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CORIZA INFECCIOSA – CI INTRODUÇÃO Doença bacteriana aguda, subaguda ou crônica Causa inflamação das mucosas do trato respiratório (principalmente superior) Altamente contagiosa Sem importância em saúde pública Importância econômica: aumento de Refugagem em aves em crescimento e queda de postura de até 40% OCORRÊNCIA Distribuição mundial: regiões de clima temperado e tropicais Especialmente em galpões onde haja multiplicidade de idades nos animais criados e onde os padrões de higiene e manejo estejam abaixo dos níveis recomendados Ocorrência comum em aves de postura comercial Pode atingir com maior intensidade aves de fundo de quintal e de regime extensivo (criadas soltas) Embora raros, podem haver surtos em aves reprodutoras leves e pesadas Relatos de ocorrência em frangos de corte ETIOLOGIA Bactéria da família Pasteurellaceae Espécie: Avibacterium paragallinarum Bacilo curto, gram negativo, anaeróbio facultativo Não forma esporos, cepas virulentas podem apresentar cápsulas Inativado rapidamente fora do hospedeiro: Cerca de 4h a temperatura ambiente Pode sobreviver 24h ou até 48h (a 37°C) em exsudatos e tecidos de aves infectadas Por vários dias a 4°C Mortos se expostos a temperaturas de 45°C a 55°C por 2 a 10 minutos EPIDEMIOLOGIA Hospedeiro natural: galinhas, faisões, galinhas d’angola e codornas Perus, pombos, pardais, patos, corvos, gralhas, coelhos, cobaias e camundongos são considerados refratários a infecções experimentais Atinge com mais severidade aves semimaduras e maduras (principalmente com mais de 13 semanas de idade Aves jovens são bem menos susceptíveis Certa resistência demonstrada em pintainhos de até sete dias de idade CADEIA EPIDEMIOLÓGICA Agente etiológico: Avibacterium paragallinarum Reservatório: aves infectadas Vias de eliminação: secreções respiratórias Vias de transmissão: aerossóis, moscas, água contaminada (corrimento nasal) e fômites Porta de entrada: trato respiratório Hospedeiro susceptível: galinhas, faisões, galinhas d’angola e codornas PATOGENIA Cepas patogênicas aderem-se firmemente ao epitélio da mucosa cilada do trato respiratório superior das aves (em especial traqueal) Edema e hiperemia com infiltração de heterofilos na lâmina própria das membranas, evoluindo para uma hiperplasia, desintegração e descamação dos epitélios das cavidades nasais, dos seios infra e periorbitais e da traqueia P.I. a partir da 20ª hora após inoculação intranasal Máximo de severidade ao redor do 7º ao 10º dia pós infecção Redução e reparação a partir do 14º até o 21º dia pós infecção Migração ao trato respiratório inferior: não é comum Sinergismo com outros agentes infecciosos Condições ambientais desfavoráveis Doenças imunossupressoras A cápsula protege a bactéria da ação de anticorpos e citocinas, sendo também anti-fagocítica Toxinas liberadas pelo organismo durante sua proliferação causam lesões na mucosa, descamação e aparecimento de sinais clínicos Período de incubação: 24h a 48h Casos excepcionais até 10 dias Morbidade alta Rápida difusão Mortalidade baixa: influenciada pelo manejo, associações com outras doenças, resistência de diferentes linhagens SINAIS CLÍNICOS – CI DESCOMPLICADA Somente A. paragallinarum Anorexia, perda de peso, queda na postura, refugos Respiração pela boca (dispneia): obstrução das vias aéreas pelo exsudato em uma ou ambas as narinas Infecção catarral aguda das membranas mucosas e seios nasais Descarga nasal mucosa (se torna purulenta) Edema facial e de barbelas Espirros, tosse, estertores, dispneia, aerossaculite SINAIS CLÍNICOS – CI COMPLICADA A. paragallinarum + vírus da bronquite, laringotraqueíte, metapneumovirose, Micoplasma, E. coli, Pasteurella Sinais mais intensos e persistentes Descarga nasal por mais de um mês Tampões caseosos nas vias nasais Estertores e aerossaculite mais severas Aumento da mortalidade CI complicada ou crônica: aviários com odor característico, fétido, ácido. “Cheiro de rato” DIAGNÓSTICO Histórico, sintomatologia, ocorrência anterior da doença no aviário ou região Isolamento da bactéria – definitivo (ágar sangue) PCR: sensível, específica e rápida Ideal: envio de aves vivas com sintomatologia Prática: envio de cabeças refrigeradas Coleta de material (pelo menos duas ou três aves) 1) Cauterização com uma espátula quente na pele dos seios infraorbitários 2) Incisão na região 3) Inserir profundamente no seio infraorbitário um swab estéril Passagem de swab na traqueia e nos sacos aéreos, com resultados variados Semear em ágar sangue Inoculação de duas ou três aves por via intrasinusal: Exsudato Culturas em suspensão Caso o organismo esteja presente no material inicial, sinais clínicos aparecerão em 1 a 3 dias DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Doenças que induzam sinais respiratórios Bouba Aviária, Avitaminose A Pasteurelose Aviária crônica, Síndrome da cabeça inchada, Doença crônica respiratória, laringotraqueíte, Aspergilose, Pulorose, Bronquite LESÕES MACROSCÓPICAS Inflamação catarral a fibrino-purulenta das vias nasais, seios infraorbitais e conjuntivas (com acumulação de exsudato caseoso no saco conjuntival) Edema subcutâneo da face e das barbelas Casos complicados ou crônicos: traqueíte, aerossaculite e, mais raramente, pneumonia LESÕES MICROSCÓPICAS Degeneração celular com hiperplasia do epitélio mucoso e glandular Infiltração da lamina própria por heterofilos, polinucleares Infiltração nodular ou difusa por células linfoides nos seios infraorbitários Os produtos destas células infiltrantes podem ser responsáveis pelas severas lesões vasculares e danos celulares que dão origem aos sintomas corizóides PREVENÇÃO E CONTROLE Medidas de manejo Idade única dentro de um mesmo galpão Evitar a introdução em um lote de aves em crescimento de origem desconhecida Isolamento entre lotes de diferentes idades Isolar lotes infectados ou recuperados da infecção, esvaziamento, limpeza, desinfecção completa e vazio sanitário (mínimo de uma semana, sendo ideal de duas a três semanas) Cloração da água de bebida (concentração 1ppm) VACINAÇÃO Diferentes cepas e adjuvantes disponíveis – com adjuvante oleoso e com hidróxido de alumínio Vacina inativada contra a coriza infecciosa das aves – cepas 221 e H-18 oleosa 1ª dose ao redor das 12 semanas de idade 2ª dose cerca de 4 semanas após Inativada e adsorvida em gel e hidróxido de alumínio Via intramuscular, no músculo do peito A vacinação deverá ser realizada em aves com mais de 35 dias de idade Seguida de reforço 5 a 7 semanas após a 1ª dose Em locais com alta incidência de CI, pode-se antecipar a vacinação 1ª dose com 5 a 7 semanas de idade 2ª dose com 10 a 13 semanas de idade Via de aplicação: subcutânea ou intramuscular Proteção por até 9 meses TRATAMENTO Antimicrobianos: ↓ na severidade dos sintomas Problemas: recorrência com interrupção do tratamento, persistência das aves portadoras, possibilidade de multirresistência às drogas Sulfas são antibióticos mais utilizados Combinações: sulfadimetoxina + trimetropin, primsulfacloropirazina + sulfadimidina, sulfadimetoxina + clortetraciclina
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