por certos sectores profissionais como 
os bancos e os seguros. As decisões destes Provedores impõem-se às empresas que tiverem 
aderido ao sistema 
Neste caso, se o consumidor não ficar satisfeito com a decisão tomada pelo Provedor, 
poderá apresentar uma ação em tribunal. 
Por último, noutros casos, que se aproximam do procedimento judicial clássico, o 
terceiro, chamado "árbitro", toma uma decisão para resolver o litígio. 
Esta decisão, que é vinculativa para as duas partes em litígio, pode ser tomada 
mediante aplicação das regras de direito (caso da arbitragem clássica) ou da equidade (caso da 
«resolução amigável»). A decisão proferida pelo árbitro, chamada sentença arbitral, tem "força 
de caso julgado", o que significa que o litígio, uma vez dirimido pelo árbitro, não pode, em 
princípio, ser levado a tribunal. Frequentemente considera-se que a arbitragem não faz parte da 
categoria dos modos alternativos de resolução de litígios. 
“Existe um determinado número de instrumentos de direito comunitário e de direito 
internacional que regulamentam ou se destinam a promover os modos alternativos de resolução 
de litígios.” 
 Destacando o foco para a mediação, em especial, a União Europeia apresenta notório 
incentivo à adoção deste método alternativo de resolução de conflitos transfronteiriços com 
escopo claro de pacificação social, fim maior do direito. 
Nesta diretriz de política pacificadora, a União europeia traz alguns regramentos 
básicos aos Estados-membros internacionais, quais sejam: 
- Obrigatoriedade dos Estados-Membros participantes a fomentarem e incentivarem a 
formação de mediadores, buscando-se garantir uma mediação de qualidade elevada; 
- Ao juiz é assegurado, conforme as características do caso, convidar as partes 
envolvidas em um conflito a tentar primeiramente a mediação antes de decidir; 
- É possível dar força executória aos acordos decorrentes da mediação, caso ambas as 
partes assim solicitem, podendo ser homologado por tribunal ou certificação por natário público, 
por exemplo; 
- É Assegurado o princípio da confidencialidade, não podendo o conciliador/mediador 
ser arrolado como testemunha ouprestar depoimento sobre o caso em futuro conflito; 
- É garantido o acesso ao judiciário, pois a mediação não afasta a jurisdição ressaltando 
que os prazos para a instauração de ação judicial ficam suspensos durante os procedimentos 
de mediação. 
 Vejamos o Panorama da Mediação na UE: 
Panorama da mediação na UE 
A União Europeia promove ativamente os modos de resolução alternativa de litígios (RAL), 
nomeadamente a mediação. A Diretiva «Mediação» é aplicável em todos os países da UE. A 
Diretiva abrange a mediação em matéria civil e comercial. 
Ao incentivar o recurso à mediação, está-se a facilitar a resolução dos litígios e a contribuir para 
evitar a preocupação, a perda de tempo e os custos inerentes aos processos judiciais, 
permitindo assim que os cidadãos exerçam de forma eficaz os direitos que lhes assistem. 
A Diretiva 'Mediação' é aplicável aos litígios transfronteiriços em matéria civil e comercial em 
que pelo menos uma das partes tenha domicílio num Estado-Membro distinto do Estado-
Membro de qualquer das outras partes à data em que estas decidam, por acordo, recorrer à 
mediação ou em que a mediação seja ordenada por um tribunal. 
O principal objetivo deste instrumento jurídico consiste em incentivar o recurso à mediação nos 
Estados-Membros. 
Para esse efeito, a diretiva estabelece cinco regras substantivas: 
Obriga os Estados-Membros a incentivarem a formação de mediadores e a garantirem uma 
mediação de elevada qualidade. 
Confere a cada juiz o direito de convidar as partes em litígio a recorrerem primeiro à mediação, 
se o considerar adequado atendendo às circunstâncias do caso. 
Prevê a possibilidade de os acordos obtidos por via de mediação serem declarados executórios 
se ambas as partes o solicitarem. O caráter executório pode ser estabelecido, por exemplo, 
mediante homologação de um tribunal ou certificação efetuada por um notário público. 
Assegura a condução da mediação num clima de confidencialidade. Neste sentido, dispõe que 
num futuro litígio entre as partes na mediação, os mediadores não podem ser obrigados a 
prestar depoimento em tribunal sobre o que ocorreu durante a mediação. 
“Garante que as partes não perdem a possibilidade de levar o caso a tribunal em resultado do 
tempo gasto na mediação: os prazos de instauração da ação judicial suspendem-se durante a 
mediação.” 
A União Europeia adota os seguintes princípios fundamentais da conciliação: 
- Imparcialidade; 
- Confidencialidade; 
- Voluntariedade; 
Neste sentido, citamos os termos preconizados expressamente pela Rede Judiciária (União 
Europeia): 
Princípios fundamentais 
Imparcialidade: Os mediadores mantêm uma posição neutra e não tomam partido no litígio. Os 
mediadores não são conselheiros, pelo que não dão conselhos acerca de posições específicas, 
recomendando em geral que se procure aconselhamento jurídico durante o processo de 
mediação. 
Confidencialidade: Em geral, nem o que for dito na mediação nem os documentos apresentados 
nesse contexto poderão ser usados como provas num processo judicial sobre o mesmo litígio. 
Os mediadores também não podem ser testemunhas. 
Natureza voluntária: As partes em litígio devem ser informadas da mediação como opção 
adicional para resolver o conflito. A recusa de tentar a mediação não tem qualquer influência no 
resultado final do processo judicial. “Este princípio não colide com as sessões de informação 
obrigatórias sobre mediação, desde que as partes não sejam obrigadas a resolver o conflito por 
esse meio.” 
Diante do breve resumo, notamos que a Rede Judiciária da União Europeia traz elementos 
bastante avançados para solução de conflitos, notadamente quanto a adoção de métodos 
alternativos de solução de conflitos. 
A Rede Judiciária da União Europeia quanto ao tratamento adequado de conflitos/disputas 
mostra-se como exemplo dinâmico a ser seguido pelo Brasil e MERCOSUL no que tange a 
adoção de métodos de resolução de disputas e conflitos aos residentes nestes países e 
envolvidos em litígios transnacionais. 
Também, traz aspecto evolutivo quanto à metodologia adotada para a solução de conflitos via 
mediação, traçando fases e princípios específicos para o procedimento da mediação. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
(Fonte: http://ec.europa.eu/civiljustice/adr/adr_gen_pt.htm) 
(Fonte: https://e-justice.europa.eu/content_eu_overview_on_mediation-63-pt.do) 
 
(Fonte: https://e-justice.europa.eu/content_key_principles_and_stages_of_mediation-383-pt.do) 
 
 
https://e-justice.europa.eu/content_eu_overview_on_mediation-63-pt.do
https://e-justice.europa.eu/content_key_principles_and_stages_of_mediation-383-pt.do

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