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Aula 12 - COLIBACILOSE AVIÁRIA

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COLIBACILOSE AVIÁRIA 
 
HISTÓRICO 
 Foi isolada pela primeira vez por Escherich em 1885, 
a partir de fezes de crianças 
 Ele denominou o agente Bacterium coli communi 
 Foi melhor descrita em 1886 – desde então tem sido 
encontrada no trato intestinal de todos os 
vertebrados 
 Em 1893, Yensen relacionou E. coli com diarreia de 
bezerros 
 
DEFINIÇÃO 
 Enfermidade sistêmica (sepse) ou localizada 
causada por Escherichia coli – APEC 
 Nos mamíferos é mais frequente como patógeno 
entérico, enquanto em aves é uma doença 
sistêmica secundária que ocorre em aves 
imunocomprometidas 
 Síndromes clínicas 
 A infecção pode se manifestar como uma sepse 
inicial, que é seguida por morte súbita ou 
inflamação localizada em múltiplos órgãos, 
dependendo da virulência da cepa, da imunidade 
do hospedeiro, da presença e dos tipos de fatores 
predisponentes 
 As lesões mais comumente associadas com 
Colibacilose são perihepatite, aerossaculite e 
pericardite (DCR – doença crônica respiratória), 
embora outras síndromes como 
osteoartrite/sinovite, peritonite da gema, salpingite, 
coligranuloma, onfalite e celulite (inflamação do 
tecido subcutâneo), possam ocorrer. 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 Cosmopolita 
 Importância 
 Prejuízos econômicos devido: diminuição no ganho 
de peso e queda de produção de ovos; gastos 
com medicação, condenação de carcaças e 
problemas na exportação 
 
ESCHERICHIA COLI 
 Família Enterobacteriaceae 
 Bastonetes gram negativos 
 Não esporulados 
 Aeróbios e anaeróbios facultativos 
 Flagelados (móveis) 
 Fímbrias (aderência e conjugação) 
 Fermentam a glicose com produção de gás e 
ácido 
 Fermentadora da lactose 
 Necessidades nutricionais simples 
 Rápido crescimento em meio não seletivo e seletivo 
 
INFECÇÕES INTESTINAIS - mamíferos 
 E. coli enteropatogênica (EPEC) 
 E. coli enterohemorrágica (EHEC) 
 E. coli enterotoxigênica (ETEC) 
 E. coli enteroagregativa (EAEC) 
 E. coli enteroinvasiva (EIEC) 
 E. coli de aderência difusa (DAEC) 
 
PATÓTIPOS ExPECs 
 E. coli uropatogênica (UPEC) – trato urinário 
 E. coli associada a meningite (MNEC) – meningite e 
sepse 
 
PATÓTIPO AVIÁRIO 
 E. coli patogênica (AVEC) 
 Causam infecções respiratórias e sistêmicas em aves 
 
COMPOSIÇÃO ANTIGÊNICA 
A identificação antigênica é baseada nos antígenos: 
 O (lipopolissacarídeos) 
 K (carboidratos) 
 H (proteínas – flagelar) 
 F (proteínas – fímbrias) 
 Os antígenos O e K são termorresistentes: 1h a 100°C 
 As fimbrias são antígenos proteicos que podem atuar 
como fatores de virulência: como adesinas, 
apresentam especificidade de espécie ou órgãos 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
 O = somático 
 K = capsular → confere resistência à fagocitose 
 H = flagelar → motilidade 
 F = fimbrial (pili) → confere capacidade de aderência 
a diversos tecidos do hospedeiro 
 
OUTROS FATORES IMPORTANTES 
 Inóculo, quantidade de E. coli (APEC) ingerida pela 
ave necessária para aderir à parede intestinal 
 Idade da ave é um fator cítrico 
 Virulência da amostra 
 Aderência e multiplicação 
 
 
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOGENIA 
 Imunossupressão → agente oportunista 
 Lesões da mucosa provocadas por agentes 
infecciosos ou falhas de manejo (amônia, 
densidade, temperatura, cama) causam soluções 
de continuidade para a infecção por E. coli 
 Antígeno fimbrial (F) adere a bactéria a célula 
hospedeira enquanto o capsular (K) promove 
resistência ao Sistema Complemento 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 Onfalite (inflamação do cordão umbilical) em 
pintinhos devido a contaminação através da 
casca do ovo (70% dos casos de onfalite ocorrem 
por transmissão transovariana) 
 Atinge aves de 4 a 9 semanas, evoluindo para 
sepse quando tem associação com outros agentes 
que lesem o trato respiratório superior 
 Salpingite: infecção do oviduto com formação de 
uma massa caseosa composta de bactérias e 
heterofilos 
 Os folículos ovarianos se degeneram e pode haver 
rompimento destes dentro da cavidade peritoneal 
(quadros de postura abdominal) 
 As bactérias podem atingir o oviduto pelas 
proximidades destes aos sacos aéreos ou por 
colonização a partir da cloaca 
 
LESÕES MACROSCÓPICAS 
 Síndrome da cabeça inchada, saco aéreo opaco 
com presença de exsudato inflamatório, 
pericardite, fibrina na superfície do fígado, vasos 
congestos e hiperemia 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Mycoplasma: aerossaculite e sinovite 
 Clamidiose: aerossaculite e pericardite 
 Pasteureloses: pericardite e hepatite 
 Salmonelose: pericardite e hepatite 
 
DIAGNÓSTICO 
 Alterações anatomo-patológicas em diversos órgãos 
 Coleta e envio de amostras para o isolamento 
microbiológico do agente → E. coli 
 Antibiograma 
 
TRATAMENTO 
 São sensíveis a maioria dos desinfetantes (amônia, 
iodo, fenóis, etc.) 
 Podem ser tratados com antibióticos → importância 
do isolamento e antibiograma 
 O melhor tratamento é evitar fatores predisponentes 
 Os fármacos mais frequentemente utilizados são 
quinolonas de terceira geração (enrofloxacina, 
danofloxacina), sulfa associada a trimetoprim, 
macrolideos (eritromicina, tilosina) e aminoglicosídeos 
(apramicina, gentamicina) 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
 Boas condições de manejo e biossegurança 
 Evitar agentes imunossupressores como vírus de 
Gumboro, Marek, micotoxinas, entre outros 
 Cuidados no manejo de ovos para evitar a 
contaminação da casca, redução da transmissão da 
bactéria por fumigação de ovos dentro de duas 
horas após a postura, além do descarte de ovos com 
casca rachada ou com contaminação fecal 
evidente 
 As vacinas contra E. coli são limitadas à proteção 
homóloga, enquanto as vacinas utilizadas contra os 
agentes primários que favorecem a Colibacilose 
secundária podem atuar elas mesmas como agentes 
primários 
 Alternativas para o controle de Colibacilose em aves: 
 Probióticos, Prebióticos, outros 
 
SAÚDE PÚBLICA 
 Além do impacto em saúde animal, um grupo de 
APEC pode apresentar um potencial risco zoonótico 
 A hipótese que aves comerciais possam atuar como 
fonte e reservatório de E. coli contendo genes de 
virulência e de resistência ou capacidade de causar 
doença transmitida por alimentos 
 Estudos que compararam APEC e E. coli isolada de 
diferentes amostras clínicas sustentam essa hipótese, 
Agente 
etiológico 
Reservatório 
Hospedeiro 
susceptível 
Porta de 
entrada 
Via de 
transmissão 
Vias de 
eliminação 
E. coli 
Meio ambiente e 
trato digestório 
das aves 
Secreção 
respiratória, 
ovos, fezes 
Horizontal 
Trato 
respiratório 
e digestório 
Aves

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