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Consultas Terapêuticas com Pais e Filhos

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Resumo
Consultas Terapêuticas com Pais e Filhos: Resgatando o Espaço Potencial na Experiência Compartilhada do Brincar.
	Entendendo o ambiente como meio facilitador da realização da tendência inata ao amadurecimento cujo fim é constituição do si mesmo e da identidade pessoal, tenho proposto atender crianças e seus pais em Consultas Terapêuticas com o objetivo de resgatar o espaço potencial.
Ela busca trabalhar em conjunto com os pais e as crianças, mas em horários distintos, obtendo assim as informações separadamente e conseguindo compreender melhor como identificar as necessidades específicas do estágio da dependência relativa.
	É principalmente por esse motivo que as Consultas Terapêuticas com pais e filhos têm como objetivo o resgate do espaço potencial ou transicionalidade: esse é um momento ímpar, que implica na transformação da relação consigo mesmo, com o outro e com o mundo.
	A criança espera encontrar, na comunicação com o psicanalista, o favorecimento do “processo de ilusão por meio de sua postura de confiabilidade e previsibilidade profissional/pessoal e ambiental (LESCOVAR, 2004, p. 47), o que permitirá o amparo suficiente em direção à superação de um sofrimento ou dificuldade e, por conseguinte, a retomada de seu processo de amadurecimento.
Segundo Winnicott, o que será dito não está dado a priori (antes da experiência), o que é compreendido como o psicanalista deve está disponível e ser empático com a demanda que vier pela criança, sendo espontâneo fazendo valer total e respaldar as necessidades e as realizações do si mesmo. 
	Não existem instruções técnicas nítidas a serem dadas ao terapeuta, uma vez que ele deve ficar livre para adotar qualquer técnica que seja apropriada ao caso. 
Tendo como princípio básico é o “setting” (contexto) humano, por mais que o terapeuta fique livre para fazer o que quiser não pode interferir no tempo e no que fazer pois é do paciente esse tempo e escolha.
A curta duração e flexibilidade que chefia a condução dessa prática clínica tem base na comunicação humana e na concepção de que a existência humana admite diversos sentidos de realidade, que é sustentada pela teoria Winnicottiana do amadurecimento emocional.
Winnicott fala que o brincar mútuo acontece quando a criança sente confiança no seu terapeuta e consegue falar a seu sofrimento, dando ao terapeuta a compreensão necessária para ajudá-lo com sua necessidade, mostrando-se ativamente disposto para a criança e está ali integralmente e oferecendo um “cuidar-curar”, dando o suporte para reestabelecer o emocional da mesma. 
	Por terem conseguido estabelecer um encontro significativo entre eles, ambos podem brincar e a criança pode experimentar novamente uma comunicação consigo mesma e com os outros, resgatando “uma integração de seus aspectos dissociados e/ou não vividos. (LESCOVAR, 2004, p. 47) 
Obs: O importante em uma relação terapêutica é a competência do analista em compreender e diagnosticar se há capacidade/incapacidade da criança em ter esperança em um encontro humano que venha em seu auxílio, e também em relação ao ambiente imediato da criança que poderá ou não fazer bom uso do progresso alcançado por ela por meio da integração favorecida pela consulta.” (LESCOVAR, 2004, p. 47).
Para winnicott o psicanalista ou qualquer outro profissional que tenha sido “escolhido” para acolher as necessidades estabelecidas pelo estado de angustia da criança, precisa compreender o estado de maturidade que a criança se encontra para que suas intervenções tenha o objetivo eficaz e não causando um “efeito” contrário causando assim uma intensificação na angustia trazida. 
	O objetivo das Consultas Terapêuticas com pais e filhos, pode-se pensar que as intervenções propiciam um “cuidar-curar” dos pais para que eles ao se depararem com a angústia da criança resgatem a confiança em sua capacidade de manter o segurar, principalmente nos “momentos de crise que possam emergir ao longo do seu desenvolvimento”. (SAFRA, 2005, p. 35). 
As Consultas Terapêuticas Com Pais e Filhos: Uma Modalidade
de Atendimento Psicanalítico em um Serviço Escola
As consultas terapêuticas de pais e filhos são realizadas no consultório particular quanto no serviço escola, onde os atendimentos psicológicos de orientação psicanalítica tem supervisão, realizados por estagiários do 4º ano letivo de um Curso de Graduação de Psicologia em uma universidade particular localizada na cidade de São Paulo.
	Os grupos são formados segundo os critérios de faixa etária e de similaridade entre as queixas dos pais relatadas no ato de inscrição de seus filhos para atendimento psicológico no Serviço Escola.
	O grupo de crianças é composto por no máximo seis crianças e no grupo de pais estão incluídos todos os pais dessas crianças. O atendimento psicológico de orientação psicanalítica acontece em três até dez sessões, dirigido por mim na função de supervisora com a participação dos estagiários.
Os pais mostram mais confiança na presença da profissional já formada junto aos estagiários, deixando-os mais tranquilos, acreditando assim no bom diálogo entre todas as partes envolvidas (pais, filhos e estagiários).
A função fundamental da psicanalista responsável é a de um colaborador que expressa seu entendimento, hipóteses e conclusões em linguagem acessível aos pais e às crianças, respeitando seus modos de ser e de viver, assim como suas decisões quanto ao modo de seguir os encaminhamentos propostos.
Na entrevista inicial é chamado apenas os pais ou responsável pela criança, no geral a maioria que comparece é as mães porém nos últimos anos a demanda de pais está aumentando melhorando assim a compreensão da dinâmica familiar.
	A proposta dessa entrevista inicial com os pais é facilitar pelo diálogo a emergência de suas ansiedades e conflitos decorrentes das queixas do não saber o que fazer, acolhendo de forma compreensiva nesse contexto as ansiedades persecutórias e depressivas sustentadas pelo sentimento de fracasso em relação ao problema atual da criança, e ao mesmo tempo intervindo para evitar o incremento delas, assim como obter informações sobre a dinâmica familiar e os aspectos do desenvolvimento da criança.
	Caso as crianças venham com os pais, ou responsável, nessa entrevista inicial, é organizado um grupo com elas na mesma sala em que eles estão sendo atendidos. 
	Elas são acompanhadas por estagiários escolhidos anteriormente pela supervisora e é proposto que as crianças desenhem e contem histórias sobre os seus desenhos, o que permite uma primeira comunicação, por meio da experiência lúdica, dos sentimentos emergentes por estarem ali. 
	Não é raro que as crianças comentem o que seus pais estão contando, ali ao lado, e isso é levado em consideração como uma complementação da entrevista com os pais e como uma expressão da dinâmica relacional entre ela e seus pais.
Durante o primeiro contato é possível notar as expectativas, temores e ideais que os pais trazem, procuram auxilio por não saber lidar com os medos e angustia da criança ficando assim sem confiança e frustrados, e é nesse momento que podemos mostrar acolhimento aos pais também, conseguindo a colaboração deles para o processo de terapia da criança.
Obs: ela trabalha com sessões em grupos com pais e filhos juntos.
	Para o estágio sera 2 pessoas para uma criança, aonde um fica na função de ativo com a criança e o outro como observador, geralmente é a criança quem faz a escolha espontânea de quem será o ativo. 
A Inclusão dos Pais nas Consultas Terapêuticas de seus filhos: Escolha Sustentada em uma Avaliação da Provisão Ambiental.
É nesse momento que é definido o processo de terapia dos pais e as crianças, se entende que é no ambiente onde a criança está inclusa é possível compreender o sintoma relacionado a experiência da mesma.
	“O procedimento das Consultas Terapêuticas com pais e filhos é recomendável e benéfico para aquelas duplas (pais e filho) que podem ser classificadas em uma dessas duas categorias, na medida em que podem evitar que “modos patológicos de resolver o conflitose estruturem.” (SAFRA, 2005, p. 36)”
	De acordo com Winnicott saúde não quer dizer ausência de doença, ou de psiconeurótica, a saúde ou a doença psíquica de um indivíduo não podem ser consideradas sem o ambiente que o constituiu – os pais, a família e a sociedade – pois estão intrinsicamente relacionados.
Se há algum vínculo entre saúde e doença para Winnicott, me parece que ele se sustenta na possibilidade ou não do indivíduo sentir-se real. Isso significa ter podido apropriar-se da vida, torná-la própria, ser o autor da própria história, e não mais um coadjuvante aprisionado e submetido à vida imaginária, desconectada do mundo e dos relacionamentos.

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