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Cetoacidose Diabética Renata Vale - 79 ● Complicação aguda do diabetes; ● Deficiência total de insulina; ○ Não consegue utilizar glicose como fonte de energia e começa a utilizar ácidos graxos, produzindo corpos cetônicos, gerando acidose metabólica; ○ Mais comum em DM1 ■ Manifestação inicial em 20 a 34% das crianças e adolescentes; ■ Manifestação inicial em 15 a 20% dos adultos. ● Hiperglicemia, desidratação, acidose metabólica e cetose. Fisiopatologia ● ↓ importante dos níveis de insulina + ↑ dos hormônios contra-regulatórios; ○ Glucagon, catecolaminas, GH. ● Estímulo para o catabolismo; ○ Lipólise, proteólise e glicogenólise. ● Tecido adiposo ○ Lipólise - Ácido graxo livre (AGL) e glicerol; ■ AGL - oxidação no fígado e ↑ dos corpos cetônicos; ● Excesso de AGL que não consegue ser metabolizado como fonte de energia é desviado para a produção de corpos cetônicos; ● Cetoacidose. ■ Glicerol - produção de glicose no fígado. ○ ↑ prostaglandinas ■ Vasodilatação periférica → Contribui para a hipotensão e ↑ da FC; ■ Geralmente justifica a dor abdominal clássica da cetoacidose. ● Fígado ○ ↑ da produção de glicose; ■ A partir do glicerol e dos aminoácidos do catabolismo metabólico. ○ Oxidação dos AGLs; ○ ↑ dos corpos cetônicos - Acidose. ● Músculo ○ ↓ da captação de glicose; ○ Proteólise; ○ Uso dos aminoácidos na gliconeogênese. ● Rins ○ Hiperglicemia = glicosúria; ○ Diurese osmótica; ○ Desidratação e perda de eletrólitos. ■ K, Na, Mg e P - Distúrbio eletrolítico. Fatores desencadeantes ● Alguns pacientes não têm fatores desencadeantes; ● A CAD pode ser a manifestação inicial do DM; ● Descompensação da diabetes! ● Infecção: causa mais comum; ○ Ex: Paciente com DM1 compensado adquire uma pneumonia que descompensa a diabetes e gera cetoacidose. ● Má adesão ao tratamento: segunda causa; ● Medicamentos; ○ Vários, como anti hipertensivo. Mais comum: Glicocorticóide! ● Pancreatite aguda; ● Gestação; ● Alcoolismo; ● Infarto agudo do miocárdio (IAM)/AVC; ● Traumas; ● Disfunção tireoidiana; ○ Principalmente hipertireoidismo. Manifestações clínicas ● Polidipsia; ● Polifagia; ● Poliúria; ● Perda ponderal; ● Anorexia/Adinamia (↓ da força muscular); ● Náuseas/vômitos; ● Dor abdominal; ● Rebaixamento do nível de consciência (RNC)/coma ○ Se não tratado. ● Hálito cetônico. Diagnóstico ● Hiperglicemia > 250 mg/dl; ○ Glicemia: 250 - 800 mg/gl. ● Ácido metabólica (PH < 7,3); ● Cetonemia. ○ ↑ dos níveis séricos de corpos cetônicos. ■ β-hidroxibutirato: mais comum; ■ Pode ter acetoacetato e cetona. ○ Dosagem sérica é importante; ○ Beira do leito - fitas reagentes ■ Dosagem do β-hidroxibutirato. ● Eletrólitos ○ K; ■ Normal/ Hipocalemia/ Hipercalemia; ■ K total está sempre reduzido. ● O K sérico pode até estar alto, pois o K vai do meio intra pro extracelular, porém com o total reduzido. ○ Também é interessante dosar Na, Cl e Mg ● Hemograma completo ○ Leucocitose - Pode haver normalmente na cetoacidose; ○ Leucócitos > 25.000 = infecção como fator desencadeante. ● Elementos anormais e sedimentos da urina ○ Cetonúria; ■ Perda de corpos cetônicos na urina. ○ Achados de infecção urinária como fator desencadeante. ● Gasometria ○ Acidose metabólica; ■ PH < 7,3; ■ Bicarbonato < 15. ● Eletrocardiograma ○ Diagnóstico de infarto agudo do miocárdio como fator desencadeante; ■ Principalmente em pacientes mais idosos! ○ Complicações relacionadas ao K. ■ Principalmente hipocalemia que pode provocar alterações como arritmias e parada cardiorrespiratória. Tratamento ● Hidratação venosa vigorosa ○ ↓ a glicemia; ○ ↓ os hormônios contra-regulatórios; ○ Melhora a perfusão periférica. ● Insulina ○ Deve ser iniciado com K > 3,3 mEq/L; ■ Insulina promove o K para dentro da célula → Tem que estabilizar o K antes de utilizar insulina para não provocar hipocalemia; ● Risco de arritmia e morte. ○ 0,1 UI/kg Insulina Regular EV (Via venosa) em bolus; ○ Após o bolus: 0,1 UI/kg/h em BIC (Bomba de infusão contínua); ○ Meta: redução da glicemia de 50 a 70 dL/h; ■ Dobrar a velocidade de infusão se não atingir a meta. ○ Quando suspender a insulina ■ Resolução do quadro de cetoacidose; ● PH > 7,3; ● Bicarbonato > 15; ● Glicemia < 200 mg/dl; ■ Aplicar 10 UI de insulina regular → Desligar a bomba 1 hora depois; ■ Insulina regular conforme glicemia; ■ NPH ou análogo de longa ação + regular ou ultrarrápida de 24 horas após retirada da infusão de insulina por BIC. ● Potássio ○ K < 3,3: repor 20 a 30 mEq em 1 L de soro em 1h; ■ Iniciar insulina após K > 3,3; ○ K entre 3,3 e 5,2: repor K adicionando 20 a 30 mEq em cada litro de soro infundido; ○ K > 5,2: iniciar reposição de K após os níveis valores < 5 mEq/L. ● Bicarbonato ○ Raramente necessário; ○ Só se o PH < 6,9. Monitorização ● Glicemia: 1/1h até resolução - Fase aguda; ○ Posteriormente: a cada 2 a 4 horas. ● Eletrólitos e função renal: a cada 2 a 4h. Questões ● Alcalose: Fluidos muito alcalinos ○ pH > 7,45 ● Paciente com cetoacidose tem alcalose respiratória e acidose metabólica! ○ Alcalose respiratória ≠ de respiração alcalina. ● Insulinopenia → Falta de insulina
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