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ORGANIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS
RESUMO 
	
O artigo busca mostrar como a informação aumenta na sociedade atual, e como os usuários de serviços de informação passam a ser mais exigentes, dando maior destaque à gestão de serviços em bibliotecas. Para isso apresenta-se então uma perspectiva de gerenciamento para os bibliotecários, utilizando a técnica de “foco no usuário” para que o bibliotecário veja a situação-problema pelo lado do usuário. 
Palavras-chave Organização de informação, Gerenciamento de bibliotecas. 
1. INTRODUÇÃO
	O estudo tem como objetivo direcionar profissionais e futuros profissionais em biblioteconomia a organização do processo em gestão de informações, seja em bibliotecas públicas ou privadas. Utilizando como uma técnica e padrão para que tenha uniformidade e sistematização.
	Com a explosão informacional que vem ocorrendo, a sociedade pressionou para que houvesse metodologias e técnicas para a administração e organização de bibliotecas, sendo essa responsabilidade ocupada pelos bibliotecários. (PINHEIRO, 2007)
	Seguindo esse pensamento, Pinheiro (2007) adota o “Sistema de Localização Fixa” tendo como princípio o planejamento de serviços e produtos de uma biblioteca.
	Com o planejamento organizacional dos serviços e produtos de uma biblioteca se é otimizado o tempo e há uma melhora na busca de informações pelos usuários, trazendo um sentido e real função para os profissionais da área.
A necessidade de organização do conhecimento em acervos surgiu com a constante produção literária, conforme declara o professor Barreto:
A crescente produção de conteúdos precisa ser reunida e armazenada de forma eficiente obedecendo a critérios de produtividade na estocagem, ou seja, o maior número de documentos deve ser colocado em menor espaço possível para atender limites da eficácia e custo (BARRETO, 1994, p.2).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fim de representarmos a informação, precisamos, antes de qualquer coisa, conhecê-la. Isto se dá na representação de qualquer objeto. De acordo com Langridge (1977), para representar um documento precisamos estar seguros sobre o assunto de que trata o documento.
Para Da Silva e Neves (2011, p. 5), a indexação pode ser considerada “[...] uma ação temática da informação que busca, por meio de termos/descritores, representar os conceitos presentes num determinado documento, fornecendo ao usuário a informação almejada”. 
Conforme Lancaster (2004, p.8-9), “a indexação se constitui basicamente das seguintes etapas: Análise dos conceitos e Tradução”. A análise conceitual é a etapa que busca identificar os conceitos abordados no documento e selecionar os que serão traduzidos como termos de indexação. Já a tradução visa à conversão dos conceitos selecionados em termos de indexação, com base na linguagem padrão usada no sistema. 
Da Silva (2010, p. 2), sobre a importância da organização, assevera que:
Essa informação, supostamente organizada, com o tempo, ganha cada vez mais valor, passando a direcionar a vida das sociedades e elaborando o conhecimento necessário para a sua sobrevivência, num processo de constante mudança. Diante disso, a importância de organizar este conhecimento por meio de formas de classificação apresenta-se numa crescente constante.
Melville Louis Kossuth Dewey, muito conhecido como Melvil Dewey, criou em 1876, o sistema de classificação bibliográfica mais conhecida em todo o mundo, a Classificação Decimal de Dewey (CDD) (PIEDADE, 1985, p.87).
Buscando a eficiência em seu sistema, Dewey achou apropriado “dividir o conhecimento humano em nove grandes classes, como se fossem nove bibliotecas especializadas” (PIEDADE, 1985, p. 93).
Figura 2: Publicações do sistema Dewey.
Fonte: Da Silva, 2011.
Segundo Da Silva (2011, grifo do autor), a primeira edição da CDD foi publicada em “um folheto com apenas 42 páginas, sendo 12 páginas de introdução, 12 de tabelas e 18 de índices, dividindo o conhecimento humano em cerca de 1000 classes”, algo considerado de extraordinária grandeza para a época. Para Dewey sua organização deveria permitir a identificação de qualquer assunto já criado pela humanidade, o mais especificamente possível.
A CDD é tão aceita, sendo a mais empregada mundialmente que, conforme Da Silva (2011), é usada em mais de 200.000 bibliotecas, em 135 países, 59 bibliografias nacionais e foi traduzido em 35 línguas. “É um mapa completo das áreas do conhecimento, mostrando todos os seus conceitos e suas relações”.
Conforme Spudeit, Viapiana e Turatto (2011), a fim de cumprir a sua responsabilidade social em relação à comunidade, as bibliotecas devem abandonar o modelo antigo, considerado tradicional, associado ao inflexível papel da guarda e armazenamento de documentos. É preciso que a respectiva unidade de informação se modernize, adotando uma postura mais dinâmica e que estimule os usuários a desenvolver atividades de interesse da comunidade assistida, postura comumente presente nas escolas, especialmente as infantis.
3. METODOLOGIA
	O presente estudo teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica, baseada em autores como Silva (2011), Piedade (1985), Lancaster (2004) e outros. Foram utilizados também artigos científicos como metodologia de pesquisa de banco de dados como Scielo. 
A pesquisa bibliográfica se identifica pela análise dos dados escritos em livros, artigos de revistas, dentre outros. Sua finalidade é colocar o investigador em contato com o que já se produziu a respeito do seu tema de pesquisa
	 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Geralmente, a ordem dos livros na biblioteca deve pressupor a coerência de raciocínio e favorecer sua memorização. A ordenação lógica nas estantes constituía uma das recomendações de Gabriel Naudé (1627) (apud PINHEIRO, 2007), em seu tratado sobre organização de uma biblioteca. Esse preceito evoluiu em três sistemas de ordenação de livros em estantes: ordem de entrada; ordem alfabética de autores; e ordem sistemática.
O sistema de ordenação considerado mais simples era pela ordem de entrada na biblioteca, expressa cronologicamente, considerando ou não a distribuição dos livros por tamanho. A ordem cronológica, embora tenha alcançado certa popularidade até o primeiro quarto do século XX, era criticada sob a justificativa de que o tipo de notação gerada poderia atingir cifras consideráveis, além de ser apontada como não científica.
 A ordenação cronológica é, hoje, amplamente utilizada por sistemas de informação eletrônicos, que numeram seqüencialmente cada entrada no sistema (número de controle), com a finalidade específica de recuperar dados do processo gerencial. Nesse contexto, a “não científica” cronologia obtém nível de praticabilidade e objetividade inquestionáveis.
 A ordem de itens por tamanho, que atribui ao arranjo da coleção uma organização simétrica, independentemente do conteúdo de cada item do acervo (CONSTANTIN apud PINHEIRO, 2007), é o mais antigo sistema de organização de bibliotecas, que remonta às bibliotecas claustrais, denominado Sistema de Localização Fixa, posto que implique a atribuição de notação que fixa o item em local determinado. Este sistema, encarado como estético, posto que gerasse uma biblioteca visualmente organizada, foram abertamente criticado 3825 porque, entendia-se, não apresentava qualquer praticidade em circunstâncias de acesso livre e não era recomendável para bibliotecas de médio e grande porte (FERRAZ, 1972).
 O sistema era considerado, também, como aquele que mais facilidades de controle ofereciam ao bibliotecário e mais prejudicial para o leitor, pelo tempo de busca que exigia, em conseqüência das dificuldades que impunha (PINHEIRO, 2007), como a separação de volumes de uma mesma obra. Curiosamente, o Sistema de Localização Fixa é utilizado por bibliotecas nacionais e outras de grande porte, que se identificam com o compromisso da memória bibliográfica, como os gabinetes de leitura e as bibliotecas monásticas.
 A ordenação alfabética foi outro sistema bastante adotado em bibliotecas. Os itens eramarranjados segundo os nomes de autores ou títulos. Este sistema foi considerado defeituoso e superficial, por não representar a importância das obras e, especialmente, por condicionar sua recuperação à capacidade de memorização do usuário, quanto à grafia e a atribuição correta de nomes e títulos. 
A ordenação alfabética é, hoje, amplamente utilizada em conjuntos pré-classificados por grandes assuntos, como ocorrem em livrarias, núcleos literários em bibliotecas científicas e bibliotecas escolares. 
5. CONCLUSÃO
	É notório que a organização informacional nas bibliotecas é de suma importância para a funcionalidade das bibliotecas. O crescimento contínuo e rápido dos cervos, notadamente, por incorporação de novos recursos materiais; os problemas cada vez mais constantes, que afetam a qualidade do serviço oferecido, como os meios de acesso. Trazem para pauta de discussões os usos dos sistemas administrativos das bibliotecas, como forma de manutenção e transformação dos acervos, como solução relevante de preservação destes ambientes. 
	Para o usuário é extremamente importante a organização, a busca de informações se torna imediata, sem complicações. Com isso, existe a preservação do sistema de biblioteca, sendo utilizado como busca de informações.
	A opção por qualquer sistema a adotar, certamente uma política bibliotecária que contemple a formação e o desenvolvimento coleções, associadas à preservação, manutenção dos espaços e possibilidades de melhorias físicas e estruturais. 
REFERÊNCIAS
DA SILVA, M. B. A Aplicação da Folksonomia em Sistemas de Informação. In: 4º Congresso Brasileiro de Arquitetura da Informação, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.congressoebai.org/wp-content/uploads/ebai10/EBAI10_artigo10.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2020.
FERRAZ, W. A Biblioteca. 6.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos; Brasília, DF: Instituto Nacional do Livro, 1972. 
LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: teoria e prática. 2. ed. rev. atual. Brasília: Briquet de lemos/livros, 2004.
PIEDADE, M. A. Requião. Introdução à teoria da classificação. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1983.
PINHEIRO, A. V. A biblioteca de bibliotecários imperfeitos. Revista do Livro, Rio de Janeiro, ano 15, n.47, p.121-123, Nov. 2007. 
SILVA, R. J. da. A ambientação da biblioteca escolar. Marília: Universidade estadual paulista, 2009.
SILVA, R. J. BORTOLIN, S. Fazeres cotidianos na biblioteca escolar. São Paulo: Polis 2006.
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (BIB112) turma Flex 103 – Prática do Módulo I - 12/12/20