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RESUMO | Princípios Penais Constitucionais

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Breve Resumo dos Princípios Penais Constitucionais
O Sistema Penal oficial destinado a realizar o Direito Criminal no Brasil, é composto por três segmentos; o Policial, o Judicial e o de Execução. Ante a deficiência desses três segmentos, em observância a critica feita por Zaffaroni, a evidência de problemáticas como a seletividade do sistema penal, a repressividade do sistema e a estigmatização produzida por este demostam a existência de uma apartação entre os princípios penais reportados e a análise do fato criminoso. De forma a contribuir na manutenção de uma série de regras incriminadoras incosntitucionais. Estudar, portanto, os direitos penais constitucionais tornam-se imprescindível diante da evidente problemática.
Capítulo 4 – Imposição de conteúdo e intervenção mínima.
O principio da intervenção mínima nasce vinculado às idéias iluministas, em uma tentativa de reduzir toda legislação e lei penal. No âmbito do Estado liberal, o direito penal surge para fornecer segurança ao indivíduo, estando limitado seu uso dentro de balizas estreitas. É uma intervenção do direito penal em ultima ratio.
Tal princípio é um limite constitucional, traduz-se na garantia transidividual ao reger a coexistência de uma sociedade diversa. É um principio implícito dos artigos 1°, III e 3°, IV da Constituição, os quais versam sobre dignidade da pessoa humana e o bem de todos, respectivamente. Mesmo por ser implícito, tal característica não nega a sua validade ao observar a previsão positivada do art. 5°, §2° da Constituição.
O princípio constitucional da intervenção mínima vincula a aplicação do direito penal à constituição. O legislador se obriga a criminalizar comportamentos somente quando ofendidos os bens jurídicos de relevância constitucional, sendo esse corolário do princípio da intervenção mínima conhecido como fragmentariedade. Outro corolário é o da subsidisriedade; caracterizado pela intervenção em ultima ratio, o direito penal só pode agir quando não forem suficientes outros procedimentos para garantir a ordem jurídica. Além desses, a adequação; caracterizada pela obrigatoriedade de vinculação das decisões aos textos legais. Sendo também um controle de constitucionalidade, a lei penal não pode ser contraproducente.
Observa-se, ainda, em decorrência desse princípio uma resposta em níveis razoáveis, que alimente a crença no ordenamento jurídico. Nesses termos, revela-se a aplicação do princípio da proporcionalidade, que evidencia se determinada medida excede os limites indispensáveis ao fim legítimo.
Capítulo 5 - Imposição de conteúdo e ofensividade
O princípio da ofensividade ou da lesividade é garantidor da impossibilidade da construção do ilícito penal senão quando o fato for ofensivo, lesivo ou até mesmo perigoso ao bem jurídico tutelado. Assim, é imposto ao legislador e ao juiz que só se incriminem comportamentos que lesionem ou ameacem de lesão bens jurídicos alheios.
Importa destacar que o Direito Penal deve garantir a ordem pacífica externa da comunidade, não sendo, portanto, a intervenção penal utilizada com a finalidade de impor padrão moral de conduta. Essas colocações não são só necessárias para saber a distinção entre o direito e a moral, mas também contribui para outro ponto da ofensividade que é a questão da alteridade, ou seja, a consideração da pessoa do outro (alter). Dito isso, outro ponto de ser notado que é o da ofensividade apropriada no sentido da materialização da ofensa, isto é, deve-se enxergar a materialização da ofensa como a que impõe limite à intervenção penal e auxilia na legitimação do Direito Penal.
Quanto ao seu nascimento, o princípio da ofensividade foi fundamentado na doutrina axiológica de separação de poderes e no princípio de utilidade penal. Outro ponto interessante é que, assim como o princípio de intervenção mínima, o princípio da ofensividade não está positivado explicitamente na Carta constitucional brasileira, mas vige como princípio implícito. Além disso, é um princípio que vigora como norma constitucional e possui aplicação imediata.
No que diz respeito à imposição do princípio da ofensividade ao legislador, levando em conta a natureza constitucional, sabe-se que há uma proibição de que condutas sejam criminalizadas após consagradas como inofensivas. Segundo Nilo Batista, retiram-se quatro pontos interessantes em que o legislador não pode criminalizar, são: I) inclinações interiores; II) comportamentos que não ultrapassem o próprio autor quanto ao seu espaço; III) as condições existenciais; e IV) condutas havidas como imorais, mas que não ofendem bem jurídico. Em síntese, notam-se algumas considerações, a saber, as ideias, desejos e aspirações não podem sofrer censura penal, as inclinações interiores; deve-se levar em consideração dois sujeitos, no mínimo, para então analisar se o bem jurídico alheio foi afetado; também é preciso dizer que o Direito Penal considera o indivíduo como agente e não ente, disto decorre o fato de não ser possível criminalizar a homossexualismo, a prostituição, a vadiagem e a mendicância; e por fim, embora desaprovado pela maioria, as condutas tidas como imorais, mas que não ofendem bem jurídico alheio, não devem ser criminalizadas, por exemplo, a relação com animal, claro que é preciso ressaltar que deve ser analisado o fato de não ocorrer maltrato e nem ter sido realizada na presença de outra pessoa.
No que diz respeito ao juiz, importa trazer uma análise acerca do critério interpretativo da insignificância. O juiz deve verificar a constitucionalidade do delito fabricado pelo legislador e também descriminalizar comportamentos concretamente inofensivos ao bem jurídico tutelado. Ademais, a ofensividade possui como corolário o critério norteador interpretativo da insignificância. Soma-se a isso que é preciso avaliar que se não há ofensa ao bem jurídico, ou ainda que seja uma ofensa insignificante, pode ser até muita óbvia a adequação entre conduta e tipo, porém não se pode falar de tipificação, ou melhor, de crime. De forma simples, a insignificância não deve ser vista isoladamente, mas deve ser analisada à luz do ordenamento e respeitada. Por fim, entre as questões acerca da tipicidade, cumpre destacar que é preciso que o fato seja amoldado ao texto primário, acarrete lesão relevante a um bem jurídico.
Capítulo 6 – O princípio da legalidade: imposição restritiva
O princípio surgiu em meados do século XVIII, com a reforma da Justiça Penal, e tinha o intuito principal de fundamentar de forma racional o poder de punir. Ele tem então, origem no âmbito político, pois sucedeu da preocupação e necessidade dos liberalistas de regular o poder o jus puniendi, a fim de resguardar o espaço das pessoas contra o poder do Estado.
O princípio da legalidade pode ser encontrado nas Constituições da Itália e da Alemanha, e também é encontrado expressamente no art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal Brasileira, e na abertura do Código Penal. “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Decompondo-o encontramos ênfase em três pontos: na reserva legal; na anterioridade da lei e no elemento que define o fato (taxatividade). Então, definimos assim: não há crime nem pena, sem lei anterior, sem lei escrita, sem lei estrita, sem lei certa e sem lei necessária.
O intuito inicial teve a ver com a necessidade de uma lei que estabelecesse o que poderia ser considerado crime, e regulasse como as penas desse crime deveriam ser realizadas no contexto social. Dessa forma seria impedido o estabelecimento de crimes pelos costumes, vedando a adoção de prejudicial ao réu (in malam partem) e a proibição da retroatividade in pejus (mais prejudicial) na aplicação das leis penais.
A Legalidade Penal, no Estado Democrático de Direito, está relacionado diretamente com o princípio da dignidade da pessoa humana, pois, ambos estão fundamentados na proteção dos direitos inerentes a todos os indivíduos; no Direito Penal, por exemplo, está ligado à garantia da presunção de inocência. Então ambos os princípios sintetizam os valoressociais, diante da autonomia que é dada dos indivíduos, diante do poder de eleger seus representantes, a fim de que suas necessidades sejam colocadas em pauta e seus interesses levados em consideração; além de que os indivíduos são os próprios destinatários da lei, então ambos os princípios garantem a segurança jurídica dos direitos sociais e limitam a excessiva intervenção penal (invocando-a apenas quando os demais âmbitos do direito não forem suficientes para solucionar o caso em específico).
Um dos objetivos do princípio, além dos mencionados anteriormente, é também operar com uma imposição que limita a atuação do legislador em seu exercício de formulação das normas penais. Tendo que, portanto, em comparação a formulação de normas de outro caráter (que não penal), enfrentar um processo legislativo e extenso, para conseguir criminalizar algum comportamento. Sendo a lei, portanto, em sua versão mais estrita, capaz de criminalizar. O princípio da legalidade impede ainda, que o legislador conceda caráter retroativo a leis incriminadoras. Ainda atenua a necessidade de precisão, e finalidade objetiva no texto da norma, proibindo então, termos vagos e indeterminados. A fim de limitar o espaço discricionário do juiz, impedindo o largo espaço de interpretação da mesma quando for aplicada, o legislador deve delimitar as margens da pena de forma proporcional. O texto deverá ser sempre específico,
direcionado, e equilibrado, todas essas regras que devem ser seguidas dizem respeito à taxatividade.
A reserva legal impede a nomeação de crimes, sem uma lei anterior que o defina. Dessa forma, por mais que o juiz tome como base os valores expressos no texto Constitucional, ele não tem autoridade para criminalizar atos que, mesmo não nomeados pelo legislador, sejam considerados criminosos. Em contrapartida, ele pode sim se valer dos costumas para descriminalizar uma conduta, de forma que não fira a legalidade penal. Pois a lei formal e escrita, não é a única fonte do Direito Penal. Ao juiz também é vedada a aplicação retroativa de regras penais in pejus, podendo retroagir apenas as leis que tem uma finalidade benéfica ao agente.
Por último, na questão da aplicação da pena os limites do juiz são instruídos pelas margens máximas e mínimas, somente podendo ir além respeitando aos comandos expressos das causas especiais de aumento e de diminuição.
Capitulo 7 – Culpabilidade como imposição restritiva
O princípio da culpabilidade atua impedindo a responsabilidade objetiva e garantindo, para que o fato seja típico, a responsabilidade subjetiva do agente por dolo ou culpa. Nesse sentido, o dolo ou culpa não podem ser presumidos, ou seja, necessitam er comprovados por meio de provas ou argumentação. Somado a isso, impede a criação de qualquer norma de extensão para a pessoa que não tenha agido com dolo ou culpa.
Esse princípio ainda impossibilita a construção do tipo incriminador, pelo legislador, apenas pela produção de um resultado. Além disso, não podendo criar óbices para a necessária individualização da pena.
Por meio da atuação desse princípio, são diminuídas as possibilidades de interpretação do juiz e o faz medir a culpabilidade, também, baseado em condições econômicas, educacionais e de trabalho. Por fim, torna necessário que seja desconsiderada a personalidade do condenado para o aumento das penas.
Capitulo 8 - O princípio da humanidade como imposição restritiva
O princípio da humanidade consiste em um benefício constitucional vinculado e a concepção de que toda pena deve considerar o fato que todo réu é humano, logo não será permitido nenhuma punição que fira a dignidade da pessoa humana ou que vise a tortura e ao sofrimento do condenado.
Sob a luz do pensamento kantiano o homem seria o fim de si mesmo, contudo, não poderá ser meio para qualquer fim. Logo, haverá uma limitação fundamental no poder punitivo do Estado, e na quantificação para que qualquer pena não ultrapasse o valor da pessoa humana, independente do crime praticado pelo réu. Por tudo isso, faz-se necessário atribuir a ideia, mesmo q implícita, que a pena tem como finalidade a
ressocialização do indivíduo. Diante disso, a pena não pode ser um instrumento de violência contra a violência, deve ser proporcional ao delito.
Primeiramente o princípio da proporcionalidade está diretamente relacionado a todos os demais princípios constitucionais penais, e também a coexistência dos direitos individuais, fundamentais, econômicos e sociais. Nesse contexto, tal princípio estabelece uma necessária conexão a finalidade do direito penal, que sob a égide da constituição federal, tal finalidade seria a ressocialização. Neste caso, adotar a mesma punição ou punições semelhantes a crimes com gravidades diferentes, provocaria uma quebra ao princípio da proporcionalidade da pena.
O princípio da proporcionalidade teria como primazia o pensamento jusnaturalista de que a pena sobre o indivíduo deve-se igualar ao crime cometido, tratando uma violência de igual intensidade e natureza. O que remete ao antigo código de Hamurabi, mais precisamente na lei de talião: “fratura por fratura, olho por olho, dente por dente; conforme o dano que tiver feito a outro, homem, assim se lhe fará a ele” que traz o ideal da justa reciprocidade entre a agressão do crime e da pena. Atualmente, tal princípio é compreendido como proporcionalidade das penas previstas no código penal em relação ao crime praticado, totalmente diferente de como a antiga lei de talião e a execução das punições.
O princípio da humanidade age como limitador ao poder do legislador em relação às sanções penais, com fito de que nenhum indivíduo seja submetido a tratamento desumano ou degradante, como prevê a Constituição Federal, conforme o Artigo 5, inciso III. Ademais, a carta federal proíbe a prescrição de certas punições, tal como a de carácter cruel ou perpétuo, de banimento, trabalho forçado e a “pena de morte”.
Em relação a pena de morte, a objeção por parte do filósofo Martin Heidegger, no contexto de que tal pena seria uma antecipação do futuro, além de que sob o pensamento de Miguel Reale, a morte não pode ser matéria de pena, independente da gravidade do crime praticado, pois eliminaria o indivíduo a quem se destina a pena. Diante disso a pena capital é proibida pela lei em casos civis, entretanto a Constituição Federal em abertura feita pela Carta Constitucional para que em casos de crimes cometidos em tempo de guerra .
Por tudo isso, o legislador está proibido de prescrever penas de caráter perpétuo, visto que não é admissível penas não definitivas, uma vez que eliminaria a esperança do condenado, o que fere diretamente o senso da humanidade e vai de encontro com a finalidade do código penal que seria a reconstrução moral do indivíduo, visando sua futura ressocialização.

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