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NUTRIÇÃO FUNCIONAL [Obesidade e inflamação] Profª Renata Passos E-mail institucional: renata.passos@estacio.br Obesidade e Inflamação • Condição de inflamação de baixo grau (1990) • Aumento da expressão gênica do fator de necrose tumoral – α • Doença associada com alterações metabólicas e funcionais do tecido adiposo (Aumento dá síntese de moléculas pró-inflamatórias: adipocinas); • iNOS, Ptn C reativa, Leptnia, interleucinas, sICAM, TGF-β, MCP-1 • Produção dessa substâncias em indivíduos magros é muito inferior Definição de Obesidade É uma DOENÇA CRÔNICA E MULTIFATORIAL representada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal que, acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos. Pinheiro et al., 2004; Velásquez-Meléndez et al., 2004; OMS, 2004; Ferreira et al., 2006. Definição de Obesidade TRIGLICERÍDEO DCNT x OBESIDADE Francischi, et al., 2000; Steemburgo et al., 2007; Redon et al., 2009 Como o excesso de calorias pode levar ao aumento de peso? Definição de Obesidade Como o excesso de calorias pode levar ao aumento de peso? Glicólise Piruvato Glicose Citrato sai da mitocôndria porque já tem muito ATP Volta a formar acetil-CoA Síntese de ácido graxo Proteína, lipídeo e glicose Acetil-CoA Formação de VLDL hepática da atividade da LPL (LIPOGÊNESE) Definição de Obesidade • Maior órgão do corpo humano • Importante órgão endócrino • Reservatório energético regulado por: (SNC e SNS, Hormônios, Nutrientes e Mecanismos autócrinos e parácrinos) Sippel, C. et al. Processos inflamatórios da obesidade, 2014 Tecido Adiposo Tecido Adiposo Visceral • Região abdominal • Mais ativo metabolicamente • ↑ lipólise e liberação de AGL • Maior resistência à insulina • ↑ Secreção de adipocinas pró- inflamatórias Subcutâneo • Região glúteo femural • Região abdominal • ↑ ↑ ↑ Secreção de adipocinal pró-inflamatórias ADIPÓCITOS: • gotícula grande contendo lipídeos, citoplasma, núcleo e mitocôndrias • Armazenam TRIGLICERÍDEOS 80 a 95% do seu volume/capacidade • no tamanho (HIPERTROFIA) e/ou número (HIPERPLASIA) = tecido adiposo (ganho de peso) • Pode expandir até 1000x o seu volume/capacidade. Adipócitos Hipertrofia e Hiperplasia PPARγ CEBPα Adipócitos Sinalizadores genéticos de vias de proliferação celular http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=x5f09nhxPZd3hM&tbnid=b8CJXCAW59MgWM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.omega4cosmeticos.com.br/2011/08/linha-body-esthetic.html&ei=H85CUofpJvKl4AO-iIHoBA&bvm=bv.53077864,d.dmg&psig=AFQjCNGZAPULMjAMGZNbhjpY7ClrlJ3Lag&ust=1380196241381778 Tecido PASSIVO de armazenamento de energia Tecido ATIVO na regulação hormonal Redon et al., 2009. Adipócitos Adipocina é a proteína secretada pelo Tecido Adiposo Branco (TAB) e outros tecidos, podendo ser ou não uma citocina (proteína de baixo peso molecular com diversas funções metabólicas e endócrinas que participam da inflamação e resposta do sistema imune, além de serem sensores do balanço energético) que influencia não só a função adipocitária, mas, como é liberada em níveis séricos, afeta muitas vias metabólicas. • Únicas células especializadas no armazenamento de lipídios (TAG) • Células secretoras • Possuem enzimas e proteínas reguladoras da lipogênese e lipólise Sippel, C. et al. Processos inflamatórios da obesidade, 2014 Adipócitos Adipócitos Alterações na Obesidade ❑ Indivíduos obesos: Aumento do tecido adiposo ✓ Esse tecido aumenta a capacidade de síntese de moléculas com ação pró- inflamatória (denominadas adipocitocinas ou adipocinas) ▪ enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS); ▪ a proteína C reativa ▪ o fator de transformação do crescimento-beta (TGF-β) ▪ a proteína quimiotática para monócitos (MCP-1) ▪ molécula de adesão intracelular solúvel (sICAM) ▪ Angiotensinogênio ▪ Inibidor-1 do ativador do plasminogênio (PAI-1) ▪ o TNF-α ▪ interleucina-6 (IL-6) ▪ leptina. ❑ A capacidade de síntese dessas proteínas, a partir do tecido adiposo de indivíduos magros, é muito inferior. O aumento da concentração plasmática do PAI-1 correlaciona-se à presença de obesidade abdominal e de outros componentes da SM. Complicações metabólicas na Obesidade Tecido adiposo branco • Funções • Armazenamento de energia (TG) • Quando maduro., armazena 85 a 90% TAG • Manutenção da temperatura corporal • Proteção contra choques mecânicos • Papel endócrino • Secretor de proteínas “bioativas” (adipocinas) • Envolvidas em processos metabólicos e fisiológicos do organismo • Regulado por hormônios • Camada de gordura subcutânea • Capacidade de infiltração em órgãos e estruturas internas Complicações metabólicas na Obesidade Alterações Hormonais na Obesidade GLUT 4 GLUT 4 factor nuclear kappa B Complicações metabólicas na Obesidade Complicações metabólicas na Obesidade ADIPONECTINA – ANTI-INFLAMATÓRIA ADIPOCINAS – INFLAMATÓRIAS MONÓCITO SE DIFERENCIA EM MACRÓFAGO PRODUZINDO CITOCINAS PRÓINFLAMATÓRIAS HÁ TB MAIOR CONCENTRAÇÃO DE LPS (LIPOPOLISSACARIDEOS QUE ESTIMULA A MAIOR INFILTRAÇÃO DE MACRÓFAGOS) Alterações Hormonais na Obesidade Leptina: É responsável pelo controle da ingestão alimentar, atuando em células neuronais do hipotálamo no sistema nervoso central. A ação da leptina no sistema nervoso central (hipotálamo), em mamíferos, promove a redução da ingestão alimentar e o aumento do gasto energético, além de regular a função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras. ✓ O excesso de peso na obesidade eleva a síntese hormonal dos adipócitos e, consequentemente, os níveis plasmáticos de leptina (resistência à sua ação no organismo = desequilíbrio entre a ingestão de alimentos e o gasto energético = efeitos pró-inflamatórios). Grelina: um hormônio produzido predominantemente no estômago é responsável pelo aumento do apetite, diminuindo a saciedade. ✓ Nakazato et al. (2001 apud ROMERO e ZANESCO, 2006): mostram que esse hormônio está ligado ao balanço energético e a ingestão alimentar por meio de comunicação com o hipotálamo. ✓ Em obesos, as concentrações de grelina são menores do que em indivíduos eutróficos; ✓ Assim como a insulina, a grelina está associada ao aumento da adiposidade, a insulina promove a captação da glicose e, consequentemente, a uma fome rebote e a grelina é responsável pela sensação de fome, aumento do apetite. Maurigeri D, Bonanno MR, Speciale S, Santangelo A, Lentini A, Russo MS, et al. The leptin, a new hormone of adipose tissue: clinical findings and perspectives in geriatric. Arch Gerontol Geriatr. 2002; Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Fosfolipase A2 Lipooxigenase Ciclooxigenase Lipoxinas Leucotrienos Tramboxanos Prostaglandinas Inibidores da inflamação Promotores da inflamação Lipídeos na resposta inflamatória Eicosanoides Complicações metabólicas na Obesidade AG ESSENCIAIS ácido linoleico (LA, 18:2, ω-6) ácido α-linolênico (ALA, 18:3, ω-3) ❑ LA: encontrado em abundância nas sementes de plantas oleaginosas, principalmente nos óleos de soja, milho e girassol. ❑ ALA: principal fonte os óleos vegetais de linhaça, chia e canola. ✓ funções conhecidas há muito tempo (crescimento e desenvolvimento) ✓ Recentemente: exercem atividade sobre a função imune. Ácido linoleico (LA, 18:2, ω-6) = convertido em ácido γ-linoleico (GLA, 18:3), dihomo- GLA (DGLA, 20:3) e ácido araquidônico (AA, 20:4) pelas enzimas delta 6 (Δ6) e delta 5 (Δ5) dessaturase e alongases, podendo servir de precursor para eicosanoides, mediadores inflamatórios (prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos). ALA ácido α-linolênico (ALA, 18:3, ω-3) é convertido em ácido eicosapentaenoico (EPA, 20:4, ω-3) e ácido docosahexaenoico (DHA, 22:6, ω-3) pelas mesmas enzimas, porém apenas cerca de 0,05 a 8% sofre esta conversão. AG Essenciais DIRETRIZES SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA AG ESSENCIAIS ácido linoleico (LA, 18:2, ω-6) ácido α-linolênico (ALA, 18:3, ω-3) ❑ LA: encontrado em abundância nas sementes de plantasoleaginosas, principalmente nos óleos de soja, milho e girassol. ❑ ALA: principal fonte os óleos vegetais de linhaça, chia e canola. ✓ funções conhecidas há muito tempo (crescimento e desenvolvimento) ✓ Recentemente: exercem atividade sobre a função imune. O LA é convertido em ácido γ-linoleico (GLA, 18:3), dihomo-GLA (DGLA, 20:3) e ácido araquidônico (AA, 20:4) pelas enzimas delta 6 (Δ6) e delta 5 (Δ5) dessaturase e alongases, podendo servir de precursor para eicosanoides, mediadores inflamatórios (prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos)3. De forma semelhante, o ALA é convertido em ácido eicosapentaenoico (EPA, 20:4, ω-3) e ácido docosahexaenoico (DHA, 22:6, ω-3) pelas mesmas enzimas, porém apenas cerca de 0,05 a 8% sofre esta conversão4. AG Essenciais RECOMENDAÇÃO DE CONSUMO Faixa etária Gorduras totais (%) Ácido linoleico (%)(LA) Ácido alfa-linoleico (%) (ALA) Crianças 1 a 3 anos 30 - 40 5 – 10 0,6 – 1,2 Crianças 4 a 8 anos 25 - 35 5 – 10 0,6 – 1,2 Crianças 9 a 13 anos 25 - 35 5 – 10 0,6 – 1,2 Adolescentes 14 a 18 anos 25 - 35 5 – 10 0,6 – 1,2 Adultos 19 a 30 anos 20 - 35 5 – 10 0,6 – 1,2 Adultos 31 a 50 anos 20 - 35 5 – 10 0,6 – 1,2 Adultos e idosos 51 a 70 anos 20 - 35 5 – 10 0,6 – 1,2 Idosos acima de 70 anos 20 - 35 5 - 10 0,6 – 1,2 Gordura saturada = Abaixo de 7% * Abaixo de 10% população geral Colesterol = 200 mg/dia até 300 m/dia DIRETRIZES SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA Obesidade e Diabetes http://diabetesmed89.blogspot.com/2009/06/diabetes-mellitus-tipo-ii_17.htmlPi-Sunyer, 2002; Redon et al., 2009. É causado por uma combinação de resistência periférica à ação da insulina e uma resposta secretória inadequada das células β pancreáticas. Hiperglicemia e Secreção de Insulina Cromo – necessário para sinalização Complicações metabólicas na Obesidade http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=DpLXFxlXG3bapM&tbnid=iynQSa9fpR5QIM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.ribeiraopretoonline.com.br/coluna-julieta-ueta/razao-cintura-quadril-circunferencia-da-cintura-e-imc-o-que-usar-para-indicacao-de-risco-a-saude/43989&ei=FdRCUo29KpTI4AOg_oCQCw&psig=AFQjCNG_QqoWleFdtaH_iib3tDn4Fb7-aw&ust=1380197043002505 Hipertensão Arterial na Obesidade Hipersinulinemia ↑ Reabsorção de Sódio ↑ AGL ↑ Vasoconstrição ↑ Sistema Nervoso Simpático ↑ Angiotensinogênio ↑ Angiotensina II Complicações metabólicas na Obesidade Resistência Insulínica Retenção de Sódio SNS Aldosterona Renina Angiotensinogênio Angiotensina II HIPERTENSÃO Francischi et al., 2000; Redon et al., 2009. renina-angiotensina-aldosterona. Hipertensão Arterial na Obesidade Complicações metabólicas na Obesidade Obesidade e disbiose Complicações metabólicas na Obesidade Ácido graxo inibe os receptores de insulina (ag não esterificados) três mecanismos microbianos inter-relacionados: a) fermentação de polissacarídeos não digeríveis até formas absorvíveis; b) a absorção intestinal de monossacarídeos e ácidos graxos de cadeia curta, com sua posterior conversão em gordura no fígado c) a regulação de genes do hospedeiro que promovem a deposição de gordura nos lipócitos . Obesidade e Disbiose fator adiposo induzido pelo jejum (Fiaf) mediador de energia no fígado Complicações metabólicas na Obesidade COMPOSTOS BIOATIVOS E MODULAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA Um composto bioativo é um composto que tem um efeito sobre um organismo vivo, tecido ou célula. No campo da nutrição os compostos bioativos distinguem-se dos nutrientes essenciais. Alimentos Funcionais MECANISMOS DE AÇÃO PROPOSTOS • Potencial de óxido-redução de determinadas moléculas; • Capacidade dessas moléculas em competir por sítios ativos e receptores nas diversas estruturas celulares; • Modulação da expressão de genes que codificam proteínas envolvidas em mecanismos intracelulares de defesa contra processos oxidativos degenerativos de estruturas celulares (DNA, membranas). Bastos et al, 2009 Alimentos Funcionais Alimentos Funcionais Alimentos Funcionais ATENÇÃO Estudos clínicos, em que a dieta foi suplementada com β-caroteno, vitamina C ou vitamina E, mostraram que essas substâncias, isoladas da matriz alimento, não foram eficazes na diminuição de risco à DCNT, indicando que fatores como a biodisponibilidade e a ação sinérgica, entre outros, atuam nesse processo. Biodisponibilidade refere-se à concentração de um determinado composto ou de seus metabólitos na circulação, órgãos e tecidos em relação ao total ingerido. A baixa biodisponibilidade de alguns COMPOSTOS BIOATIVOS, especialmente quando comparada à de macronutrientes, deve-se ao fato de o organismo reconhecer esses compostos como xenobióticos. Bastos et al, 2009 Alimentos Funcionais FIM E-mail: nutri.renata.passos@gmail.com E-mail: renata.passos@estacio.br OBRIGADA mailto:nutri.renata.passos@gmail.com mailto:renata.passos@estacio.br
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