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Tratado de fisiologia médica. 13a ed, 2017, John E. Hall, Guyton, capítulo 18 Dee U Silverthorn, Fisiologia Humana: Uma abordagem Integrada. 7a ed. 2016, capítulos 14 e 17 O centro cardiovascular (CCC) presente no bulbo (SNC) é o principal responsável no adequado controle de fluxo sanguíneo ao encéfalo e ao coração, mantendo uma pressão arterial média suficiente. O CCC tem a dinamicidade de interagir com outros órgãos ou tecidos, tal como o hipotálamo para controlar o fluxo sanguíneo para a pele. Controle do fluxo sanguíneo para os tecidos altera a pressão arterial média. Primeiramente, a pressão arterial (PA) é dada como: PA = DC x RVP. DC: débito cardíaco RVP: resistência vascular periférica O reflexo barorreceptor é a principal via reflexa que controla a pressão arterial, constituído pelos barorreceptores – células neurológicas mecanorreceptoras – que se divide em: • Barorreceptor aórtico – localizado na parede da artéria aorta • Barorreceptor carotídeo – localizado na parede da artéria carótida. Esses barorreceptores são receptores sensíveis a mudanças do potencial de ação das células das paredes arteriais, ou seja, tem capacidade de detectar a distensão das paredes dessas artérias, captando a variação – portanto – da PA. Assim, quando a PA aumenta, as aa se distendem e, com is isso ocorre, a frequência de disparos do receptor barorreceptor aumenta e leva as respectivas informações por suas vias sensitivas aferentes ao bulbo. A via do barorreceptor na a. aorta é o n. vago; na a. carótida é o n. de Hering e o n. glossofaríngeo. Se a pressão arterial se modifica, a frequência de potenciais de ação que viajam a partir dos barorreceptores para o centro de controle cardiovascular bulbar muda. Já os sinais que partem a partir do CCC são veiculados por neurônios autonômicos simpáticos e parassimpáticos. Portanto, é conclusivo que a função cardíaca é regulada por controle antagônico. Aumento da atividade simpática: aumento da frequência cardíaca. Logo, diminui o tempo de condução do nó SA e aumenta a contratilidade miocárdica. Ocorre o antagônico com a atividade parassimpática, com consequente dilatação arteriolar. Nos vasos, a diminuída atividade simpática causa dilatação das arteríolas, reduzindo sua resistência e permitindo maior saída de fluxo sanguíneo das artérias. Assim, quando a frequência cardíaca cai, o débito cardíaco também cai. Hipotensão ortostática Quando o indivíduo está deitado, a força da gravidade distribui o sangue uniformemente por toda a extensão do corpo. Ao levantar, a força da gravidade faz com que o sangue se direcione e acumule nos MMII, criando uma diminuição instantânea do retorno venoso. Assim, há um pequeno decaimento no DC e isso faz a pressão arterial diminuir. A hipotensão estimula o reflexo barorreceptor, aumentando tanto o DC quanto RVP (isso se deve pela vasoconstrição do vaso em aumentar o Controle neural da pressaControle neural da pressaControle neural da pressaControle neural da pressao arterialo arterialo arterialo arterial Medicina Nove de Julho fluxo sanguíneo), além de a bomba musculoesquelética (do abdome e dos MMII) propiciar o aumento do retorno venoso ao VD para haver maior quantidade de sangue à próxima contração miocárdica. Entretanto, o reflexo barorreceptor nem sempre é eficaz. Por exemplo, durante o repouso prolongado na cama ou em condições de gravidade zero de voos espaciais, o sangue que vem das extremidades inferiores é distribuído uniformemente por todo o corpo, em vez de ficar acumulado nessas extremidades. Esta distribuição uniforme eleva a pressão arterial, fazendo os rins excretarem o que o corpo percebe como excesso de fluido. Durante o curso de três dias de repouso na cama ou no espaço, a excreção de água leva a uma redução de 12% no volume sanguíneo. O centro de controle cardiovascular também tem comunicação recíproca com os centros bulbares que controlam a respiração. Assim, o aumento da FR é acompanhado pelo aumento do DC. A regulação da pressão arterial no sistema circulatório está intimamente associada à regulação do equilíbrio hídrico pelos rins. A regulação da PA por via reflexiva barorreceptora é dito como de curto prazo, ou seja, rápido. Importância dos músculos na PA (abdome) Com a contração muscular, ocorre a compressão de todos os reservatórios venosos do abdome, o que auxilia em um melhor retorno venoso ao coração. Isso é o mesmo efeito que tem sobre as veias pelos impulsos vasoconstritores simpáticos, visto que quando é produzido o reflexo barorreceptor ou quimiorreceptor, sinais nervosos são transmitidos ao mesmo tempo pelos nervos esqueléticos para os músculos esqueléticos do corpo, em especial para os músculos abdominais.Com isso, há o aumento do DC e da PA. A prática de exercícios físicos é essencial, pois enrijece os músculo e que, com isso, os vasos nos músculos e no abdome. Essa compressão transloca o sangue dos vasos periféricos ao coração e ao pulmão. Portanto, há o aumento do DC, sendo o ingrediente essencial ao aumento da PA. Dinâmica da PA Alta PA: os barorreceptores, via aos seus nervos (vago, Hering e glossofaríngeo), alcança o bulbo que é o local em que está o NTS (núcleo do trato solitário). A alta PA faz com que o NTS estimule núcleo ambíguo para que libere a acetilcolina (Ach) - também via nervo vago – ao nó AS e nó AV, fazendo com que haja efeito cronotrópico (FC) e inotrópico (força de contração) negativos. Além do mais, o NTS estimula o Bulbo ventrolateral caudal para inibir o Bulbo ventrolateral rostral, o responsável em secretar noradrenalina que tem efeito contrário da Ach. Assim, a PA abaixa. Predominância de atividade parassimpática. Baixa PA: A o efeito contrário quando se há alta PA. O NTS inibe o Bulbo ventrolateral caudal que, através da sua inibição, ativa o Bulbo ventrolateral rostral a secretar a noradrenalina sobre os nós AS e AV e, com isso, aumentar a FC e a força de contração. Além disso, o núcleo ambíguo também será inibido pelo NTS. O resultado será o aumento da PA. Predominância de atividade simpática. Efeito mais bioquímico das fibras simpáticas e parassimpáticas Controle simpático: com o controle simpático estimulado, a noradrenalina e a adrenalina são secretadas o que faz aumentar o fluxo iônico através dos canais If e de Ca2+, propiciando a vasoconstrição arteriolar. A noradrenalina irá se ligar ao seu recpetor β1 – adrenérgico nas células autoexcitáveis, ativa a enzima adenilato ciclase, causando a formação de AMPc (segundo mensageiro). Assim, o AMPc se liga aos canais If – visto que esses são dependentes de AMPc – e que então se fecham, diminuindo o influxo de sódio e também de potássio. A membrana da célula autoexcitável irá ficar mais positiva, abrindo gradativamente os canais lentos de cálcio, despolarizando a membrana dessas células. Por fim, há uma despolarização mais rápida que aceleram o potencial marca passo, aumentando a FC. Controle parassimpático: ao ser estimulado, a liberação de Ach se liga ao seu recptor colinérgico muscarínico que aumenta a permeabilidade dos canais de potássio nas células marca – passo. O receptor colinégico muscarínico ativado inibe a ação da enzima adenilato ciclase, não produzindo o AMPc que, portanto, mantém os canais If abertos e, consequentemente, aumenta o efluxo de potássio que acaba hiperpolarizando a célula. Por conseguinte, os canais lentos de cálcio não são abertos, retardando a despolarização do potencial marca – passo. Com isso, tais efeitos fazem a célula demorar para alcançar o limiar de excitação, atrasando o início do potencial de ação no marca-passo e diminui a FC.
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